segunda-feira, 12 de junho de 2017

Tentação de Jesus / Jesus e Satanás / Deus Jesus Espírito Santo // Jesus e os Homens I a VII

TENTAÇÃO DE JESUS

P – Não podemos viver mais sem a Doutrina do Novo Mandamento de Jesus, ditada pelo Espírito da Verdade. A unificação das Quatro Revelações do Cristo são aúltima palavra para a pobre Humanidade desvairada! Como devemos entender a tentação do Mestre?

R – Para a explicação necessária, vamos reunir estas passagens dos Evangelhos Sinóticos: Mateus, IV: 1-11; Marcos, I: 12-13; Lucas, IV: 1-13.

MATEUS: 1 – Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado por Satanás. 2 – Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. 3 – Então, aproximando-se dele, disse o tentador: – Se és o Filho de Deus, ordena a estas pedras que se tornem pães. 4 – Jesus lhe respondeu – Está escrito: nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. 5 – Satanás o transportou à cidade santa, colocou-o no pináculo do templo, e lhe disse: 6 – Se és o Filho de Deus, lança-te daqui a baixo, pois está escrito que Ele ordenou a seus Anjos tenham cuidado contigo e te sustentem com suas mãos, para que não firas os pés em alguma pedra. 7 – Jesus respondeu: – Também está escrito: não tentarás o Senhor teu Deus. 8 – O tentador o transportou, ainda, para um monte muito alto, onde lhe mostrou todos os reinos do mundo e a glória que os acompanha, 9 – e lhe disse: – Eu te darei todas essas coisas se, ajoelhado diante de mim, me adorares. 10 – Jesus replicou: – Retira-te, Satanás, pois está escrito: Adorarás ao Senhor teu Deus e só a Ele servirás. 11 – Então, Satanás o deixou. Os Anjos cercaram Jesus e o serviram.

MARCOS: 12 – E logo o Espírito o impeliu ao deserto, 13 – onde passou quarenta dias e quarenta noites, sendo tentado por Satanás. Habitava com as feras e os Anjos o serviam.

LUCAS: 1 – Cheio do Espírito Santo, Jesus se afastou do Jordão, e foi pelo Espírito impelido para o deserto. 2 – Alí permaneceu quarenta dias e quarenta noites, e foi tentado por Satanás; nada comeu durantes esses dias; passados eles, teve fome. 3 – Disse-lhe, então, Satanás: – Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem pães. 4 – Jesus lhe respondeu: – Está escrito: o homem não vive só de pão, mas de toda palavra que vem de Deus. 5 – Satanás o transportou para um alto monte e lhe mostrou, num instante, todos os reinos da Terra, 6 – dizendo-lhe: – Eu te darei todo esse poder e a glória desses reinos, porquanto eles me foram dados e eu os dou a quem quero. 7 – Se, pois, me quiseres adorar, todas essas coisas te pertencerão. 8 – Jesus lhe respondeu: – Está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás. 9 – Satanás ainda o transportou a Jerusalém, colocando-o no pináculo do templo, e lhe disse: – Se és Filho de deus, lança-te daqui abaixo, 10 – pois está escrito haver Ele ordenado a seus Anjos que te cerquem de cuidados e te guardem, 11 – e te amparem com suas mãos, para que não firas os pés em alguma pedra. 12 – Jesus lhe respondeu: – Está escrito: não tentarás o Senhor teu deus. 13 – Terminada a tentação, Satanás se afastou dele por algum tempo.

Satanás, o diabo, o demônio – são nomes alegóricos, pelos quais se designa O CONJUNTO DOS MAUS ESPÍRITOS empenhados na perda do homem e da mulher. Satanás não era um Espírito especial, mas a síntese dos piores Espíritos que, purificados agora na sua maioria, perseguiam os homens e mulheres, para desviá-los do caminho do senhor. Mas todos se purificarão com o tempo, por meio de uma série de provações e expiações em reencarnações sucessivas, precedida cada uma, no espaço, na erraticidade, dos sofrimentos e torturas morais apropriados e proporcionados aos crimes ou faltas cometidas. Tais são, para o Espírito culpado, encarnado ou errante, o inferno, o purgatório, a expiação, a reparação, o progresso. A reencarnação é a escada santa que todos os homens terão de subir. Constituem-lhe os degraus as fases das diversas existências nos mundos inferiores, depois nos mundos superiores, porque Deus determinou que, para chegar a Ele, teria o homem de nascer, “morrer” e renascer até aos limites da Perfeição. E nenhum chegará até Ele SEM SE PURIFICAR PELA REENCARNAÇÃO. Muitas Igrejas negam essa Lei Universal, mas nem por isso ela deixa de existir: é anterior ao homem e à vossa morada planetária.






A TENTAÇÃO E O JEJUM

P – Como o Espírito da Verdade explica, através do CEU da LBV, o jejum e a tentação de Jesus, narrados pelos Evangelistas Mateus, Marcos e Lucas?

R – O jejum e a tentação do Mestre são, igualmente, uma figura. Como vos explicaremos, daqui a pouco, só foram consideradas reais pelos homens em conseqüência dos comentários que, finda a missão terrestre do Cristo, os Apóstolos e os discípulos teceram em torno do discursso que ele, doutrinando, proferiu sobre as tentações a que está sujeita a humanidade, as ciladas que lhe armam os ESPÍRITOS DO MAL, da perseverança e da fé com que lhes deve resistir. Esses comentários, sob a influência dos preconceitos do tempo e das tradições hebraicas, criaram a opinião de que aquele discurso, dadas as circunstâncias em que foi pronunciado, resumia O QUE SE PASSOU COM O PRÓPRIO JESUS. Daí o tratarem os Evangelistas de um jejum e de uma tentação a que Satanás teria submetido o Mestre, como se falassem de fatos materiais, fatos reais ocorridos pessoalmente com o Salvador. Tais “fatos”, porém, tidos como reais, materialmente produzidos DO PONTO DE VISTA DAS AUTORIDADES RELIGIOSAS, são um emblema. Como poderia ter acudido à mente do homem a idéia de rebaixar, dessa forma, Aquele que o próprio homem considera uma fração de deus, uma parte do GRANDE TODO QUE GOVERNA O UNIVERSO? Tal opinião, aliás, se enquadrava sofrivelmente nas idéias panteístas. Como puderam rebaixar essa fração da Divindade ao ponto de pô-la em contato com o demônio, o maldito expulso do céu por Deus, sem se lembrarem de que, assim, era o próprio Deus quem, por uma fração de si mesmo, descia à condição de dialogar com o Anjo do Mal e até ficar na sua dependência? Como admitir que Jesus, sendo homem e, portanto, sujeito a enfermidades e necessidades da existência terrena, tenha podido viver quarenta dias e quarenta noites no deserto, sem tomar alimento algum? Como admitir que, sendo Deus, tenha Jesus sentido o tormento da fome, ao cabo dos quarenta dias e quarenta noites, que o haja sentido ao ponto de animar tentativas audaciosas do “Anjo caído” que, entretanto, seria dentro em pouco forçado a abandonar as suas presas (os demoníacos), EXATAMENTE PELA POTENTE VONTADE DO MESMO JESUS? Como se vê, foi o homem, de um lado, bastante orgulhoso e, de outro, bastante contraditório: deu a si mesmo por libertador um Deus, submetendo esse Deus ao império de Satanás, pondo-o em contato com este, de maneira a lhe sofrer a influência pela tentação! Pobre humanidade, que busca o maravilhoso nas coisas mais simples, que repele por impossíveis as mais evidentes, e que avilta – sem ter disso consciência – Aquele a quem, levada pelas suas supertições, ela mesma faz participe da Divindade e a quem, ao mesmo tempo, coloca, quanto ao presente e ao futuro (Satanás o deixou por algum tempo), à mercê desse outro que, maldito por toda a eternidade, sem esperança de perdão, emprega a sua força, a sua vontade, o seu “poder” em lutar contra o Criador! Todavia, não a condenamos por isso, porque essa crença numa tentação material teve a sua razão de ser, como vos explicaremos: o que ocorreu tinha de ocorrer na marcha dos acontecimentos. Tudo tinha o seu cabimento, como condição e meio de progresso, na via gradual dos sucessos, sempre acordes, do mesmo modo que as interpretações humanas com o estado das inteligências, com as necessidades das épocas da História, cada uma das quais representa um dos estágios que cumpre à Humanidade percorrer, para progredir constantemente, abrindo pouco a pouco os olhos à Luz e à Verdade. A PROPORÇÃO QUE VAI SENDO PREPARADA PARA RECEBER ESSA LUZ E ESSA VERDADE, que lhe são dadas na medida do que ela pode suportar e de maneira a esclarecê-la sem jamais a deslumbrar. O Espírito da Verdade, que abre uma era nova à Humanidade, e que vos ensina a origem espiritual de Jesus, mostrando, com esse ensino, que o jejum e a tentação de Jesus são apenas simbólicos, vem igualmente fazer-vos conhecer, a este respeito, a realidade das coisas, isto é, as próprias palavras do Cristo ao povo, das quais nasceu a crença naquele jejum e naquela tentação. O Espírito da Verdade vem, ainda, explicar como e quando os Apóstolos e os discípulos foram induzidos a pensar que O QUE JESUS ENSINARA, DE MODO GERAL, CONSTITUÍA O RESULTADO DO QUE SE PASSARA ENQUANTO O MESTRE ESTEVE AUSENTE, O RESUMO DO QUE ELE PESSOALMENTE EXPERIMENTARA. Acompanhai a aparente vida humana de Jesus, pregando constantemente, pelo exemplo, a Caridade e o Amor; acompanhai-lhe as palavras, os atos, os ensinamentos, e o vereis sempre submisso (na medida do que o exigia a sua missão terrena) aos usos, costumes e tradições dos hebreus, assim como à inteligência daqueles a quem se dirigia, a fim de que todos o compreendessem e, sobretudo, escutassem. Tudo isso para assegurar o bom desempenho de sua missão e conseguir que ela desse frutos no momento e no futuro: QUE FRUTIFICASSE PRIMEIRO PELA LETRA, DEPOIS PELO ESPÍRITO.



JESUS E SATANÁS – I

P – Os ensinos do CEU, da LBV, estão sendo colecionados por muitas pessoas que se declaram “profundamentes interessadas, embora não gostem de religião”. Vemos nisso um sinal de que tal matéria traz algo de novo, capaz de religar a criatura ao Criador. Quais as palavras que Jesus proferiu e que deram origem à crença de que ele sofreu a tentação e o jejum?

R – Diz o Espírito da Verdade: – Os profetas se preparavam para desempenhar suas missões por meio da prece, da meditação e do jejum, no deserto. Pareceu aos homens que Jesus se submeteu a esse uso, ou tradição, antes de adr início ao desempenho da sua missão publicamente. Depois de receber, diante do povo, pela descida do Espírito Santo sob a forma de uma pomba e pela “voz que se fez ouvir no céu”, a consagração (como Filho de Deus) da missão que ia desempenhar e que João, havia pouco, anunciara a todos os que o cercavam, Jesus se afastou das margens do Jordão. Perderam-no de vista aqueles que lhe seguiam os passos. Para impressionar as multidões, ele se tornou invisível durante o tradicional espaço de tempo – quarenta dias e quarenta noites – número este até certo ponto sagrado, segundo as tradições hebraicas. Desapareceu, não porque se internara no deserto, mas porque voltara – como fazia sempre que sua missão não lhe reclameva a presença entre os homens – para as regiões superiores onde, do alto dos esplendores celestes, governava, governa e governará a Terra e a Humanidade. Decorridos os quarenta dias e quarenta noites, reapareceu, dirigindo ao povo e aos discípulos que o rodeavam (e lhe haviam notado a ausência) estas palavras: “Em verdade vos digo: quando Satanás vos segredar – “Escuta os meus conselhos, faze a minha vontade, e eu te darei todos os reinos da Terra” – repeli-o com firmeza. Não tendes um reino maior que todos – o Reino de Deus, vosso Pai? Se a fome vos apertar e Satanás vos disser – “Obedece-me, e destas pedras farei pão para o teu alimento” – recusai-o sem temor. O pão da terra não alimenta senão o corpo, e vós tendes o Pão da Vida, que alimenta a Alma e a torna apta a entrar na Vida Eterna. Se o orgulho vos arrastar ao fastígio das grandezas humanas e Satanás vos disser – “Precipita-te no espaço que te atrai e não temas a queda, pois serás amparado” – imponde-lhe silêncio e não tenteis o Senhor vosso Deus. Recolhei-vos, medindo a vossa fraqueza e a grandeza do Pai, e Satanás se afastará por algum tempo. Mas não esqueçais que ele ronda constantemente, pronto sempre a deitar as garras à sua presa e se aproveitar de todas as suas fraquezas”. Aí tendes, bem-amados irmãos, as palavras que o Mestre pronunciou quando reapareceu e que, por sua ordem, vos revelamos e transmitimos. Aplicai a vós mesmos essas palavras, porque – como todas as que lhe saíram dos lábios, devem produzir frutos no presente e no futuro, do mesmo modo que, sob a figura da tentação material, produziram no passado. Semelhantemente ao que se dava com tudo quanto, então, se dizia, tais palavras passaram de boca em boca. Alguns dos Apóstolos (e discípulos) as ouviram do próprio Cristo; outros as receberam da voz pública; mas, enquanto durou a missão terrena de Jesus, tendo todos a atenção continuamente solicitada por fatos novos, não a detinham sobre nenhum. Só depois de terminada a missão, os fatos voltaram a ser considerados mais atentamente, e entre eles se apresentaram de novo o desaparecimento do Mestre, durante quarenta dias e quarenta noites, e as circunstâncias que o cercaram. Surgiram, então, os comentários e destes nasceu a opinião que gerou a crença no fato material do jejum no deserto e da tentação de Satanás. Os Apóstolos e os discípulos, como todos os que abraçaram a fé cristã, acreditaram nesse fato material. Na sua condição de homems, de Espíritos encarnados, tinham os preconceitos e as crenças da época e estavam imbuídos das mesmas tradições. Na verdade, era corrente, então, que todo profeta ia jejuar no deserto, antes de principiar o desempenho da sua missão. Coincidindo as palavras de Jesus com o seu desaparecimento por quarenta dias e quarenta noites, pensaram todos que essas palavras eram o resumo do que ocorrera com ele durante a sua ausência; que o que ensinara, relativamente às tentações do Demônio, tentações a que está sujeita a Humanidade, pela fome, pelo orgulho e pela ambição, relativamente às emboscadas que o Espírito do Mal lhe arma, e à fé e à perseverança com que lhe cumpre resistir, era o resumo do que o próprio Jesus experimentara. Assim, acreditaram que Jesus havia jejuado, quarenta dias e quarenta noites, no deserto; que, decorrido esse tempo, tivera fome e, então, fora tentado por Satanás, no exato sentido das palavras que dirigia ao povo. Ao homem material são precisos fatos materiais. O Cristo, para os homens, era um homem e, como tal, sujeito às enfermidades, a TODAS as necessidades da existência humana. Em matéria de provações, NINGUÉM, naquela época, podia compreender senão as provações físicas. Ao surgirem os comentários sobre as palavras do Mestre, já se divulgara pelas multidões a revelação que o Anjo fizera a José e Maria, e que fora conservada em segredo atá ao têrmo da missão terrena de Jesus. Diante da revelação da sua origem, tida em geral, segundo a letra, por miraculosa, divina, dada a qualidade que a mesma revelação lhe atribui de Filho de Deus; diante da sua vida de pureza perfeita e dos “milagres” que realizara, da sua “ressurreição” e da sua “ascenção”, difundiu-se a crença na sua divindade.



JESUS E SATANÁS – II

P – A ação libertadora da LBV, pela Pregação da Verdade, brevemente será proclamada e aceita por todos os brasileiros e estrangeiros de BOA VONTADE. Como o Espírito da Verdade explica a origem de um “diálogo” entre Jesus e Satanás?

R – Como homem, Jesus, para os Apóstolos e discípulos, estava sujeito às necessidades da existência terrena e, portanto, às tentações do “demônio”. Mas era, ao mesmo tempo, por efeito das impressões que lhes produzira a sua missão, UM GRANDE PROFETA. Em conseqüência das novas impressões que receberam, depois de terminada essa missão na Terra, passaram a considerá-lo MAIOR QUE TODOS OS PROFETAS que a Humanidade até então conhecera, incontestavelmente O FILHO DE DEUS, partilhando, portanto, da DIVINDADE DO PAI. Suscetível de ser tentado por Satanás, pensavam, ele o fôra e triunfara. De considerarem o que não passara de um ensinamento como sendo o resumo do que acontecera, durante a ausência de Jesus, entre ele e o “diabo”, como sendo a súmula de fatos reais e materiais de que o Mestre participara, veio a IDÉIA DE UM DIÁLOGO que devera ter travado entre os dois. Se é certo que das palavras, de que usou Jesus, se apagara a lembrança na memória dos homens, certo é, também, que o pensamento, a substância e a realidade do ensino se conservaram. Para reconstituírem o diálogo, de acordo com o objetivo da lição, os Apóstolos e discípulos recorreram às Escrituras. De fato, confrontai as palavras que já vos revelamos, pronunciadas pelo Cristo, com a versão que se criou – sob a influência das tradições e dos comentários – e vereis que o sentido, o fundo e o pensamento são idênticos; que a alegoria, tomada ao pé da letra, pela maneira por que foi apresentada, e que no futuro seria compreendida espiritualmente pela inteligência, encerra o ensino de Jesus, mas transformado num fato material – o da tentação real feita por Satanás ao Cristo que, tendo sofrido essa prova, dela triunfou como homem e FILHO DE DEUS. A Transportação do Redentor para o cimo de uma alta, depois para o pináculo do templo de Jerusalém, e ainda a fome que atribuíram – foram a conseqüência dos comentários. Do desaparecimento do Mestre pelo tempo, durante o qual, conforme às tradições, devia ele, comos os profetas, permanecer em jejum no deserto, antes de iniciar sua missão, concluíram os Apóstolos e discípulos que, findos os quarenta dias e quarenta noites, NECESSARIAMENTE SENTIRA FOME, tanto mais quando coincidiram com sua ausência as palavras que dirigiu ao povo, no momento mesmo em que reapareceu. Ora, aplicando materialmente a Jesus essas palavras calcularam os Apóstolos e discípulos que, forçosamente, Satanás o transportara a dois lugares elevados, a um para lhe mostrar todos os reinos da Terra, a outro para – colocando-o no fastígio das grandezas humanas – lhe dizer que se precipitasse no espaço, atirando-se “dali a baixo”. Não percais de vista a ignorância e a ingenuidade dos homens daquela época, dos Espíritos encarnados que se entregavam a tais comentários, relativamente às coisas terrenas. O cimo de alto monte e o pináculo do templo de Jerusalém foram os lugares mais próximos que acudiram à idéia dos Apóstolos e discípulos, que não compreendiam pudesse haver outros. Para eles o cimo de um monte elevado era o único lugar aonde o “diabo” poderia ter transportado Jesus, para lhe mostrar todos os reinos da Terra. Quando atribuíam sentido material às palavras do Mestre relativas ao fastígio das grandezas humanas, ao qual o “demônio” o elevara para lhe dizer “LANÇA-TE DAQUI A BAIXO, POIS SERÁS AMPARADO”, o único lugar que lhes parecia materialmente o ponto culminante das grandezas humanas, como elevação no espaço, era o pináculo do templo de Jerusalém. Os crentes aceitavam os fatos (do mesmo modo que hoje) como suas faculdades lhe permitiam. Os incrédulos os rejeitavam, como ainda os rejeitam, sem mais investigações. Afinal, A CRENÇA NUMA TENTAÇÃO MATERIAL TEVE SUA RAZÃO DE SER. O que se deu foi o que se devia dar, na marcha dos acontecimentos.



JESUS E SATANÁS – III

P – Com referência à tentação e ao jejum “impostos” a Jesus, disse o Espírito da Verdade: “O que se deu foi o que se devia dar, na marcha dos acontecimentos”. Havia, então necessidade de tal crença?

R – Tudo está previsto. Tudo acontece por efeito da Lei Universal que governa o vosso mundo no caminho do progresso, sendo o desenrolar dos fatos, bem como as interpretações humanas, acordes com o estado das INTELIGÊNCIAS E NECESSIDADES DE CADA ÉPOCA. Ohomem, todavia, dispõe do livre arbítrio, e Deus sabe que uso ele fará desse dom, porque o que para vós constitui o passado, o presente e o futuro, está sempre, por toda a eternidade, patente aos olhos do Todo-Poderoso. Ora, dispondo do livre arbítrio, o homem tinha a liberdade de escolher entre o modo de pensar acertado e a falsa (ainda que útil) maneira de apreciar as coisas. Dominavam-no, porém, suas naturais aspirações. Assim como preferia, ao de um profeta, o sacrifício de um Deus, por lhe aumentar o valor próprio, também a tentação material de Jesus pelo “demônio” lhe reanimava a coragem e mostrava o caminho a seguir, fazendo-lhe ver que ATÉ O HOMEM-DEUS ESTIVERA SUJEITO A TENTAÇÃO; fazendo-lhe ver que, embora FILHO DE DEUS, fração da Divindade, mas ao mesmo tempo homem e, como tal, sujeito às contingências da Humanidade, às enfermidades e fraquezas da vida humana, JESUS FÔRA ACESSÍVEL A SATANÁS, sofrera pessoalmente a prova e dela soubera triunfar. Nada ocorre sem ser pela vontade de Deus, no sentido de que, se lhe aprouvesse dar outra diretriz aos atos humanos, ou lhes opor sua vontade, bastaria querê-lo. Tal, porém, não faz: esta a razão por que, vendo a seriação e as conseqüências de todas as coisas, Deus não impede de antemão os atos de nenhuma das suas criaturas. Ele não governa como tirano: deixa que as coisas sigam o seu curso. Assegurando ao livre arbítrio a independência, auxilia a Humanidade a trilhar a via da evolução, por meio de SUCESSIVAS REVELAÇÕES, SEMPRE PROGRESSIVAS, que atuam na marcha dos acontecimentos, encadeando uns aos outros, e que, apropriadas ao estado das inteligências e necessidades de cada época, desenvolvem no presente o progresso realizado e preparam o progresso futuro. Se o quisesse, DEUS CERTAMENTE TERIA PODIDO, POR MANIFESTAÇÕES ESPIRITUAIS, DETERMINANDO UMA INFLUÊNCIA E UMA AÇÃO MEDIÚNICA SOBRE OS APÓSTOLOS, OS DISCÍPULOS E OS EVANGELISTAS, ESCLARECÊ-LOS SOBRE A FALSIDADE DA INTERPRETAÇÃO HUMANA, que transformou um ensino de Jesus ao povo em fatos materiais, como os da permanência no deserto, do jejum por quarenta dias e quarenta noites e da tentação praticada contra ele por Satanás. Mas, na realidade, as necessidades da época exigiam essa crença. Convinha que ela se implantasse nas massas populares. A vista da perfeição indispensável para chegar a Deus, diante da Perfeição sempre vitoriosa de Jesus, qual não seria o desânimo dos homens se não fossem prevenidos de que mesmo o mais forte pode estar sujeito à tentação? QUANTA FORÇA NÃO RECEBERAM DO EXEMPLO DA VONTADE QUE VENCE A INSPIRAÇÃO DO MAL? Se assim não fosse, talvez não pudessem alimentar a esperança de seguir as pegadas do Divino Modelo. Contemplando-o em tão grande altura, teriam permanecido, desanimados, ao nível do solo, ao passo que, vendo-o submetido à tentação e vitorioso pela fé, reconheceram que TODOS PODERIAM ESPERAR A MESMA VITÓRIA.



JESUS E SATANÁS – IV

P – Achamos perfeita a justificação da crença no jejum e na tentação de Jesus por Satanás. A evolução espiritual não dá saltos, como a própria Natureza nos ensina. Como o Espírito da Verdade explica o período de 40 dias e 40 noites e certos “mistérios” das tentações do “demônio”?

R – A tentação de Jesus, como agora entendeis, é uma figura que as exigências dos tempos, o estado das inteligências, as aspirações naturais (que dominavam os homens) e a preparação do futuro TORNARAM NECESSÁRIA. Jesus, cuja origem espiritual já conheceis, Espírito de pureza perfeita e imaculada, AQUEM TODOS OS ESPÍRITOS ESTÃO SUBORDINADOS, e que mostrou a sua onipotência sobre os “demônios”, jamais teve de sofrer na Terra a influência e o contato dos maus Espíritos ou obsessores. Nos seus ensinamentos, não há uma só palavra que permita afirmar-se, nem sequer pensar-se, o contrário. Quantos aos 40 dias e 40 noites que supuseram ter o Cristo passado no deserto, a ponto de sentir fome quando sabeis que ele jamais precisou comer, são o símbolo da vida humana: nesse curto espaço de tempo, todas as más paixões assaltam o homem, todas as necessidades se fazem sentir. A cada homem, ou mulher, no vosso mundo, cabe triunfar da prova. Escutai, irmãos bem amados, o que Jesus disse e ensinou, servindo-se das palavras que fomos por ele encarregados de vos revelar! Fazei o que vos indica essa figura emblemática de uma tentação material, que exprime o objetivo do ensinamento contido naquelas palavras! Triunfai das paixões e, mesmo, das necessidades humanas alimentadas pela ignorância espiritual. Em tudo, reportai-vos a Deus! Se só a Ele servirdes e adorardes, os Espíritos Bons descerão, para ajudar-vos a subir aos céus. O homem – quem quer que ele seja – está sujeito às tentativas que, para arrastá-lo ao mal, fazem os maus Espíritos, os quais, ignorantes, não sabem distinguir os que podem dos que não lhes podem resistir. Daí resulta que, das suas tentações, não estão isentos nem mesmo aqueles que reencarnam EM MISSÃO NA TERRA. Tanto as palavras do Mestre como a figura simbólica a mostrá-lo sofrendo a tentação de Satanás, apontam o caminho que deveis seguir. As tentações e influências mais perigosas para o homem (ou para a mulher) são o orgulho, a ambição, os apetites materiais que têm por móveis essas paixões animais. Aí estão os escolhos de encontro aos quais se vêm quebrar, desgraçadamente, as melhores intenções, SOBRETUDO DAQUELES A QUEM DEUS CONCEDE A GRAÇA DE ENCARNAR PARA AUXILIAREM O PROGRESSO DE SEUS IRMÃOS NA TERRA! Procurai repelir as tentativas dos obsessores, para merecerdes a graça que o Pai vos outorgou, enviando-vos o Divino Modelo! Sabei tornar-vos dignos do favor que Ele vos concede, abrindo-vos a Era da Unificação de TODAS AS REVELAÇÕES, enviando-vos a Sagrada Falange, com a missão de vos ampliar a cultura, o discernimento, a inteligência espiritual: o Espírito da Verdade, que vos ensina a paciência, a resignação, a afabilidade, a benevolência, a simplicidade de coração, a humildade real, a castidade segundo as LEIS DA NATUREZA, a fragilidade, a temperânça, a sobriedade, o desinteresse, a justiça, a tolerância, o devotamento, a caridade e o amor aos vossos irmãos, o amor ao trabalho e à ciência, o desejo de progredir física, moral, intelectual e espiritualmente, em direção reta ao Cristo e ao Pai Celestial! Portanto, orai e vigiai; vigiais e orai, com o pensamento em Deus, em todos os momentos da vossa vida! Vigiai, exercendo constante vigilância sobre os vossos pensamentos, palavras e atos! Orai, não com os lábios, mas com o coração, para atrairdes as boas influências, para que Deus vos conceda a proteção dos bons espíritos, que vos ajudarão a vencer todas as tramas do “demônio” que, na verdade, reside entro de cada criatura afastada do criador! Vencereis praticando todos os deveres indicados pela Sagrada Falange, a serviço do Senhor!



DEUS, JESUS, ESPÍRITO SANTO

P – Falando da opinião segundo a qual Jesus é uma fração de Deus, disse o Espírito da Verdade: “opinião que sofrivelmente se enquadra nas idéias panteístas”. Qual o sentido destas palavras?

R – Segundo a doutrina que, na linguagem humana, tem o nome de panteísmo, tudo sai de um só princípio e tudo volta a se reintegrar nesse mesmo princípio, para de novo daí sair e voltar, constituíndo essa perpétuas separações e reintegrações a rodagem da máquina universal. Em escala menor, Jesus e o Espírito Santo são frações de Deus, partes integrantes do Todo, formando com Ele, portanto, a Unidade. É uma variante do tema do panteísmo. No que ocorreu nas margens do Jordão, tendes um exemplo do cunho panteísta da opinião dos que consideram Jesus e o Espírito Santo como duas frações de Deus. Assim, vemos Deus dividido em três partes: uma – Jesus, num corpo idêntico aos vossos, sujeito às necessidades da existência humana e às contingências humanas da vida e da morte; outra – o Espírito Santo que, sob a forma de uma pomba, desceu sobre o Cristo; a terceira – Deus, de quem aquelas duas frações saíram e cuja voz se fez ouvir do céu, dizendo: “És meu filho bem-amado, em que ponho toda as minhas complacências”. As duas frações de Deus, depois de se terem separado do GRANDE TODO, voltam a reintegrar-se nele, reconstituíndo, assim, a sua Unidade. Se os homens não quiserem enquadrar nas idéias panteístas essa maneira de considerar Jesus e o Espírito Santo, terão de encaixá-las, forçosamente, nas concepções do paganismo, relativas à PLURALIDADE DOS DEUSES. Semelhante modo de ver, QUE É CHAMADO “MISTÉRIO”, E QUE A RAZÃO INSTINTIVAMENTE REPELE, nasceu das falsas interpretações humanas, resultantes da ignorância do homem sobre a origem espiritual de Jesus e do que se deve entender, em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento, por Espírito Santo. Graças à nova Revelação, entretanto, todos vós já sabeis: Deus é o só e único princípio universal, NÃO DIVISÍVEL, que sempre cria desde todas a Eternidade, mas NUNCA PELA DIVISIBILIDADE DA SUA ESSÊNCIA, PORQUE DEUS É UNO; Jesus é um Espírito criado por Deus, e teve a mesma origem de todos os Espíritos, O MESMO PONTO INICIAL DE EXISTÊNCIA, e se tornou Espírito Puro, de pureza perfeita e imaculada SEM TER FALIDO JAMAIS, Espírito cuja Perfeição se perde na “noite das eternidades”, PROTETOR E GOVERNADOR DA TERRA, cuja formação presidiu, encarregado por Deus de o levar ao estado fluídico e conduzir a sua Humanidade à integração com o Pai; Espírito Santo é uma designação alegórica, sob a qual se compreendem, indistintamente, de modo individual ou coletivo, OS ESPÍRITOS PUROS, OS ESPÍRITOS SUPERIORES E OS BONS ESPÍRITOS, como sendo, em ordem hierárquica, os ministros ou agentes da onipotente vontade de Deus, os órgãos de suas inspirações junto aos homens. E assim se dilui, diante da FÉ RACIOCINANTE, o dogma das três pessoas ou santíssima trindade.



PASSADO, PRESENTE E FUTURO

P – Afirmou o Espírito da Verdade: “O homem dispõe do livre arbítrio e Deus sabe que uso fará ele desse dom, porque tudo o que, para vós, contitui passado, o presente e o futuro, está sempre – e por toda a Eternidade – patente aos olhos do Senhor”. Como devem ser entendidas e explicadas estas palavras?

R – Admitis a presciência divina, ou apoucais a Inteligência Infinita nivelando-a com as vossas? A presciência divina é uma faculdade QUE NÃO TENDES POSSIBILIDADE ALGUMA DE ANALISAR. O livre arbítrio seria mera ficção, se estivesse subordinado a uma ação direta. Quanto se monta qualquer máquina, prevêem-se os resultados do seu funcionamento; o que ela faz é o que tinha de fazer. Se, porém, um operário desastrado se intromete nas engrenagens, ou se um curioso se aproxima demasiadamente, para ver de muito perto ou tocar numa das rodas, fatalmente é colhido, mutilado ou esmagado. O maquinista não o impeliu, direta ou indiretamente, mas sabia que quem fizesse o que fez o operário ou o curioso sofreria aquela conseqüência, tanto que, ao ver aproximar-se o imprudente, lhe disse: – “Toma cuidado, olha o perigo!” Neste caso, que nos serve de imperfeita comparação, onde a fatalidade relativa à ordem a que está sujeito o movimento da máquina e às pessoas que se movem em torno dela? Cheios de ignorância e de orgulho, pretendem os homens que Deus se intrometa em todos os atos que praticam, em todos os fatos que lhe dizem respeito. Cada um – pobre vermezinho! – quer que a Inteligência Suprema o conduza pela mão, REBAIXANDO-SE AO SEU NÍVEL. Considerai com mais elevação a grandeza do vosso Criador! Reinando sobre “todos os universos”, iluminando todas as trevas, a influência que o Senhor exerce é uma INFLUÊNCIA SUPERIOR, DIRIGENTE E GOVERNATIVA. Ele deixa que useis do vosso livre arbítrio com plena liberdade, em meio às diversas influências físicas e espirituais que vos rodeiam, e sob o império das Leis Gerais, Naturais e Imutáveis que a sua onisciência estabeleceu, desde toda a Eternidade. Essa INFLUÊNCIA SUPERIOR que dirige e governa, Ele a exerce pela sua ação universal, instrumento da sua Providência, e que também se efetua no âmbito e sob o império das suas Leis, sempre de acordo com a sua Vontade Onipotente e Imutável. É exatamente essa INFLUÊNCIA SUPERIOR que vos atrai continuamente para a vida do progresso, sem perturbar o exercício pleno e independente do vosso livre arbítrio, quer este vos induza à obediência, quer vos arraste à rebeldia. Ora, o conjunto se desdobra, desde e por toda a Eternidade, aos olhos de Deus. Passado, presente e futuro são palavras que as vossas limitações inventaram e que, para ele, carecem de significado: Deus é O QUE É, de toda e para toda a Eternidade. Não entendeis que, deixando ao homem inteira liberdade de usar das faculdades de querer, pensar e agir, seu olhar penetrante veja, ao mesmo tempo, o que fará o homem dessa liberdade? O maquinista, que vê o desastrado ou o curioso aproximar-se demasiadamente da máquina, percebe de antemão os efeitos dessa imprudência; mas de inteligência muito limitada, não pode saber de antemão qual o uso que o homem fará do seu livre arbítrio, se consumará ou não o ato, porque não lhe pode LER O PENSAMENTO, nem perscrutar a AÇÃO DA VONTADE. Para ele haverá sempre solução de continuidade – um passado, um presente e um futuro na sucessão dos atos – por mais imperceptível seja o intervalo que, a seus olhos, os separem, no uso do livre arbítrio. Deus, porém, para quem passado, presente e futuro nada significam; que, sem solução de continuidade, lê o pensamento do homem e vê a ação da sua vontade, DEUS TEM SEMPRE A VISTA A SÉRIE E AS CONSEQÜÊNCIAS DE TODAS AS COISAS, E SABE QUAL O USO QUE O HOMEM FARÁ DO LIVRE ARBÍTRIO. A razão é muito simples: para Deus tudo é continuamente, eternamente INSTANTÂNEO. Não há comparação possível entre o astro luminoso, que brilha com o máximo fulgor, e a pálida centelha que se reflete no arroio em que se extingue; entre o SER INFINITO, que irradia sobre todos O QUE É, e as vossas inteligências fragílimas. Por isso dissemos, e agora repetimos, que A PRESCIÊNCIA DIVINA É UMA FACULDADE QUE NÃO TENDES POSSIBILIDADE ALGUMA DE ANALISAR.



JESUS E OS HOMENS – I

P – O Espírito da Verdade poderia explicar quais eram os meios de vida e de nutrição do corpo que Jesus tomou, para o desempenho da sua missão terrena?

R – Já vos dissemos: Jesus tomou um corpo de natureza perispirítica, análogo aos corpos dos habitantes dos mundos superiores, porém mais materializado do que estes, por também terem entrado na sua composição fluidos ambientes do vosso planeta. Tal corpo teria, portanto, as mesmas propriedades que os corpos dos Espíritos Superiores, os mesmos meios de vida e nutrição. As necessidades da vida e da nutrição materiais, a que estão sujeitos os corpos humanos, desaparecem quando o Espírito – purificado, tendo atingido certo grau de elevação moral e intelectual – passa (livre de qualquer contato com a matéria) a encarnar, ou melhor – a incorporar fluidicamente nos mundos superiores. Desde então, as necessidade de vida e de nutrição se tornam conformes ao meio em que o Espírito se encontra, revestindo um corpo de natureza perispiritual. Este corpo, bem como o perispírito de cuja natureza ele participa, haure os elementos de vida e de nutrição NOS FLUÍDOS AMBIENTES QUE LHE SÃO PRÓPRIOS E NECESSÁRIOS, ASSIMILANDO-OS. Tais fluídos bastam ao sustento dos princípios constitutivos do mesmo corpo. A assimilação dos fluídos ambientes, para o efeito da nutrição e da conservação da vida, se efetua de acordo com as leis a que eles estão submetidos, LEIS QUE O HOMEM AINDA NÃO PODE CONHECER NEM COMPREENDER. Somente quando soa a hora, dentro da Lei da Evolução, lhe serão explicados a natureza desses fluídos, as leis a que estão submetidos, o emprego a que se destinam, e as funções que desempenham. É cedo para entrarmos nessas particularidades. Limitamo-nos, por ora, a lhe fazer notar que, nos mundos materiais, a cujo o número pertence a Terra, onde a união da matéria com a matéria é necessária para a formação da matéria, o homem, revestido de um invólucro material, formado segundo as leis da procriação e reprodução materiais, está sujeito a uma alimentação material, tirada dos reinos vegetal e animal. Além desse invólucro que, depois da “morte”, É RESTITUÍDO À MATÉRIA em forma de cadáver e a que chamais corpo humano, o homem tem outro invólucro, de natureza fluídica, a que destes o nome de perispírito e que, após a “morte”, fica sendo o CORPO FLUÍDICO DO ESPÍRITO e lhe constitui a individualidade humana. Para manter a vida e efetuar a nutrição desses dois invólucros, dispõe o homem de órgãos e aparelhos elaboradores dos elementos e dos meios necessários àquele fim: uns se destinam a operar a nutrição material do corpo humano, tirando-a dos elementos líquidos e sólidos, com o concurso dos elementos que lhe são próprios e necessários; outros servem para absorver os fluidos ambientes, apropriados à vida e à nutrição do perispírito ou envoltório fluídico. A ALIMENTAÇÃO MATERIAL não é, pois, necessária, nem possível, senão ao homem revestido de um corpo material, nos mundos materiais. Quando o Espírito encarna, ou, melhor, INCORPORA FLUIDICAMENTE EM MUNDOS SUPERIORES, onde o corpo é de natureza perispirítica, a vida e a nutrição se mantêm pela absorção dos fluídos ambientes apropriados. A planta não precisa beber nem comer, para se alimentar: alimenta-se absorvendo, da terra e do ar, os sucos e os fluídos que lhe são próprios e necessários. O ESPÍRITO, QUER NA ERRATICIDADE, QUER REVESTINDO UM CORPO DE NATUREZA PERISPIRÍTICA, NÃO TEM NECESSIDADE (NEM POSSIBILIDADE, COMO VÓS) DE COMER E DE BEBER. Também ele absorve, como meio de nutrição, para entreter o funcionamento da vida, os fluídos ambientes necessários à sustentação dos princípios constitutivos do perispírito, QUANDO SE TRATA DE UM ESPÍRITO ERRANTE; e, quando se trata de UM ESPÍRITO INCORPORADO FLUIDICAMENTE, os fluídos necessários à sustentação dos princípios constitutivos do perispírito e do corpo fluídico, de natureza semelhante à desse perispírito que o assimilou, COMPOSTO UNICAMENTE DE FLUÍDOS E LIBERTO DO APODRECIMENTO, O QUE NÃO SE DÁ COM OS VOSSOS CORPOS MATERIAIS!



JESUS E OS HOMENS – II

P – Compreendemos agora a maravilha que é a Lei da Evolução, neste confronto de Jesus com os homens. Pode o Espírito da Verdade antecipar o que seremos no futuro?

R – Chegou o momento desta explicação. Por sua natureza, o corpo que Jesus revestiu não foi mais que um espécime, prematuro entre vós, do organismo humano TAL QUAL VIRÁ A SER EM ALGUNS PONTOS DO VOSSO PLANETA, para a encarnação de Espíritos que terão atingido certo grau de elevação. Que a verdadeira Ciência, isto é, AQUELA QUE NÃO TEM O PRECONCEITO DA IMOBILIDADE, observe o passado e o que hoje é futuro, à medida que o tempo for correndo, e descobrirá os precursores materiais dessas organizações que, por enquanto, ainda parecem impossíveis. O homem (referindo-nos aqui à espécie e não ao sexo, pois do contrário designaríamos de preferência a mulher, como sendo de organização mais adiantada) – o homem, do ponto de vista fisiológico, se irá modificando, a matéria tornando-se mais fraca, o sistema nervoso mais desenvolvido, a inteligência mais precoce, E ULTRAPASSANDO MUITAS VEZES A FORÇA FÍSICA; o Espírito, enfim, irá dominando a matéria e a carne diminuindo, à medida que o sistema nervoso se for desenvolvendo e a força vital-animal substituída pela força espírito-nervosa. Tais os indícios que vos prevenirão da MUDANÇA que se há de operar em vós. Todo o sistema se irá depurando, pouco a pouco: no sangue espesso, que circula em vossas veias, o fluído vital substituirá, cada vez mais, as moléculas corruptoras; o sistema nervoso se desenvolverá à custa da cobertura de carne, até ao momento em que esta última, reduzida ao estado de simples película, acabará por desaparecer inteiramente, cedendo lugar a um envoltório fluídico tangível, dissolúvel sem abalo e sem sofrimento. Os próprios nervos nesse ponto do desenvolvimento, se assemelharão aos finíssimos filamentos em cuja trama balouçam no ar os microscópicos insetos que os tecem no outono, filamentos a que dais o nome poético de FIOS DA VIRGEM. Mudarão de natureza, pouco a pouco, invadidos também, gradativamente, pelo fluído vital nervoso. Ganharão em flexibilidade e brandura o que forem perdendo em volume. Na mesma proporção aumentará sua sensitividade e, harmonizando-se esta com o invólucro que os cobre, o conjunto acabará por ser o que, para nos fazermos entender, chamamos UM PERISPÍRITO TANGÍVEL, um corpo igual ao dos habitantes de planetas mais elevados que a Terra. Agora, é fácil fazer-vos compreender a vida e a nutrição desse corpo. Não conheceis, no reino animal, insetos constituídos de tal forma que seus órgãos se contentam, para alimentar o corpo, com o ar puro que os banha, com as matérias (inapreciáveis para vós) contidas no orvalho que cai, gota a gota, sobre as folhas que os envolvem, gotas que eles, entretanto, não bebem, limitando-se a lhes aspirar as emanações? TAL O ORGANISMO DO ESPÍRITO QUE CHEGOU AO PONTO DE REVESTIR INVÓLUCRO INDÊNTICO AO QUE JESUS TOMOU, porque esse corpo, de natureza perispirítica, era, com relação ao Mestre, O MAIS GROSSEIRO QUE A SUA GRANDEZA ESPIRITUAL PODERIA REVESTIR. Nas encarnações ou incorporações desse gênero, a absorção se efetua tanto pelos poros como pela respiração. O ser todo se nutre das substâncias sutis que o envolvem, que o penetram e lhe asseguram a manutenção. Passo a passo, chegareis lá. Estudai, primeiro, indivíduos fenomenais, do vosso ponto de vista, uns que se alimentarão somente de água ou qualquer líquido insípido; outros que – contra todas as regras – NÃO TERÃO NECESSIDADE DE ALIMENTO ALGUM. Tais fenômenos, incompletos a princípio, apresentarão o aspécto de uma enfermidade: a ciência humana os estudará, experimentará E NÃO DESCUBRIRÁ A CHAVE DO ENIGMA. Depois, os casos se multiplicarão, e a ciência acabará por admitir que CERTAS COMBINAÇÕES DA NATUREZA PODEM VIVER FORA DAS LEIS ORGÂNICAS POR TODOS CONHECIDAS. Depois, ainda, será forçada a reconhecer que as exceções crescem ao ponto de formarem a regra! Disseminai o conhecimento do Magnetismo Total; preparai as coisas de maneira a que, nas gerações futuras, se opere a EMANCIPAÇÃO ESPIRITUAL; depurai a matéria; purificai o sangue, carregando-o de fluídos, e ajudareis a libertação do Espírito, na sua luta e na sua vitória contra a matéria!



JESUS E OS HOMENS – III

P – Só mesmo o conhecimento da Verdade pode libertar o homem de todas as suas limitações e sofrimentos! É o que todos estamos vendo no confronto “Jesus e os homens”, com ensinamentos tão úteis! Por isso perguntamos ao Espírito da Verdade: chegaremos a dominar completamente a matéria?

R – Já vos dissemos: passo a passo, chegareis lá. Semelhante estado, que para vós constitui um fenômeno, não poderá durar na humanidade, como ordinariamente ela é. Alguns casos apenas, tidos ainda por mórbidos, oferecem exemplos desse estado. São os primeiros ensaios que a Natureza sempre faz, antes das CRISES DE TRANSFORMAÇÃO GERAL. Os que aqui se apresentaram são, realmente, casos mórbidos, ou considerados tais, porque, dada a vossa posição atmosférica e com os órgãos de que dispondes, aos indivíduos que – fora das regras admitidas e necessárias às funções do corpo – tentam esse modo de existência, faltam os elementos para consegui-lo: não basta, ainda, a alimentação por meio do ar ambiente à grosseria de seus organismos, que se esgotarão ao cabo de certo tempo, por efeito dos esforços que serão obrigados a fazer, a fim de absorverem e assimilarem os fluidos. Só de longe em longe têm aparecido desses casos; pouco a pouco, porém, eles se multiplicarão, até ao momento em que a maioria dos Espíritos que povoam o vosso planeta SEJA COMPOSTA DOS QUE SE ACHEM LIBERTOS DAS NECESSIDADES MATERIAIS, por já se haverem elevado bastante. Então, os encarnados materialmente se verão classificados entre os inferiores, até que também se libertem daquelas necessidades. Mas esse progresso, como toda transformação, só muito lentamente poderá operar-se. Sujeito igualmente à Lei do Progresso, o vosso planeta evoluirá no mesmo sentido. Outros serão os princípios alimentares que a Terra oferecerá: os elementos materiais de nutrição se tornam cada vez mais raros! O abuso que o homem faz de tudo o que está ao seu alcance CAUSARÁ A DESTRUIÇÃO DOS ANIMAIS, DAS PLANTAS ALIMENTICIAS, DAS ÁRVORES E, MESMO, DAS FLORES! Privado gradualmente dos recursos que a terra oferece, ele buscará na ciência UM REMÉDIO PARA ESSA PRIVAÇÃO. Criará uma alimentação factícia, produto de combinações químicas; extrairá, dos fluídos que o envolvem, as partes materiais que o seu organismo possa assimilar, da mesma forma que da matéria extraiu o calor, do ar a força, do carvão a luz. ESTUDARÁ A MANEIRA DE VIVER SEM ALIMENTO MATERIAL! As gerações, que se forem sucedendo, trarão progressivamente organismos mais aperfeiçoados, cada vez menos materiais, cada vez mais fluídicos, até chegardes à era que vos anunciamos. Não esqueçais que a temperança, o equilíbrio sexual e a pureza dos pais INFLUEM NOS ORGANISMOS DOS FILHOS, não só atraindo Espíritos mais elevados para encarnarem na família, como também lhes fornecendo um instrumento corporal mais perfeito e manejável para grandes missões. Não há capricho nem acaso na obra do progresso e transformação. Os Espíritos que encarnam em condições de serem considerados, do vosso ponto de vista, INDIVÍDUOS FENOMENAIS, serão Espíritos mais ou menos elevados, objeto de ponto de partida, para as investigações da Ciência digna deste nome, despertando a atenção para certas questões e fornecer os materiais necessários ás construções futuras. E ainda vos diremos, para terminar este capítulo: fácil vos será perceber a transformação que se há de verificar na matéria exterior. Tempo virá em que, tornando-se cada vez mais rara a alimentação material ( e já começou A SER DIFÍCIL), o homem se verá arrastado à mudanças de substâncias nutrientes, a chamar em seu auxílio as ciências, para que sustentem seus órgãos SEM PRECISAR RECORRER ÀQUELAS SUBSTÂNCIAS. Essas preparações, conquanto dêem resultado como alimentação factícia, acarretarão, desde logo um desvio de comportamento animal, enfermidades e empobrecimento do organismo humano. Depois, no curso das gerações que se forem superando, os órgãos que nos pais apresentavam lesões SE REPRODUZIRÃO MODIFICADOS NOS FILHOS, apropriados ao novo regime da Terra. Em seguida, esses órgãos, que se irão tornando cada vez mais sensíveis, também mais facilmente poderão assimilar os elementos nutritivos que a vossa atmosfera contém. Finalmente, os cataclismos que inevitavelmente abalarão todo o vosso planeta – E DOS QUAIS LHE RESULTARÁ A RECONSTITUIÇÃO FÍSICA – auxiliarão o desenvolvimento das novas faculdades gástricas da humanidade terrestre.



JESUS E OS HOMENS – IV

P – Formulamos duas perguntas ao Espírito da Verdade: 1ª) – Estando Jesus isento da necessidade de qualquer alimentação humana, isento de todas as necessidades inerentes à humanidade terrestre, como se passavam as coisas quando ele, à vista dos homens, tomava alimentos durante a sua missão, quer antes do seu aparecimento conhecido pelo nome de “ressurreição”, quer depois? 2ª) – Como se davam o desaparecimento de Jesus, quando o supunham no deserto ou no cimo da montanha, e o seu reaparecimento entre os homens?

R – Os Espíritos Superiores que o cercavam (em número, para vós, incalculável), todos submissos à sua vontade, seus auxiliares dedicados, faziam desaparecer os alimentos que lhe eram apresentados e que não tinham, para Jesus, qualquer utilidade. Aqueles Espíritos os subtraíam da vista dos homens, de modo a lhes causar completa ilusão, à medida que parecia serem ingeridos pelo Mestre, cobrindo-os, para esse fim, de fluidos que os tornavam invisíveis. Feito isso, os levavam e dispersavam de forma que pudessem servir (e serviram) para a satisfação das necessidades de outras criaturas. Jesus (notai-o bem, seguindo-lhe os passos no desempenho da sua missão terrena) só muito raramente – durante todo o tempo daquela missão, assim antes como depois do seu reaparecimento, chamado “ressurreição” – tomou parte, aos olhos dos homens, nas refeições humanas. Fazia-o unicamente quando “era preciso”, seja para os convencer da sua condição de homem, seja a título de ensinamento vivo, com o exemplo permanente da Caridade, do Amor e do Perdão. Aqueles que o acompanhavam sempre, não se surpreendiam com a sua maneira de viver. Viam-no orar e, sendo a do jejum uma lei rigorosa entre os judeus, criam que Jesus a observava à risca, para se mortificar, dando testemunho da sua Perfeição. Quanto ao desaparecimento e reaparição do Cristo, a explicação não menos simples. Ao Espírito é dado libertar-se temporariamente do invólucro material de que se ache revestido, conservando-se ligado e preso a ele POR UM CORDÃO FLUÍDICO, INVISÍVEL AOS HOMENS. Pode assim o Espírito, algumas vezes, libertar-se do corpo pelo desprendimento durante o sono e, em casos muito raros, quando o indivíduo, sem estar dormindo, se encontre num “estado de êxtase” mais ou menos pronunciado. Pode mesmo, pela bicorporeidade, pela bilocação e com o auxílio do perispírito, tornar-se visível e tangível – sob todas as aparências do corpo humano – de modo a produzir ilusão completa. PODE AINDA, EM CASOS EXCEPCIONALÍSSIMOS, E TENDES DISSO EXEMPLOS COMPROVADOS E AUTÊNTICOS, TORNAR-SE VISÍVEL E TANGÍVEL, COM TODAS AS FACULDADES APARENTES DA VIDA E DA PALAVRA HUMANA (Afonso de Liguori e Antônio de Pádua são exemplos dessa natureza). O Espírito materialmente encarnado não tem meios de desmaterializar o corpo de que está revestido: esse poder só o tem a decomposição resultante da morte. Mas, ao contrário, os Espíritos Superiores, quando em estado de encarnação ou incorporação fluídica, podem – à vontade – materializar o corpo fluídico por sua natureza, de que se achem revestidos, a fim de torná-lo visível e mesmo tangível aos vossos olhos, assim como o podem desmaterializar, a fim de que desapareça de vossas vistas, FAZENDO-O VOLTAR AO SEU ESTADO NORMAL, EM QUE NÃO O VEDES. Podem, igualmente, modificá-lo, assimilando-o às regiões que devam percorrer. Mas, desde que estejam sofrendo encarnação ou incorporação, aqueles Espíritos não podem desligar do corpo que tomaram senão pela morte que, só ela, os faz voltar a erraticidade com o perispírito que traziam, apresentando este o grau de purificação que lhe haja resultado da última encarnação ou incorporação. No que diz respeito ao corpo dos Espíritos Superiores, a morte não passa de uma desagregação da matéria que envolve o Espírito. Dizemos “matéria” porque os fluidos que o perispírito assimilou para operar a encarnação ou incorporação, de fato, para o Espírito, são matéria. Considerada a sutileza dos sentidos de tais Espíritos, essa desagregação se aproxima bastante da decomposição: para eles, as matérias que compõem o corpo, ainda que não mais sujeitas ao aperfeiçoamento se dissolvem visivelmente. Cada um dos princípios do corpo constitutivos do corpo fluídico se separa, completamente, e volta ao meio de onde saiu, e que de novo o atrai. Apropriando as Leis Naturais e Imutáveis (que regem a formação dos corpos fluídicos dos mundos superiores) aos fluidos ambientes que servem para a formação dos seres terrestres, conforme ao que já vos explicamos, é que Jesus formou o corpo com que se apresentava aos homens, CORPO APARENTEMENTE HUMANO, ao qual (para sermos entendidos) demos o nome de perispírito tangível, apto a LONGA TANGIBILIDADE, graças aos mesmos fluidos ambientes. Espírito Puro, não sujeito a encarnação ou incorporação alguma, em nenhum planeta, Jesus formava voluntariamente aquele perispírito tangível, DO QUAL TINHA O PODER DE SE LIBERTAR. As matérias que o compunham, de si mesmas sutilíssimas para olhos humanos, podiam desaparecer, subdividindo-se, e reagregar-se, à vontade do Mestre, para reaparecer. O conhecimento de que Jesus dispunha (e que só os Espíritos Puros possuem completo) da natureza dos fluidos empregados para a formação do perispírito tangível, das propriedades de tais fluidos para produzirem esse resultado sob a ação das lei de atração magnética – esse conhecimento perfeito aliado à sua potência espiritual é que lhe facultavam fazer da vista dos homens desaparecesse o mesmo perispírito, dissociando-lhe os princípios constitutivos, MAS SEMPRE MANDENDO-OS SOB O PODER DA SUA VONTADE, prontos a se reunirem de novo.



JESUS E OS HOMENS – V

P – O confronto de Jesus com os homens, tão bem equacionado pelo Espírito da Verdade, mostra a insignificância dos que dizem não crer em Deus e no SEU ÚNICO REPRESENTANTE na Terra, em todos os tempos da Humanidade. Agora, formulamos nova pergunta ao CEU da LBV: – Que é que ocorria, cientificamente, quando Jesus desaparecia da vista dos homens?

R – Não esqueçais: o perispírito que serviu de corpo visível e tangível ao Cristo, durante a sua permanência entre vós, não era mais que uma veste, que para ele usava para éster entre os homens, e que abandonava quando desaparecia de suas vistas, para voltar às regiões superiores. JESUS SE AFASTAVA TODAS AS VEZES QUE A SUA PRESENÇA ENTRE OS HOMENS DEIXAVA DE SER NECESSÁRIA. Quando desaparecia, as partes constitutivas do perispírito tangível apenas se eclipsavam, para surgirem de novo, quando o mestre o quisesse. Dissemos que apenas se eclipsavam porque elas se separavam, mas sem deixarem de permanecer tais quais eram, isto é, sem deixarem de existir, pronta e se reunirem novamente, pela ação da vontade de Jesus. Não havia solução de continuidade na vida orgânica daquele corpo, durante a ausência de quem o mantinha. Assim como a formação desse perispírito tangível, análogo aos corpos dos Espíritos Superiores, MAS QUASE MATERIAL, se deu pela aplicação das Leis Naturais e Imutáveis e pela apropriação dessas Leis ao vosso planeta, mediante a utilização dos fluidos ambientes que servem PARA A FORMAÇÃO DOS SERES TERRESTRES, também às Leis Naturais e Imutáveis obedeciam a sua vida orgânica, seus desaparecimentos e a maneira por que Jesus se libertava dele, deixando-o e retomando-o, até abandona-lo definitivamente quando se verificou a “ascensão”. Ainda não vos é possível ter a perfeita compreensão destas leis, nem nos é possível explica-las aos homens enquanto ignorarem a NATUREZA DOS FLUIDOS, suas combinações, suas propriedades, sob o império da grande Lei Universal de Atração Magnética, sob o influxo dessa atração e, ao mesmo tempo, sob a ação e o poder espirituais dos Espíritos Puros. Quando, pois, desaparecia das vistas humanas, Jesus abandonava o seu perispírito tangível, o seu corpo humano aparente, que sumia na massa dos fluidos, permanecendo, porém, no meio que lhes era próprio os princípios que o constituíam. Entendei: o liame que os prendia a Jesus, sob a ação da sua vontade, era efeito de atração magnética, efeito que ainda vos é impossível compreender perfeitamente. Os poderes dos Espíritos Puros e, mesmo, dos Espíritos Superiores, a potencialidade espiritual do Cristo de Deus – estão MUITO ACIMA DAS INTELIGÊNCIAS HUMANAS. Só à força de estudar e praticar o magnetismo humano é que chegareis a compreender o magnetismo espiritual e as propriedades da sua constante ação sobre toda a Natureza. Uma vez constituído por Jesus o seu corpo aparente, os elementos que o compunham se conservavam em estado de permanente e recíproca atração, do qual lhes resultava a reunião imediata quando, objetivando esse efeito, sob eles atuava a vontade do Mestre. A desagregação do seu perispírito temporário (temporário porque só lhe serviu durante sua missão terrena) não era obstáculo a que houvesse um traço de união entre suas partes integrantes. Gostaríamos de vos fazer compreender essa extraordinária ação, mas nos faltam os termos na vossa linguagem. Além disso, obsta a qualquer explicação direta a ignorância em que vos encontrais da NATUREZA E PROPRIEDADES DOS FLUIDOS, de suas ações e funções na formação e na vida do corpo fluídico dos Espíritos Superiores, na formação especialíssima do corpo de Jesus, das Leis Naturais e Imutáveis que regem a formação e a vida desses corpos. Todavia, considerai uma nuvem tocada pelo vento: ela se dispersa, se eleva à regiões superiores e desaparece de vossas vistas. Como, porém, há uma tendência para a unificação, logo que sopre favorável aragem, de novo se reúnem as partes que o vento separou e a nuvem compacta reaparece. Tal era (mas apenas aproximadamente, pois são falhas todas as comparações) o efeito que o afastamento espiritual de Jesus produzia sobre o corpo perispirítico que o tornava visível aos homens. Quando o Mestre se avizinhava dele, todas as partes componentes daquele corpo se aproximavam e se reuniam novamente e, conservadas unidas pela sua presença, formavam o todo representativo de um corpo semelhante ao vosso, isto é, TENDO A APARÊNCIA DO VOSSO, MAS DE NATUREZA DIVERSA. Pela análise e pela síntese, a química vos oferece numerosos exemplos de decomposição e composição de corpos que, enquanto reunidos os componentes, formavam um todo único, de aspecto diverso dos que cada um deles apresenta, quando dissociados. Considerai o que já consegue a vontade do homem no campo do magnetismo, de conformidade com a ciência humana, pouco desenvolvida, e com as experiências que realiza, tão limitadas; considerai os efeitos magnéticos que ele obtém pela ação permanente da sua vontade, mediante a influência atrativa dos fluidos e, em seguida, meditai sobre O QUE PODERIA SER O PODER DA VONTADE DE JESUS, para que, sob o império dessa vontade se manifestassem os princípios constitutivos do seu perispírito tangível, tendo o Cristo, como sabeis, O CONHECIMENTO PERFEITO DE TODOS OS FLUIDOS; de suas naturezas, propriedades e combinações; dos efeitos dessas combinações; dos modos pelo quais os mesmos fluidos se comportam, na formação e no entretenimento de um corpo perispirítico análogo aos dos corpos dos habitantes dos mundos superiores; da maneira de tornar esse corpo APARENTEMENTE HUMANO, pela adjunção dos fluidos ambientes que, na Terra, servem para a formação dos seres terrestres; das leis de atração que regulam essas formações, sob a ação do magnetismo espiritual e da poderosa vontade do Espírito Puro. Ó bem-amados irmãos, quando chegar O MOMENTO DE RESPONDER ÀS CRÍTICAS (a incredulidade, filha do orgulho e da ignorância, é o que menos falta a tantos homens) – poderemos desenvolver o pensamento que domina tudo o que acabamos de dizer. A cada dia basta o seu labor. Mas repetimos, para concluir: o perispírito que servia de corpo visível e tangível a Jesus, quando o Mestre permaneceu entre vós, não era mais que uma vestimenta, que ele tomava para estar entre os homens, e que despia, logo que se afastava de suas vistas. Somente depois de finda a sua missão terrena, na época da sua chamada “ascensão”, os princípios constitutivos desse perispírito (suas partes componentes) se separaram definitivamente e voltaram aos meios que as atraíam. Às esferas superiores volveram os fluidos tirados de lá, enquanto a vossa atmosfera reabsorvia os que dela haviam saído. Poderá existir fato mais simples? Claro que não, para os que têm olhos de ver.



JESUS E OS HOMENS – VI

P – Disse o Espírito da Verdade: “Como admitir que Jesus, na qualidade de homem (o que significa dizer sujeito às necessidades da existência humana), tenha podido viver quarenta dias e quarenta noites num deserto, sem tomar alimento algum?” Ora, os materialistas não poderão opor o exemplo de Moisés que, revestido de um corpo material humano, permaneceu no alto da montanha, quarenta dias e quarenta noites, sem comer e sem beber, e daí concluir que Jesus (também revestido de um corpo material humano, aos olhos deles) poderia ter feito o mesmo?

R – Mantemos nossas palavras, que acabais de citar. Moisés (diz o “Êxodo”, capítulo XXXIV, versículo 28) passou quarenta dias e quarenta noites na montanha, e “não comeu pão nem bebeu água”, durante todo esse tempo. Efetivamente, Moisés não tomou alimento algum preparado, MAS SE ALIMENTOU DE VEGETAIS SILVESTRES E ALGUNS INSETOS de que os hebreus se nutriam, quando era preciso. Não esqueçais, tampouco, a sobriedade natural dos orientais, que de parcos alimentos necessitam, como todos os habitantes dos climas quentes. Moisés não foi destino no desempenho da sua missão, antes de entrar na Terra Prometida? Qualquer dos missionários espirituais (Moisés, Elias, João e tantos outros) teve missão semelhante a do Cristo, o Ungido do Senhor? Com relação a Jesus, terão dito o mesmo que a respeito de Moisés? Não. O que está nos evangelhos (Mateus, capítulo IV, v. 2; Lucas, capítulo IV, v. 2) é que JESUS NADA COMEU; que jejuou durante quarenta dias e quarenta noites; que, portanto, passou todo esse tempo sem tomar alimento de espécie alguma, PREPARADO OU NÃO PREPARADO; que o passou em absoluta abstinência, tal como era o jejum entre os judeus. Confrontados os textos, não há paridade entre um e outro caso, pelo que repetimos o que antes dissemos: “Como admitir que JESUS, sendo homem, sujeito as enfermidades e necessidades da existência humana, tenha podido viver quarenta dias e quarenta noites num deserto, sem tomar nenhum alimento, JEJUANDO SEM ALIMENTAÇÃO ALGUMA, NÃO SEMELHANTEMENTE A MOISÉS, QUE SE ALIMENTAVA DE INSETOS E VEGETAIS SILVESTRES?” É tempo de explicarmos por que foi indispensável essa “encarnação especial” de Jesus, tal como vos revelamos. Se admitis que Jesus era um Espírito mais puro, mais perfeito que qualquer outro adstrito ao vosso planeta; se admitis que, escolhido como O GUIA DA TERRA antes de ser ela tirada do caos, isto é, da massa dos fluidos que lhe continham os germes, PRECISO ERA QUE TIVESSE SUPREMACIA SOBRE TUDO E TODOS. Como podereis achar razoável que um Espírito dessa magnitude suportasse o contato de matéria tão grosseira, qual a do corpo humano, tal como o compreendeis? Eis aí onde estaria o “milagre”, pois HAVERIA UMA SUBVERSÃO DA ORDEM ESTABELECIDA, POR DEUS, DESDE TODA A ETERNIDADE! Quando tendes de guardar líquidos espirituosos ou éteres, sois obrigados a procurar recipientes adequados a conte-los, sob pena de os vasos se quebrarem ou se evaporarem os éteres, voltando a massa dos fluidos de onde os extraístes. Por que, então, não podeis admitir que UM ESPÍRITO ETÉREO, COMO O DO CRISTO, TENHA SIDO LEVADO A FABRICAR UM “VASO” APROPRIADO A ENCERRÁ-LO? Haveis de convir que há grande presunção da parte dos homens, especialmente dos que teimam em considerar Jesus uma das três parcelas de Deus (embora tenham Deus por indivisível), quando pretendem que o Mestre revestiu um corpo igual aos vossos. De fato, isso equivale a dizer que DEUS, O ESPÍRITO DOS ESPÍRITOS, A ESSÊNCIA DE INAPRECIÁVEL SUTILEZA, se haja encerrado num vaso de argila, tão grosseiro como são os vossos corpos. Meditai e respondei, em plena consciência: podeis admitir semelhante despautério? Dissemos que aí, sim, é que haveria “milagre”. Realmente, só por “milagre” seria possível que UM ESPÍRITO TÃO SUTIL, TÃO ETÉREO, COMO O DO CRISTO, suportasse o contato de matéria tão grosseira como a do corpo humano, visto que TAL FATO ESTARIA FORA DAS LEIS NATURAIS E IMUTÁVEIS, importando, pois, numa subversão da ordem estabelecida, por Deus, desde toda a Eternidade!



JESUS E OS HOMENS – VII

P – Graças às lições do Espírito da Verdade, vemos que estão fora da Lei Divina todas as religiões fundadas pelos homens, por mais respeitáveis que sejam. Como devem os fiéis dessas crenças entender a aparição de Jesus no seio da humanidade terrestre?

R – O Espírito imaterial, isto é, o ESPÍRITO PURIFICADO não pode retomar um invólucro material e consistente que não esteja em relação com a sua sutileza. Pode apropriar para seu uso um invólucro muito inferior à sua natureza espiritual, MAS NÃO PODE, TENDO CHEGADO AO MÁXIMO GRAU DE PURIFICAÇÃO, RETOMAR A MATÉRIA PRIMITIVA, PORQUE A LEI DIVINA NÃO PERMITE. Por ser essencialmente etéreo, o laço fluídico, que haveria de prender o Espírito à matéria, não poderia aderir à matéria corporal humana. Entretanto, o mesmo Espírito pode colocar-se em relação com um corpo fluídico que, para vós, é imaterial mas que, de fato, é ainda grosseiro, relativamente ao estado de purificação e sutileza de certos Espíritos. O perispírito dos Espíritos Puros é, por sua sutileza, de natureza muito diversa, pelo o que toca à atração, da natureza do perispírito dos materialmente encarnados, O QUE LHE TORNA IMPOSSÍVEL ADERIR À MATÉRIA DO CORPO HUMANO. Tomando um corpo próprio de certos mundos elevados, Jesus tomava um invólucro relativamente material, para os olhos humanos, uma carne relativa. O “milagre”, na significação que ainda hoje se dá a esta palavra, consiste na prática de um ato ou na ocorrência de um fato em oposição às leis estabelecidas da Natureza. “Milagre” seria um homem gerar um leão, um elefante dar vida a uma baleia. “Milagre” haveria, com efeito, na realização das predições segundo as quais as estrelas cairiam do céu, porque tais fatos estariam fora da lei orgânica e regular das coisas. Mas os fatos, CUJO CONHECIMENTO ESCAPA A INTELIGÊNCIA HUMANA, nada têm de milagroso. Se, para os homens, apresentam esse caráter, e porque eles ignoram AS SUAS CAUSAS. Com o correr dos tempos e a purificação progressiva dos Espíritos, o estudo lhes demonstrará que O QUE AINDA HOJE É TIDO POR IMPOSSÍVEL, notadamente quanto à encarnação nos mundos superiores, quanto à encarnação de Jesus num mundo inferior, DEVE SER CLASSIFICADO ENTRE OS EFEITOS DE LEIS NATURAIS, exatamente como sucede com o movimento dos astros, as mudanças das estações, as marés e tudo o que diariamente se passa debaixo dos vossos olhos, inclusive a geração dos seres e das plantas, fato que vos parecem naturalíssimos, SE BEM QUE NÃO OS CONHEÇAIS INTIMAMENTE. Que os que rejeitam a revelação que vos fazemos, da natureza de Jesus e da sua origem, se reportem à vida inteira do Mestre, aos fatos do Evangelho que, explicados EM ESPÍRITO E VERDADE, À LUZ DO NOVO MANDAMENTO, militam a favor desta revelação. Que se iniciem, sem demora, nos estudos das Verdades Divinas. Depois, fácil lhes será compreender e admitir a Religião de Deus, de Jesus e do Espírito Santo, que paira muito acima das crenças baseadas em superstições e preceitos humanos. Chegará a vez de todos, pois já estamos na HORA DO APOCALIPSE. Por isso a todos dizemos: – Qualquer que seja a vossa opinião sobre a natureza e origem do Cristo, quer considereis seu corpo material, quer fluídico, quer vejais nele um Homem-Deus, quer um Messias do Altíssimo – admirai-lhe a figura incomparável, a irradiar sobre vós; examinai-lhe o amor e o devotamento à Humanidade; esforçai-vos por imitá-lo, e podeis ter a certeza de chegar, um dia, EM TEMPO BREVE, à luz da Verdade que liberta e salva!

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