P – Cremos que a Doutrina do CEU veio para salvar o
que estava perdido. Cada um, conhecendo a verdade das Leis de Deus, passa a ser
o médico especialista de si mesmo! Como o Espírito da Verdade explica a
maravilhosa cura do paralítico?
R – Harmonizemos Mateus, IX: 1-8, Marcos, II: 1-12 e
Lucas, V: 17-26.
MATEUS: 1 – Tendo tomado de
novo a barca, Jesus tornou a atravessar o lago e veio à sua cidade. 2 – Eis que
lhe apresentaram um paralítico, deitado no seu leito. Jesus, vendo-lhe a fé,
disse ao paralítico: “Filho, tem confiança; teus pecados te foram perdoados”. 3
– Logo alguns escribas disseram entre si: “Este homem blasfema”. 4 – Jesus,
lendo os seus pensamentos, falou: “Por que abrigais maus pensamentos em vossos
corações? 5 - Que é mais fácil dizer:
“Teus pecados te foram perdoados” ou “Levanta-te e caminha!”? 6 – Ora, para que
saibais que o Filho do Homem tem na Terra o poder de remir os pecados, eu digo
a este paralítico: “Levanta-te, toma o teu leito e volta para tua casa”. 7 –
Imediatamente o paralítico se levantou e voltou para casa. 8 – Vendo isso, a
multidão, tomada de espanto, rendeu graças a Deus, que deu aos homens tamanho
poder.
MARCOS: 1 – Alguns dias
depois, voltou Jesus a Cafarnaum. 2 – Mal ouviram dizer que ele estava em casa,
reuniu-se lá tanta gente que a casa ficou apinhada, até fora da porta; e Jesus
pregava a Palavra de Deus. 3 – Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado
por quatro homens. 4 – E como, por causa da multidão, não o pudessem levar até
junto do Mestre, fizeram no teto uma abertura e por aí desceram o leito em que
jazia o paralítico. 5 – Observando-lhes a fé, Jesus disse a este último: “Filho,
são perdoados os teus pecados.” 6 – Ora, estavam por ali sentados alguns
escribas, em cujos os corações se aninhavam estes pensamentos: 7 – “Que diz
este homem? Ele blasfema” Quem pode perdoar pecados senão Deus, unicamente?” 8
– Jesus pelo seu Espírito reconheceu logo o que eles pensavam de si para si, e
lhes disse: “Por que animais esses pensamentos em vossos corações? 9 – Que é
mais fácil dizer a este paralítico: “São perdoados os teus pecados” ou
“Levanta-te, toma o teu leito e caminha?” 10 – Para que saibais que o Filho do
Homem tem, na Terra, o poder de perdoar pecados, 11 – digo a este paralítico:
Levanta-te, toma o teu leito e volta para tua casa”. 12 – No mesmo instante, o
paralítico se levantou, tomou o seu leito e partiu, diante de toda a gente. O
povo se encheu de espanto e, glorificando a Deus, exclamou: “Nunca vimos coisa
semelhante!”
LUCAS: 17 – Um dia, em que
estava a ensinar entre os fariseus e os doutores da lei, que tinham vindo de
todas as aldeias da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém e sentaram ao redor
dele, e em que a virtude do Senhor estava com ele para os curar, 18 – eis que
alguns homens, trazendo num leito um paralítico, procuravam meio de fazê-lo
entrar na casa e chegar até junto do Cristo. 19 – Como não achassem por onde
fazê-lo entrar, por causa da multidão, subiram ao telhado da casa e, levantando
as telhas, por aí desceram o leito em que se achava o paralítico e o colocaram
no meio da sala, diante de Jesus. 20 – Este, observando-lhes a fé, disse ao
doente: “Homem, são perdoados os teus pecados”. 21 – Então, os escribas e os
fariseus se puseram a pensar, dizendo de si para si: “Quem é este, que assim
blasfema? Quem pode perdoar pecados senão Deus, unicamente? 22 – Jesus lhes
conheceu os pensamentos e, respondendo, falou: “Que será mais fácil dizer: “São
perdoados os teus pecados” ou “Levanta-te e caminha!” 24 – Ora, para que
saibais que o Filho do Homem tem, na Terra, o poder de perdoar pecados, eu digo
a este paralítico: “Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa”. 25 – No
mesmo instante, o paralítico se levantou diante de todos e, tomando o leito em
que estivera deitado, voltou para sua casa, rendendo graças a Deus. 26 – Todos,
tomados de assombro, glorificavam a Deus, e diziam cheios de temor: “Coisas
maravilhosas vimos hoje!”
Jesus
curou o paralítico pelos mesmos processos de que usou para com o servo do
centurião. Operando aquela cura material, que os escribas, os fariseus e a
multidão consideraram um “milagre” (assim como proferindo as palavras que
dirigiu aos mesmos escribas e fariseus, cujos pensamentos LEU, POR SER SEMPRE ESPÍRITO, embora figuradamente encarnado num
corpo perispirítico, na aparência da corporeidade humana), Jesus teve por fim,
no momento, dar a ver aos homens que AQUELE
QUE DISPUNHA DE TAL PODER ESTAVA ACIMA DE QUALQUER INTELIGÊNCIA, E FORÇA-LOS A
CURVAR A FRONTE DIANTE DA AUTORIDADE DIVINA. E DIZ O Evangelho: “Vendo
isso, a multidão se encheu de espanto e glorificou a Deus por haver dado tal
poder ao homem”. A multidão, os escribas e os fariseus consideravam então
Jesus, como sabeis, UM HOMEM IGUAL AOS
OUTROS. Essas palavras, inspiradas à multidão e reproduzidas por Mateus sob
a influência mediúnica, TINHAM UM FIM
OCULTO, QUE SÓ MAIS TARDE, POR MEIO DE NOVA REVELAÇÃO, SE TORNARIA PATENTE: O
DE PREPARAR OS HOMENS A COMPREENDEREM QUE – QUANDO TIVERAM ATINGIDO OS LIMITES
EXTREMOS DA PERFEIÇÃO QUE PODEM CONSEGUIR NATERRA – TAMBÉM LHES SERÁ FACULTADO
FAZER COISAS COMO AQUELAS, TIDAS NA CONTA DE MILAGROSAS, MAS NA VERDADE
NATURAIS.
VOCAÇÃO DE MATEUS
P – Ao convocar Levi, o publicano, para o seu
apostolado, Jesus deu uma lição impressionante de BOA VONTADE. Como o Espírito
da Verdade, através do CEU da LBV, interpreta essa passagem do Evangelho?
R – Vamos harmonizar: Mateus, IX: 9-13, Marcos, II:
13-17 e Lucas, V: 27-32.
MATEUS: 9 – Ao sair dali, viu
Jesus um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e lhe disse: “Segue-me”.
Logo o homem, levantando-se o seguiu. 10 – E sucedeu que, estando depois Jesus
à mesa, na casa de Mateus, vieram muitos publicanos e pecadores e sentaram à
volta da mesa com Jesus e seus discípulos. 11 – Notando isso, os fariseus
disseram aos discípulos: “Como é que o vosso Mestre come na companhia de
publicanos e pecadores?” 12 – Jesus, ouvindo-os, falou: “Não são os que têm
saúde que precisam de médico, e sim os doentes. 13 – Ide, pois, aprender o que
significa estas palavras: “Misericórdia quero, não holocausto”; porque não vim
chamar os justos, mas os pecadores.
MARCOS: 13 – Jesus saiu de
novo, em direção ao mar; todo o povo o seguia, e ele a todos ensinava. 14 – Ao
passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no telônio, e lhe disse: “Segue-me”;
e Levi, erguendo-se, o seguiu. 15 – Aconteceu que, estando Jesus à mesa em casa
desse homem, muitos publicanos e pecadores, que em grande número o
acompanhavam, sentaram, também, à mesa com ele e os discípulos. 16 – Os
escribas e os fariseus, vendo-o comer na companhia de publicanos e pecadores,
disseram aos discípulos: “Então, o vosso Mestre come e bebe com publicanos e
pecadores?” 17 – Ouvindo o que diziam, Jesus lhes observou: “Não precisam de
médicos os sãos e sim os enfermos; eu não vim chamar os justos, mas os
pecadores”.
LUCAS: 27 – Jesus partiu,
depois disso, e vendo um publicano de nome Levi, sentado na coletoria, disse-lhe:
“Segue-me”. 28 – E o publicano, levantando-se e abandonando tudo, o seguiu. 29
– Mais tarde, Levi lhe ofereceu um grande festim em sua casa, onde havia muitos
publicanos e outras pessoas, que também tomaram lugar à mesa. 30 – Os escribas
e os fariseus murmuravam, dizendo aos discípulos: “Como é que comeis e bebeis
com publicanos e pecadores?” 31 – Jesus, respondendo, lhes disse: “Os que têm
saúde não precisam de médico, e sim os doentes. 32 – Não é aos justos, mas aos
pecadores, que vim chamar a penitência”.
Efetivamente,
Jesus provou, assim, que NÃO SE DEVE
REPELIR OS QUE PAREÇAM INDIGNOS: onde não vedes senão fraudes ou impurezas,
pode o Senhor ter colocado um germe de virtude que a cultura fará frutificar.
Sede, pois, indulgentes para com vossos irmãos. Estendei mão protetora aos
fracos; esforçai-vos por exaltar os aviltados; imitai, finalmente, o Divino
Modelo, procurando os doentes e tudo fazendo para os curar. Mateus, que Jesus
foi buscar entre os publicanos, era um Espírito elevado, que encarnara com a
missão de auxiliar o Mestre, na obra que ele veio executar na Terra. Inspirado
pelo seu Anjo Guardião e pelos Espíritos Superiores que o cercavam, obedeceu no
mesmo instante ao chamamento do Cristo, e o seguiu. E, OFERECENDO AO MESTRE O GRANDE FESTIM DE QUE FALAM OS EVANGELISTAS,
LHE PROPORCIONOU, COMO DEVIA SUCEDER, OPORTUNIDADE E MEIO DE DAR AQUELA LIÇÃO
ETERNA. Tudo tinha sido previamente preparado: tudo se cumpria, por ordem
do Senhor, sob a inspiração, a influência e ação ocultas dos Espíritos Superiores,
obedientes à vontade do Mestre. Como discípulo do Cristo, Levi, filho de Alfeu,
adotou como Apóstolo o nome de Mateus; mas por Levi é que era geralmente
conhecido. “Não são os que têm saúde que precisam de médico – afirmou Jesus - e sim os doentes”. E acrescentou: “Não vim em
busca dos justos, mas dos pecadores”. Assim como aquele que goza saúde não
precisa de médico, aquele que obedece conscientemente à Lei de Deus não precisa
ser salvo: ELE SE SALVA POR SI MESMO. O
Cristo chamava a si os que tinham reparações a fazer. Se convidava ao
arrependimento, o seu convite só podia ser feito aos que tinham falido. “Ide,
pois, (disse a todos) aprender o que significam estas palavras: MISERICÓRDIA QUERO, NÃO HOLOCAUSTO”. As
palavras do profeta Oséias (VI: 6) com referência ao Senhor: “O que eu quero é a misericórdia, não o
sacrifício, o conhecimento de Deus mais que os holocaustos”, devem ser
confrontadas com estas outras do profeta Samuel (Primeiro Livro dos Reis, II:
6-10): “O Senhor dá e tira a vida; leva à
habitação dos mortos e dela retira. É o Senhor quem enriquece e empobrece; quem
exalta e quem humilha. Levanta o pobre do pó, e do esterco levanta o indigente
para sentar-se com os príncipes e ocupar um trono de glória. Porque do Senhor
são os pólos da Terra, e sobre eles pôs o mundo. Ele guardará os pés dos seus
santos, e os ímpios ficarão mudos nas trevas; porque o homem não será forte na
sua robustez. Tremerão diante do Senhor os seus inimigos, e dos céus trovejará
sobre eles. O Senhor julgará as extremidades da Terra, e dará o império ao seu
rei, exaltando a glória do seu Cristo”. São a origem divina das palavras do
Salvador: “Misericórdia quero, não holocausto”. A Nova Revelação vem ensinar o
seu significado. Vimos, em nome do Mestre, dizer a todos vós: SEJAM QUAIS FOREM AS FALTAS E OS CRIMES
COMETIDOS, HAVENDO ARREPENDIMENTO, NÃO HAVERÁ – PARA O ESPÍRITO CULPADO –
SACRIFÍCIO, ISTO É, PENAS ETERNAS. HAVERÁ, AO CONTRÁRIO, MISERICÓRDIA, O QUE
QUER DIZER – PERDÃO, subordinado este apenas, conforme à bondade e à
justiça infinitas de Deus e com o duplo fim de aperfeiçoamento moral e
progresso, às duas únicas e inevitáveis condições seguintes: expiar o culpado,
na erraticidade, após a morte, as faltas e crimes praticados, mediante
sofrimentos morais apropriados, por meio da reencarnação e de novas provações.
Sim, ONDE QUER QUE HAJA ARREPENDIMENTO,
HAVERÁ PERDÃO. Jesus, portanto, queria a misericórdia, despertando no homem
o remorso da falta ou do crime e o desejo da reparação: A REPARAÇÃO É A CONSEQÜÊNCIA DO ARREPENDIMENTO. Convidando aos
arrependimento, Jesus facilitava a expiação e, assim, salvava aqueles que, de
outro modo, estacionariam longo tempo na impenitência.
VELHAS E NOVAS DOUTRINAS
P – Só mesmo os Guias Espirituais da Humanidade nos
podem orientar, porque estão acima de todos os sectarismos em conflito. São
neutros, imparciais, sereníssimos. Como o Espírito da Verdade analisa as
palavras de Jesus sobre o jejum, pano novo, odres velhos, vinho novo e vinho
velho?
R – Vejamos estas passagens dos Evangelhos Sinóticos:
Mateus, IX: 14-17, Marcos, II: 18-22 e Lucas, V: 33-39.
MATEUS: 14 – Então, vieram
ter com ele os discípulos de João e lhe perguntaram: “por que os fariseus e nós
jejuamos freqüentemente, e os teus discípulos não jejuam?” 15 – Jesus lhes
respondeu: “Podem, acaso, chorar os filhos do esposo quando o esposo está com
eles? Dia, porém, virá em que o esposo lhes será tirado; então, sim, eles hão
de jejuar. 16 – Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o
remendo tira parte da roupa e o rasgão fica maior. 17 – E não se deita vinho
novo em odres velhos; ao contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho e os
odres se perdem. Põe-se vinho novo em odres novos, e uns e outros se conservam.
MARCOS: 18 – Alguns
discípulos de João e alguns fariseus, que costumavam jejuar, vieram a Jesus e
lhe perguntaram: “Por que os discípulos de João e os fariseus jejuam, e os teus
discípulos não jejuam? 19 – Jesus lhes respondeu: “Os filhos das núpcias podem, acaso, jejuar enquanto o esposo está
com eles? Enquanto têm consigo o esposo não podem jejuar. 20 – Dias virão,
contudo, em que o esposo lhes será tirado, e nesse tempo jejuarão. 21 – Ninguém
costura remendo de pano novo em roupa velha, porquanto aquele arrancaria uma
parte desta e tornaria maior o rasgão. 22 – Ninguém põe vinho novo em odres
velhos, pois o vinho rompe os odres, e tanto se perde o vinho como os odres:
vinho novo deve ser posto em odres novos.
LUCAS: 33 – Então, disseram a
Jesus: “Por que é que os discípulos de João, assim como os fariseus, jejuam
freqüentemente e fazem orações, enquanto que os teus comem e bebem? 34 – Jesus
lhes disse: “Podereis obrigar os amigos do esposo a jejuar, enquanto o esposo
está com eles? 35 – Dias virão em que o esposo lhes será tirado; então, eles
haverão de jejuar.” 36 – Também lhes fez esta comparação: “Ninguém prega
remendo de pano novo em roupa velha, porque o novo rompe o velho e, assim, não
se ajusta à roupa velha o pano novo. 37 – Do mesmo modo, ninguém deita vinho
novo em odres velhos porque, se fizer isso, o vinho novo rebentará os odres, se
derramará e os odres se perderão. 38 – O vinho novo deve ser posto em odres
novos, porque assim se conservam. 39 – E não há quem, bebendo vinho velho,
prefira o novo, pois diz: o velho é melhor.
Todas
as explicações cabíveis, aqui, para a compreensão do fim a que Jesus visava,
com o ensinamento que ele deu de forma velada, se referem ao futuro espiritual
da Humanidade. Os homens eram a roupa velha que, impensadamente remendada,
teria sido destruída. Eram os odres velhos, impróprios para recipientes de um
licor ativo que, fermentando, os despedaçaria. Vós, CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO, sois os odres novos em que o vinho
novo é despejado abundantemente: guardai-o como preciosidade, e ele dará em vós
bom produto; envelhecerá nos odres, ficará cada vez melhor, restituindo a
força, a saúde e a vida aos que vierem bebê-lo. O termo “esposo”, pelo qual o
Mestre se designava a si próprio, era
tomado às idéias, às tradições e aos costumes hebraicos, pela consideração
dispensada aos judeus que se casavam. ORA,
SENDO O CHEFE DESTRA DOUTRINA, QUE VOS TEM AMPARADO APESAR DE TODOS OS VOSSOS
DESVIOS, Jesus era considerado como o jovem puro que depõe a coroa nupcial,
a fim de assumir o governo da família que constituiu para si mesmo. OS FILHOS, OS AMIGOS DO ESPOSO, SÃO
EXPRESSÃOES SINÔNIMAS, INDICANDO OS QUE ERAM MAIS CAROS E MAIS LIGADOS AO
ESPOSO. Procurai compreender bem, segundo o espírito que vivifica, não
segundo a letra que mata, estas palavras que o Mestre dirigiu aos fariseus e
aos discípulos do Batista: “Podem os
filhos, os amigos do esposo jejuar, enquanto este está com eles? NÃO PODEM
JEJUAR, ENQUANTO O ESPOSO ESTÁ COM ELES. Mas dias virão em que o esposo lhes
será tirado; então, sim, jejuarão”. A presença de Jesus entre os discípulos
os mantinha na senda que deviam trilhar: não precisavam, portanto, submeter-se
a privações expiatórias. Mas o FUTURO SE
DISTENDIAS AOS OLHOS DO CRISTO E ELE ANTEVIA OS ABUSOS, OS TRANSVIAMENTOS QUE
NÃO TARDARIAM A PERVERTER A IGREJA E SEUS FILHOS, ISTO É, A HUMANIDADE, E
AQUELES QUE TOMARIAM A SI A CONTINUAÇÃO DA OBRA DOS APÓSTOLOS E DOS PRIMEIROS
CRISTÃOS. Antevia, portanto,
necessária a expiação como meio de reparação. E o jejum material era, entre os
judeus, o emblema da expiação. O jejum de que Jesus falava – e que os
homens teriam de praticar nos tempos que sucederiam o desempenho da sua missão
terrena – NÃO ERA O JEJUM MATERIAL QUE
OS FARISEUS E OS DISCÍPULOS DE JOÃO PRATICAVAM. JESUS ALUDIA ÀS EXPIAÇÕES A QUE
OS HOMENS TERIAM DE SUBMETER-SE, PARA REPARAR AS SUAS FALTAS: ALUDIA, SIM, AO
JEJUM MORAL. O jejum material constituía, entre os hebreus, um ato
expiatório, destinado a reparar os erros leves da vida. Teve sua razão de ser,
como explicaremos, numa época em que só as leis materiais podiam dominar a
matéria. Já o JEJUM MORAL consiste
no remorso das faltas graves que os homens cometem, todos os dias, para com
Deus, transgredindo suas Leis, deixando de praticar o Amor e a Caridade,
entregando-se ao orgulho, ao egoísmo, à inveja – vícios que não chegam a
perceber no fundo de seus coração, tão grande é a sua cegueira, tanta a
confiança que depositam em si mesmos. JEJUAI,
MORTIFICANDO VOSSAS ALMAS, PARA QUE ELAS SE PURIFIQUEM. BOM É O JEJUM – MAS O
JEJUM MORAL, PORQUE É SEMPRE ÚTIL À ALMA CULPADA, EXPURGANDO-A DE SUAS
IMPUREZAS.
A IGREJA DO CRISTO – II
P – Os
ensinos do CEU da LBV vêm abrir novos horizontes para aqueles que desejam
progredir. Sinceramente, a parte relativa ao jejum moral é novidade para a
maioria. Vamos, assim, que a Igreja do Cristo é bem diferente das Igrejas dos
homens. Que diz a isto o Espírito da Verdade?
R – O jejum moral, O ÚNICO
QUE DEUS EXIGE, consiste em a criatura não se submeter, nunca, aos seus maus
instintos, por mais agradável que isso lhe pareça; em infligir humilhações à
natureza animal, tendo por fim o adiantamento de seus irmãos, constituindo
exemplo para eles; em não se entregar a ato algum de culposa leviandade; em não
se dar a excessos de qualquer natureza. NÃO JULGUEIS SEJA “MUITO PENOSO”
PARA O HOMEM VIVER TRANQUILAMENTE DIANTE DE DEUS: BASTA-LHE ESTAR COM A SUA
CONSCIÊNCIA EM PAZ E
SATISFEITA , PARA TER A FORÇA E A SAÚDE DO CORPO. De onde
provém, senão dos excessos de toda ordem a que sujeitais os vossos corpos, a
degeneração das raças humanas? Que é que produz o apoucamento da inteligência
do homem senão o arrojo desavergonhado das suas idéias, o desejo imoderado de
saber prematuramente mais do que lhe deve ser dado? Formais uma sociedade;
portanto, vivei em
sociedade. Sede solidários e bons, ------ olhos do Pai. Não
procureis o luxo material que enerva nem adquirir, desequilibradamente, a
ciência que desvaira. Jesus não pretendeu impor – E NÃO IMPÔS – A OBRIGAÇÃO
DO JEJUM MATERIAL. Ele disse: “O que mancha o homem não é o que lhe entra
no corpo, já que isso não lhe vai ao coração e é lançado fora. O que mancha o
homem é o que lhe sai do coração: são os maus pensamentos, as más palavras, as
más ações, os vícios que degradam a Humanidade, AS INFRAÇÕES DA LEI DIVINA
CONSIGNADA NO DECÁLOGO E NO NOVO MANDAMENTO DE JESUS, O ÚNICO REPRESENTANTE DE
DEUS EM TODAS AS
ÉPOCAS DA HUMANIDADE. Os mandamentos
humanos relativos ao jejum material, prescrevendo a privação de alimentos ou só
permitindo – em determinados dias e em determinadas épocas – certas espécies de
alimentos, FORAM E SÃO INÚTEIS PARA O HOMEM DE INTELIGÊNCIA E DE CORAÇÃO.
JAMAIS O SENHOR LHE IMPÔS OBEDIÊNCIA A TAIS “MANDAMENTOS”. Entretanto,
tiveram sua razão de ser. A observância desses preceitos, por mais ridículos
que sejam em si mesmos, foi um freio posto aos excessos da gula e da luxúria,
nas épocas em que somente as leis materiais podiam dominar a matéria.
Sujeitando o corpo a um regime rigoroso, elas lhe diminuíam as forças animais
e, assim, se continham muitos abusos. Mantendo as prescrições materiais do
jejum e da abstinência, a igreja humana
se conservou contemporânea dos escribas e fariseus: impõe um fardo pesado, que
já não é necessário. Não quis caminhar com a Humanidade, e hoje está
distanciada desta. Mas TUDO VOLTARÁ AOS SEUS EIXOS, PORQUE DEUS ASSIM O
QUER, E SUA VONTADE É IMUTÁVEL. Os versículos 16 e 17 de Mateus, 21 e 23 de
Marcos, 36 e 39 de Lucas – encerram alegorias espirituais. Aos homens daquele
tempo, e às gerações que se seguiram até aos vossos dias, precursores de novas
Revelações, se referia Jesus quando falava da roupa velha, incapaz de receber
REMENDO DE PANO NOVO; quando falava de velhos odres, dos quais o vinho novo –
rebentando-os – escaparia, ficando um e outros perdidos. Quer isso dizer que AQUELES HOMENS ERAM INCAPAZES DE
RECEBER, aceitar e conservar uma nova Revelação que, assim, ficava
reservada para os tempos vindouros, para quando chegasse o momento de
cumprir-se a sentença. A LETRA MATA, O ESPÍRITO VIVIFICA. Só a
reencarnação e os séculos – expiação, reparação e progresso – poderiam preparar
as inteligências e os corações de maneira a fazer deles ODRES NOVOS, CAPAZES
DE CONSERVAR O VINHO NOVO. Ignorantes, materiais, obstinados nos seus
preconceitos e tradições, os homens daquele tempo teriam sido esmagados pelo
peso de um fardo para eles insuportável: ou alijariam dos ombros esse “fardo”
ou cegariam ante o brilho de tão viva Luz. Por isso lhes convinha, primeiro, a
linguagem da parábola, o regime da letra, sujeita a interpretações humanas e materiais,
a fim de que os necessários esforços e as lutas constantes do pensamento PREPARASSEM
O ADVENTO DO ESPÍRITO. Constituem o vinho novo os ensinos de Jesus através
dos Espíritos do Senhor, que vêm dispor as coisas de modo a ter fim o mundo moral do erro e da mentira. Esses
Guias Espirituais vêm explicar , tornar compreensível e desdobrar, em Espírito
e Verdade, a Lei simples e sublime do Cristo, tirando da letra o espírito,
libertando-a das falsas interpretações que lhe deram, e que a alteraram ou desnaturaram,
impedindo-a de produzir os seus frutos. É o que significa esta frase do Mestre:
“O VINHO NOVO DEVE SER PÔSTO EM
ODRES NOVOS , PORQUE ASSIM TUDO SE CONSERVA. Os odres novos
são os verdadeiros cristãos, aqueles que vivem o Novo Mandamento, que fará
rebentar o odre velho, incapaz de resistir à fermentação das Novas Revelações.
Sim o odre velho ainda existe em vossos dias: são aqueles que, cegos e
interesseiros, bebendo em fontes impuras ou falsificadas, procuraram, procuram
e procurarão entravar a Igreja do Cristo, cujo templo é o vosso planeta e a
qual todos os homens serão fiéis brevemente, quando a RELIGIÃO DE DEUS
estiver acima de todas as religiões dos homens.
VINHO
VELHO É MELHOR
P – Um
freqüentador do nosso Posto Familiar, assistindo a cruzada que realizamos toda
semana, viu contradição entre “vinho novo” ( que representados NOVOS ENSINAMENTOS DOS ESPIRITOS DO SENHOR
) e “vinho velho”, que é melhor, segundo as palavras do próprio Jesus, Como se explica isso o Espírito da Verdade ?
R – Nenhuma
contradição. A Igreja que os homens fizeram tem de ser transformada, bem o
sabeis, Portanto, vós – CRISTÃOS DO NOVO
MANDAMENTO – preparai os materiais que vão servir para a restauração, em
Espírito e Verdade, das Leis Divinas, substituídas por preceitos humanos. Em
verdade, os obreiros do Senhor, encontraram talhadas as primeiras pedras, já
iniciaram a construção do edifício. O
VINHO NOVO E O OBRE NOVO SE CONSERVARÃO PELA NOVA FÉ, NOVA NO SENTIDO DE QUE
AVANÇARA POR ESTRADA MUITO DIVERSA DA QUE SEGUE A IGREJA HUMANA. Sim, Jesus
afirmou: “Não há quem, bebendo vinho velho, prefira o novo, pois diz: o velho é
melhor”. Entendei o sentido alegórico destas palavras do Cristo. Veladamente,
ele se referia a era nova do Paráclito. O
VINHO VELHO QUE DEVE SER PREFERIDO É O QUE JÁ SE DESPOJOU DE TODOS OS CORPOS
ESTRANHOS, É AQUELE QUE, COLOCADO EM ODRES NOVOS , NESTES ENVELHECEU, TORNANDO-SE
INCOMPARAVELMENTE MELHOR. Quando pois, vós outros, da nova geração ,
tiverdes deixado fermentar nos vossos corações os desdobramentos, que trazemos,
da DOUTRINA AUTÊNTICA DO CRISTO,
podereis dar a vossos irmãos, para que o saboreiem, O VINHO VELHO QUE SERÁ PREFERIDO AO RECENTE. Se é que sois odres
novos, recebei o vinho novo tal como em vós o despejam os Espíritos do Senhor.
Não deixeis que altere, vicie, corrompa,
obstando a fermentação que vos purifica as almas de suas leveduras. Toda
doutrina fora da Lei do Amor e da Caridade, que Jesus pregou e ainda manda
pregar; os erros em que esforçam por vos
mergulhar os cegos ou interesseiros, erros que são vinho novo adulterado,
falsificado, a fermentar em alguns cérebros, enlouquecendo-os – eis o que
impediria o vinho novo de envelhecer, ou o alteraria e corromperia em vós ,
arrastando-vos a atos de demência, Daí pois, o exemplo a vossos irmãos, PRATICANDO OS ENSINOS DOS ESPÍRITOS DO
SENHOR, QUE ELES EXPLICAM EM
TODA A VERDADE , SEM NENHUM SECTARISMO, A LUZ DO NOVO
MENDAMENTO, Solidários, ligados sempre pelos sagrados laços da Caridade
recíproca , preparai o advento do Amor Universal, o Amor tão velho quanto o
Novo Mandamento do Redentor da humanidade. Então, emocionados e atraídos por
esse vinho divino vossos irmãos terão a gloria de dizer: O VELHO É MELHOR, Sim, PORQUE O VELHO ESTÁ REALMENTE VELHO, EMBORA
MUITOS O CONSIDEREM NOVO. POIS O QUE HOJE VOS PREGAMOS NÃO É O MESMO MANDAMENTO
QUE HÁ DOIS MIL ANOS JESUS VEIO TRAZER? Que pretendemos nós senão fazer-vos
voltar ao principio do Evangelho, em busca desse vinho que há dois mil anos,
espera que todos o saboreiem? Ele é NOVO
no sentido que está sempre atual, apropriado pela Nova Revelação, aos vos que
devem conter. Ide e pregai, dizendo que, sem este NOVO MENDAMENTO, não há mais Bíblia, nem Evangelho, nem Apocalipse.
ELE É A CHAVE DAVIDA E A CHAVE DA MORTE!
A FILHA DE JAIRO E A HEMORROÍSSA
P – As lições do Centro Espiritual Universalista, da
LBV, alargam o nosso entendimento para a compreensão do Apocalipse, na Quarta e
Última Revelação de Jesus à Humanidade. Todos, aqui, entendem isso
perfeitamente. Como o Espírito da Verdade explica a “milagrosa” cura da
hemorroíssa e da filha de Jairo?
R – Vamos harmonizar as seguintes passagens do
Evangelho: Mateus, IX: 18-26, Marcos, V: 21-43 e Lucas, VIII: 41-56.
MATEUS: 18 – Tendo dito essas
coisas, aproximou-se dele um chefe de sinagoga que, adorando-o, lhe disse:
“Senhor, minha filha acaba de morrer; mas vem, impõe-lhe as mãos e ela viverá”.
19 – Jesus se levantou e, acompanhado pelos discípulos, partiu com o homem. 20
– Ao mesmo tempo, uma mulher que, havia doze anos sofria de um fluxo de sangue,
acercando-se dele por trás, lhe tocou a fimbria da túnica, 21 – pois dizia
consigo mesma: “Basta-me tocar nas suas vestes para ficar curada”. 22 – Jesus,
voltando-se, a viu e lhe falou: “Filha, tem confiança, tua fé te curou”. E,
desde aquele momento, a mulher se achou curada. 23 – Chegando à casa do chefe
de sinagoga, disse Jesus aos tocadores de flauta e à multidão que lá encontrou:
24 – “Retirai-vos, porque a menina não está morta, apenas dorme”. Todos, porém,
zombavam dele. 25 – Afastada a multidão,
ele entrou e tomou a mão da menina, que logo se levantou. 26 – E a
notícia do fato se espalhou por toda a redondeza.
MARCOS: 21 – Tendo passado na
barca para a outra margem, grande multidão o cercou à beira-mar. 22 – Um
príncipe da sinagoga, chamado Jairo, que viera à sua procura, ao vê-lo,
lançou-se-lhe aos pés, 23 – e lhe dirigiu esta súplica: “Minha filha está
agonizante; vem e impõe-lhes as mãos, para que ela se cure e viva”; 24 – e
Jesus partiu com ele, acompanhado pela multidão que o apertava. 25 – Então, uma
mulher, que sofria de um fluxo de sangue, havia doze anos, 26 – e que padecera
muito nas mãos de vários médicos, aos quais entregou todos os seus haveres sem
melhorar do seu mal, que ainda se agravara, 27 – tendo ouvido falar de Jesus,
se meteu na multidão e, aproximando-se dele por detrás, lhe tocou a túnica, 28
– pois dizia: “Se eu conseguir tocar-lhe apenas a roupa, estarei curada”. 29 –
No mesmo instante, o sangue deixou de correr, e ela sentiu em seu corpo que
estava livre do mal que a afligia. 30 – Jesus percebeu imediatamente que dele
saíra uma virtude e, voltando-se para a multidão, perguntou: “Quem tocou as
minhas vestes?” 31 – Os discípulos responderam: “Vês que a multidão te comprime
por todos os lados, e perguntas quem tocou tuas vestes, Senhor?” 32 – Jesus,
porém, passeando o olhar em torno de si, procurava descobrir quem o tocara. 33
– A mulher, que sabia o que nela se passara, atemorizada e a tremer,
aproximou-se e, lançando-se aos seus pés, confessou toda a verdade. 34 – Jesus
lhe disse: “Filha, tua fé te salvou; vai em paz, estás curada de tua
enfermidade”. 35 – Estando ele ainda a falar, chegaram alguns familiares do
príncipe da sinagoga e, dirigindo-se a este, disseram: “Tua filha morreu. Por
que hás de dar ao Mestre o incômodo de ir mais adiante?” 36 – Jesus, porém,
ouvindo isso, falou ao príncipe da sinagoga: “Não temas, tem fé”. 37 – E não
permitiu que, afora Pedro, Tiago e João, mais alguém o acompanhasse. 38 –
Chegando à casa de Jairo, encontrou um bando confuso de pessoas que choravam,
soltando grandes lamentos. 39 – Logo que entrou na casa, disse a essas pessoas:
“Por que vos afligis e chorais? A menina apenas dorme, não está morta”. 40 –
Todos, porém, zombavam de suas palavras. Ele mandou que saíssem e, acompanhado
pelo pai, pela mãe da menina e pelos que tinham vindo em sua companhia, entrou
no aposento onde a menina estava deitada. 41 – Tomando-lhe as mãos, disse:
“Talitha cumi”, isto é, “eu te ordeno,
menina: levanta-te!” 42 – No mesmo instante, a menina se levantou e se pôs a
caminhar, pois já contava doze anos, ficando todos maravilhados. 43 – Jesus
lhes recomendou, expressamente, que ninguém viesse a saber do fato, e mandou
que dessem de comer à menina..
LUCAS: 41 – Veio ter com ele,
então, um homem chamado Jairo, que era príncipe da sinagoga, e, lançando-se a
seus pés, lhe pediu que entrasse na sua casa, 42 – dizendo ter uma filha única,
de cerca de doze anos, que estava à morte. Partiu Jesus com ele, apertado pela
multidão. 43 – Uma mulher que, havia doze anos, sofria de uma perda de sangue e
que gastara com os médicos tudo o que possuía, sem que nenhum tivesse
conseguido cura-la, 44 – se aproximou dele por detrás e lhe tocou a fímbria da
túnica, e logo cessou o fluxo de sangue. 45 – Jesus, então, perguntou: “Quem me
tocou?” Como todos negassem ter sido quem o tocara, Pedro e os que o cercavam
lhe disseram: “Mestre, a multidão te aperta e comprime; como podemos perguntar
quem te tocou?” 46 – Jesus replicou: “Alguém me tocou, pois senti que saiu de
mim uma virtude”. 47 – A mulher, verificando assim não poder ocultar-se,
aproximou-se toda trêmula e, prostrando-se aos pés de Jesus, declarou diante de
todo o povo o motivo por que o tocara, ficando imediatamente curada. 48 – Jesus
lhe disse: “Filha, tua fé te salvou; vai em paz”. 49 – Ainda não acabara de
falar, chegou alguém e disse ao príncipe da sinagoga: “Tua filha morreu; não
dês mis trabalho ao Mestre”. 50 – Mas, ouvindo isso, Jesus disse a Jairo: “Não
temas, tem fé somente e tua filha será salva”. 51 – Chegando à casa de Jairo,
não deixou que ali entrassem senão Pedro, Tiago e João, com os pais da menina.
52 – Todos a choravam e lamentavam. Jesus, porém, disse: “Não choreis, ela não
está morta, apenas dorme”. 53 – Todos zombavam dele, pois sabiam que ela estava
morta. 54 – Jesus, pegando-lhe na mão, exclamou: “Menina, levanta-te!” 55 – Seu
Espírito voltou ao corpo, ela se levantou imediatamente, e Jesus mandou que lhe
dessem de comer. 56 – Os pais da menina se mostraram cheios de espanto, e Jesus
lhes ordenou que não dissessem a ninguém o que tinha acontecido.
Aí
tendes a consolação de um pai; um exemplo de fé oferecido à multidão; a
continuação, em suma, por parte do Cristo, daquela vida de ensinamentos no
desempenho da sua missão terrena. Quanto a cura da hemorroíssa, Jesus a operou
pelos meios que conheceis, pelo seu PODER
MAGNÉTICO. Sempre envolto em fluidos vivificantes, o Mestre, os distribuía
pelos que deles necessitavam. Quanto aos fluidos de que se serviu, para
estancar o fluxo sanguíneo, ainda nada vos podemos dizer, por vos ser
impossível entrar no CONHECIMENTO DAS
COMBINAÇÕES FLUÍDICAS. O HOMEM AINDA NÃO SE ACHA CAPAZ DE COMPREENDER A
NATUREZA DOS FLUIDOS, SEUS EFEITOS E SUAS PROPRIEDADES DE AÇÃO. Jesus
dispunha dos fluidos vivificantes e reparadores: basta-vos isto, por enquanto.
A pergunta “Quem me tocou?” (pergunta que, feita pelo Mestre, pode causar
estranheza) ele a formulou intencionalmente, para provocar, diante da multidão,
a confissão da mulher e, assim, tornar patente a todos o “milagre”. Tudo tinha
a sua razão de ser, velado pela letra, até ao advento de nova Revelação.
MORTE
E CATALEPSIA
P – Aqui,
todos já compreendem por que não há
segurança para ninguém, neste mundo, fora da Verdade, o que vale dizer, FORA DE
DEUS. Só haverá Boa Vontade entre os homens quando todos se libertarem da
ignorância espiritual e, portanto, dos sectarismos anticristãos. Como o Espírito
da Verdade interpreta o caso da filha de Jairo?
R – O Espírito
não abandonara o seu corpo: apenas se ausentará, até que JESUS O CHAMOU, ordenando-lhe a volta imediata ao organismo da
menina, Ele tivera permissão de prolongar sua ausência a fim de que o corpo
tornando-se completamente inerte, apresentasse TODAS AS APARENCIAS DA MORTE. Para os homens, a filha de Jairo
estava morta: esta era a aparência. Aos olhos de todos, a morte ali era
positiva e indubitável. Na realidade, porem, NÃO HAVIA MAIS DO QUE UM ESTADO DE CATALEPSIA COMPLETA, um estado,
portanto, de morte aparente, do modo a iludir os mais hábeis peritos. Havia,
dissemos, inércia completa, isso suspensão de todas as sensações, de todos os
movimentos, da vida em suma, com ausência de pulso, de respiração, de calor
aspecto cadavérico, insensibilidade física, material, tão profunda que as
pancadas mais ferimentos NENHUMA
IMPRESSÃO PROVOCARIAM NENHUMA CONTRAÇÃO, NENHUM SINAL DE VIDA. Vindo ao
encontro de Jairo, seus servos lhes disseram: “Tua filha morreu”. Mas ao que
choravam e faziam grande alarido, Jesus disse: “Por que charas e vos afligis? A
menina não está morta, apenas dorme”. Aos tocadores de flauta e as pessoas que
faziam grande algazarra, falou: “Retirai-vos, pois a menina apenas dorme, não
está morta.” E todos, diz o Evangelho, zombavam de Jesus, POR SABEREM QUE ELA ESTAVA MORTA. Ora, afastada a multidão, ele
ordenou à menina: “Levanta-te!” E seu Espírito (ou Alma) – tendo voltado ao
corpo, uma vez que ela não estava morta, pois apenas dormia – a menina se
levantou imediatamente. “A meninas não está morta – disse Jesus – apenas dorme”
– esta a realidade. Não havia ali, com efeito mais do que sono, sono natural ordinário
o que não deveis ter dificuldade em compreender, pois sabeis que A AUSÊNCIA DO ESPÍRITO MERGULHA O CORPO NUM
SONO PROFUNDO PELO DESPRENDIMENTO COMPLETO DO ESPÍRITO SE PRODUZ O ESTADO DE
CATALEPSIA. Ao Espírito da filha de Jairo fora permItido ausentar-se, já o
dissemos. Ele tivera uma permissão não
recebera uma ordem, porquanto. O
ESPÍRITO NÃO PRECISA DE ORDEM PARA SE DESPRENDER DO CORPO; PRECISA, SIM, PAR
ENTRAR NELE. O pássaro que se evade da gaiola apertada, onde definhava não
deseja voltar para a prisão. Procurai compreender, aqui, a posição do Espírito,
considerando os atos da humana: o soldado que obtém uma licença qualquer sabe a
que horas ela termina . Com mais forte razão, o mesmo se dá com o Espírito em
condições semelhantes. Se o Espírito da filha de Jairo tivesse esquecido a
volta, ou resistindo ao progresso, os Espíritos Superiores que o cercavam
(vigilantes para que a ausência prolongasse pelo tempo necessário à realização,
exata integral, da obra que Jesus tencionava realizar), certamente o teriam
impedido de frustrar por essa forma. à execução do intento do Mestre. Alias,
semelhante resistência seria uma rebelião que de modo algum se verificaria contra a vontade do Cristo, acrescentando que
aquele Espírito não podia pensar em tal. UMA VEZ QUE ACEITARA A MISSÃO QUE DESEMPENHOU.
O estado de catalepsia em que amenina caiu é que deu causa à crença na morte
real, e portanto numa “ressurreição”, no sentido que entre os homens esta
palavra tem, se produziu porque estava nos desígnios do Senhor que assim
acontece PARA CUMPRIMENTO DA MISSÃO DE
JESUS e para que desse os frutos que devia dar, naquele momento e no
futuro, tudo o que, assinalou a passagem do Cristo pela Terra fora previsto e
preparado, mediante as encarnações dos Espíritos que haviam de concorrer para a
execução da sua obra de emissário do
Senhor. Supondes que Deus possa esperar alguma coisa do que chamais EFEITOS DO ACASO? Repetimos, portanto:
o Espírito da filha de Jairo não abandonara o corpo Completamente desprendido
deste, que estava imerso em profundo sono estava ele preso pelo cordão fluídico
do perispírito, invisível aos olhos humanos. Graças a essa ligação do Espírito
com o corpo, a vida neste continuava a ser mantida, mas estava suspensa pelo
estado de CATALEPSIA COMPLETA, QUE DAVA
AOS HOMENS A IMPRESSÃO DA MORTE REAL. Mas Jesus disse aos que o cercavam:
“A menina dorme, não morreu”. Por ato da sua vontade poderosa, ele fez voltar o
Espírito à sua prisão e, pela ação magnética, restituiu a saúde ao corpo da
menina: assim é que houve o despertar e a mocinha foi curada. Para prender mais
a atenção dos homens, mandou o Mestre que lhe dessem de comer. Quanto á
presença dos tocadores de flautas, isso indica a observância de um costume
hebraico, em situações como aquela. O rumor da “ressurreição” e do
restabelecimento da filha de Jairo se espalhou por todo o país. Entretanto,
Jesus ordenara aos pais da menina que a ninguém falassem do acontecido. A
multidão, como sabeis, não entrara, pois o Mestre a deixara de fora. Qual o
motivo da proibição? É que Jesus conhecia o que o futuro reservava: não queria
que naquele momento, sua fama se estendesse até aos sacerdotes e levitas. O
desprezo que uns e outros votavam á credulidade e a ignorância do povo os
mantinha em guarda (no sentido de que NENHUM
CRÉDITO LHES DAVAM) contra os fatos “milagrosos”, isto é, impossível para
eles, de se produzirem e que a voz pública
espalhava. Aspecto diverso, porém, tomaria o caso SE A “RESSUREIÇAO” DA FILHA DE JAIRO FOSSE ATESTADA PELO PRÓPRIO JAIRO,
CHEFE DE SINAGOGA. Homem justo e estimado. Se a propósito da notícia
emanada do povo, Jairo fosse interpelado, um pretexto qualquer lhe teria
bastado para tapar a boca dos
inquisidores. Entretanto, nada disso aconteceu: os sacerdotes e os levitas
pouco se preocupavam com o que pessoalmente não lhes dizia a respeito e,
sobretudo, com os falatórios do povo.
CEGOS CURADOS
P – Só mesmo os ignorantes das Leis Divinas podem
acreditar em “milagres”, com derrogação dessas Leis Como o Espírito da Verdade
explica, ainda, a cura dos cegos no Evangelho segundo Mateus, IX: 27-31?
R – Vamos recordar.
MATEUS: 27 – Ao sair Jesus
dali, dois cegos o seguiram, clamando: “Filho de David, tem compaixão de nós!”
28 – Quando entrou na casa, os cegos se aproximaram e ele lhes perguntou:
“Credes que eu possa fazer o que me pedis”? Os dois responderam: “Cremos,
Senhor!” 29 – Então, ele lhes tocou os olhos, dizendo: “Seja feito conforme à
vossa fé” 30 – Os olhos de ambos se abriram, e Jesus lhes proibiu,
terminantemente, que falassem do fato, dizendo: “Vede que ninguém o saiba”. 31
– Mas os dois se foram e espalharam por toda a parte a fama do Mestre.
A
cura dos cegos se operou como todas as outras curas materiais, anteriormente
registradas: por ato da vontade do Cristo e por sua ação magnética. ELE FEZ CONVERGIR, SOBRE OS OLHOS DOS CEGOS
E SOBRE OS ORGANISMOS DE AMBOS, OS FLUIDOS APROPRIADOS A NATUREZA E A CAUSA DA
CEGUEIRA QUE OS HAVIA ATACADO. Se o Espírito condenado às trevas humanas,
quer nascendo cego, quer cegando mais tarde, só tem de sofrer esta condenação,
por um certo tempo, ele encontrará, ao longo do seu caminho, a luz de que se
acha privado. Tais casos são raros; entretanto, quanto mais a Humanidade se
purificar, menos longa e penosa será a expiação humana, e mais apto estará o
homem para o emprego daqueles meios de cura que O SENHOR VOS COLOCOU NAS MÃOS E QUE AINDA DESCONHECEIS. O emprego
dos fluidos magnéticos pode fazer cessar a cegueira, quaisquer que sejam a sua
natureza e a sua causa, assim como a surdez e a mudez, mas somente no caso em
que o Espírito haja de suportar apenas uma prova passageira E A SUPORTE DE MODO A OBTER DO SENHOR A SUA
CESSAÇÃO. Se resmunga, se não a sofre com resignação e paciência, o castigo
pode ser prolongado; e, neste caso, os meios de destruir o mal são postos FORA DO ALCANCE DO HOMEM. Não é
impossível a este conseguir, acidentalmente, aquele resultado, por ato da sua
vontade e pela ação magnética: mas, para isso, se faz mister que UMA GRANDE PUREZA LHE DE TÃO GRANDE PODER,
COM O AUXÍLIO (QUE, ENTÃO, NÃO LHE FALTARÁ) DOS ESPÍRITOS SUPERIORES, OS QUAIS
PROCEDEM A ESCOLHA E LHE COLOCAM À MÃO OS FLUIDOS APROPRIADOS AO RESULTADO QUE
DEVA OBTER. Tais casos são raros, dissemos antes, mais ficai sabendo: o
Espírito, que haja sido condenado a sofrer apenas por um certo tempo as trevas
humanas, achará no seu caminho Espíritos encarnados com a missão de pôr termo a
essas provações ou expiações transitórias. O Senhor tudo prepara e prevê, a fim
de que todas as coisas se passem como se devem passar. Por isso é que Jesus,
falando aos seus discípulos dizia sempre: É
PRECISO TER OLHOS DE VER E OUVIDOS DE OUVIR.
QUANDO O HOMEM PODE CURAR
P – Disse Jesus: “Tudo o que eu faço vós o podereis
fazer”. Gostaríamos de fazer esta pergunta ao Espírito da Verdade: – Poderá o
homem, realmente, curar como o Cristo curava?
R – Tudo é possível naquele que crê, como vos ensinou
o Mestre. Para chegar, de modo seguro e previsto, a curar a cegueira, a surdez,
a mudez, todos os males e enfermidades como os curava Jesus, é preciso que o
homem, ao mesmo tempo, SE ELEVE
ESPIRITUALMENTE E SE PONHA EM CONDICÕES DE APRECIAR
O VALOR DOS FLUÍDOS DE QUE SE POSSA SERVIR , DE CONHECER E DISTINGUIR A
NATUREZA, OS EFEITOS E AS PROPRIEDADES DE AÇÃO DOS FLUÍDOS VIVIFICANTES,
FORTIFICANTES E REPARADORES, DOS FLUÍDOS PURIFICADORES E REGENERADORES,
PRÓPRIOS A DESTRUIR AS CAUSAS DE ENFERMIDADES E DOENÇAS, TANTO QUANDO ESSAS
CAUSAS SEJAM INTERNAS PELO VICIAMENTO DO ORGANISMO, COMO SEJAM EXTERNAS. Neste ultimo caso os fluídos purificadores e
regeneradores destroem e devoram de pronto, com muito mais eficácia e muito
melhor do que por meio de uma intervenção cirúrgica, as substancias estranhas
causadoras do mal. Os fluídos fortificantes e reparadores se destinam a
destruir as causas de enfermidades de origem nervosa ou paralisante. Toda
enfermidade que contribua, de maneira sensível, para modificar a existência
ordinária do homem é PROVAÇÃO OU
EXPIAÇÃO. A cegueira, quer permanente, quer temporária, é imposta – como
provação ou expiação – segundo o grau de culpabilidade, aquele que recusou auxílio
a seus irmãos, que abusou de suas faculdades, fossem eles quais fossem, e que
assim ficou SUJEITO A SOFRER A PENA DE
TALIÃO. Terá de viver na dependência dos outros e suportar as privações
resultantes da ausência daquelas faculdades QUE FORAM SUA FORÇA E SEU ORGULHO EM EXISTÊNCIA ANTERIOR. Perguntais quanto à proibição, de Jesus aos dois cegos, de
falarem da cura que neles acabara de operar. Pois bem: tinha por objetivo NÃO
DAR A CRER AOS HOMENS QUE SE VALEU DE MEIOS HUMANOS, PROPRIOS A CRIAR UMA
REPUTAÇÃO HUMANA. Aquele que tais coisas fazia proibindo que as
divulgassem, não podia passar – aos olhos de seus irmãos – por ser um charlatão
ou um homem comum, ávido de uma fama que atraísse doentes, tendo em vista
vantagens mercantis. JESUS, EM CERTAS OCASIÕES ,
COMO QUE SE CERCAVA DE MISTÉRIO PARA QUE A FAMA DOS SEUS “MILAGRES” CRESCESSE,
REALÇADA POR ESSA AURÉOLA FASCINANTE: PROCEDIA SEMPRE DE ACORDO COM AS
CIRCUNSTÂNCIAS E COM O MEIO EM QUE SE ACHAVA.
Os efeitos tirados das leis naturais então conhecidas deviam ter um alcance
moral, MAS NEM TODOS ESTAVAM APTOS A
RECEBÊ-LO NAS MESMAS CONDIÇÕES. Para uns a publicidade era necessária,
outros acolhiam mais favoravelmente o que lhes contavam com a sombra do
mistério. O grande talento do médico está em SABER APLICAR O MEDICAMENTO NA DOSE APROPRIADA A FORÇA DO DOENTE.
O POSSESSO MUDO
P – Nada como a
Luz da Verdade para sobrepujar a força da treva. Já que o Espírito da Verdade
falou da cura dos cegos, poderia explicar o caso do mudo possesso?
R – Vejamos
Mateus, IX: 32-34 e Lucas, XI, 14-20.
MATEUS: 32 – Logo que eles
saíram, apresentaram a Jesus um homem mudo, possesso do demônio. 33 – Tendo
sido este expulso, o mudo falou. E a multidão, admirada dizia: “Nunca vimos
coisa semelhante em Israel!” 34 – Mas os fariseus diziam: “Ele expulsa os
demônios pelo príncipe dos demônios!”.
LUCAS: 14 – Jesus expulsou o
demônio de um homem que estava mudo e, logo que o demônio saiu, o mundo falou e
todo o povo se encheu de admiração. 15 – Mas, entre os populares, alguns
diziam: “É por Belzebu, príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios.” 16
– Outros, para o tentarem, lhe pediam um sinal do céu; 17 – Jesus, porém,
conhecendo os seus pensamentos, disse: “Todo reino dividido contra si mesmo
será desolado, e casa sobre casa cairá. 18 – Se, pois, Satanás está dividido
contra si mesmo, como poderá subsistir o seu reino? Sim, porquanto, dizeis que
é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19 – Ora, se é por Belzebu que eu
expulso os demônio, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso serão eles
mesmos os vossos juízes. 20 – Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de
Deus, é que o reino de Deus já desceu até vós..
Exercendo
uma ação fluídica sobre os órgão da voz, da palavra, é que o mau Espírito –
obsessor daquele homem, a quem chamavam “possesso do demônio” – o tornava mudo,
subjugando-o completamente. Da mesma forma que o obsessor do cego lhe paralisa
a vista, como o obsessor do surdo lhe inutiliza o ouvido (cobrindo cada um
desses órgãos com uma parte do fluido que o envolve e retirando-lhe, assim,
momentaneamente, as faculdades), o obsessor do mudo também lhe paralisa a voz,
privando-a da faculdade de falar. Jesus ordenou ao Espírito mau que abandonasse
a vítima. Tendo-se afastado o obsessor, cessou a ação fluídica que produzia a
mudez, e o mudo falou. A SUBJUGAÇÃO A QUE ESTAVA SUJEITO O HOMEM E A SUA
CONSEQÜENTE MUDEZ ERAM, PARA ELE, UMA PROVAÇÃO E UMA EXPIAÇÃO. Quando
observardes uma punição, procurai do outro lado o abuso, falta ou crime a cuja
reparação ela se destina. O mudo, constrangido a guardar silêncio, quando as
palavras e a ânsia de se exprimir lhe fervilhavam no íntimo, EXPIAVA UM
ABUSO DE ELOQÜÊNCIA: ORADOR DE TALENTO, CONTRIBUÍRA PARA ARRASTAR MULTIDÕES A
ERROS PROFUNDOS. Expiava, portanto, a sua leviandade. Mas a provação e a
expiação da mudez lhe foram impostas por limitado tempo. Sofrera o castigo sem
resmungar, resignado e paciente. Por isso mesmo, Jesus o libertou. A acusação
dos fariseus e dos sacerdotes era análoga à que hoje procura atingir os
conhecedores das Leis Espirituais. Não são eles acusados de manter relações com
Satanás? Não é ao “demônio” que AINDA HOJE acusam de vos pregar o Novo
Mandamento contra a “Igreja de Jesus Cristo”? Assim sendo, é fácil compreender
a acusação que fizeram ao Mestre. “Se me odeiam a mim – disse Jesus – também
vos odiarão a vós”. Caminhai, portanto, nas suas pegadas, firmando-vos na
sua resposta que é irrespondível: “Se eu expulso demônios por Belzebu, por
quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes”.
Por estas palavras, o Cristo aludia aos que, seguindo-lhe os passos, procuram
purificar-se espiritualmente, expulsando os “demônios” pelo jejum e pela
oração. Os verdadeiros CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO são esses filhos dos
homens que se purificam e se elevam acima de seus pais, pois se tornam seus
juízes naturais, diante da LEI DE DEUS.
OVELHAS SEM PASTOR
P – A revelação
do Novo Mandamento é a última palavra de Jesus à Humanidade, neste final de
ciclo. Agora sabemos que HAVERÁ UM SÓ
REBANHO PARA UM SÓ PASTOR. Como o Espírito da Verdade interpreta a passagem
evangélica das ovelhas sem pastor?
R – Evangelho
segundo Mateus, IX: 35-38.
35 – Jesus percorria as
cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino,
curando todos os males e enfermidades. 36 – E, vendo aquelas multidões, teve
piedade delas, pois estavam maltratadas e jaziam por ali como ovelhas sem
pastor. 37 – Então, disse aos seus discípulos: “A seara é grande, mas os
trabalhadores são poucos. 38 – Rogai, pois, a Deus que mande trabalhadores para
a sua seara”.
Os
homens, entregues a si mesmos, precisavam ser grupados sob uma lei a que
pudessem obedecer, porquanto a Lei de Moisés (apesar de todos os Mandamentos de
Deus) se lhe tornara, no tocante às prescrições materiais, um jogo que
repeliam, como fazeis hoje com o que, na Lei da Igreja, é obra meramente
humana – os mandamentos humanos, as interpretações humanas que, fazendo
aditamentos ao Decálogo e ao Novo Mandamento, os alteraram, falseando-lhes o
sentido e a verdadeira aplicação. Ora, a multidão era grande. Dispondo de
tempo limitado para estar entre os homens, Jesus concitava seus discípulos a
reunirem em torno dele TODOS OS DE BOA VONTADE QUE PUDESSEM PREGAR A MORAL
PURA, QUE ELE ENSINAVA. O Pastor vigilante precisava de outros pastores que
fossem, por toda parte, arrebanhar suas ovelhas. Não nos cansaremos de repetir:
TUDO TEM SUA RAZÃO DE SER. Tanto da parte dos incumbidos de continuar a
obra de Moisés, como da parte da igreja encarregada de continuar a obra de
Jesus, tudo o que ocorreu tinha de ocorrer, de acordo com os tempos e as
inteligências, sob a ação e por entre as lutas da razão humana e do livre
arbítrio do homem, a se debaterem nas mãos possantes do progresso. TUDO TEM
SUA RAZÃO DE SER, CONFORME ÀS ÉPOCAS E A CADA FASE DA VIDA DA HUMANIDADE, QUE VAI
RECEBENDO PROGRESSIVA E SUCESSIVAMENTE, EM CADA ERA , NOS TEMPOS PREDETERMINADOS PELO SENHOR
E MEDIANTE UMA NOVA REVELAÇÃO, O DESENVOLVIMENTO E A EVOLUÇÃO ADEQUADOS AO
ESTADO DAS INTELIGÊNCIAS. A hora da letra passou e, nos vossos dias, em que
se abre uma era nova, Jesus – vendo (como ao tempo da sua missão terrena) todos
os povos carregados de males e dispersos como OVELHAS SEM PASTOR - deles se compadece, e lhes dá o Espírito da
Verdade. Nós vimos, em seu nome e por ordem do Senhor, repetir-vos as palavras
que o Mestre dirigiu aos seus discípulos: A SEARA É GRANDE, MAS OS
TRABALHADORES SÃO POUCOS. ROGAI, POIS, A DEUS QUE MANDE TRABALHADORES PARA A
SUA SEARA”. Tratai de reunir, em torno de vós, todos OS HOMENS DE BOA
VONTADE, que possam pregar a moral que Jesus ensinou. Pastor vigilante, o
Cristo convoca todos os pastores que possam arrebanhar as suas ovelhas,
sejam quais forem suas crenças, em todos os cantos da Terra. Cristãos do
Novo Mandamento, ide – guiados pelos Espíritos do Senhor – restaurar os ensinos
do Salvador! Ide a todas as nações, e explicai-lhes a Nova Revelação, com as
instruções daqueles Espíritos, virtudes do Céu que de lá se abalam para vos
amparar; exortai a todos os vossos Irmãos, pela palavra e pelo exemplo, na
ordem material, moral e intelectual, à prática do trabalho e da fraternidade,
da Caridade e do AMOR UNIVERSAL. Tendes de reconduzir ao divino aprisco ovelhas
desgarradas, que erram pelas charnecas do erro e da mentira, presas do
fanatismo, da intolerância, da superstição, do despotismo religioso ou da
incredulidade materialista. Ide e dizei que é chegada a hora do espírito que
salva, formando UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR!
OS APÓSTOLOS DE JESUS
P – Muitos não
entendem como Jesus, a maior potência espiritual abaixo de Deus, pôde ter entre
seus Apóstolos um traidor. Como o Espírito da Verdade explica esse fato?
R – Harmonizemos Mateus, X: 2-4, Marcos, III: 13-14,
16-19, e Lucas, VI: 12-19.
MATEUS: 2 – Estes são os
nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, que é chamado Pedro, e André, seu
irmão; 3 – Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Felipe e Bartolomeu;
Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 – Simão Cananeu e
Judas Iscariotes, que o traiu.
MARCOS: Subindo a um monte,
chamou Jesus a si os que quis e acudiram ao seu chamado. 14 – Designou doze
para estarem com ele e para serem enviados a pregar, dando-lhes o poder de
curarem enfermidades e expulsarem demônios, 16 – a saber: Simão, a quem deu o
nome de Pedro. 17 – Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais
chamou Boanerges, que significa filhos do trovão. 18 – André, Felipe,
Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão Cananeu 19 – e
Judas Iscariotes, que o traiu .
LUCAS: 12 – A esse tempo,
tendo Jesus subido a um monte para orar, lá passou toda a noite falando com
Deus. 13 – Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu entre eles doze,
chamando-lhes apóstolos: 14 – Simão, a quem chamou de Pedro, e André, seu
irmão; Tiago e João, Felipe e Bartolomeu, 15 – Mateus e Tomé, Tiago, filho de
Alfeu, e Simão Zelote; 16 – Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi
o traidor. 17 – Jesus, em seguida, desceu com eles do monte e se deteve numa
planície, cercado dos discípulos e de grande multidão de toda a Judéia, de
Jerusalém e das regiões marítimas de Tiro e de Sidon, 18 – gente que viera para
ouvi-lo e para ser curada de suas enfermidades. Também eram curados os que se
achavam possessos de Espíritos imundos. 19 – Todos procuravam tocá-lo, porque
dele saía uma virtude que a todos curava.
Jesus,
para os homens, subira a um monte, a fim de orar, e ali passara a noite,
falando com Deus. Na realidade, porém, VOLTOU ÀS REGIÕES SUPERIORES DE ONDE
PRESIDE A MARCHA DO VOSSO PLANETA E DISTRIBUIU AS ORDENS DO TODO-PODEROSO.
Lá permaneceu enquanto esteve fora das vistas humanas. Quando amanheceu,
tornando-se novamente visível e tangível, chamou os discípulos e procedeu,
entre eles, à escolha dos doze apóstolos. Quanto os apelidos que lhes deu, TINHAM
POR FUNDAMENTO O CARÁTER E A MISSÃO DE CADA UM DOS APELIDADOS. Entre os
doze estava Judas Iscariotes, que traiu seu Mestre. Conforme vereis, pelas
explicações que mais tarde daremos, JUDAS ERA UM ESPÍRITO ELEVADO EM
INTELIGÊNCIA; MAS PEDINDO PERMISSÃO PARA AUXILIAR JESUS, SE ENCARREGARA DE UMA
MISSÃO ACIMA DE SUAS FORÇAS. TOMARA UM PESO SUPERIOR AO QUE LHE ERA POSSÍVEL
SUPORTAR, E POR ISSO FALIU. Quando chegar o momento, nós vos diremos como
foi essa missão perdida, como lhe foi concedida e como foi ele arrastado a falir.
Relativamente à cura das enfermidades e ao afastamento dos Espíritos
obsessores, já recebeis todas as explicações. Finalmente compreendeis o que era
A VIRTUDE QUE SAÍA DE JESUS: eram os fluidos que, por ato de sua vontade
e do seu poder magnético, ele dirigia sobre os doentes – principalmente os que
dele se aproximavam – para operar aquelas curas maravilhosas. E NENHUMA
DELAS FOI MILAGRE.
A MISSÃO DOS APÓSTOLOS
P – Depois de
quase dois mil anos, nem todos entendem as instruções dadas por Jesus aos seus
Apóstolos. Como o Espírito da Verdade analisa o assunto?
R – Harmonizemos Mateus, X: 1 e 5-15; Marcos, III: 15
e VI: 7-13 e Lucas, IX: 1-6.
MATEUS: 1 – Tendo vindo os
doze apóstolos, Jesus lhes deu poder sobre os Espíritos impuros, a fim de os
expulsarem, e o de curar todas as doenças e enfermidades. 5 – E enviou os doze,
depois de lhes dar as instruções seguintes: “Não procureis os gentios e não
entreis nas cidades dos samaritanos; 6 – Ide, antes, em busca das ovelhas
perdidas da casa de Israel. 7 – Ide e pregai, dizendo: o reino dos céus está
próximo; 8 – curai os doentes, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos,
expulsai os demônios, daí de graça o que de graça recebeis. 9 – Não tenhais
ouro, nem prata, nem qualquer moeda nos vossos cintos, 10 – nem alforge para
viagem, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bordão: porquanto o obreiro é
digno de que o sustentem. 11 – Ao entrardes em qualquer cidade ou aldeia,
procurai onde há um justo e permanecei em sua casa até que partais de novo. 12
– Ao penetrardes na casa saudai-a, dizendo: que a paz esteja nesta casa. 13 –
Se a casa for digna disso, vossa paz descerá sobre ela; e, se não for, vossa
paz voltará para vós. 14 – Quando alguém não vos quiser receber e não vos
escutar as palavras, ao sairdes da casa ou da cidade onde tal se deu, sacudi o
pó dos vossos pés. 15 – Em verdade vos digo: no dia do juízo, menos rigor
haverá para Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.
MARCOS: 15 do III – E Jesus
lhes deu o poder de expulsar os demônios. VI: 7 – Jesus chamou os doze e
começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os Espíritos imundos.
Recomendou-lhes que levassem consigo apenas o bordão; que não levassem nem
alforge, nem pão, nem dinheiro nos cintos; 9 – que calçassem unicamente suas
sandálias, mas não cuidassem de ter duas túnicas. 10 – E lhes dizia: na casa,
em que entrardes, permanecei até partirdes de novo. 11 – Quando encontrardes
pessoas que não vos queiram receber nem escutar, sacudi, ao vos retirardes, a
poeira dos vossos pés, dando assim testemunho contra elas. 12 – Tendo partido,
os apóstolos pregavam aos povos que fizessem penitência; 13 – expulsavam muitos
demônios e ungiam com óleo muitos doentes, curando-os.
LUCAS: 1 – Jesus, tendo
reunido os doze apóstolos, lhes deu poder e autoridade sobre todos os demônios
e o poder de curar enfermidades. 2 – E mandou que fossem pregar o reino de Deus
e curar os doentes. 3 – E lhes disse: não leveis em viagem nem bordão, nem
alforge, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas. 4 – Na casa em que
entrardes ficai, e dela não saiais. 5 – E, quando encontrardes pessoas que não
vos queiram receber, sacudi, ao deixar-lhes a cidade até o pó dos vossos pés,
para que isso constitua um testemunho contra elas. 6 – Os apóstolos partiram e
foram de aldeia em aldeia, evangelizando e curando os enfermos por toda parte.
Jesus
mandou que os apóstolos pregassem, primeiro, aos da sua nação “humana”, para
que mais se apertassem os laços da fraternidade, da família e da pátria.
Proibiu-lhes se munissem do que quer que fosse, a fim de que eles
compreendessem bem que, missionários do Senhor, deviam tudo esperar dele no
tocante às coisas da vida E NENHUMA IMPORTÂNCIA DAR AO BEM-ESTAR MATERIAL. Recomendou-lhes
que abençoassem os lugares onde encontrassem boa acolhida e que sacudissem a
poeira dos pés onde os repelissem, para os convencer de que por toda parte os
acompanhava o Mestre, ligando o que eles (não os seus pretensos sucessores)
ligassem e desligando o que eles desligassem. Jesus atuava humanamente
sobre a imaginação humana de seus discípulos quando, ao pronunciar palavras positivas,
se dirigia àqueles a quem falava. Ao mesmo tempo, aludia figuradamente à missão
de todos os que, como os Apóstolos, seriam destacados para levar, de porta em
porta, a Palavra de Deus. Dizemos figuradamente porque ELE TAMBÉM SE
DIRIGIA ÀS GERAÇÕES FUTURAS, QUE VIRIAM COLOCAR-SE NAS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS À
EXECUÇÃO DESSA OBRA. MAS, SE O PREFERIS, PODEIS USAR O TERMO “PROFETICAMENTE”,
SE BEM QUE AQUELA PROMESSA DEVERIA CUMPRIR-SE EM TODOS OS SÉCULOS.
Se é certo que tem havido pastores infiéis ou falsos profetas, não menos
certo é que sempre houve, também, guardas severos de seus rebanhos, praticantes
da Moral que pregavam de coração limpo, não unicamente com os lábios. ESSES,
SIM, É QUE SE PUNHAM E SE PÕEM NAS CONDIÇÕES DE LIGAR E DESLIGAR, NA TERRA COMO
NO CÉU. VÓS OS CONHECEIS PELA VIVÊNCIA PERMANENTE DO NOVO MANDAMENTO DO CRISTO
DE DEUS. Os discípulos tinham de espalhar a Verdade, como hoje vos cumpre a
mesma tarefa. Ponde-vos, pois, a caminho, seguindo os verdadeiros discípulos do
Salvador, que vos preparam as estradas. Entrai nelas resolutamente, porque está
próximo o fim dos tempos!
LIGAR E DESLIGAR
P – Disse o Espírito da Verdade: “Jesus atuava
humanamente sobre a imaginação humana de seus discípulos e figuradamente aludia
à missão de todos os que, como os apóstolos, seriam destacados para levar, de
porta em porta, a Palavra de Deus”. Quais o sentido e o alcance destas
palavras, referentes aos discípulos: “para convencê-los de que toda parte os
acompanhava o Mestre, LIGANDO O QUE ELES
LIGASSEM E DESLIGANDO O QUE ELES DESLIGASSEM”? E destas outras, referentes
a todos os que viviam a Moral que pregavam. “Esses se punham e se põem nas
condições de ligar e desligar, na terra como no céu”?
R – Os verdadeiros sucessores dos Apóstolos de Jesus
podiam alcançar o s mesmos privilégios, COM
A CONDIÇÃO DE ADQUIRIREM E MANTEREM A MESMA PUREZA, ASSIM É QUE AQUELES DENTRE
VÓS QUE TENTAREM, COM TODAS AS SUAS FORÇAS, ELEVAR-SE AO SENHOR, PORÉM LIGAR E
DESLIGAR NA TERRA CERTOS DE QUE LIGARAM E DESLIGARAM, IGUALMENTE, NO CÉU.
Mas a acepção verdadeira, na qual a vossa humanidade deve entender essa
faculdade, é a seguinte: homem não pode
traçar linhas de conduta que o Senhor haja de seguir, nem, portanto, lhe ditar
suas maneiras de ver. O Espírito encarnado, porem, tendo atingido, certo
grau de elevação, pode e deve compreender de antemão, as vontades do Supremo
Juiz. Eis por que, pelos atos humanos, o mesmo Espírito se encontra em estado
de sentir, dentro de si mesmo, a sentença que será proferida e, pela
sinceridade do arrependimento, a indulgência com que o Juiz sentenciará. Tal o
sentido em que deveis entender aquelas palavras, que o orgulho humano falseou, fazendo-as
imprimir um ato arbitrário (arrogando-se o poder de absorver ou condenar,
concedendo ou recusando a absolvição, de perdoar ou não os pecados, não como
simples declaração MAS COMO SENTENÇA
PROFERIDA EM JULGAMENTO); um tráfico vergonhoso pela venda de indulgências,
e não uma faculdade altíssima, de cujo uso aquele que tais palavras abusaram SENTIAM BEM, E SENTEM HOJE MAIS DO QUE
NUNCA, SER INCAPAZES. Servindo-nos dos termos ligar e desligar, empregamos
as expressões e as Escrituras adota, e que explicaremos de modo especial,
quando chegar à ocasião. Os discípulos fieis de Jesus eram Espíritos elevados
que não se deixavam dominar pelo sentimento da animosidade pessoal e que, com
segurança, julgavam do Espírito e não do homem, visto que se achavam em
condições de apreciar (pela inspiração que recebiam sob a influencia e a ação
espirituais) o valor daqueles a quem se dirigiam. Se, portanto, encontravam
Espíritos retos e humildes, eles os abençoavam exortando-os a seguir a trilha
do único Mestre; e Jesus lhes aprovava o proceder. Se, ao contrario, se viam
diante de Espíritos atrasados, cujas provas longe estavam de chegar a seu
termo, rebeldes ao que eles pregavam, sacudiam contra esses a poeira que
traziam nos pés, isto é, se afastavam, porque OS ESPÍRITOS DE ORDEM SUPERIOR NÃO SE JUNTAM AOS ESPÍRITOS CULPADOS E
SOBRE ESTES DEIXAVA O SENHOR CAIR O PESO DA EXPIAÇÃO, POR MAIS DOLOROSA QUE
TIVESSE DE SER; E AI ESTÃO OS FRUTOS DO ERRO DA IGREJA, APOIANDO-SE NAS
PALAVRAS QUE JESUS DIRIGIA A ESPÍRITOS EM MISSÃO NA TERRA ,
ELA ACREDITOU PODER APOSSAR-SE DA HERANÇA DE INFALIBILIDADE QUE, NOS APÓSTOLOS
APROVADOS, O ESPÍRITO SANTO VIERA SELAR, isto é, da infalibilidade que, por
ordem do Senhor, lhes vinha da assistência, da inspiração, do amparo, da
proteção, do concurso permanente dos Espíritos Superiores, esquecendo-se,
entretanto de chamar a si a herança de santidade, de virtudes e de elevação
moral por eles deixada. Pretendeu ela, portanto, fazer uso de armas que era
incapaz manejar : ter em suas mãos – vazias da pureza das mãos dos Apóstolos
fieis.E MUITAS VEZES MANCHADAS, A CHAVE
DA MORADA DE TODA A PUREZA. Assim repeliu os eleitos e acolheu os
repelidos. Voluntariamente cega, mergulhou cada vez mais nas trevas que o
orgulho e confiança em si mesma geraram. Ela despertará, porém, neste final de
ciclo: a trombeta do Juízo Final vai retumbar para ela nos quatro cantos do
mundo. Os Anjos do Senhor aparecerão em sua gloria, não do modo por que ela o
diz, nas sua errôneas interpretações, mas na gloria da pureza. E os discípulos
fies do Cristo, reencarnados para acabarem a obra que começaram VIRÃO AGORA LIGAR E RELIGAR NA TERRA, E O
SENHOR LIGARÁ E DESLIGARÁ NO CÉU, POIS DELES É TAL MISSÃO E O JULGAMENTO NÃO SE
ACHARÁ INQUINADO DE NULIDADE! Coragem, pois, filhos da nossa Igreja – A IGREJA DO SENHOR – porque breve esta o
tempo em que o Mestre e os discípulos aparecerão de novo entre vós vossos olhos
desvendados verão O JUSTO nas nuvens
do céu, em que ao Anjos (isto é, os Espíritos purificadores) descerão a terra,
para vos estenderem seus braços fraternais. Entoai cantos de alegria,
rejubilai, porque essa hora já se aproxima!
IDE E PREGAI
P – Desejamos saber o que significam duas passagens do
capitulo em estudo: “Não procures os gentios e não entreis nas cidades dos
samaritanos; ide, antes em busca das ovelhas perdidas da casa de Israel”.
Principalmente esta: “Ide e Pregai, dizendo: o reino de Deus está próximo!” Quais
o sentido e o alcance de tais palavras de Jesus, segundo o Espírito da Verdade
?
R – Quando a primeira, Jesus queria – antes de tudo –
ensinar o apoio aos parentes, estreitando aos olhos dos homens os laços da
fraternidade, da família e da pátria. Igualmente, queria evitar se agitassem
desde logo os preconceitos dos judeus, que se julgavam OS UNICOS APTOS A RECEBER OS BENEFÍCIOS DE DEUS. Esses gritariam:
”Sacrilégio” se vissem os discípulos do Cristo falando de arrependimento e
pregando a Palavra do Senhor aos que eles, os hebreu, consideravam excluídos
pelo próprio Deus da parte da herança que lhes devia tocar. Assim a pregação
dos gentios se faria mais tarde, a tempo e hora. Os samaritanos como sabeis,
formavam seita dissidente do hebraísmo. E gentios eram TODOS OS QUE NÃO PROFESSAVAM A FÉ DOS JUDEUS. Quanto a segunda
entendei: o Reino de Deus está próximo todas as vezes que o homem aceita os
maus de chegar a esse reino. O Cristo ensinava aos homens as virtudes humanas,
que lhes poderiam abreviar a serie das provações terrenas. Portanto, O REINO DE DEUS ESTAVA PRÓXIMO PARA OS QUE
LHE SEGUIAM OS ENSINAMENTOS. Ainda hoje, hoje mais do que então, Jesus –
por nosso intermédio - diz aos verdadeiros cristãos: - O Reino de Deus está
próximo porque não mais se vos apontam CAMINHOS
INDIRETOS para chegardes lá. Não vos podeis mais extraviar, tomando FALSA
DIREÇÃO. Servindo-se dos ESPÍRITOS DO
SENHOR, que vos trazem a Nova Revelação. Ele vos mostra a estrada reta e
continua em que todos vos deveis entrar. Ele vos assinala previamente esta
Revelação, os obstáculos que vos detiveram os passos até agora, e diz: - EVITAI-OS! EU VOS ESTENDO AS MÃOS PARA VOS
AJUDAR A TRANSPÔ-LOS! E vos mostra os sítios de repouso, onde podereis as
forças gastas na jornada: a prece, o amor e a fé, praticados sinceramente e não
apenas com os lábios. Mostra-vos a verdade, a vos clarear o caminho com o seu
facho divino, caldo o véu que, por tanto tempo, vos impedia de ver essa
claridade libertadora do Evangelho, que restitui a vista aos cegos. Mostra-vos
a esperança, a vós estender a mão e vos conduzindo ao lugar em que
descansareis. E vos mostra o amor que, poderoso do vosso Deus, abrindo-vos as
portas do santuário, pensando-vos as chagas, curando-vos as feridas; o amor
que, no limiar da morada celeste; vos diz: VINDE
TODOS VÓS, QUE CHAMEI DOS QUATRO CANTOS DO MUNDO E REPOUSAI DE TODAS AS VOSSAS
DORES! Não vos equivoqueis quanto ao sentido destas palavras figuradas que
acabamos de vos dirigir, e que a vossa inteligência pode facilmente
compreender. O LUGAR EM QUE DESCANSAREIS
é o espaço infinito, onde os Espíritos bem-aventurados gozam, numa eterna
atividade, da alegria dos eleitos, QUE
TODOS OS HOMENS SÃO CHAMADOS A GOZAR E DA QUAL TODOS GOZARÃO.Esse repouso,
ou descanso, exprime a calma do Espírito que chegou ao termo de suas provações
, mediante a comparação com um viajante extenuado, que alcançou o lugar em que
repousará, depois da fadiga da marcha e dos rigores do sol. Mas, bem o sabeis,
tanto para o Espírito que chegou ao fim de suas provações, como para aquele que
percorre o caminho delas, O TRABALHO E
NÃO A INÉRCIA NUMA CONTEMPLAÇÃO ETERNA, CONSTITUI A LEI IMUTÁVEL, DENTRO DA
ETERNIDADE, NA CONDIÇÃO DE OBREIRO E SERVO DO PAI QUE TRABALHA SEMPRE, QUE
CRIOU, CRIA E CRIARÁ INCESSANTEMENTE! Todavia ,para o Espírito que chegou
ao fim de suas provações, o trabalho não é o que é para vós,.Ele encontra no
trabalho uma alegria imensa, complemento da que lhe está prometida. O trabalho,
para nós, é MIL VEZES MAIS SUAVE DO QUE,
PARA VÓS, O REPOUSO INDOLENTE DA EXISTÊNCIA TERRESTRE.
O PODER E A AUTORIDADE
P – Destacamos , do ponto em estudo, estes versículos:
Mateus, 1 – “E Jesus deu aos doze Apóstolos
poder sobre os Espíritos impuros, para os expulsarem, e de curar todos os males
e enfermidades”; Marcos, 15 – “E lhes deu o poder de poder de curar as doenças
e de expulsar os demônios”; Lucas, 1 – “Jesus, tendo reunido seus doze
Apóstolos, lhes deu poder e autoridade sobre todos os demônios e poder de curar
as enfermidades”. Ainda este versículo 8 de Mateus: “Curai os doentes ,
ressuscitai os mortos , limpai os leprosos , expulsai os demônios”. Ao
Espírito da Verdade perguntamos: qual (despojado da letra o Espírito imortal) a
significação dessas palavras do Cristo de Deus?
R – Os Apóstolos aprovados eram Espíritos evoluídos ,
encarnados em missão, e que aceitaram as condições rigorosas da primeira fase
de suas existências humanas, FASE QUE
LHES PRECEDEU A VOCAÇÃO, A FIM DE CONCORREREM PARA A OBRA DE REDENÇÃO DA
HUMANIDADE. Em seus trabalhos tiveram o auxilio dos Espíritos Superiores,
que os acompanharam sempre, neutralizando neles a influencia da carne sobre o
Espírito , adicionando-lhes às faculdades aquelas de que dispunham , DESSE CONCURSO RESULTARAM AS GRANDES COISAS
QUE OS APÓSTOLOS REALIZARAM, depois da ascensão de Jesus, Eles aceitaram
aquela existência humana , cuja primeira parte devia transcorrer em condições
tão humildes quanto vulgares, para melhor fazerem sentir a transformação do
portageiro, do pescador inspirado, manejado, de todos os idiomas , capaz operar
“milagres” à vista das multidões maravilhadas . Assim, Jesus deu aos Apóstolos
poder e autoridade sobre todos os maus espíritos , o poder de curar todos os
males e enfermidades, de restituir a saúde aos doentes, de ressuscitar os
mortos , de purificar os leprosos , de expulsar os demônios (obsessores) -
dando-lhes a assistência, e apoio e o concurso dos Espíritos Superiores,
sustentados estes Pelos Espíritos Puros que tem PODER IMEDIATO sobre todos os Espíritos maus, bem como o de curar
todas as enfermidades e RESSUSCITAR OS
MORTOS SEGUNDO O ENTENDER DOS HOMENS. Os Apóstolos - já o sabeis - eram
médiuns , quer dizer: intermediários dos Espíritos Superiores que os assistiam,
junto aos homens . Com o auxilio das faculdades mediúnicas , sob a ação e a
influência mediúnicas , é que eles falavam e operavam, contribuindo para a Obra
de Regeneração Humana. Para expulsarem os maus Espíritos, isto é, PARA LIBERTAREM OS HOMENS DA SUBJUGAÇAO ,
TANTO CORPORAL COMO ESPIRITUAL OU MORAL, ORDENAVAM AOS OBSESSORES QUE SE
AFASTASSEM DA VITIMA , EMPREGANDO AS MESMAS PALAVRAS DE QUE USAVA O MESTRE:
“SAI DESSE HOMEM!” E os obsessores se afastam no mesmo instante, por ato da
vontade dos Espíritos Superiores. Para restituir a saúde aos doentes , limpar
os leprosos, curar todos os males e enfermidades , impunham as mãos e ungiam
com óleo os enfermos, operando pela própria vontade e pela ação magnética
humana. Ao mesmo tempo, os Espíritos Superiores, associando sua vontade à deles
POR MEIO DO MAGNETISMO ESPIRITUAL, escolhiam e lhes punham, ao alcance, os
fluidos apropriados aos eleitos, aos resultados que tinham de ser obtidos, á
cura que se havia de operar, Entendei: UNGIAM
COM ÓLEO, MUITOS DOENTES APENAS PARA TORNAR A AÇÃO QUE EXERCIAM MAIS
COMPREENSÍVEL AOS HOMENS, NENHUMA NECESSIDADE TINHAM, PARA OBTEREM A CURA, DE
RECORRER A ÊSSES MEIOS MATERIAIS, EXTERNOS , PORQUANTO A MÃO DO MAGNETIZADOR
HUMANO OU A VONTADE DO CRISTO TERIAM ENVIADO, SEM ISSO AO ORGANISMO DOENTE OS
FLÚIDOS DE QUE SE ACHAVA CARREGADO O ÓLEO .Aplicando o das oliveiras,
usavam dos meios postos a seu alcance, a fim de mostrarem que tudo pode servir
para a execução dos desígnios de Deus, quando se tem a fé inabalável. Quanto às
palavras “RESSUSCITAI OS MORTOS”,
Tratai de compreendê-las em Espírito e Verdade. As Leis Naturais, que Deus
estabeleceu desde toda a eternidade, são IMUTÁVEIS,
e a vontade – também imutável – do Criador NÃO
AS DERROGA NUNCA, NEM JAMAIS FORÇA O ESPÍRITO A SE UNIR A PODRIDÃO, ISTO É, AO
CADÁVER. Jesus precisava, para o bom êxito de sua missão terrena, para que
ela produzisse os devidos frutos naquele momento e no futuro, impressionar
fortemente a imaginação dos homens atrasados da época, apropriando, ao mesmo
tempo, a linguagem às crenças e os preconceitos dos hebreus. Precisava preparar
as gerações que teriam de receber, nos tempos determinados pelo Senhor e quando
o indispensável progresso estivesse realizado, a Nova Revelação que fora
predita e vos é trazida hoje pelo Espírito da Verdade. O estado cataléptico,
reconhecido mais tarde, era quase ignorado dos antigos que, solícitos em
afastar de si os focos de infecção, QUEIMAVA
SEUS “MORTOS” OU OS ENCERRAVAM EM TÚMULOS, LOGO QUE SE APRESENTAVAM SINAIS
INDICADORES (PARA ELES) DA CESSAÇÃO DA VIDA ! Muitas expiações, pelo fogo
ou pela fome, assim se verificaram naquelas épocas em que a ignorância dos
homens servia para que muitos pagassem crimes cometidos em existências
anteriores. Dissemos que os antigos quase ignoravam o estado cataléptico,
porque somente alguns homens – mais adiantados – tinham dele noção; esta era,
porem, muito vaga, porque, não há compreendiam, nem espiritual nem
cientificamente. Os Apóstolos, os discípulos, a multidão em volta, a turba do
escribas, dos fariseus e dos sacerdotes O
DESCONHECIAM COMPLETAMENTE. Os Evangelistas, médiuns historiadores
inspirados, reproduziram (debaixo da influencia e da inspiração mediúnicas) tal
qual Jesus as pronunciara, estas palavras: “Ide...e ressuscitai os mortos”.
Empregaram as expressões de que dispunham para relatar os fatos, mas SEM POSSUIREM O SEGREDO DO PENSAMENTO QUE
JESUS OCULTAVA SOB AQUELAS PALAVRAS, AS QUAIS – PARA ELES COMO PARA OS OUTROS
HOMENS – FICAVAM SUJEITAS AS INTERPRETAÇÕES HUMANAS. Já o dissemos e
insistimos ; todas as ressurreições de pessoas consideradas mortas pelos homens
- tanto no Velho quanto no Novo Testamento da Bíblia Sagrada – não foram mais
que a suspensão do estado cataléptico. Todos os indivíduos tidos por mortos
estava nesse estado, não se havendo produzido neles o rompimento do laço que
prende o Espírito ao corpo. Considerados por todos como mortos, mortos teriam
eles ficado , realmente, sem socorro dos Espíritos Puros e dos Espíritos
Superiores, os quais – com a sua vontade poderosa e com o seu poder magnético – assistiam tanto
os Profetas (que inconsciente desse
concurso, atribuíam à ressurreição do “morto” a uma ação direta de Deus) quando
os Apóstolos (que também inconscientes
dessa presença, atribuíam, todas as “ressurreições” a ação direta do próprio
Jesus ). Mas – quer com relação aos Profetas , quer com relação aos Apóstolos –
os Espíritos Puros e os Espíritos
Superiores agiam sob a direção do Cristo , pois, como sabeis e jamais
podereis perder de vista. Jesus é O
PROTETOR E GOVERNANTE SUPREMO DO VOSSO PLANETA. PRESIDIU A SUA FORMAÇÃO E DESDE
ESSES TEMPOS IMEMORIAIS, O DIRIGE, COMO TAMBEM A HUMANIDADE TERRENA, QUE SERÁ
POR ELE CONDUZIDA A PERFEIÇÃO.
HONESTIDADE NAS COISAS DE DEUS
P – Os ensinamentos do Espírito da Verdade são de uma
clareza meridiana. Por isso, perguntamos ao Paráclito: – Qual o sentido das
palavras de Jesus: “Daí de graça o que de graça recebeis”?
R – No pensamento do mestre essas palavras eram
ditas para aquele momento e também para
o futuro. A mediunidade ou carisma, as faculdades que os Apóstolos possuíam , a
assistência e o concurso dos Espíritos puros e dos Superiores eram, ao mesmo
tempo e concomitantemente, os meios pelos quais , no desempenho de suas
missões, eles pregavam o Evangelho, anunciavam o Reino de Deus, curavam as
moléstias e as enfermidades, ressuscitavam os que eram considerados mortos,
expulsava os demônios ou maus Espíritos. E esse carisma, essas faculdades
mediúnicas, essa Assistência e esse concurso ERAM UM DOM GRATUITO DE DEUS DIZENDO AOS APÓSTOLOS ”DAÍ DE GRAÇA O QUE
DE GRAÇA O QUE RECEBEIS DE GRAÇA”, JESUS LHES ENSINAVA QUE AS COISAS DE DEUS
JAMAIS DEVEM CONSTITUIR OBJETO DE TRÁFICO, DE ESPECULAÇAO, DE MEIO DE
EXISTENCIA MATERIAL HUMANA.Isto é: no desempenho das missões de que se
achavam investidos, suas palavras e seus atos não deviam ter por móvel senão o amor a Deus, o amor
desinteressado ao próximo, a mais completa humildade. Pois aquelas palavras
também eram dirigidas aos que – médiuns, investidos de faculdades mediúnicas,
para o serviço divino – SERIAM OS
INTÉRPRETES E OS INTERMEDIÁRIOS DOS BONS ESPÍRITOS JUNTO DOS HOMENS. Sim,
eram dirigidas a todos os que apóstolos da nova Revelação, inspirados pelos
Espíritos do Senhor, seriam chamados a pregar a LEI DE JESUS, QUE É O NOVO MANDAMENTO, EXPLICADA EM ESPIRITO E VERDADE. O Cristo, por nosso intermédio, diz a todos vós como disse aos
Apóstolos: “DAI DE GRAÇA, SEGUINDO-LHES AS PEGADAS, O QUE DE GRAÇA
TENDES RECEBIDO”; PORQUANTO, PARA VÓS COMO PARA ELES, TUDO VEM DE DEUS E VOS É
DADO DE GRAÇA, A FIM DE CUMPRIRDES HONROSAMENTE A VOSSA MISSÃO.
A INSTRUÇÃO ESPIRITUAL
P – Como o Espírito da Verdade está procedendo à
revisão das Revelações conhecidas, gostaríamos de saber – face nos termos dos
versículos 9 e 10 de Mateus, 8 e 9 de Marcos, 3 de Lucas – quais foram, NA RELIDADE, as palavras ditas por
Jesus e qual o seu significado real. É
possível?
R - As palavras
realmente ditas pelo Mestre são: “Não tenhais e não leveis convosco nem
alforje, nem pão, nem ouro, nem prata, nem moeda nos vossos cintos; não tenhais
duas túnicas; toma um bordão, para vos apoiardes durante a viagem, e colocai
aos pés sandálias para suportardes a caminhada”. Por essa ordem, diretamente
dada aos seus Apóstolos, O CRISTO
ENSINAVA A HOMENS MATERIAIS O DESPREZO DOS BENS TERRENOS E A CONFIANÇA
INABALÁVEL NA PRESENÇA E NO PODER DE DEUS. Para os homens dos vossos dias,
mas principalmente para vós, consideradas aquelas palavras como ditas por Jesus
tendo em vista o futuro, o ensino é este: “Não ligueis vossa missão as coisas transitórias, mas aquelas que não
perecem; não cuideis antecipadamente de vos proverdes de erudição e ciência humana, E SIM DE VOS INSTRUIRDES NO QUE CONDUZ A VIDA ETERNA.” Não quer
isto dizer que vos concitamos a desprezar os estudos e os cuidados que a vossa
existência reclama. Esta apresenta exigências, a que vos deveis submeter: é uma
obrigação a cumprir MAS NÃO DEVEIS
TORNÁ-LAS O OBJETIVO ÚNICO DE TODA A VOSSA VIDA. Armazenai, portanto,
pão que sustenta o corpo, tanto para vós
como para os vossos irmãos que não tiverem podido fazer o mesmo; MAS ARMAZENAI, SOBRETUDO, O PÃO DA VIDA.
Sim deveis adquirir a instrução necessária ao desenvolvimento da vossa
inteligência. MAS TRATAI DE ADQUIRIR,
PRINCIPALMENTE, A INSTRUÇÃO ESPIRITUAL QUE VOS LEVARÁ AO BOM TÊRMO DA VOSSA
MISSÃO – EVANGELIZAR E APOCAPLIPTIZAR AS MASSAS TÃO NECESSITADAS DE AMPARO NA
HORA DO PRÓXIMO E ÚLTIMO ARMAGEDON DESTE
CICLO.
QUEM É
JUSTO?
P – Mereceram nossa atenção,
na Cruzada do Novo Mandamento no Lar, estas palavras do Mestre: “Ao entrardes
em qualquer cidade ou aldeia, perguntai onde há UM JUSTO, e em sua casa
permanecei até partirdes de novo. Ao penetrardes na casa, saudai-a, dizendo: -
Que a paz esteja nesta casa. Se ela for, mesmo, digna disso, vossa paz descerá
sobre essa casa; mas, se o não for, voltará para vós a vossa paz”. Como o
Espírito da Verdade nos explica esta passagem?
R – Entrando na casa do
justo, os discípulos pediam as bênçãos do Senhor e, portanto, A PROTEÇÃO DOS
BONS ESPÍRITOS PARA AQUELE QUE OS ACOLHEU. Se, no entanto, era falsa a apreciação
humana, se o homem considerado justo por seus irmãos era velhaco e mentiroso,
um rematado hipócrita, COMO O HOMEM PODE ILUDIR OS OUTROS MASNÃO ILUDE A
DEUS, AS BENÇÃOS – EM
VEZ DE DESCEREM SOBRE ELE – CAÍAM SOBRE O QUE SE MOSTRAVA
DIGNO DELAS. Afastavam-se do falso e se aproximavam do puro. Quereis saber
quem é justo, e nós respondemos: O JUSTO É AQUELE QUE SE ESFORÇA POR TRILHAR
O CAMINHO DO MESTRE E JAMAIS SAIR DELE. É aquele que pratica as virtudes
impostas ao homem como condição para chegar a Deus; o que pratica a verdadeira
Caridade do Novo Mandamento; o que se oculta, vela seus atos e palavras, se faz
humilde no SEGREDO DO CORAÇÃO, porquanto – se sois caridosos, mas
confiais em que praticastes um ato meritório DE QUE OS OUTROS NÃO SERIAM
CAPAZES – insignificante é o vosso mérito! O justo é aquele que faz o Bem
sem egoísmo, sem idéia preconcebida, sem esperar o reconhecimento dos
beneficiados ou o louvor dos indiferentes e, ainda mais, SEM CONTAR COM A
RECOMPENSA DO MESTRE. O justo é aquele que tem a fé inabalável, que a tudo
resiste, que não se impõe pela força, mas se patenteia na prática das boas
obras, pela palavra e pelo exemplo. A fé que pode levar os outros homens a
dizerem dele: - Por que não tenho a sua fé? Eis aí um JUSTO AOS OLHOS DE DEUS!
O PÓ
DAS SANDÁLIAS
P – No mesmo capítulo, disse Jesus aos seus
discípulos: “Quando encontrardes pessoas que vos queiram receber nem escutar,
sacudi – ao vos retirardes – a poeira dos vossos pés, a fim de que isso
constitua um testemunho contra elas. Em verdade vos digo; no dia do juízo
haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra
do que para essa cidade”. Perguntamos ao Espírito da Verdade: – Quais
são, despojados da letra o Espírito, o
sentido e alcance dessas palavras?
R – Tais palavras, segundo o pensamento do Mestre,
foram ditas para aquela época e para os tempos vindouros. Dirigiam-se, não só
aos discípulos de então como também aos que viriam a se discípulos na Era Nova.
Aqueles, quem o Senhor envia a Luz e que recusam aceitá-la, são mais culpados que os
infelizes, imersos nas trevas, QUE
NENHUM SOCORRO DIRETO RECEBEM, PARA SAIR
DELAS. Não vos conserveis perto dos primeiros: não percais vosso
tempo é precioso: ide pois trabalhar sempre na Vinha do Senhor. Ela se abre em
aléias diante de vós e borda o caminho ,
mas nem todas as cepas são boas. Ao tentardes melhorar aquelas que vos pareçam
estéreis, se virdes que – apesar de
todos os vossos esforços – não dão fruto algum, deixai-as se tempo ainda não
chegou. Passai a outras em que, com inteligentes e afetuosos cuidados, podereis
observar o desenvolvimento dos sucos, que dão
força e vida. Não percais o vosso tempo. Trabalhai sempre com ardor. MAS TRABALHAI CAMINHANDO PARA FRENTE, POIS
TENDES DE PERCORRER ESTRADA MUITO LONGA PARA CHEGARDES AO FIM. Sim no
dia do juízo, haverá menos rigor para
Sodoma e Gomorra, isto é para com os Espíritos culpados que, afogados nas
trevas, não tiveram socorro direito para saírem delas, do que para os Espíritos
rebeldes que recusaram receber a Luz que o Mestre, ainda hoje, lhes envia por
meio de seus novos discípulos. Sim, quem rejeitou os socorros para se tornar
melhor É UM ESPÍRITO OBSTINADO NO MAL, E
LONGA SERÁ POR ISSO, A DURAÇÃO DAS SUAS PROVAS E EXPIAÇÕES: INFINIDADE DE
SOFRIMENTOS CORRESPONDENDO A INFINIDADE DE FALTAS. Quer dizer: os
sofrimentos ou torturas morais,
apropriados e proporcionais às faltas, ao grau de culpabilidade,
suportados na erraticidade após a morte, ao fim de cada existência sucessiva,
e a reencarnação nos mundos inferiores, SE
REPRODUZIRÃO, PARA O ESPÍRITO CULPADO, ATÉ QUE POR MEIO DE PROVAÇÕES BEM
SOFRIDAS, DEIXE ELE DE SE MANTER REBELDE À LEI DE REPARAÇÃO E DE PROGRESSO,
SEGUNDO A QUAL PURIFICARÁ. PARA TOMAR LUGAR
ENTRE OS BONS ESPÍRITOS; ISTO OCORRERÁ QUANDO, POR SE HAVER TORNADO
INCAPAZ DE PRATICAR O MAL, SÓ DESEJE PRATICAR O BEM.
OVELHAS NO MEIO DE LOBOS
P – Uma frase
que muito se comenta, em nosso Posto
Familiar , é esta de Jesus: “Eu vos envio como ovelhas no meio
de lobos”. É que a maldade humana parece concentrar-se contra os verdadeiros
cristãos! Que diz a isto o Espírito da Verdade?
R – Harmonizemos Mateus, X: 16-22 e Lucas, XII: 11-12.
MATEUS: 16 – Eis que vos
envio como ovelhas para o meio de lobos, portanto, sede simples como as pombas,
mas prudentes como as serpentes. 17 – Guardai-vos dos homens, pois vos farão
comparecer perante seus tribunais e vos flagelarão nas suas sinagogas. 18 –
Sereis levados, por minha causa, à presença dos governadores e dos reis, para
dardes testemunho de mim diante deles e das nações. 19 – E, quando vos fizerem
comparecer, não vos preocupeis com o que havereis de falar: na ocasião vos será
dado o que direis, 20 – porque não sois vós quem fala, mas é o Espírito de
vosso Pai quem fala em vós. 21 – O irmão dará morte ao irmão e o pai ao filho;
os filhos se revoltarão contra seus pais e os farão morrer. 22 – E todos vos
odiarão por causa do meu nome; mas aquele que persevera até ao fim será salvo.
LUCAS: 11 – Quando vos
conduzirem às sinagogas e à presença dos magistrados e poderosos, não vos cause
inquietação o modo por que respondereis, nem o que direis, 12 – pois o Espírito
Santo falará por vós.
Estas
palavras do Mestre, conquanto aplicáveis a todas as épocas e a todos os Homens
de Boa Vontade, eram dirigidas principalmente aos Apóstolos, e se referiam às
perseguições físicas. Jesus os prevenia da sorte a que iam estar sujeitos, eles
e seus seguidores, nos séculos que se seguiriam ao cumprimento da sua missão
terrena, ATÉ AOS TEMPOS EM QUE A
INTOLERÂNCIA , O FANATISMO, A IGNORÂNCIA, A SUPERTIÇÃO, A
AMBIÇÃO INSACIÁVEL E O DESPOTISMO RELIGIOSO DEIXARIAM DE TER SOB O SEU DOMÍNIO
E POR AUXILIARES OS REIS, OS MAGISTRADOS, O BRAÇO SECULAR; EM QUE DEIXARAM DE
FAZER VÍTIMAS POR MEIO DAS TORTURAS, DOS AUTOS DE FÉ, DAS FOGUEIRAS
INQUISITORIAIS, E CEDERIAM LUGAR, RESPEITADA A VIDA DO HOMEM, A LIBERDADE DE
CONSCIÊNCIA E AO LIVRE EXAME, TARDIAMENTE PROCLAMADAS ENTRE VÓS E DESFRUTADAS
PELOS POVOS CIVILIZADOS. “Eu vos envio (dizia o Mestre aos discípulos) como
ovelhas para o meio de lobos. O irmão dará morte ao irmão e o pai ao filho; os
filhos se revoltarão contra os pais e os farão morrer”. Dessa forma, ele vos
avisava das perseguições físicas, que teriam de sofrer e das dissensões que
surgiriam no seio da Pátria, da família e nos lugares mais íntimos do lar
doméstico. Também vós, apóstolos da Nova Revelação, deveis esperar as
perseguições, senão físicas, pelo menos morais. É uma lei humana: TODOS OS
QUE SE ACHAM MAIS ELEVADOS DO QUE AQUELES QUE OS CERCAM PROVOCAM O INVEJA
DESTES. No século que atravessais, no qual predomina o amor ao dinheiro, às
dignidades, às honrarias, aos gozos materiais, à superstição e à religião das
conveniências, geralmente os homens (apenas sob o ponto de vista material)
despertam a inveja daqueles que o cercam, pela fortuna que possuem ou pela
inteligência que demonstram no que diz respeito às coisas do mundo. Entretanto,
não vos iludais: o sarcasmo, a ironia, o deboche SÃO A MÁSCARA QUE COBRE O
SENTIMENTO INSTINTIVO DA INVEJA. Os que zombam de vós sentem, no fundo de
seus corações, que caminhais com mais segurança do que eles e, por isso mesmo,
que mais depressa alcançareis a meta. As perseguições de que já sois (e ainda
sereis) alvo constante, são estas: os escribas e fariseus de vossos dias vos
atingirão com seus ódios e suas injúrias, formulando contra vós as mesmas
acusações que faziam a Jesus: agentes do demônio, da charlatanice e da loucura.
Pois eles são de tal feitio que – a fazerem qualquer esforço por galgar o cimo
da montanha, para ali respirar um ar puro e vivificante – preferem miná-la pela
base, correndo o risco de serem esmagados pelo seu desmoronamento. Esta a razão
porque toda inteligência superior se torna objeto das perseguições da
ignorância, da cupidez, do orgulho e do egoísmo – principalmente quando se
constitui, na ordem moral e na ordem intelectual instrumento de uma verdade
nova, de um novo progresso e como tal se choca, INEVITAVELMENTE, com os
“prejuízos”, as idéias aceitas (e tão cômodas), os interesses e as paixões de
toda ordem. SOMENTE A DOR DAS PROVAÇÕES E DAS EXPIAÇÕES SUCESSIVAS PODERÁ
HUMANIZAR E, DEPOIS, ESPIRITUALIZAR ESSAS NATUREZAS ANIMAIS!
PRUDENTES COMO AS SERPENTES
P – Uma recomendação de Jesus aos discípulos
escandaliza, ainda hoje, certos livre-pensadores: “Sede prudentes como as
serpentes”. Como Espírito da Verdade interpreta essas palavras?
R – Realmente, disse o Mestre: "Sede simples como
as pombas, mas prudentes como as serpentes”. Tendo de fazer triunfar a Divina
Moral que pregavam, os apóstolos, para o conseguirem, DEVIAM EMPREGAR OS MEIOS QUE SE TORNASSEM NECESSARIOS MAS CONSERVANDO
INTEGRA A PUREZA DE PENSAMENTO E DE AÇÃO. Não acredites, jamais, que – para
obterdes o triunfo real , das vossas máximas . das verdades imutáveis que
pregais – devas falar em todas as ocasiões no mesmo tom. Não, A CIÊNCIA DO PREGADOR ESTÁ EM APROPRIAR SUA LINGUAGEM
AS INTELIGÊNCIAS DAQUELE A QUEM FALA. Se traçardes a seguirdes sempre uma
só norma de proceder, em tal matéria, tereis bom êxito com uns e sereis mal
sucedidos com outros; TENDE, PORTANTO, A
PRUDENCIA DAS SERPENTES. Não é que possais fazer vitima, nem sufocar o
desgraçado que apanheis; e que, falando os Espíritos orgulhosos e suscetíveis,
cumpre avanceis com prudência. Envolvei-os destramente com os vossos
raciocínios, atai- os com os vossos exemplos, de tal modo que, quando
perceberem que procurais apoderar-vos deles, não mais lhes seja possível evitar
essa benéfica “prisão” da Moral do Cristo. Mas, para chegar-vos a semelhante
resultado, nunca empregueis se não os meios que a Boa Vontade vos faculte. SOBRE VÓS MESMOS É QUE DEVEIS EXERCER TODO
O VOSSO IMPERIO, DE MODO QUE AS VOSSAS ”VITIMA” SÓ O SEJAM DO VOSSO AMOR SEM
LIMTES, NASCIDOS DO NOVO MANDAMENTO DE JESUS. Sim, sede prudentes porque
também – como advertiu o Mestre - “sereis levados, por minha causa a presença
dos governadores e dos reis, para dardes testemunho de mim diante deles e
diante das nações. Quando vos fizerem comparecer, quando vos conduzirem as suas
Sinagogas, a presença dos magistrados e dos poderosos, não vos cause
inquietação o COMO HAVEIS DE FALAR,
nem o que pensareis, nem que respondereis; o que tiverdes que viver vos será
dado na ocasião, pois o Espírito Santo vos ensinará, no mesmo instante, o que
houverdes de expressar, “POIS NÃO SOIS
VÓS QUEM FALARÁ, MAS O ESPÍRITO DE VOSSO PAI QUE FALARÁ EM VÓS”. Se os
Apóstolos não fossem prudentes, senão depositassem confiança no Mestre, eles
que eram homens saídos do povo, sem educação, sem maneiras, sem requintes, não
teriam caminhado para a frente. A desconfiança de si mesmos os teria
paralisado. Mas, certos de que a inspiração do Espírito Santo os iriam amparar.
AVANÇARAM COM PASSO FIRME PARA TODAS AS
LUTAS. As ciências, latentes neles, se desenvolveram; a assistência dos
Espíritos do Senhor os fortificou; a fé inabalável os impeliu e a obra se
executou, de modo tanto mais frisante, tanto mais notável para as massas,
quanto. NINGUEM IGNORAVA DE ONDE
PROVINHAM AQUELES HOMENS QUE, COM TAMANHA FACILIDADE FALAVAM AS LINGUAS
ESTRANGEIRAS, DEFENDIAM COM SUMA ELOQUENCIA A SUA PRÓPRIA CAUSA E AS DE SEUS IRMÃOS DE HUMANIDADE. Mostravam em
tudo , finalmente, um saber, um cabedal de conhecimentos que ninguém poderia
supor que possuíssem. Notai, de passagem, que em parte alguma se diz que
qualquer um deles era senhor de todas as ciências. Cada um tinha suas
especialidades, DE ACORDO COM OS
ANTECEDENTES DA SUA EXISTÊNCIA.
PERSEVERAR ATÉ AO FIM
P – É impressionante a transformação que Jesus operou
naqueles humildes pescadores, que foram os seus Apóstolos! Quem eram eles,
afinal ? E que diz o Espírito da Verdade sobre a necessidade de perseverar ATÉ O FIM?
R – Os Apóstolos eram médiuns inspirados e conforme as
circunstancias e necessidades da atenção audientes e falantes.Quando
inspirados, O MECANISMO DA PALAVRA LHES
PERTENCIA; SÓ O PENSAMENTO LHES ERA DADO. Toda vez que excepcionalmente, se
fazia necessário, eles se tornavam médiuns falantes, e, como tais, INSTRUMENTOS DOS ESPIRITOS SUPERIORES QUE
OS GUIAVAM e que pela ação de seus perispíritos sobre os deles, atuando fluidicamente
sobre o órgão da palavra, se serviam deste, fazendo-os dizer o que devia ser
dito. Espíritos elevados em missão na terra, tinham nos apóstolos grande
facilidade de comunicação com os Espíritos Superiores, o que tornava suas
mediunidades diferentes das vossas. PARA
VÓS, AS MEDIUNIDADES OU CARISMAS AINDA NÃO CHEGARAM AO SEU COMPLETO
DESENVOLVIMENTO; NEM MESMO OS COMPREENDEIS. Que é que se dá, em certos
casos, com o orador cuja linguagem muda de repente, sob a inspiração do
momento? Que acontece com o orador que – tendo-se preparado para tratar do
assunto desta ou daquela maneira – SE VE
ARRASTADO POR UMA FORÇA IRRESISTÍVEL, A DESENVOLVÊ-LO SOB OUTRO PONTO DE VISTA?
Direis eu cede à “inspiração do gênio”. Mas de que gênio, senão do Espírito que
veio em seu socorro e lhes prestou auxilio momentaneamente, fazendo dele um MÉDIUM INSPIRADO, MUITAS VEZES INCONSCIENTE
DA INFLUÊNCIA A QUE FICOU SUJEITO? Aquelas expressões de que Jesus se
serviu falando aos discípulos “O ESÍRITO
SANTO”, “O ESPÍRITO DE VOSSO PAI”
significam: os Espíritos Superiores, designados pelo Senhor para os guiar.
Também tinham por fim fazer-lhes compreender QUANTO ERA ELEVADA A INSPIRAÇÃO. Não convindo, ainda, que revelasse
aos homens a hierarquia espiritual o Mestre Senhor não inspira diretamente o
homem; enviá-lhe seus Espíritos para que o guiem. Ora, os Espíritos que serviam
ao Cristo, no desempenho de sua missão terrena, eram entidades elevadas,
assistidas por Espíritos ainda mais elevados. A INSPIRAÇAO DIVINA AOS APÓSTOLOS VINHA, PORTANTO, MAIS DIRETAMENTE.
Pelas locuções Espírito Santo, Espírito de vosso Pai, já o sabeis, se designam
os Espíritos Puros, os Espíritos Superiores e os Bons Espíritos. QUE O SENHOR ENVIA PARA GUIAR OU INSPIRAR
OS QUE TEM POR MISSÃO FAZER TRIUNFAR A VERDADE; OS QUE SAIRAM PARA VENCER, COM
ESTÁ NO APOCALIPSE, DAÍ SE CONCLUI QUE AS PALAVRAS DE JESUS, DIRIGIDAS AOS
APÓSTOLOS, SE APLICAVAM TAMBEM, NO SEU PENSAMENTO, A TODOS OS HOMENS DE BOA
VONTADE QUE, o mestre não podia indicar mais que o seu ponto de partida: O PAI,
isto é, DEUS O ENTÃO E NO FUTURO, SE CONSTITUíSSEM OS CAMPEÕES DA VERDADE.
Podeis, e sempre podereis, verificar a realidade desse apoio dado ao fraco
cheio de fé, quando lhe é necessário, não para brilhar e prender a atenção. MAS SEMPRE QUE SEJA PRECISO REVELAR UMA
VERDADE SÉRIA QUE NÃO É DE NENHUMA CORRENTE RELIGIOSA, MAS DE DEUS, O PAI
CELESTIAL. Ainda hoje o Espírito Santo vos ensina o que deveis dizer, porque
ainda hoje “fala em voz o Espírito do vosso Pai”, pois o Senhor envia seus
Espíritos para vos guiar e inspirar, quando falais aos homens com fé e
humildade, não visando as glorias pessoais mas à VITÓRIA DA VERDADE, A PROPAGAÇÃO DA LEI DE JESUS E DA NOVA REVELAÇAO.
Por isso mesmo, o Salvador adverte: “TODOS
VÓS ODIARÃO POR CAUSA DO MEU NOME; MAS AQUELE QUE PERSEVERAR ATÉ AO FIM SERÁ
SALVO”. E, em nome do nosso Mestre, vos dizemos: – Sereis objeto do ódio e
das injurias dos homens que se acham ligados, pelo interesse, pelo orgulho,
pelo espírito de dominação e intolerância, a esse PASSADO PRESTES A SER ESBOROAR E QUE ELES EM VÃO, TENTAM MANTER DE PÉ.
Sereis alvo das ironias, dos sarcasmos, dos deboches dos que – pela
incredulidade, pela ignorância espiritual, pelo materialismo dialético, pelo
sensualismo e pelos apetites animais – se conservam afastados de Deus. Imitai,
portanto os Apóstolos a provados de Nosso Senhor e Mestre! Aquele que,
verdadeiro. CRISTÃO DO NOVO MANDAENTO,
DÓCIL À VOZ DO CRISTO, PERSEVERAR ATÉ AO FIM, SERÁ SALVO PARA SEMPRE., ISTO É,
TOMARÁ LUGAR ENTRE OS BONS ESPÍRITOS, DE ACORDO COM O GRAU DE PUREZA E ELEVAÇÃO
QUE HAJA ATINGIDO PELO SEU MERECIMENTO.
A VOLTA DE JESUS
P – Disse o Mestre aos seus discípulos: “Não tereis
percorrido todas as cidades de Israel antes que volte o Cristo”. Como o Espírito da Verdade explica essas
palavras ?
R – Temos de reunir estas passagens dos Evangelhos:
Mateus, X: 23-27 e Lucas XII: 1-3 e VI: 39-40.
MATEUS: 23 –
Quando, pois, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos
digo: não tereis,percorrido todas as cidades de Israel antes que venha o Filho
do Homem. 24 – O discípulo não está acima do Mestre, nem o servo acima do
Senhor. 25 – Basta ao discípulo ser como
o mestre e ao servo como o senhor. Se ao pai de família chamaram Belzebu,
quando mais aos seus domésticos! 26 – Não os temais, porém, porque nada há
oculto que não venha a ser revelado e nada secreto que não venha a ser
conhecido. 27 – O que vos digo nas trevas dizei-o às claras; o que escutais no
ouvido pregai-o sobre os telhados.
LUCAS: 1 –
Tendo-se reunido grande multidão em torno de Jesus, de tal modo que uns aos
outros se apertavam, entrou ele a dizer aos seus discípulos: guardai-vos do
fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2 – porquanto nada há de oculto que
não venha a ser conhecido, 3 – Assim o que dissestes nas trevas será ouvido às
claras, e o que houverdes dito ao ouvido dentro dos aposentos, será pregado de
sobre os telhados. 39 – Também lhes propôs esta comparação: pode, acaso , um
cego guiar outro cego ? Não cairão ambos no posso? 40 – O discípulo não está
acima do seu mestre ; mas todo discípulo perfeito se for como o seu mestre .
As palavras de Jesus se aplicam principalmente, no
tocante às perseguições físicas, aos apóstolos e aos seus seguidores até a
época do ADVENTO DA LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA
E LIVRE EXAME DAS ESCRITURAS SAGRADAS, em que já seria respeitada a vida dos
homens. Aplicavam-se especialmente, atenta a profecia da volta do Mestre, aos
tempos – marcados pelo Senhor – que se seguiram á Revelação do Espírito da
Verdade, da qual vos é portadora A ERA
NOVA DO CRISTIANISMO DO CRISTO, APLICANDO-SE IGUALMENTE A NOVA MISSÃO DOS
APÓSTOLOS E SEUS SEGUIDORES, MISSÃO QUE VAI PRECEDER A SEGUNDA VISITA DO
CRISTO, POR ELE MESMO PREDITA QUANDO DESEMPENHAVA A SUA MISSÃO TERRENA. Sob
todos os aspectos, elas se referem á época em que eram ditas e ao futuro, em
todos os séculos. Portanto, deveis imitar aquele que vos conduz . O amo não é
mais do que o servo quando o servo se coloca a altura do amo (altura moral, bem
entendido). Procedei. pois, como o vosso Mestre: Praticai a Moral que ele
vivia, dentro do seu Novo Mandamento, e atingireis a felicidade eterna. “Quando
vos perseguirem numa cidade, fugi para outra”. Com relação a todos vós,
chamados q propagar a fé e espalhar a Nova Revelação no seio dos povos
civilizados (os quais, portanto,não têm e não terão que temer e sofrer se não
às perseguições morais), aquelas palavras significam: NÃO DESANIMEIS DIANTE DOS OBSTÁCULOS E, SE TIVERDES DE ENFRENTAR
ESPÍRITOS ENDURECIDOS E REBELDES, DEIXAI-OS POR ALGUM TEMPO E IDE A OUTROS, A
FIM DE OS ENCAMINHARDES AO SALVADOR. “Em verdade vos digo: não tereis
percorrido todas as cidades de Israel antes que volte o Cristo”. AS CIDADES DE ISRAEL SÃO, SOB O VÉU DA
ALEGORIA, TODAS AS NAÇÕES DA TERRA, do mesmo modo que a geração á qual
Jesus se dirigia é a geração de Espíritos que purificados com o auxilio do
tempo das expiações e reencarnações sucessivas, executarão , NAS ÉPOCAS PREDITAS, AS COISAS ANUNCIADAS.
AS TRÊS MISSÕES DO CRISTO
P – Os incrédulos ouvem a pregação do nosso Posto
Familiar, mas fazem perguntas assim: “– De que valeu a vinda de Jesus a este
mundo ? E qual a finalidade da sua volta?” Procuramos explicar tudo, dentro de
nossas possibilidades , mas achamos insuficiente a nossa explicação . Que diz a
isso o Espírito da Verdade?
R – O Cristo se manifestará a todos os homens, quando
for chegada à hora. ESPIRITO PROTETOR E
GOVERNADOR DA TERRA, CUJA FORMAÇÃO PRESIDIU, ENCARREGADO DO VOSSO PROGRESSO E
DE VOS LEVAR A PERFEIÇÃO, ELE RECEBEU DO PAI – NOSSO DEUS E VOSSO DEUS – TRÊS MISSÕES
IMPORTANTES. As duas primeiras consistiram em preparar, entre os homens, a
realização do progresso físico do vosso planeta; do progresso físico moral e
intelectual da Humanidade terrestre e da regeneração humana. A terceira consiste
em LEVAR A EFEITO A REALIZAÇÃO TOTAL DAQUELA OBRA CONDUZINDO-VOS A PERFEIÇÃO PROFETIZADA.
A primeira missão ele a cumpriu estando pessoalmente entre vós e continuou a
cumpri-la no estado de Espírito invisível aos homens, com o concurso do
Espírito Santo, isto é, dos Espíritos Puros, dos Espíritos Superiores e dos
Bons Espíritos, os quais – sempre sob a sua direção – trabalham na sua Obra. A
segunda missão é a Era Nova do Espírito da Verdade, que vem – por intermédio
dos messias, isto é, dos enviados especiais e dos missionários, errantes e
encarnados – conduzir progressivamente as gerações humanas à Verdade,
ensinar-lhes todas as coisas e anunciar – lhes AQUELAS QUE HÃO DE VIR. A terceira missão ele a virá cumprir no
“fim dos tempos”, como ESPIRITO DA
VERDADE TOTAL, trazendo o complemento do Evangelho que é o seu Apocalipse,
sem véu. ENTÃO, O CRISTO SE MANIFESTARA
AOS HOMENS EM TODO O SEU
PODER, EM TODA A
MAJESTADE DA SUA PUREZA PERFEITA E IMACULADA, CERCADO DOS
ESPÍRITO PUROS, DOS ESPÍRITOS SUPERIORES E DOS BONS ESPÍRITOS, QUE VOS TERÃO
PREPARADO E LEVADO AQUELES TEMPOS, EM QUE SEREIS , DO MESMO PASSO, CAPAZES E DIGNOS DE
RECEBER O MESTRE E SUPORTAR TODA A VERDADE SEM VÉU. Sim, tudo se cumprirá.
Jesus preparou a infância; hoje prepara e desenvolve a inteligência da idade
madura. Dentro em pouco, virá colher os frutos de seus trabalhos e receber
aqueles de seus discípulos, que hajam aproveitado os seus ensinamentos. Ninguém
se engane a respeito do sentido destas palavras “dentro em pouco”, nem, do
sentido das palavras “breve”, “depressa” e outras do próprio Cristo, quando na
terra falava do futuro, da aproximação dos tempos, Ele não conta e vós bem o
sabeis. OS ANOS E OS SÉCULOS NA
ETERNIDADE COMO CONTAIS OS MINUTOS E AS HORAS, OS DIAS E OS ANOS DA VOSSA
EXISTÊNCIA TERRENA.
TODOS SÃO IGUAIS
P – A Doutrina do Novo Mandamento resolve todos os
problemas de cada um de nós. Por isso lamentamos o que pretende o materialismo
ateu: Igualar os desiguais, diante da Lei Divina. No ponto em estudo Jesus diz: “O
discípulo não está acima do Mestre, nem o servo acima do Senhor; basta ao
discípulo ser como o Mestre e ao servo como o Senhor”. Como interpreta estas
palavras o Espírito da Verdade?
R – Aos olhos do Senhor Eterno são iguais todas as
condições sociais dos homens;por conseguinte, o Senhor não é mais do que o
servo. Só tem maior valor aquele que pratica, sempre com humildade, a Lei do
Amor que Jesus veio trazer. Só será igual ao Mestre em moral, aquele que
praticar sua moral. Compreendam bem os homens, no seu principio, no objetivo e
nas suas conseqüências. A LEI NATURAL (E
DIVINA) DA REENCARNAÇÃO, QUE LHES ENSINA SEREM A VIDA HUMANA E AS CONDIÇÕES
SOCIAIS, PARA CADA UM DELES, UMA PROVAÇÃO OU UMA EXPIAÇÃO. Compreendam, e
não esqueçam jamais que, pela pluralidade das existências e conforme ao grau de
culpabilidade, as provações e as expiações – tendo por fim a purificação e o
progresso – são apropriados às faltas cometidas nas encarnações procedentes.
Assim, por exemplo, o Senhor de ontem, duro e arrogante, que faliu nas suas
provas como senhor (fossem quais fossem, dentro da ordem social, sua posição ou
poder no mundo). É O SERVO OU O CRIADO
DE AMANHÃ. O sábio que ontem, materialista e orgulhoso, abusou da sua
inteligência ou da sua ciência para desencaminhar os homens, peã perverter as
massas populares, É O CEGO O IDIOTA OU O
LOUCO DE AMANHÃ. O orador de ontem, que abusou gravemente da palavra para
arrastar os homens ou aos povos a erros profundos. É O SURDO –MUDO DO DIA SEGUINTE. O que ontem dispôs da saúde, da
força ou da beleza física, e gravemente abusou de tudo isso. É O SOFREDOR, O RAQUÍTICO, O DOENTE, O
DESERDADO DA NATUREZA, O ENFERMO DE AMANHÃ. Se for certo que os corpos
procedem dos corpos, não menos certo é que eles são apropriados às provações e
às expiações por que o Espírito haja de passar, e que A ENCARNAÇÃO SE DÁ NO MEIO E NAS CONDIÇÕES ADEQUADOS AO CUMPRIMENTO DE
TAIS PROVAÇÕES E EXPIAÇÕES. É o que explica como e por que, na mesma
família, dois filhos, dos homens nascidos do mesmo pai e da mesma mãe, se
encontram em condições físicas tão diversas, tão opostos! De igual modo a
diferença nas provações e a disparidade do avanço realizado nas vidas
precedentes explicam por que e como – do ponto de vista moral ou intelectual –
esses dois irmãos se acham em condições tão diversas, tão opostas! Compreenda o
homem, e não esqueça jamais, que o mais próximo e mais querido parente de ontem
e o mais caro amigo da véspera PODEM VIR
A SER (E SÃO , MUITAS VEZES) O EXTRANHO E O DESCONHECIDO DO DIA SEGUINTE, QUE
ELE A TODO INSTANTE PODERÁ ENCONTRAR, ACOLHER OU REPELIR.Que os homens,
portanto, cientes e compenetrados de que a vida humana e as condições sociais
são provações e, ao mesmo tempo, meio e modo de amparo e de concurso recíproco
nas vias da reparação e do progresso PRATIQUEM
A LEI DO AMOR QUE É O NOVO MANDAMENTO DE JESUS, PARTILHANDO MUTUAMENTE O QUE
POSSUAM DE NATUREZA MATERIAL OU INTELECTUAL, DANDO AQUELE QUE TEM AO QUE NÃO
TEM DANDO DE CORAÇÃO O AUXILIO DO CORAÇÃO, DOS BRAÇOS, DA BOLSA, DA
INTELIGÊNCIA, DA PALAVRA E, SOBRETUDO, DO EXEMPLO. Então quando isso se
verificar, estarão cumpridas em toda a sua verdade – sob os auspícios e a
pratica da Boa Vontade recíproca e solidária – estas palavras do Mestre: “Basta
ao discípulo ser como o Mestre e ao servo como o Senhor”. Porque, não vos
enganeis, NÃO HÁ IGUALDADE REAL FORA DA
LEI UNIVERSAL DA REENCARNAÇÃO.
PODE UM CEGO GUIAR OUTRO CEGO?
P - São palavras de Jesus: “Pode um cego guiar outro
cego? Não cairão ambos no fosso ?” Que significado oferece a esta lição do
Cristo o Espírito da Verdade ?
R - “O cego que conduz outro cego” é aquele que, em
vez de praticar a Lei do Amor, de a ensinar e exemplificar ao que é por ele
guiado, se adstringe exclusivamente às praticas materiais, exteriores, e a elas
mantêm adstrito o outro, a quem se encarregou de guiar e cujos olhos tapa com
espessa venda, obstando-lhe assim a percepção da Luz e da Verdade. AMBOS CAIRÃO NO MESMO FOSSO, ISTO É , SERÃO
AMBOS SUBMETIDOS À EXPIRAÇAO, MAS O CEGO QUE SE FEZ GUIA DE OUTRO CEGO SERÁ
MAIS CULPADO QUE ESTE E MAIS TERÁ DE EXPIAR! Se quiserdes guiar vossos
irmãos, começai por examinar o vosso proceder, e deve ser irrepreensível. Se
quiserdes dar um conselho, começai por praticar o que aconselhais e não cometer
as faltas que censurais nos outros. Ensinai, pois, o caminho, percorrendo-o sem
desvio, e então sereis discípulos dignos do vosso Mestre. “O discípulo não está
acima de seu Mestre; o discípulo será perfeito se for como o seu Mestre”.
Jesus, modelo de perfeição, vos diz, dessa forma, que o Mestre não está acima
do discípulo PORQUE O DISCIPULO PODE
TORNAR-SE IGUAL AO MESTRE ,ORA , COMO SERÁ ISSO POSSIVEL SENÃO TRILHANDO O
DISCIPULO, SEM DESVIOS, AS PEGADAS DO MESTRE, PERCORRENDO PASSO A PASSO A
ESTRADA QUE ESTE LHE ABRIU, SEGUINDO SEMPRE OS MOVIMENTOS E A DIREÇÃO DO MODÊLO
QUE O GUIA? Palavras de sublime humildade! Não levam encorajamento a vós
outros? A esperança de chegardes, um dia, pela aquisição da pureza perfeita, a
igualar aquele que o Pai vos enviou como o tipo mais perfeito da humanidade,
não é de molde a sustentar vossa coragem, levantar as vossas forças e vos fazer
marchar para frente, sempre para frente? Mas, “se ao Pai d família chamaram belzebu,
quanto mais aos seus domésticos!” Também estas palavras de Jesus, dirigidas aos
discípulos, se referiam àquela época e aos então futuros tempos; a todos vós, CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO! Assim como
o Mestre não foi compreendido pelos que presenciaram suas obras,
incompreendidos serão igualmente (e escarnecidos) os que hoje reavivam sua
lembrança e lhe seguem os passos! Mas a paciência e a perseverança triunfarão
da malignidade e da calunia.”Não os temais, portanto; nada há ocultado que não
venha a ser revelado e nada secreto que não venha a ser conhecido”. Por maiores
que tenham sido os esforços dos inimigos de Jesus por impedi-la, sua divina
pregação não deixou de atravessar os séculos. Ainda hoje, sejam quais forem os
esforços que façam por lhe deter o vôo, alcançareis o fim., pois A NOVA REVELAÇÃO VEM, PELO ESPÍRITO DA
VERDADE, CONTINUAR A OBRA DE JESUS, ALARGANDO CADA VEZ MAIS O ESPAÇO E O FUTURO
AOS ESPÍRITOS PROGRESSISTAS. Nada, portanto, do que o homem deva saber
poderá ficar oculto. E o homem chegou ao ponto em que o seu saber tem de
aumentar rapidamente, porque os tempos chegaram. “Guardai-vos do fermento dos
fariseus, que é a hipocrisia, por nada há oculto que não venha a ser revelado e
nada secreto que não venha a ser conhecido”. Em nome do Mestre, nós vos
repetimos estas palavras que Ele dirigiu aos Apóstolos, mas que – no seu
pensamento – se aplicavam a todos os tempos e eram também, dirigidas a todos os
que se tornariam seus discípulos, sobretudo na época da Nova Revelação. O vosso
pensamento, como o vosso proceder, precisam ser sempre puros aos olhos do
Senhor. DE QUE SERVERIA ILUDIR OS
HOMENS, AFETANDO SEMELHANTEDE VIRTUDES, SE AQUELE QUE SONDA OS CORAÇÕES E AS
ENTRANHAS SÓMENTE VIR A HIPOCRISIA EM VOSSO ÍNTMO? PARA DEUS NADA HÁ OCULTO;
PORTANTO, NADA FICARÁ OCULTO AOS HOMENS, TODOS ESTES LERÃO NO PASADO COMO NO
FUTURO, O LIVRO QUE TEM ABERTO DIANTE DE SEUS OLHOS. Mas é necessário que o
homem se ache em estado de compreender. Quem é que dá, para ser lido, à criança
que apenas soletra em francês, uma obra de Schiller em alemão? Quem haverá que
peça a previsão das tempestades a alguém que não saiba distinguir o dia da
noite? Sabereis tudo o que os Espíritos do Senhor tem para vos ensinar, MAS SÒMENTE QUANDO FORDES BASTANTRE LÚCIDOS
PARA COMPREENDER; QUANDO ESTIVERDES BASTANTE ADIANTADOS NOS ESTUDOS
PRELIMINARES, A FIM DE VOS PREPARARDES PARA OS ESTUDOS SUPERIORES, POR ISSO,
VOS REPETIMOS AS PALAVRAS DITAS POR JESUS AOS SEUS DISCÍPULOS: “SO VÓS É DADO O
QUE PODEIS ENTENDER; PROGRESSIVAMENTE VOS SERÁ DADO DE ACÔRDO COM A VOSSA
CAPACIDADE DE COMPREENDER”. É A LEI .
SOBRE OS TELHADOS
P – Disse Jesus,
no capitulo em pauta: "O que vos digo, nas trevas, dizei-o vós, às claras,
e o que escutais no ouvido pregai-o de sobre os telhados; porquanto o que dissestes
nas trevas será dito às claras e o que houverdes falado ao ouvido, nos
aposentos, será pregado de sobre os telhados". Qual a explicação destas
palavras, no CÉU da LBV, pelo Espírito da Verdade?
R – Sendo pequeno
o numero das inteligências capazes de o compreenderem, a Jesus não era possível
espalhar abertamente a sua Doutrina, para não encher de espanto e paralisar, a
bem dizer, a Boa Vontade daqueles que o ouviam SEUS DISCIPULOS, POREM, QUE VIVIAM SEMPRE ENTRE OS HOMENS, ESSES –
TENDO DE ESPARGIR A LUZ EM DIVERSOS PONTOS AO MESMO TEMPO – NÃO
ALARMARIAM TANTO OS ESPÍRITOS FRACOS AOS
QUAIS SE DIRIGISSEM. Entendei: o Mestre falava á multidão apenas por
parábolas, a fim de preparar as inteligências, sem as sobrecarregar com um
fardo de peso excessivo para a fraqueza delas. Se pregasse a sua Moral sublime
em termos preciosos e claros, teria assustado a maioria dos seus ouvintes que,
percebendo o abismo entre as crenças que professam e a Boa Nova que lhes era
trazida, não ousariam, sequer, uma tentativa para o transporem. Meditai: AS PARABOLAS APRESENTAVAM AOS ESPÍRITOS
ORIENTAIS A VANTAGEM DE PERMETIR QUE PRCURASSEM DAR-LHES A INTERPRETAÇÃO QUE
LHES PARECESSE MAIS APROPRIADA OU MAIS LÓGICA. Desse modo eles se
familiarizavam com as verdades novas, ainda cobertas por véus, cabendo aos
discípulos arrancar, uma a uma, porem sempre sob o império e o véu da letra, as
vendas que ocultavam a Luz àquelas inteligências obscurecidas. Novos Apóstolos que sois do Cristo, chamados
a pregar a mensagem final deste ciclo de 2.000 anos, procurai honrar a
confiança do Redentor O ESPÍRITO DA
VERDADE DESCE PARA (DESPOJANDO DA LETRA O ESPÍRITO, LEVANTANDO O VÉU QUE JESUS
TEVE DE LANÇAR - E LANÇOU - SOBRE AS SUAS PALAVRAS) EXPLICAR E DESENVOLVER A
SUA DOUTRINA, TÃO SIMPLES E TÃO SUBLIME, OS FATOS QUALIFICADOS DE
"MISTÉRIOS" E "MILAGRES" OS ENSINOS POR ELE DADOS, AS
REVELAÇÕES QUE FEZ E FAZ, AS PROMESSAS QUE FORMULOU. Publicai e pregai o que assim vos ensinam os Espíritos
do Senhor, como órgãos do Espírito da Verdade na grande obra da Salvação.
Arrancai, uma por uma, todas as vendas que ocultam a Luz às inteligências
obscurecidas. Paciência e perseverança; nós vos assistiremos, ATÉ AO FIM DOS TEMPOS!
TEMER SOMENTE A DEUS
P – Os
Legionários da Boa Vontade costumam cantar, em todo Brasil : “Pois, se
nós não tememos a morte, a quem é que nós vamos temer?” É claro que isso foi
inspirado nas palavras de Jesus: temer só ao Todo-Poderoso. Que nos diz, a
respeito, o Espírito da Verdade?
R – Harmonizemos: Mateus, X: 28-31 e Lucas, XII: 4-7.
MATEUS: 28 – E disse Jesus:
“Não temais os que matam o corpo, mas que não podem matar a alma. Temei, sim,
Aquele que pode precipitar tanto o corpo quanto a alma na geena. 29 – Não é verdade
que dois pássaros se vendem por um asse? Pois nenhum desses cai na terra sem
que seja pela vontade do vosso Pai. 30 – Até os cabelos das vossas cabeças
então todos contados. 31 – Nada temais, portanto: bem mais valeis do que muitos
passarinhos”.
LUCAS: 4 – “Eu vos digo: não
temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. 5 – Vou
mostrar-vos a quem deveis temer: temei Aquele que, depois de haver tirado a
vida, tem o poder de lançar na geena; a esse, sim, eu vos digo, temei. 6 – Não
se vendem cinco pássaros apenas por dois asses? Entretanto, não há um só deles
que Deus tenha esquecido. 7 – Até os cabelos das vossas cabeças estão contados.
Portanto, não temais: bem mais valeis dos que muitos passarinhos.
Apropriando
sempre sua linguagem à época e ao estado das inteligências, de modo a
impressionar fortemente aqueles a quem falava, Jesus dirigia estas palavras aos
seus discípulos para infundir confiança a homens que se atemorizavam com a
perspectiva das missões cheias de provas e perigos, que lhes eram confiadas.
Dizendo-lhes que NÃO TEMESSEM OS QUE MATAM O CORPO, MAS QUE NÃO PODEM MATAR
A ALMA, QUE SÓ TEMESSEM AQUELE QUE PODE PRECIPITAR A ALMA E O CORPO NA GEENA, O
CRISTO LHES ENSINAVA QUE NÃO RECEASSEM OS HOMENS, NÃO RECUASSEM DIANTE DE
NENHUM PERIGO, DE NENHUMA PERSEGUIÇÃO, DE NENHUM ATO DOS HOMENS, MAS QUE
TEMESSEM SOMENTE A DEUS.
Dizendo-lhes que dois passarinhos não valem mais do que um asse, que cinco não
valem mais do que dois asses, que nenhum deles cai na terra sem ser pela vontade
do Pai Eterno, que Deus de nenhum se esquece e, acrescentando que “todos os
cabelos das vossas cabeças estão contados, que valeis muito mais do que muitos
passarinhos e nada deveis temer”, O MESTRE LHES INSPIRAVA A CONFIANÇA SEM
LIMITES QUE O HOMEM DEVE DEPOSITAR EM DEUS.
Ele os engrandecia aos seus próprios olhos e lhes fazia compreender que,
diante do Senhor, muito mais importância tinham do que essas criaturinhas a
cuja existência os homens de então nenhum valor conferiam, ignorantes de que TUDO
SAI DO MESMO PRINCÍPIO, POR EFEITO DA MESMA VONTADE SOBERANA. Jesus foi o
primeiro a dizer aos hebreus que a onipotente bondade do Senhor vai ao ponto de
não descurar a existência de criaturas tão fracas. Preparava-os, por essa
forma, para compreenderem que – muito embora o Espírito humanizado seja, como
dizeis, o rei da criação – tudo o que se move no Universo, tudo o que existe
pela vontade suprema de Deus que, com o mesmo carinho paternal, olha tanto para
o oução como para o homem. As palavras que dirigia a todos os homens, daquela
época e do futuro, vos devem ser explicadas em Espírito e Verdade: pois foi por
tomar a letra pelo espírito que a Igreja incorreu em todos os seus erros. As
palavras do Redentor objetivam mostrar ao homem que seu proceder e seus
sentimentos DEVEM SER REGRADOS PELA VONTADE DAQUELE QUE PUNE OU RECOMPENSA,
DAQUELE CUJO AMOR INFINITO VELA CONTINUAMENTE PELA MENOR DE SUAS CRIATURAS.
Elas restabelecem a confiança da criatura no Criador, cuja inteligência
ilimitada pousa sobre todos os mundos, distinguindo
no seio da massa geral as mínimas particularidades, sem jamais separar estas
daquela. Exprimindo-nos assim, é nosso intento levar-vos a compreender que o
olhar do Pai tudo envolve num golpe de vista infinito. Sem fazer distinção
entre o conjunto do Universo e os milhões e milhões de partículas que o
integram. TUDO, MESMO O QUE SE OCULTA
NOS ESCANINHOS MAIS RECONDITOS, ESTÁ PATENTE AOS SEUS OLHOS. E, TODAVIA,
SOMENTE O CONJUNTO O PODE TOCAR.
INVOLUÇÃO E EVOLUÇÃO
P – Disse Jesus : “Não temais os, que matam o corpo,
mas que não podem matar a alma . Temei, sim, Aquele que pode precipitar a alma
e o corpo na geena; a esse , sim, eu vos digo, temei”. Como o Espírito da
Verdade interpreta essa passagem?
R – Tais palavras têm por fim, segundo o espírito, LIBERTAR O HOMEM DO AMOR A SI MESMO E
CHAMAR-LHE A ATENÇAO PARA O QUE, NELE NÃO PODE PERECER, isto é, para a Alma
filha de Deus, a inteligência que de Deus provem é que, partindo do
infinitamente pequeno para chegar ao infinitamente grande, tem de voltar a Ele,
na individualidade e na imortalidade. Os que tornaram a letra pelo espírito
consideraram a geena UM LUGAR MATERIAL E
CIRCUNSCRITO UM INFERNO A MANEIRA DO TÁRTARO DO PAGANISMO; A MANEIRA DA CLOACA,
DA CAVERNA QUE O REI JOSIAS MANDOU CONSTRUIR PERTO DE JERUSALÉM; ALI OS JUDEUS
LANÇAVAM AS IMUNDICIES DA CIDADE E OS CADAVERES PRIVADOS DE SEPULTURA; ALI SE
ALIMENTAVA UM FOGO CONTÍNUO, PARA CONSUMIR AS MATERIAS MAIS VÍS, MAIS
DESPREZIVEIS. A palavra “geena” (despojado da letra o espírito) é uma
expressão alegórica de significação complexa. Geena é a imensidade onde quando
errante o Espírito culpado passa pelos sofrimentos ou torturas morais
apropriados e proporcionais às faltas e crimes por ele cometidos. Geena
abrange, também as terras primitivas que todos os outros mundos inferiores, de
provações e expiações, onde – pela encarnação ou reencarnação – se vêem
lançados os Espíritos criminosos, a Alma e o corpo que ela reveste, corpo que,
para a Alma, é igualmente uma “geena”, como o são, na erraticidade, aqueles
sofrimentos ou torturas morais. Sim, NÃO
TEMAIS OS HOMENS, JAMAIS! Quando vos for preciso, para salvar a Alma,
sacrificar o corpo, não recueis diante dos que o podem matar E NADA MAIS. Temei , porem, Aquele que
pode, se falirdes nas vossas provas, lançar-vos – por ato da sua justiça,
sempre infalível, que se exerce para vossa melhoria e vosso progresso – na
geena dos sofrimentos, das torturas morais na erraticidade após a morte, na
geena da reencarnação na Terra e nos outros mundos de provações e expiação.
Repetimos: O HOMEM NÃO DEVE VER NO SEU
CORPO MAIS QUE UM ÍNVOLUCRO, O APARELHO, O INSTRUMENTO DAS PROVAÇÕES, DAS
EXPIACÕES, DA PURIFICAÇAO E DO PROGRESSO DO ESPIRITO, SE O ESPÍRITO, PORTANTO,
CORRER O RISCO DE PERDER-SE, DEVE O HOMEM SACRIFICAR, SEM PENA, O ÍNVOLUCRO
PERECÍVEL. O Espírito, que provém do Senhor, lhe deve a existência e não
pode dar valor real senão aquilo que de Deus o aproxima. Guarda do envoltório
material cumpre-lhes isentá-los de todas as máculas; mas se tiver de escolher
entre a pureza espiritual e a do corpo, deverá sacrificar esta para conservar
aquela. Se numa emergência perigosa, a vida do corpo se achar em paralelo com a
do Espírito, isto é, com a sua pureza, com seu progresso, se o Espírito estiver
na iminência de incorrer numa culpabilidade que o levará à morte moral, teve a
criatura sacrificar o vaso ao precioso perfume que ele contem; deixar que se
quebre aquele para que este possa – como incenso odorífero – subir ao trono de
Deus. Por isso e que Jesus perguntava: –
DE QUE VALE AO HOMEM CONQUISTAR O MUNDO INTEIRO E PERDER A SUA ALMA?
FATALISMO E LIVRE ARBÍTRIO
P – Afirmou Jesus: “Dois pássaros não custam mais do
que um asse, e cinco não valem mais do que dois asses. Entretanto, nenhum deles
cai na Terra sem que seja pela vontade do Pai, que não é indiferente nem à
morte de um pardal”. E mais: “Até os cabelos das vossas cabeças estão
contados”. Qual a explicação dos Espíritos da Verdade para essas palavras do
Mestre ?
R – Não é Deus a bondade infinita, cujo olhar criador
envolve num só golpe de vista, todas as suas criaturas? Não é Ela a vontade
onipotente que governa o Universo? E tudo o que acontece não acontece com a sua
permissão? Todavia, NÃO ACREDITEIS QUE A
SUA GRANDEZA INFINITA DESÇA A OCUPAR-SE COM AS PARTICULARIDADES DA VOSSA
EXISTÊNCIA ÍNFIMA.Uma vez , porém, que seu poder regula todas as coisas;
que os Espíritos prepostos à organização dos mundos – desde o ato da formação
deles até às mais insignificantes particularidades – não agem senão de
conformidade com a impulsão superior que receberam; e que, passando de um a
outro, chega até vós, pode-se dizer que NEM
MESMO UM PASSARINHO CAI NA TERRA SEM QUE SEJA PELA VONTADE DE DEUS. Mas não
concluais desta explicação que o vosso livre arbítrio esteja, assim,
comprometido de qualquer forma. A ação dos Espíritos, exercendo-se sob a
potente direção do Soberano Senhor, em nada altera essa prerrogativa do
Espírito, encarnado ou não; O LIVRE
ARBÍTRIO É EMANAÇAO DIVINA, ETERNA, QUE O SENHOR CONCEDE AS SUAS CRIATURAS,
FOGO SAGRADO QUE LHES CUMPRE ALIMENTAR. PARA DELE PRESTAREM CONTAS NO DIA DO
JUIZO. Diante disso cabe-lhes entender a sentença do Cristo: “Até os
cabelos das vossas cabelos estão contados”. Tomadas ao pé da letra, estas
palavras levariam a negação do livre arbítrio no homem, fortalecendo a crença
no fatalismo. Elas são alegóricas, tais como as outras que o Mestre proferiu, a
título de ensinamento. O homem goza da liberdade de praticar, ou não, um ato
qualquer; mas esse ato TEM SEU PRINCÍPIO
E SUAS CONSEQUÊNCIAS REGULADOS PELAS LEIS NATURAIS, IMUTAVEIS E ETERNAS CUJA
APLICAÇAO E CUJA EXECUÇAO ELE PROVOCA, NADA LHE SUCEDE QUE NÃO TENHA SIDO
PREVISTO PELA ONICIÊNCIA DO SENHOR, A QUAL, ENTRETANTO, DEIXA QUE OS
ACONTECIMENTOS DA VIDA HUMANA SIGAM SEU CURSO E SUA MARCHA, CONFORME AO USO QUE
O HOMEM FAZ DO SEU LIVRE ARBÍTRIO. Se bem que, sujeito a experimentar as
boas e más influencias que se exercem continuamente sobre ele lhe caiba lutar
entre o bem e o mal. o homem dispõe sempre do livre arbítrio, de uma vontade
própria pessoal; portanto. em virtude desse livre arbítrio, dispõe da faculdade
de praticar tanto o bem quanto o mal DEPOIS
DA MORTE, PROCEDE-SE A APURAÇAO DOS PENSAMENTOS, PALAVRAS E ATOS, BONS E MAUS,
DE CADA CRIATURA HUMANA. Sim, a bondade infinita de Deus vela,
incessantemente, por todos os seus filhos. É assim que, em lhe sucedendo
qualquer coisa na existência terrena, a solicitude do Senhor, por intermédio
dos Bons Espíritos, faz sentir as sua influencia no homem. Nenhum ato e nenhum
dos seus mais secretos pensamentos escapam à percepção do Senhor; chagada a
hora da prestação de contas pode ele estar.
JESUS VEIO TRAZER FOGO À TERRA
P – O Cristo declarou que não veio trazer paz e sim a
espada, a divisão, a fim de que seja conhecido e até que o seja. Como nos
explica isso o Espírito da Verdade?
R – Vamos harmonizar Mateus, X: 32-36 e Lucas, XII:
8-9 e 49-53.
MATEUS: 32 – Aquele que me
testemunhar, diante dos homens, também eu o testemunharei diante do Pai que
está nos céus. 33 – Aquele que me nega, diante dos homens, também eu o negarei
diante do Pai que está nos céus. 34 – Não penseis que vim trazer paz à terra:
não vim trazer paz, e sim o gládio; 35 – portanto, vim separar de seu pai o
filho, de sua mãe a filha, de sua sogra a nora. 36 – O homem terá por inimigos
os de sua própria casa.
LUCAS: 8 – Ora, eu vos digo
que aquele que der testemunho de mim, diante dos homens, dele o Cristo dará
testemunho diante dos Anjos de Deus. 9 – Mas aquele que me negar, diante dos
homens, também será negado diante dos Anjos de Deus. 49 – Vim trazer fogo à
terra; que mais quero senão que ele se acenda? 50 – Tenho de receber um
batismo, e ansioso estou para que ele se cumpra. 51 – Pensais que vim trazer
paz à terra? Não, eu vos digo, vim trazer separação; 52 – porquanto, doravante,
se numa mesma casa se encontrarem cinco pessoas, estarão todas divididas, três
contra duas, duas contra três; 53 – estarão divididos o pai contra o filho, o
filho contra o pai, a mãe contra a filha, a filha contra a mãe, a sogra contra
a nora, a nora contra a sogra.
Não
há dificuldade em compreender estas palavras de Jesus, claras por si mesmas e
confirmadas pelos fatos. Vejamos os versículos 32 e 33 de Mateus e, de Lucas,
os versículos 8 e 9: aquele que, humilde de espírito e simples de coração, anda
pelo caminho da verdade, das boas obras, do amor e da Boa Vontade, vivendo o
Novo Mandamento de Jesus, dá testemunho dele e se encontra, portanto, NA
ÚNICA ESTRADA QUE CONDUZ À SALVAÇÃO. JESUS, O DIVINO MODELO, QUE TODOS DEVEMOS
IMITAR, LEVA A PORTO DE SALVAMENTO AQUELE QUE ASSIM ESCOLHEU A BOA ESTRADA. Aquele
que, ao contrário, prefere os caminhos tortuosos, isto é, do egoísmo, do
orgulho, da hipocrisia, dos vícios e das paixões que degradam a Humanidade,
evidentemente, se afasta do alvo, renega o Bom Pastor, repudiando-lhe a
doutrina de amor. Ora, o Cristo não pode receber na classe dos Bons Espíritos
nem apresentá-lo ao Pai Celestial. Este estará, portanto, renegado, até que
venha a dar testemunho do Mestre. Tomando o seu caminho, pela prática da Moral
sublime que ele personifica. Examinemos, agora, os versículos 49 e 50 de Lucas:
Jesus vinha trazer fogo à Terra, dando – pelo desempenho da sua missão terrena
– lições e exemplos de fé, esperança, caridade, desinteresse, abnegação,
devotamento, amor, em suma – de todas as virtudes, para os homens atrasados
daquele tempo, enleados na teia dos abusos, dos preconceitos e das tradições
que o seu Evangelho vinha destruir, e que eram sustentados pelos escribas,
pelos fariseus, pelos sacerdotes orgulhosos e cúpidos. JESUS QUERIA QUE ESSE
FOGO SE ACENDESSE, ISTOÉ, QUE OS HOMENS SE REUNISSEM À SUA VOLTA, PARA POREM EM PRÁTICA AS SUAS
LIÇÕES E OS SEUS EXEMPLOS, ESPALHANDO-OS PELAS MULTIDÕES. POR ISSO, MANIFESTAVA
O ARDENTE DESEJO DE RECEBER O BATISMO QUE LHE ESTAVA RESERVADO, A SABER,
SANCIONAR A SUA MISSÃO PELO SACRIFÍCIO DO GÓLGOTA, QUE LHE DARIA TODOS OS SEUS
FRUTOS, PREPARANDO O FUTURO ADVENTO DE NOVA REVELAÇÃO – A DO PARÁCLITO OU
ESPÍRITO DA VERDADE, APTO A EXPLICAR O SEU AVANGELHO E O SEU APOCALIPSE.
DIVISÃO ATÉ AO FIM DO CICLO
P - A muitos parece cruel esta assertiva de Jesus:
“Pensais que vim trazer paz à terra? Não, eu vos digo, vim trazer separação”. Gostaríamos
de receber explicação profunda do Espírito da Verdade, a respeito do assunto. É
possível?
R – Tal separação é referida nos versículos 51 a 53, de Lucas, no capítulo
em pauta. Entendei ;
trazendo os Espíritos atrasados o progresso, JESUS IA PROVOCAR A LUTA ENTRE OS QUE DESEJARIAM ENTRAR NO CAMINHO DA
SALVAÇÃO E OS PREGUISÇOSOS, OU OBSTINADOS, QUE PREFERIAM PERNANECER
ESTACIONADOS, ATOLADOS NOS SUES VÍCIOS E PAIXÕES. O Cristo antevia a
divisão que a marchado progresso espiritual iria determinar, entre os homens e,
mesmo no seio das famílias. Assim foi, realmente, e assim será até o fim deste
ciclo. Preparai-vos portanto, desde já , pois que – ao tempo da colheita – se
estivésseis todos maduros, inútil será proceder-se a uma escolha entre vós e
trazer-vos os raios da Luz que acabará de dourar a messe que os Espíritos do
Senhor vêm Fazer. Completando os de Lucas, vejamos os versículos, 34 e 35 de
Mateus: JESUS PREVIA OS ÓDIOS E AS
INIMIZADES QUE NASCERIAM ENTRE OS MAIS PRÓXIMOS PARENTES, SOB O MESMO TETO:
ANTEVIA O SANGUE DERRAMADO EM
SEU NOME ! Antevia sua doutrina e seu Evangelho mal
compreendidos e irreconhecíveis, substituídos por uma fé cega e falsa;
desonrados o amor, a caridade e a fraternidade que ELE DECLAROU SEREM – PARA OS HOMENS – TODA A LEI E OS PROFETAS!
Previa os massacres levados a efeito em seu nome, as lutas sangrentas e
fratricidas que em seu nome se travariam entre adeptos de todas as religiões
ditas cristãs pesar de ter dito a eles: TODOS
VÓS SOIS IRMÃOS E UM SÓ O É O VOSSO MESTRE. Antevia as torturas praticadas
as fogueiras acesas, sempre em seu nome! Tudo causado pela ignorância, pelo
fanatismo, pela intolerância, pela superstição e pelo anseio de dominação
permanente . Sim, o Salvador via, já então as ondas de sangue que iriam jorrar
desde o sacrifício do primeiro martírio até o dia vindouro da paz mundial.
Desgraças foram, sem duvida, provando a que ponto os Espíritos na Terra estavam
e estão ainda atrasados. Mas foram DESGRAÇAS
NECESSÁRIAS QUE DERAM MARGEM A REGENRAÇÃO DE MUITOS. Dissemos “dia vindouro
da paz mundial”; o estado atual das coisas claramente vos mostra que a paz
mundial, cujo reinado se há de implantar na Terra, só virá depois do próximo e
ultimo ARMAGEDON DO APOCALÍPSE. Com
o abrir, para vós, a Nova Revelação esta NOVA
ERA, os Espíritos do Senhor vêm, tal qual Jesus no desempenho da sua missão
terrena., ATEAR NOVAMENTE FOGO A TERRA
TRAZER NÃO A PAZ O COMODISMO. MAS A DIVISÃO DO ESPÍRITO DA VERDADE É JESUS
PRESENTE ENTRE VÓS: É ESTA INFLUÊNCIA QUE IMPELE O HOMEM PARA O PROGRESSO E LHE
ABRE A EESTRADA POR OPNDE CHEGARÁ MEIS DEPRESSA AO REINO DE DEUS. Quando
mesmo por último vier o Mestre completar, pela separação do joio e do trigo, a
obra que adiantamos, haverá divisão entre vós, porquanto – qualquer que seja o
vosso progresso – AINDA HAVERÁ ESPÍRITOS
ATRASADOS . A divisão entre os homens será sempre a propulsora do
progresso, até ao dia em que acabada aquela separação, completada assim a obra
de Jesus todos os Espíritos rebeldes voluntariamente cegos, tenham sido relegados
para outros mundos em que possam melhorar. Dó ai A MISSÃO DO CRISTO SE TORNARÁ, MISSÃO DE PAZ; DEPOIS DE TER SIDO O REI
DA JUSTIÇA, JESUS DRÁ FINALMENTE O REI DA PAZ. Por tanto , cristãos do Novo
Mandamento trabalhai pelo advento da Paz Mundial, aplainando as dificuldades
que surge de todos os lados. Trabalhai com ardor, arrancando os parasitos que
sufocam a vinha do Senhor. Iluminai as inteligências obscuras .Sustentai os
fracos na fé. Ajudai vossos irmãos de todas as crenças para que cheguem ao
ponto em que já vos achais. Brilhe a vossa luz diante de todos. PARA QUE POSSAM GLORIFICAR O PAI QUE ESTÁ
NO CÉU!
JESUS E O AMOR DA FAMÍLIA
P – Muitas pessoas acham que “Jesus foi desumano ao exigir que seus discípulos abandonassem a
família para segui-lo” Qual, a respeito do assunto, a explicação do
Espírito da Verdade?
R – Harmonizemos: Mateus, X: 37-39 e Lucas, XIV:
25-27.
MATEUS: 37 – “Aquele que ama
a seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; e aquele que ama a
seu filho ou a sua filha mais do que a mim não é digno de mim. 38 – Aquele que
não toma a sua cruz, para me seguir, não é digno de mim. 39 – Aquele que quiser
salvar sua vida a perderá; mas aquele que perder a sua vida, por minha causa,
certamente a salvará”.
LUCAS: 25 – Jesus,
voltando-se para a multidão que o acompanhava, disse: 26 – “Aquele que vem a
mim e não odeia o seu pai e a sua mãe, a sua mulher, a seus filhos, e seus
irmãos, a suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo; 27 –
e aquele que não toma a sua cruz, para me seguir, não pode ser meu discípulo”.
Muitíssimo
comentados têm sido estes versículos. FORAM, PORÉM, MAL COMPREENDIDOS (OU
NÃO O FORAM JUDICIOSAMENTE) POR HOMENS QUE NÃO SOUBERAM LEVAR EM CONTA OS TEMPOS , OS LUGARES E
AS INTELIGÊNCIAS A QUE JESUS FALAVA. Sem procurar penetrar-lhes os
espírito, detiveram-se na letra, atendo-se principalmente a um termo que, com
significação demasiado forte na vossa linguagem, a tradução emprestou ao
Mestre. Poderia falar em ódio quem deu a vida por todos, deixando à Humanidade
o seu Novo Mandamento? A expressão que, na língua hebraica, corresponde a essa
palavra não tem tanta energia nem encontrou equivalente da parte das
tradutores. Compreendei, primeiro, EM ESPÍRITO E
VERDADE , CONFORME AO ESPÍRITO QUE VIVIFICA E NÃO SEGUNDO
A LETRE QUE MATA, as palavras do Cristo, o pensamento a que servem de
roupagem, o ensinamento que delas decorre. Para o homem, o único interesse deve
ser o do futuro de seu Espírito. Se, portanto, um laço humano qualquer é de
molde a desvia-lo do caminho que deve trilhar, cumpre se liberte dele. Não
suponhais que Jesus tenha pretendido pregar – que nós preguemos em seu nome – o
egoísmo místico e a secura de coração. Longe disso, pois o homem PODE AMAR A
DEUS ACIMA DE TODAS AS COISAS E, COM MAIS FORTE RAZÃO, ISTO É, POR ISSO MESMO,
CUMPRIR TODAS AS OBRIGAÇÕES QUE LHE IMPONHAM OS DEVERES PARA COM A FAMÍLIA,
qualquer que sejam as dissensões existentes entre o pai e o filho, entre a mãe
e a filha: dissensões no modo de pensar. Ele pode e deve cumprir todos os
deveres humanos, no que tenham de mais escrupuloso. O QUE JESUS QUIS FAZER
SENTIR É QUE POR CONDESCENDÊNCIA OU INTERESSE HUMANO QUALQUER, A NINGUÉM SERÁ
LÍCITO JAMAIS RENEGAR A LEI DO AMOR QUE ELE VEIO PREGAR E VIVER. Não
pratiqueis, portanto, nenhuma ação repreensível, tendo em vista satisfazer a
esta ou aquela pessoa, objeto do vosso amor no mundo, pois, do contrário,
renegareis o vosso Mestre, que a seu turno vos renegará. Como vedes, só entende
a palavra do Redentor quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, principalmente
agora, A UM PASSO DO PRÓXIMO E ÚLTIMO ARMAGEDON DO APOCALIPSE.
PERDER E SALVAR A VIDA
P – Há pontos que merecem cabal explicação, como esse
do perder e salvar a sua vida, no
capitulo em exame. Como
explica essa passagem o Espírito da Verdade?
R – Vejamos o versículo 37 de Mateus: “Aquele (disse
Jesus) que ama a seu pai ou a sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim; e
aquele que ama a seu filho ou a sua filha mais do que a mim, não é digno de mim”.
Não vos é difícil compreender; aquele que, por agradar a seu pai ou à sua mãe,
a seu filho ou à sua filha, COMETER UM
ATO CONTRÁRIO AOS ENSIINOS DE JESUS, NÃO É DIGNO DELE, NÃO PODE SER SEU
DISCÍPULO. Jesus personificava e personifica a sua Doutrina Moral e,
portanto, a Fé. Como poderia o Cristo, modelo de amor, condenar o amor da
família? Certamente, não vos passa tal coisa pela cabeça. O que o Mestre fez
foi atacar o abuso. Por mais vivo que seja, O AMOR DA FAMÍLIA JAMAIS DEVERÁ LEVAR O HOMEM A UM ATO CULPOSO. Admitido
que haja atos desculpáveis pelo motivo que os determinou, quantos homens não se
julgariam absolvidos de qualquer ação má, desde que pudessem açoitar-se por
trás do “devotamento à família”? Como lição, Jesus praticava aos olhos dos
homens, o Mandamento HONRA A TEU PAI E A
TUA MÃE; mas também lhes recordava que, acima de tudo, está o dever a
cumprir. Lembrai-vos da resposta que deu á Virgem Maria, quando ela e Jose
voltaram a Jerusalém à sua procura e o acharam no templo, entre os doutores,
Aos doze anos, ele colocava o Pai acima do mundo. Examinemos, agora, o
versículo 38, também de Mateus: “Aquele que não toma a sua cruz, para me
seguir, não é digno de mim, não pode ser meu discípulo”. É muito simples;
aquele que não aceita com resignação, e mesmo com reconhecimento, as provações
de que está cheia a vida humana, não é digno de Jesus, não está capacitado para
ser seu discípulo; PORQUE O MESTRE AS
ACEITOU, EM
BENEFÍCIO DE TODOS , COMO LIÇÃO E EXEMPLO AOS HOMENS, QUANDO
NENHUMA LHE CUMPRIA SOFRER! Assim, cada um deve submeter-se às suas
provações, em proveito do seu próprio adiantamento espiritual. Analisemos, a
seguir, o versículo 39 de Mateus, no mesmo capítulo: “Aquele que quiser salvar
sua vida a perderá; mas aquele que perder a sua vida, por minha causa,
certamente a salvará”. Estas palavras dirigidas especialmente aos discípulos,
eram para eles UMA ADVERTÊNCIA.
Tinham por objetivo fazer-lhes entender esta verdade; aquele que falhasse no
desempenho da sua missão, por conservar a vida humana, renunciaria ao
acabamento da obra: PERDERIA A VIDA
ESPIRITUAL, E, AO CONTRARIO, AQUELE QUE NÃO RECUASSE DIANTE DA MORTE, E A
SOFRESSE PARA LEVAR A CABO A OBRA DO MESTRE, TERIA A VIDA ETERNA. De modo
geral, referindo-as a todos os tempos e a todos os homens essas palavras do
Cristo exprimem este pensamento; A VIDA
DO ESPÍRITO É A ÚNICA EXISTÊNCIA REAL , PORTANTO, SE – DURANTE A ENCARNAÇAO – O
ESPÍRITO PRATICA UM ATO CONDENÁVEL, TENDO EM VISTA CONSERVAR O
CORPO, PERDERÁ A VIDA ESPIRITUAL, POIS FICA OBRIGADO A RECOMEÇAR SUAS PROVAS EM NOVA ENCARNAÇÃO AQUELE
QUE, CONTRARIAMENTE SACRIFICAR O CORPO, QUANDO FOR INEVITÁVEL, PARA NÃO FALIR
NAS SUAS PROVAÇÔES, RECEBERÁ NUM MUNDO MELHOR A RECOMPENSA DAS PROVAS BEM
SUPORTADAS, GRAÇAS AQUELE SACRIFÍCIO.
ODIAR PAI E MÃE?
P – Muitos se obstinam em não aceitar as palavras de
Jesus, no versículo 26 de Lucas, no capitulo em estudo. Pedimos ,
por isso, uma resposta especial, através do CEU da LBV. Que diz o Espírito da
Verdade?
R – Vamos reler: “Aquele que vem a mim, e não odeia a
seu pai e a sua mãe, a seus filhos, seus irmãos, suas irmãs, e até a sua
própria vida, não pode ser meu discípulo”. Esta expressão NÃO ODEIA, oriunda de
tantas traduções, e tão forte no vosso idioma, não tem – já o dissemos –
tamanha energia na língua judaica JESUS
LANÇAVA UMA SEMENTE QUE TINHA DE FRUTIFICAR EM SOLO ÁRIDO E INGRATO; PRECISAVA,
PORTANTO, QUE FOSSE VIGOROSA, PARA NELE ENTERRAR AS RAIZES. Acreditais que
o Mestre pudesse falar aos homens daquele tempo – sobretudo aos hebreus – a
linguagem que hoje falais? Não tenteis vestir num povo a roupa de outro; deixai
a cada um o que lhe foi, o que lhe é necessário. Tendes a pretensão de admirar os autores antigos; admitis a
linguagem de que usaram, tão diferente da vossa, sob o pretexto de que estava
adequada ao século em que viveram, e não
quereis que seja assim na era em
que Jesus apareceu aos homens? E o Mestre não falava a
sábios, habituados às elegâncias ou atícismos de linguagem. MAS AO POVO ATRASADO, MATERIAL E
ENDURECIDO, A MASSA QUE – PARA SE DECIDIR A COMPREENDER- PRECISAVA OUVIR
PALAVRAS ENÉRGICAS E OBSERVAR EXEMPLOS FRISANTES. Não! Por aquelas
palavras, Jesus não pretendeu condenar, e não condenou, o amor da família, mas
o excesso que em tudo prejudica o homem e, afinal, o transvia. Sim, o homem
deve consagrar-se à família, cumprir devotadamente todos os deveres para com
ela, MAS NÃO DEVE FAZER DISSO UM CULTO,
NÃO DEVE SACRIFICAR AO AMOR QUE CONSAGRA A SEUS PARENTES OS SAGRADOS INTERESSES
E A FELICIDADE DE TODOS OS SEUS IRMÃOS EM DEUS : SERIA IMPERDOÁVEL EGOISMO!
Jesus, com o coração cheio de amor e devotamento para com todos, empregava as
expressões que mais impressionassem seus ouvintes, visando a libertá-los desse
egoísmo, fazendo-lhes compreender que – devendo o futuro do Espírito ser O ÚNICO INTERESSE DO HOMEM – desde que
um laço humano qualquer o possa desviar do caminho que tem de percorrer,
importa que ele se desprenda desse laço. Para finalizar: PARA SER DISCÍPULOS DO CRISTO, JAMAIS SERÁ LICITO AO HOMEM, SOB O
PRETEXTO DO AMOR AOS SEUS OU PARA CONSERVAR A VIDA HUMANA, PRATICAR UM ATO
CONTRÁRIO AO EVANGELHO DO MESTRE, QUE É EXATAMENTE O EVANGELHO DE DEUS.
PENSAR ANTES DE AGIR
P – Uma passagem que muitos nos preocupa e a do
alertamento que Jesus faz aos seus discípulos, como vemos no Evangelho segundo
Lucas, XIV: 28-33. Como a interpreta o Espírito da Verdade?
R – Eis a passagem:
LUCAS: 28 – Qual aquele
dentre vós que, desejando edificar uma torre,não orça de antemão, com vagar e
prudência, a despesa necessária, para saber se tem com que terminá-la, 29 – par
não suceder que, por não poder acabá-la depois de lhe haver lançado asa
fundações, todos os que a vejam escarneçam dele, 30 – dizendo: “Este homem
começou a construir, mas não pode acabar”? 31 – Ou qual o rei que, tendo de
entrar em guerra contra outro rei, não examina antes, com vagar e calma, se pode marchar com dez
mil homens contra o inimigo que vem ao seu encontro com vinte mil? 32 – Se o
não pode fazer, manda embaixadores, quando o inimigo ainda está longe, e lhe
apresenta proposta de paz. 33 – Assim, pois, aquele que, dentre vós, não
renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo.
Interpretemos
os versículos 28, 29 e 30: antes de entrar em novo caminho, o homem precisa
verificar se terá A ENÉRGICA VONTADE DE PERCORRÊ-LO, pois não é bom que
para depois de haver começado o percurso da estrada do progresso. Uma vez
desencarnado, o tempo perdido se lhe patenteia, e amargo será o seu pesar, ao
saber da distância que teria percorrido, se houvesse perseverado, e o resto que
lhe falta percorrer. A INDECISÃO AUMENTA SEMPRE AS DIFICULDADES.
Versículos 31 e 32: aquele que não se sentir com a força necessária para levar
a cabo GRANDES COISAS, não as empreenda. Que espere e se fortaleça.
Pense bem, estude e trabalhe sobre si mesmo, MAS NÃO SE AVENTURE A
TENTATIVAS INFRUTÍFERAS. Finalmente, o versículo 33 – Para marchar na via
do progresso, da CARIDADE UNIVERSAL, cumpre que o homem se desprenda dos
bens materiais, que não se escravize a eles, que os tenha unicamente COMO
MEIO DE CONSEGUIR O BEM E O ALÍVIO DE SEUS IRMÃOS. Mas entendei: renunciar
ao que se possui não é jogá-lo fora, não é desfazer-se de tudo: É NÃO SE
APEGAR AO HAVERES TRANSITÓRIOS, MAS FAZÊ-LOS PROSPERAR COM O BOM EMPREGO QUE
LHES POSSA DAR, EM BENEFÍCIO DA
HUMANIDADE. Assim age o verdadeiro discípulo do Cristo, a
quem foram confiadas riquezas que devem ENRIQUECER SUA ALMA, JAMAIS
EMPOBRECER O SEU ESPÍRITO.
A RECOMPENSA DO FIEL
P – Um ponto que mereceu as atenções do nosso Posto
Familiar é o que se refere à recompensa do discípulo fiel, no Evangelho segundo
Mateus. Como o Espírito da Verdade explica essas palavras de Jesus?
R – Examinemos MATEUS, X: 40-42 e XI: 1.
40 – “Aquele que vos recebe a
mim me recebe; e aquele que me recebe recebe o Pai, que me enviou. 41 – Aquele
que recebe o profeta como profeta receberá a recompensa do profeta; aquele que
recebe o justo receberá a recompensa do justo. 42 – Todo aquele que der de beber
um copo d’água fria a um desses pequeninos, só por ser dos meus discípulos, em
verdade vos digo: não perderá a sua recompensa.” X:1 – Logo que terminou essas
instruções aos seus discípulos, Jesus partiu, para pregar e ensinar nas cidades
vizinhas.
O
sentido e alcance destas palavras, dirigidas por Jesus, como ensino, aos homens
de então e do futuro, podem resumir-se da forma seguinte: AQUELE QUE
DEPOSITA SUA FÉ EM DEUS, E PROCEDE TENDO EM VISTA A VIDA ETERNA, OBTERÁ A
RECOMPENSA RESERVADA AO FIEL. As palavras dos versículos 40 eram
endereçadas aos Apóstolos: “Aquele que recebe os vossos ensinamentos recebe os
meus, e quem recebe os meus ensinamentos recebe os do Pai, que me enviou.” As
palavras do versículo 41 são simbólicas: AQUELE QUE PROCEDE COM LOUVÁVEL
INTUITO SERÁ RECOMPENSADO PELA SUA INTENÇÃO, DENTRO DA LEI DE AMOR E CARIDADE.
Quanto às do versículo 42, encerram a seguinte lição para todos os homens: “O
bem que fizerdes vos será contado no Livro da Vida, POR MENOR IMPORTÂNCIA
QUE TENHA O VOSSO ATO, E SEJA QUAL FOR A DOS IRMÃOS QUE TIVERDES SOCORRIDO.”
Este versículo, contém o símbolo sagrado do copo d’água fluidificada, em que a
Divina Providência, medicando vossas almas, purifica vossos corpos. Pois, na
verdade, SE DEUS CRIOU A ÁGUA – E ESTE É O “GRANDE MILAGRE” – QUAL O REMÉDIO
QUE ELE NÃO PODE COLOCAR DENTRO DELA? Tudo depende, apenas, do vosso
merecimento.
MISSÃO DOS 72 DISCÍPULOS
P – Todos, aqui, estudam as lições do CEU da LBV, com
muito interesse. Um dos integrantes do nosso grupo quer saber o significado da
missão dos 72 discípulos do Cristo. Que diz o Espírito da Verdade?
R – Vejamos LUCAS, X: 1-12 e 16.
1 – Algum tempo depois, o
Senhor escolheu setenta e dois outros discípulos e os enviou dois a dois,
precedendo-o, a todas as cidades e a todos os lugares aonde ele próprio tinha
de ir. 2 – E lhes dizia: “A seara, na verdade é grande, mas os trabalhadores
são poucos: rogai, pois, ao dono da seara que mande obreiros para ela. 3 – Ide;
eu vos mando como cordeiros para o meio de lobos. 4 – Não leveis bolsa, nem
alforge, e a ninguém saudeis pelo caminho. 5 – Ao entrardes em qualquer casa,
dizei primeiro: Paz a esta casa. 6 – Se aí estiver algum filho da paz, vossa
paz ficará com ele; se não, voltará para vós. 7 – Permanecei na casa comendo e
bebendo do que nela houver, pois digno é o operário do seu salário; não andeis
de casa em casa. 8 – Quando entrardes numa cidade qualquer, onde vos acolham,
comei do que vos apresentarem; 9 – curai os doentes que aí encontrardes, e
dizei-lhes: o reino de Deus está próximo de vós. 10 – Mas, se entrando nalguma
cidade, não vos receberem, ide pelas ruas e dizei: 11 – Sacudimos contra vós
até a poeira da vossa cidade que se agarrou aos nossos pés; sabei, todavia, que
o reino de Deus está próximo. 12 – Eu vos digo que, naquele dia, os habitantes
de Sodoma serão tratados com mais indulgência do que os moradores de tal
cidade. 16 – “Aquele que vos escuta a mim me escuta; aquele que vos despreza a
mim me despreza; e aquele que me despreza em verdade despreza o Pai que me
enviou”.
Jesus
deu aos setenta e dois discípulos as mesmas instruções que dera aos apóstolos.
Tudo já vos foi suficientemente explicado, e não há necessidade de voltarmos a
esses pontos. Todavia, algumas passagens precisam de EXPLICAÇÕES ESPECIAIS. “Não saudeis a ninguém pelo caminho”, disse o
Cristo aos setenta e dois discípulos. Preciso é tirar da letra o espírito. Com
tais palavras, o Mestre lhes recomendava: “Não vos deixeis desviar do caminho
que seguis; não pareis. Avançai para a vossa meta, até que a tenhais
alcançado”. Vejamos, no versículo 6, as expressões “filhos da paz” e “a vossa
paz”. Por “filhos da paz” designava Jesus os que estavam dispostos a enveredar
pela nova estrada, em que realmente poderiam adiantar-se nas vias do Senhor. “A
nossa paz”, a paz dos discípulos, se deve entender no mesmo sentido. Por essa PAZ
se compreendem a fé e os conhecimentos que possuíam, e que para eles voltavam
desde que se achassem num meio refratário a aceitá-los. “Permanecei na mesma
casa; não passeis de uma casa para outra”. Desta forma, JESUS ACONSELHAVA
AOS DISCÍPULOS A PERSEVERANÇA. AS MUDANÇAS COMPROMETERIAM OS RESULTADOS A QUE
ELES VISAVAM, E QUE SÓ PERSEVERANDO ALCANÇARIAM. “Comei e bebei do que na
casa houver e vos for apresentado; porquanto o operário é digno do seu
salário”. Compreendei: OS DISCÍPULOS DAVAM O ALIMENTO DO ESPÍRITO E
RECEBIAM, DE OUTROS, O ALIMENTO DO CORPO. Nem só pelo Espírito vive o
homem: cumpre-lhe, portanto, prover as necessidades do corpo. MAS OS
DISCÍPULOS TINHAM DE SE LIMITAR A SATISFAÇÃO DA NECESSIDADE E DAR GRATUITAMENTE
O QUE GRATUITAMENTE HAVIAM RECEBIDO. Longe disso está o que fazem aqueles
que, dizendo-se discípulos do Cristo e sucessores dos Apóstolos, mas
pretextando que o operário é digno do salário, traficam com as coisas de Deus e
recebem dinheiro pelas suas orações; que se esforçam por conseguir o bem-estar
material inoperante, o luxo, a voluptuosidade, o fausto; que desse modo vivem à
custa de seus irmãos, absorvendo inutilmente a alimentação, o pão cotidiano de
inúmeras famílias. TODO AQUELE, QUE REALMENTE QUISER SER DISCÍPULO DO
CRISTO, SEJA PADRE OU CHEFE DE FAMÍLIA, TEM DE SE CONTENTAR COM O NECESSÁRIO A
SUA MISSÃO; VIVER NO LUXO, NA OSTENTAÇÃO – NUNCA! Possuindo mais do que o
necessário, deixa o homem de ser discípulo do Mestre, que deu na Terra a lição
e o exemplo da humildade, do desinteresse, do devotamento, da abnegação, da
caridade e do amor, que O DISCÍPULO AUTÊNTICO DEVE TER E PRATICAR JUNTO DE
SEUS IRMÃOS.
DIREITO DE VIDA E MORTE SOBRE A ALMA
P – Disse Jesus aos 72 discípulos: “Aquele que vos
escuta a mim me escuta; aquele que vos despreza a mim me despreza; o que me
despreza a mim despreza. Aquele que me enviou”. Como o Espírito da Verdade
interpreta estas palavras?
R – Estes dizeres se aplicavam AOS APÓSTOLOS E AOS DISCÍPULOS ESCOLHIDOS QUE, UNS E OUTROS, TINHAM A
ASSISTÊNCIA E O CONCURSO DO ESPÍRITO SANTO, isto é, dos Espíritos
Superiores que constantemente os acompanhavam no desempenho de suas missões e
que assim, como ECOS FIÉIS DOS
ENSINAMENTOS DO CRISTO, OS REPETIAM E PUNHAM EM PRÁTICA, JUNTANDO DESSE MODO,
ENTRE AQUELES A QUEM PREGAVAM, O EXEMPLO À PALAVRA. Entretanto, apoiando-se
nessas proposições de Jesus, os homens se arrogaram o direito de vida e de
morte sobre as almas: NÃO COMPREENDERAM
QUE NÃO SE CONFIA A EXECUÇÃO DA OBRA SENÃO AO OPERÁRIO CAPAZ DE A EXECUTAR, E
QUE NÃO BASTA QUE O PAI TENHA SIDO HÁBIL PARA QUE O FILHO O SEJA IGUALMENTE. Enviando
os discípulos que escolhera para transmissores de sua palavra, com autoridade
para abençoar ou reprovar JESUS NÃO DEU
ESSE DIREITO A QUEM QUER QUE ENTENDESSE DE EXERCÊ-LO. Conquanto um gentio
pudesse expulsar os demônios em seu nome, ainda assim era preciso que o
invocasse seriamente, isto é, com fé viva, humildade, caridade e amor. Disse
Jesus aos discípulos: “ Ide levar minha palavra a todas as cidades e a todas as
povoações; ide pregar a Boa Nova. A Verdade vos pôs nas mãos o seu facho;
iluminai com sua luz todas as inteligências. Que a luz se espalhe. Ai dos que
se recusarem a vê-la! Em torno deles, mais densas as trevas se farão.
Entretanto, não condeneis os que a repelem, mas sacudi a poeira dos vossos pés,
isto é, afastai-vos sem deles nada aceitar ou levar, nem mesmo a poeira que
vossos passos levantem. Esses serão tratados com mais rigor que os de Sodoma e
Gomorra, pois a luz lhes foi mostrada e eles fecharam os olhos; a palavra de
paz lhes foi levada e taparam os ouvidos.” OS
QUE, APLICANDO A SI MESMOS AS PALAVRAS DO MESTRE, SE INVESTIRAM DO PODER DE
LIGAR E DESLIGAR, ESQUECERAM QUE JESUS RECOMENDAVA AOS DISCÍPULOS QUE NÃO SE
MUNISSEM DE DUAS TÚNICAS, NEM DE DOIS PARES DE SANDÁLIAS. Nisto, como em
tudo, cada um tomou o que lhe convinha, sem se importar com o resto. Dando
aquele poder aos Apóstolos e discípulos, o Cristo lhes proibiu, ao mesmo tempo,
que cogitassem do bem-estar pessoal, que recebessem coisa alguma em troca de
seus ensinamentos e suas preces, que pensassem no exibicionismo de autoridade,
sob qualquer aspecto, junto aos poderosos ocasionais do mundo. Como procederam
os que interpretaram e aplicaram as palavras de Jesus? Como ousaram, desde o
momento em que se tiveram por herdeiros dos poderes que o Mestre conferiu aos
que chamou, transgredir suas ordens, ao ponto de passarem a vida no fausto e na
voluptuosidade, ligando e desligando do alto de seus tronos mundanos, pregando
o desprendimento e a abstinência do seio do luxo e da abundância, lavando os
pés de alguns e permitindo que lhes beijem os seus? Para vergonha sua, O HOMEM NÃO COMPREENDE QUE A ÚNICA FORMA DE
ERIGIR PARA SI MESMO UM TRONO CONSISTE EM ASSENTÁ-LO NO
EXEMPLO DE UMA VIDA AUSTERA E HUMILDE, PRIMANDO POR SEGUIR AS
PEGADAS DO CRISTO, POR IMITAR SEUS APÓSTOLOS E DISCÍPULOS, VIVENDO OS ENSINOS
DO EVANGELHO DE DEUS. Maior seria o poder desses homens, que se dizem herdeiros
dos Apóstolos, mais persuasivas e escuadas seriam as suas palavras, mais
obedecidos e respeitados seriam eles se, pelo exemplo, pregassem as virtudes
que apenas lhes saem dos lábios rosados, como ironia atirada à face dessas
pobres, macilentas e miseráveis criaturas, a quem recomendam o desprendimento
das glórias do vosso mundo! Não está, porém, dentro deste quadro a nossa tarefa
atual; por isso encerramos, aqui, nossas observações. A cada dia basta o seu
labor. As virtudes cristãs, que hão de atrair os homens, virão breve
assentar-se, brilhantes e perenes, no cimo da montanha. Mas não esqueçais: SOMENTE OS QUE EM TUDO SE ESFORÇAM POR SEGUIR OS
PASSOS DE JESUS, OS QUE IMITAM OS APÓSTOLOS E DISCÍPULOS, OS QUE PRATICAM
SINCERAMENTE AS SUAS LIÇÕES SUA DOUTRINA ETERNA, TEM O DIREITO – SEJAM O QUE
FOREM – PADRES OU LEIGOS, JUDEUS OU GENTIOS, DE SE DIZEREM CONTINUADORES DO
CRISTO, aplicando a si mesmos estas
palavras: “ Aquele que vos escuta a mim me escuta; aquele que vos despreza a
mim me despreza; e o que me despreza despreza o Pai que me enviou”. Os termos
do versículo 16 também se aplicam, hoje, a vós outros, CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO, guiados e inspirados pelos Espíritos
do Senhor chamados a divulgar a Nova Revelação, a ensinar o Evangelho e o
Apocalipse em Espírito e Verdade. Sede, portanto, os legítimos descendentes e
herdeiros dos Apóstolos, caminhando sempre com a BOA VONTADE DE DEUS. Que nenhuma nódoa possa tisnar a túnica alva
de que vossas almas se revestiram, para a
LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL DE TODA A HUMANIDADE!
REGRESSO DOS SETENTA E DOIS
P – Na passagem referente a volta dos 72 discípulos,
Jesus disse: “Eu via Satanás caindo do céu como relâmpago”. Como explica isso o
Espírito da Verdade?
R – Vejamos LUCAS, X: 17-20.
17 – Os setenta e dois discípulos
voltaram cheios de alegria, dizendo: “Senhor, até os demônios se submetem a
nós, em teu nome!” 18 – Jesus lhes disse: “Eu via Satanás caindo do céu como
relâmpago. 19 – Vedes que vos deis o poder de esmagar as serpentes, os
escorpiões e todo o poder do inimigo; nada vos causará dano. 20 – Contudo, não
vos alegreis por estarem os espíritos submetidos a vós; alegrai-vos antes por
estarem os vossos nomes escritos no céu”.
Dizendo
aos discípulos que via Satanás cair do céu qual relâmpago, Jesus lhes falava,
como sempre, figuradamente. Toda vez
que tentardes combater o mal sob qualquer forma que se apresente, mas tendo em vista O
PROGRESSO E O AMOR UNIVERSAL, O MAL SE PRECIPITARÁ NOS
ABISMOS INSONDÁVEIS E SUA QUEDA SERVIRÁ PARA VOS ESCLARECER. Sempre que vos
aventurardes por uma estrada desconhecida, perigosa e difícil, mas ao fim da
qual podeis entrever o bem de vossos irmãos e o progresso da Humanidade,
caminhais desassombradamente. Os répteis venenosos, que se ocultam por onde
passais, não levantarão as cabeças malfazejas contra vós, nem vos lançarão seus
dardos mortíferos. E vós os esmagareis com os pés, e eles se ocultarão
envergonhados da derrota. DEUS PROTEGE OS QUE TRABALHAM COM ZELO NA OBRA QUE
LHES CONFIOU. Por isso mesmo, não vos orgulheis nunca do que o Senhor
permita que façais. Vosso objetivo e vossa única ambição devem constituir em
ganhar a recompensa prometida. REJUBILAI-VOS, POIS, SE VIRDES QUE VOSSAS
OBRAS VOS AUTORIZAM A ESPERÁ-LA, MAS NÃO TIREIS DAÍ NENHUM MOTIVO DE VAIDADE. Na verdade, os que ando sinceramente no
caminho do Mestre podem rejubilar-se, pois seus nomes ESTÃO ESCRITOS NO CÉU.
O Cristo paga sempre ao trabalhador na razão do seu trabalho. Se, portanto,
sentirdes que vossas obras são boas, sabeis igualmente que tendes os nomes
escritos para o recebimento do salário. Daí a afirmação de Jesus: “Vedes que vos dei o poder de esmagar as
serpentes, os escorpiões e todo o poder do inimigo: NADA VOS CAUSARÁ DANO.
Contudo não vos alegreis por estarem os obsessores submetidos a vós;
alegrai-vos antes POR ESTAREM OS VOSSOS NOMES ESCRITOS NO CÉU”.
Cristãos do Novo Mandamento, igual a dos discípulos deve ser a vossa alegria,
porque também sois designados para trabalhar na Obra e conseguireis tudo o que
tentardes em seu nome, com o fim exclusivo de impulsionar o progresso da
Humanidade!
JESUS E OS DISCÍPULOS DE JOÃO
P – Dizem os Evangelhos segundo Mateus e Lucas que
João enviou dois de seus discípulos a Jesus, para saber se era ele, realmente,
o Cristo anunciado desde Moisés. Como o Espírito da Verdade interpreta essas
passagens da Bíblia?
R – Harmonizemos: MATEUS, XI: 2-6 com LUCAS, VII:
18-23.
MATEUS: 2 – Tendo, na prisão,
sabido das obras de Jesus, João mandou que dois de seus discípulos fossem ter
com ele, 3 – dizendo-lhe: “És aquele que devia vir ou esperamos outro?” 4 –
Jesus lhes respondeu: “Ide contar a João o que ouvis e vedes. 5 – Os cegos
vêem, os coxos caminham, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos
ressuscitam; o Evangelho é pregado aos pobres. 6 – Bem-aventurado o que não se
escandaliza de mim.”
LUCAS: 18 – Os discípulos de
João lhes referiram todas as coisas que Jesus fazia. 19 – E João chamou dois
deles e os mandou a Jesus, para lhe perguntarem: “És aquele que tinha de vir ou
é outro o que devemos esperar?” 20 – Esses homens, encontrando Jesus, lhe disseram: “João
Batista nos mandou aqui para te perguntarmos se és aquele que tinha de vir ou é
outro o que devemos esperar?” 21 – Nesse mesmo instante, Jesus curou muitas
pessoas de enfermidades, de chagas e de maus Espíritos, e restituiu a vista a
muitos cegos. 22 – Em seguida, respondendo aos discípulos de João, disse: “Ide
contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos estão vendo, os coxos estão
andando, os leprosos estão limpos, os surdos estão ouvido, os mortos
ressuscitam e o Evangelho é anunciado aos pobres. 23 – Bem-aventurado será
aquele que não se houver escandalizado de mim.”
As
rivalidades, decorrentes das paixões doutrinárias, explicam o fato. Mesmo entre
os melhores discípulos do Evangelho, traídos pela paixão de Deus, surgem
ciumadas e dissensões perigosas. A fama levara aos discípulos do Batista o
rumor dos atos de Jesus. Eles não tinham a certeza de que o Mestre fosse QUEM
DEVIA SER. Não se trataria de algum hábil impostor? Foi, portanto, para
comprovar a sua identidade que João lhe enviou dois emissários. O Precursor
queria que eles se certificassem, com os seus próprios olhos, de que JESUS
ERA, REALMENTE, AQUELE CUJA VINDA ELE MESMO ANUNCIARA. Quanto aos chamados
“milagres”, que Jesus praticou diante dos discípulos de João Batista nada
precisamos dizer por ser inútil repetir explicações já divulgadas. O Mestre
disse: “O EVANGELHO É PREGADO AOS
POBRES”. As palavras “aos pobres” eram ditas mais para aquela época do
que para o futuro. Os pobres se viam desprezados, efetivamente abandonados;
ninguém se importava com eles. Falando como falou, Jesus tinha em mira ELEVAR
AQUELA CLASSE MISERÁVEL, FAZÊ-LA PARTÍCIPE DO
PROGRESSO INTELECTUAL HUMANO. Tomadas numa acepção geral, aplicadas a todas
as épocas, as palavras “aos pobres” se devem entender como abrangendo TODOS
OS QUE, SENTINDO A NECESSIDADE DE SE ENRIQUECEREM COM A PALAVRA DE DEUS,
DESEJEM OUVIR DE CORAÇÃO AS VERDADES ETERNAS DO EVANGELHO, COMPLETADAS AGORA
PELAS VERDADES FINAIS DO APOCALIPSE. Por isso advertiu o Cristo:
“Bem-aventurado aquele que não se houver escandalizado de mim”. Quer dizer: REPELE
O MESTRE QUEM REJEITA SEU ENSINAMENTO. Feliz, pois, á aquele que escolhe os
seus preceitos e os põe em prática, porque progride e não tem que temer sua
repulsa naquele terrível Dia do Senhor .
A MISSÃO DO PRECURSOR DE JESUS
P – As palavras de Jesus sobre a figura de João, o
Batista, são realmente consagradoras. Qual, segundo o Cristo de Deus, a missão
do Precursor, na análise do Espírito da Verdade?
R – Antes vamos harmonizar: MATEUS, XI: 7-15, LUCAS,
VII: 24-30, e XVI: 16.
MATEUS: 7 – Logo que eles se
foram embora, começou Jesus a falar de João, dirigindo-se ao povo nestes
termos: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 8 – Que é que
fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Na casa dos reis é que vivem os
que se vestem assim. 9 – Que é que, então, fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos
digo, e mais que profeta; 10 – porquanto dele é que está escrito: Eis que envio
na tua frente o meu anjo, que vai preparar-te o caminho. 11 – Em verdade vos
digo: nenhum dos nascidos de ventre de mulher é maior do que João Batista, mas
o menor no Reino de Deus é maior do que ele. 12 – Desde os dias de João até o
presente, o reino dos céus sofre violência e os violentos os arrebatam; 13 –
pois, até João, todos os profetas e a lei profetizaram; e, 14 – se quereis
saber, ele á Elias que há de vir. 15 – Ouça quem tiver ouvidos de ouvir.”
LUCAS: 24 – Logo que foram os
mensageiros de João, entrou Jesus a falar dele à multidão, dizendo: “Que é que
fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 25 – Pergunto: que é que
fostes ver? Um homem trajando roupas finas? Na casa dos reis é que se encontram
os que se vestem magnificamente, e vivem nas suas delícias. 26 – Que é,
então, que fostes ver? Um profeta? Sim,
certamente, e eu vos digo: mais do que profeta. 27 – Porque de João é que está
escrito: Eis que, na tua frente, envio meu anjo, para te preparar o caminho
adiante de ti. 28 – E por isso eu vos digo que, dentre os nascidos de mulher,
nenhum ainda houve maior do que o Batista; mas aquele que for o menos no Reino
de Deus é maior do que ele.” 29 – Todo o povo, e os publicanos que o ouviram,
se submeteram aos desígnios de Deus recebendo o batismo de João. 30 – Mas os
escribas e os doutores da lei desprezaram os desígnios de Deus para com eles,
não se fazendo batizar por João. XVI: 16 – A lei e os profetas duraram até
João, desde então, o Reino de Deus é pregado aos homens e cada um lhe faz
violência.
Falando
de João nesses termos, Jesus dava testemunho da missão que o Precursor viera
desempenhar, assim como anunciava A NOVA E FUTURA MISSÃO QUE ELE
DESEMPENHARÁ, e lançava a pedra fundamental em que assentaria o edifício da
regeneração da Humanidade. A época do aparecimento de Jesus na Terra, sob a
forma corporal humana, vos é indicada como sendo a base do progresso que nas
idéias se havia de produzir. E elas se elevaram, lentamente, é verdade, mas o
bastante para se despojarem do envoltório material que as constringia. E tendem
a elevar-se, cada vez mais, para às regiões espirituais. O ACABAMENTO DESSA
GRANDE EMPRESA, A CONTINUAÇÃO DA OBRA DE JESUS, EIS A TAREFA QUE NÓS
DESEMPENHAMOS, SOB AS VISTAS E A DIREÇÃO DO MESTRE. Referindo-se ao
Precursor, disse Jesus à multidão: “Fostes ver um profeta? Sim, e mais do que
profeta, porque dele é que está escrito: ENVIO À TUA FRENTE O MEU ANJO, PARA
TE PREPARAR O CAMINHO.” Jesus se exprimiu assim porque João, Espírito
adiantado, já atingira um grau de elevação mais alto que os dos profetas.
Contai os séculos de trabalho e de saber, decorridos depois da existência de
Elias, e entendereis que, comparando os profetas, nas diversas épocas em que
apareceram, COM ELIAS REENCARNANDO COMO PRECURSOR DO CRISTO, Jesus
mostrava a longa trilha de progresso que fora percorrida. Hoje, ELIAS, É
MUITO MAIS AINDA QUE O ELIAS DOS HEBREUS. Ao cumprir sua derradeira missão,
encerrando sua passagem pela Terra, maior ainda será, não sob o aspecto da
austeridade dos costumes e do Espírito, mas sob o aspecto do poder e da
ciência. NADA HÁ IMUTÁVEL NA CRIAÇÃO: O PROGRESSO MORAL SÓ PODE PARAR NO
SEIO DE DEUS. Ele prossegue sempre, até ao instante em que atinge, aos pés
do Eterno, os últimos limites da perfeição moral. QUANTO AO PROGRESSO EM CIÊNCIA UNIVERSAL ,
ESTE É INDEFINIDO: PARA O ESPÍRITO QUE SE TORNOU PERFEITO, VEM ELE DIRETAMENTE
DE DEUS A QUEM, TODAVIA, O ESPÍRITO JAMAIS SE PODERÁ IGUALAR.
JOÃO ESPÍRITO E JOÃO HOMEM
P – No ponto em estudo, Jesus afirma: “Em verdade vos
digo que nenhum dos nascidos de ventre de mulher foi maior do que João Batista;
entretanto, o menor no Reino do Céu é maior do que ele”. Como o Espírito da
Verdade explica esta assertiva do Mestre?
R – Falando desse modo, Jesus procurava impressionar
fortemente os homens atrasados a quem se dirigia. Apresentando-lhes João, que
tão grande era na Terra, como inferior ao que fosse o menor no Reino dos Céus,
intentava desenvolver naqueles homens a aspiração por esse reino e o desejo de
alcançá-lo, ouvindo e guardando as palavras do Precursor e as suas próprias
palavras, seguindo os caminhos que ambos traçaram: A DIFERENÇA ESTABELECIDA POR JESUS ENTRE JOÃO HOMEM E JOÃO ESPÍRITO
DIZIA RESPEITO AOS ENTRAVES DA MATÉRIA. Por mais elevado que seja, o
Espírito sofre sempre a influência do corpo que o constrange. Mas, por isso
mesmo, o Senhor não se serve de uma só medida, como faz a Humanidade, para
julgar dos atos de seus filhos. Quantas vezes o homem anatematiza seu irmão,
por faltas derivadas da organização da máquina, E FECHA OS OLHOS ÀS FALTAS
GRAVES PROVENIENTES DE DESVIOS DO ESPÍRITO. João humanizado era
naturalmente menor do que João Espírito. E Jesus, comparando-o ao menor no
Reino dos Céus, queria que o homem compreendesse a DIFERENÇA QUE EXISTE ENTRE O
ESPÍRITO LIVRE DE ENTRAVES E O ESPÍRITO APRISIONADO NO CORPO. ALÉM DISSO,
AFIRMAVA INDIRETAMENTE (SOB O VÉU QUE SÓ A NOVA REVELAÇÃO PODERIA LEVANTAR) SER
SUPERIOR A JOÃO, PORQUE ELE – JESUS – NÃO NASCERÁ DE VENTRE DE MULHER. E isso
constitui a prova definitiva do que ensinamos a respeito da origem do Cristo e
da virgindade de Maria Santíssima.
A VIOLÊNCIA E O REINO DOS CÉUS
P – Anotamos, no ponto em exame, estas palavras do
Mestre: “Desde os dias de João até ao presente, o Reino de Deus sofre
violência, e os violentos o arrebatam”. Que sentido dá o Espírito da Verdade a
essas palavras profundas?
R – Esta afirmação do Mestre encerrava uma figura,
destinada a fazer sentir aos judeus que OS
QUE PRETENDIAM SER OS ÚNICOS A ALCANÇAR O REINO DE DEUS ERAM INCAPAZES DE
ENTRAR NELE. Tais palavras, repetimos, foram empregadas figuradamente,
porquanto o Espírito culpado jamais gozou, nem gozará jamais, da felicidade
celeste, ENQUANTO NÃO SE HOUVER
TRANSFORMADO, VENCENDO O MAL COM O BEM. E “os violentos o arrebatam”,
acrescentava Jesus, porque os escribas e os fariseus entendiam que só eles
alcançavam a Paz do Senhor, PRATICANDO
OSTENSIVAMENTE A LEI QUE VIOLAVAM COM O CORAÇÃO. Alardeando a posse de
todas as graças de Deus, com requintes de hipocrisia, não arrebatavam eles, AOS OLHOS DA MULTIDÃO IGNORANTE, a
morada eterna? Na verdade, AOS OLHOS DE
DEUS, não havia da parte deles nenhum esforço, nenhuma tentativa, nenhum
merecimento para tamanha pretensão. Eram o que são os inquisidores de todos os
tempos supostos herdeiros do Cristo e do Cristianismo. Eram o que são os vossos
“filósofos”, os vossos “ espíritos fortes”, os vossos “ crentes” que
interiormente em nada crêem. CEGAVAM A
MASSA POPULAR, CHAMAVAM A SI AS HONRAS E OS PROVEITOS, E AINDA USURPAVAM, À
VISTA DAQUELES POBRES CEGOS, A FELICIDADE E A PAZ DO CEU. Mas continua
Jesus: “Pois, até João, todos os profetas e a lei profetizaram”. E ninguém
escutou as profecias; ninguém procurou, verdadeiramente, conquistar a morada
celeste, MAS TODOS (PELO PENSAMENTO) A
USURPARAM. O “Elias que tem de vir” realmente veio: João, o Batista. Os
publicanos constituíam a classe dos empregados subalternos que, obedecendo aos
chefes da sinagoga, arrecadavam os impostos; desempenhavam, portanto; funções
que sempre despertavam a animosidade popular. Eram com mais humildes: receberam
com o povo a palavra de João e, por conseqüência, o batismo de penitência. MAS OS FARISEUS ERAM OS SECTÁRIOS
ORGULHOSOS, QUE CUMPRIAM AS MAIS DIFÍCEIS PRESCRIÇÕES DE MOISÉS COM O FIM
EXCLUSIVO DE DEMONSTRAR A SUA SUPREMACIA, E, NA SUA “SUPERIORIDADE”, IGNORAVAM
QUE JOÃO ERA O PRÓPRIO MOISÉS REENCARNADO, PARA CONTINUAR SUA MISSÃO. Os doutores da lei eram os que preparavam e
punham sobre os ombros de seus irmãos – como advertiu Jesus – os fardos que
eles mesmos não ousariam tocar com o dedo. Os escribas e os fariseus,
acastelados no seu orgulho, rejeitaram a palavra e o batismo de João, repelindo
os desígnios de Deus para com eles próprios, desprezando a ocasião de entrarem
no Reino do Céu: o batismo era um emblema ou um símbolo, mas a palavra de João
era o meio. Daí a sentença do Redentor: “A lei e os profetas duraram até João;
a partir de então, o Reino de Deus é pregado aos homens e cada um lhe faz
violência”. Violência inútil, já o sabeis; cada um lhe faz violência (linguagem
figurada) no sentido de que NINGUÉM SE
APLICA A FAZER O QUE DEVE PARA ALCANÇA-LO, COMO AQUELES DE QUEM JESUS FALAVA,
AINDA EM VOSSOS DIAS CADA
UM DELES TRABALHA POR CRIAR PARA SI MESMO O REINO DA TERRA E FORÇAR O REINO DO
CÉU, ISTO É, FAZ DA HIPOCRISIA OU DO ANÁTEMA UM MEIO DE CONQUISTÁ-LO, MAS
NENHUM PROCURA PENETRAR NELE. PARA LÁ SE MANTER, DENTRO DA LEI DIVINA.
ELIAS DE NOVO NA TERRA
P - Já sabemos que João era o “Elias que há de vir”,
conforme às Sagradas Escrituras. Mas que diz o Espírito da Verdade sobre a
“futura missão” de Elias?
R – Disse o Mestre: “Se quiserdes compreender, João é
o Elias que há de vir”. E concluiu, dizendo: “Ouçam os que tem ouvidos de
ouvir”, Ele o fez para chamar a atenção, tanto dos homens daquele tempo como
dos homens do futuro, para as palavras que acabava de proferir, AS
QUAIS ENCERRAVAM UM SENTIDO OCULTO, pois o Elias que havia de vir já viera. Sabeis
que Jesus tinha a presciência do futuro: TODOS
OS SÉCULOS VINDOUROS SE LHE PATENTEAVAM AOS OLHOS. Essas palavras, portanto, devem hoje prender-vos
a atenção, tal como sucedeu na época em que foram ditas: CUMPRE QUE CONCLUAM A OBRA TODOS AQUELES QUE A COMEÇARAM. Assim,
não acrediteis que, terminada a sua missão terrena, como Precursor do Cristo,
João tenha deixado de trabalhar pelo progresso da Terra. Na condição de
Espírito, ele continuou a cumprir sua missão. Neste momento, quando se prepara
a volta de Jesus ao vosso mundo, escutai a palavra de Elias, que novamente
clama aos povos, dizendo: “Arrependei-vos! Aproxima-se a hora do julgamento, e
a morte pode surpreender-vos e entregar os Espíritos culpados à expiação na
erraticidade e, depois, as penas e angústias da reencarnação! Não vem longe o
instante em que a Terra passará pelo cadinho da depuração, em que OS MAUS SERÃO SEPARADOS DOS BONS; O INSTANTE EM QUE OS ESPÍRITOS CULPADOS E
REBELDES, VOLUNTARIAMENTE CEGOS, SERÃO DEPORTADOS PARA OS MUNDOS INFERIORES,
ONDE TERÃO DE EXPIAR A SUA REBELDIA DURANTE LONGOS SÉCULOS! ORAI E VIGIAI, PARA
NÃO SERDES SURPREENDIDOS; PURIFICAI-VOS PORQUE, EMBORA USURPADORES DESEJEM
PENETRAR NA MORADA CELESTE, SÓ OS ELEITOS ALI RECEBIDOS. E TODOS VÓS SOIS
DESTINADOS A FIGURAR ENTRE OS ELEITOS, OS QUE TAL SE TORNAREM PELO SEU
MERECIMENTO!” Ouçam os que tem
ouvidos de ouvir: Moisés – Elias – João, o Precursor, revive no meio de vós.
Sua presença assinala imenso progresso, tanto no terreno espiritual quanto no
moral e intelectual-científico. Sua missão é a do AMOR UNIVERSAL, CONSEQUÊNCIA DO NOVO MANDAMENTO QUE O CRISTO VOS LEGOU,
HÁ QUASE DOIS MIL ANOS. Os tempos
chegaram, com as clarinadas imortais do Apocalipse! Breve, também tereis na
Terra os casos de aparição IDÊNTICOS AO
DA APARIÇÃO DE JESUS, ISTO É, POR INCORPORAÇÃO PURAMENTE PERISPIRÍTICA,
MEDIANTE O REVESTIMENTO DE UM PERISPÍRITO TANGÍVEL COM A APARÊNCIA DO CORPO HUMANO!
COMO VOS DIZ A PALAVRA DE DEUS: O CRISTO VOLTARÁ COM OS SEUS ANJOS!
JOÃO E JESUS INCOMPREENDISOS
P – Jesus censurou os judeus porque não souberam
compreender o Cristo e o seu Precursor. Como o Espírito da Verdade nos explica
essas palavras do Mestre?
R – Harmonizemos Mateus, XI: 16-19 e Lucas, VII: 31-35
MATEUS: 16 – Com que hei de
comparar esta geração? Ela se assemelha a crianças que, sentadas na praça
pública e aos gritos, 17 – dizem aos seus companheiros: “Tocamos flauta para
vós outros e não dançastes! Entoamos lamentações e não chorastes!” 18 – Pois
veio João e, porque não come nem bebe, dizem: “Está possesso do demônio!” 19 –
Veio o Filho do Homem e, porque come e bebe, dizem: “Ali está um comilão e um
bebedor de vinho, amigo dos publicanos e pecadores!” Todavia, a sabedoria é
justificada por seus filhos.
LUCAS: 31 – Disse o Senhor:
“Com que poderei comparar os homens desta geração? A quem se assemelham? 32 –
Assemelham-se a meninos que, sentados na praça e falando uns para com os outros,
dizem: “Tocamos flauta para vós e não dançastes! Nós nos lamentamos e não
chorastes!” 33 – João Batista veio e, porque não come pão nem bebe vinho,
dizeis: “Ele está possesso do demônio!” 34 – O Filho do Homem veio e, porque
come e bebe, dizeis: “É um comilão e
beberraz, amigo dos publicanos e dos pecadores!” 35 – Mas a sabedoria é
justificada por todos os seus filhos.
Nesta
linguagem, apropriada à capacidade intelectual daqueles que o ouviam, Jesus
fazia ver aos homens que suas inteligências rebeldes recusavam todos os
testemunhos, quaisquer que fossem, procurando para o que observavam UMA
RAZÃO DE SER ESTRANHA À BONDADE DE DEUS, não se rendendo nem à evidência
dos fatos. E completava: “Mas a sabedoria é justificada por todos os seus
filhos”. Já estas palavras visavam ao futuro: OS QUE VIRAM NÃO
COMPREENDERAM; COM O CORRER DOS SÉCULOS, OS ESPÍRITOS SE DESENVOLVERAM E, HOJE,
VÓS OS COMPREENDEIS. Sábios, filhos de Jesus, são os que compreendem as
verdades que os cegos negaram.
COMER E BEBER
P – Muitos acham contradição entre os hábitos de Jesus
e de João, o Batista, com referência ao “ comer e beber”. Que diz a isso o
Espírito da Verdade, pelo CEU da LBV?
R – Nenhuma “contradição”. Tudo certo e perfeito,
segundo os superiores desígnios do Alto. João vivia afastado dos homens, porque
assim o exigia sua missão. Sua grande sobriedade espantava os judeus, que
sacrificavam o que lhes fosse possível a
satisfação dos apetites materiais. Por isso, a vida de insulamento, de
contemplação, de toda sorte de continência, que o Batista se impusera, causava
surpresa ao povo, E COMO NÃO PUDESSEM
COMPREENDER QUE UM HOMEM, VOLUNTARIAMENTE, SE SUBMETESSE A TAL EXISTÊNCIA,
TINHAM-NO POR VÍTIMA DE POSSESSÃO QUE O IMPELIA PARA O DESERTO, A VIVER FORA DE
TODAS AS LEIS ESTABELECIDAS. João,
porém, assim procedendo, cumpria exatamente sua missão de Precursor, dando o
ensinamento e o exemplo da penitência, que tinha por símbolo o batismo às
margens do Jordão, sendo a sua palavra o meio de os homens se prepararem para
entrar no CAMINHO DO SENHOR. Ao
contrário de João, Jesus tinha de viver no meio dos homens, a fim de mostrar a
todos O QUE É PRATICAR O AMOR E A CARIDADE.
Vulgarizava, por assim dizer, as virtudes que pregava, para torná-las mais
compreensíveis. Incorporava-se as classes desprezadas, para mostrar aos
orgulhosos que O PRIMORDIAL DEVER DO
HOMEM É DISPENSAR ASSISTÊNCIA, PRIMEIRO, AOS QUE ESTÃO (OU QUE ELE JULGA
ESTAREM) ABAIXO DE SI. Sentava-se,
diante dos homens, à mesa do pobre, para que este aprendesse a descobrir o verdadeiro
sabor do seu pão. Dormia (como todos supunham) sob o teto do portageiro, para
lhe dar a sentir A CALMA QUE RESULTA DA PUREZA DE CONSCIÊNCIA.
Navegava com os pescadores, a fim de lhes incutir o desprezo à morte, tendo por
fundamento a Fé e a Eternidade. “Vivia” a vida do homem na companhia do homem,
mas não ao lado d orgulhoso, razão pela qual os orgulhosos o acusavam de se
comprazer nos “centros abjetos” da sociedade de então. Porventura, terão mudado
os homens, que dizem – com Jesus – que ele não veio curar os que gozam saúde,
nem salvar os que não se perderam, nem dar ainda coragem aos que não
desesperam? Mudaram, porventura, os homens? Cristãos do Novo Mandamento, fazei
como Jesus, sem vos preocupardes com os orgulhosos escribas e fariseus do vosso
tempo! Como não podeis viver na solidão, como o Precursor, procurai seguir
sempre o exemplo de Jesus: COMEI E
BEBEI, COMO O CRISTO, A MESA DO POBRE, DO DESPREZADO, DO RÉPROBO, PORQUE ASSIM
PODEREIS DAR-LHE O ALIMENTO QUE O SUSTENTARA PARA SEMPRE: O PÃO DA VIDA QUE
NUTRE A ALMA, CLAREIA A INTELIGÊNCIA E PURIFICA O CORAÇÃO!
A PECADORA E O FARISEU
P – Uma das componentes do nosso Posto Familiar
pergunta qual a verdadeira interpretação da passagem da pecadora que banhou de
lágrimas os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos, na casa do fariseu
Simão. Como à interpreta o Espírito da Verdade, pelo CEU da LBV?
R – Trata-se de Lucas, VII: 36-50.
36 – Tendo um fariseu pedido
a Jesus que fosse comer em sua casa, ele foi e tomou lugar à sua mesa. 37 – Logo
uma pecadora da cidade, sabendo que Jesus estava na casa do fariseu, aí veio
ter, trazendo um vaso de alabastro cheio de bálsamo; 38 – e, colocando-se por
trás dele, se pôs a banhar-lhe de lágrimas os pés, e a enxugá-los com seus
cabelos, ao mesmo tempo que os beijava e os ungia com o bálsamo. 39 – Vendo
isso, o fariseu disse de si para si: “Se
este homem fosse profeta, saberia quem é a mulher que o toca, pois é uma
pecadora!” 40 – Jesus, então, lhe disse: “Simão, tenho alguma coisa a te
dizer”. Ao que ele respondeu: “Mestre, fala”. 41 – Jesus falou: “Um credor
tinha dois devedores; um lhe devia quinhentos denários e outro cinqüenta. 42 –
Como não tivessem com que pagar, o credor perdoou as dívidas a ambos. Qual dos
dois, em conseqüência, mais o estimará?” 43 – Simão respondeu: “Creio que
aquele a quem mais perdoou”. Jesus replicou: “Julgaste bem, Simão”. 44 – E,
voltando-se para a mulher, disse ainda ao fariseu: “Vês esta mulher? Entrei na
tua casa e não me deste água para lavar os pés, enquanto que ela, ao contrário,
banhou meus pés com suas lágrimas e o enxugou com seus cabelos. 45 – Não me
deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrou, não cessa de me beijar os pés.
46 – Não me ungistes a cabeça com bálsamo, ao passo que ela me unge com bálsamo
os pés. 47 – Por isso eu te declaro que muitos pecados lhe são perdoados,
porque ela muito amou. Aquele a quem menos se perdoa menos ama”. 48 – E disse à
mulher: “Teus pecados estão perdoados”. 49 – Os que com ele estavam à mesa, na
casa de Simão, começaram a dizer entre si: “Quem é este que até perdoa
pecados?” 50 – Mas Jesus disse à mulher: “Vai-te em paz; tua fé te salvou”.
O
fato aqui referido constitui UM EXEMPLO DA IMPORTÂNCIA QUE O ARREPENDIMENTO
REPRESENTA SOBRE OS DESTINOS HUMANOS. Não por haver banhado os pés de Jesus
com bálsamo e com lágrimas obtém a pecadora o perdão, mas porque esse gesto era
a conseqüência do pesar, sincero e profundo, que lhe causavam suas faltas, e
por serem imensas sua esperança e sua fé naquele diante de quem se prosternava.
Mulher de costumes livres, que vendia o corpo, ela – no esplendor da sua beleza
– se humilhava, enxugando com os cabelos aqueles pés que o seu arrependimento
banhava de lágrimas. Ela, que era vaidosa de seus encantos, SACRIFICAVA AO
ARREPENDIMENTO OS PERFUMES QUE SERVIAM PARA TORNÁ-LA MAIS SEDUTORA E PARA –
PELO AROMA PENETRANTE – EXCITAR OS DESEJOS DOS QUE PAGAVAM SUAS CARÍCIAS. ESSES
PERFUMES, ELEMENTOS DAS SUAS ORGIAS, SE SANTIFICAVAM AO CONTATO COM O SANTOS
DOS SANTOS. E a pecadora se limpava das suas faltas pela satisfação com que
se separava desses objetos de luxo, os únicos que possuía. Renunciava, assim,
ao seu passado de desordens e fazia sinceras promessas de reparação no futuro.
Não zombeis, portanto, da pecadora aos pés do Cristo. Ao contrário, imitando-a,
vinde todos – TODOS, SEM EXCEÇÃO – derramar na fronte do Mestre os
inebriantes perfumes que vos perdem, e ouvireis de sua boca palavras de paz,
consolação e amor. A JESUS, E SOMENTE A JESUS, O PAI ONIPOTENTE DEU O PODER
DE LIGAR E DESLIGAR, NA TERRA E NO CÉU. Os Apóstolos lhe obedeciam, eram os
instrumentos que ele escolhera, e operavam guiados pelos Espíritos Superiores,
quando também ligavam e desligavam na terra e no céu.
CILADA, PERDÃO E GRAÇA
P – No ponto em estudo, há uma coisa que merece
explicação: o fato de uma pecadora conhecida entrar na sala do festim, na casa
do fariseu. Que explicação nos oferece, a respeito, o Espírito da Verdade?
R – A pergunta é oportuna e podeis formular essa outra:
– Como veio a Simão a idéia de convidar Jesus para entrar na sua casa e
sentar-se a sua mesa? Há que O FARISEU
QUERIA SONDAR O MESTRE PARA DESCOBRIR NELE O PONTO VULNERÁVEL. Só se
aproximando de Jesus podia esperar consegui-lo. Mesmo a introdução de Maria,
naquela sala, era uma cilada. De outra forma ela não teria podido entrar lá, do
mesmo modo que, sem a vossa autorização, uma “desclassificada” não entrará em
vossas casas. Dirigindo a Simão as palavras dos versículos 43 a 46, referentes aos
devedores, o Mestre estabeleceu uma comparação toda material, para ser
compreendido por um homem material. Os fariseus não só eram orgulhosos, como
também avarentos e cupidos. O exemplo que Jesus figurou não podia, portanto,
deixar de ser apreciado e compreendido por um espírito dessa natureza. Sim,
aquele a quem mais se perdoa será certamente, o mais reconhecido. Todavia, o
perdão não é concedido sem ser suplicado; e as súplicas devem ser fervorosas e
reiteradas, pois O SENHOR NÃO SALDA AS
DÍVIDAS DE QUEM SE MOSTRE PROPENSO A CONTRAIR OUTRAS. ELE O FAZ SOMENTE ÀQUELE
QUE SEJA CAPAZ, NO FUTURO, DE MANTER-SE SEM DESVIO NO CAMINHO RETO. Jesus, com o que disse ao fariseu (vs. 44 a 47), apontando para a
mulher, aludia respectivamente aos sentimentos dele e dela: lendo o pensamento
de Simão, conhecia a razão do “acolhimento” que este lhe dispensara. Falou,
então, à mulher: “Teus pecados estão perdoados” (v. 48). A GRAÇA NÃO É O QUE A IGREJA HUMANA FORJOU. No caso da pecadora,
havia remorso sincero e profundo. Seguir-se-ia a reparação, que não lhe seria
duramente imposta, como sucede quando se trata de culpados endurecidos mas UMA
REPARAÇÃO FEITA COM ALEGRIA E FELICIDADE, visando a alcançar o progresso,
que deixara de realizar, e entrar de novo em graça perante o Amor do Pai.
Disse, ainda, Jesus: “Vai-te em paz; tua fé te salvou.” A FÉ QUE ELA TIVERA NO CRISTO LHE ABRIRA OS OLHOS PARA O SEU MAU
PROCEDER. A comparação entre a vida sem mácula do Mestre e os excessos
inumeráveis da sua própria vida de pecadora foi o que a impressionou e impeliu
a vir suplicar o perdão de suas faltas, AOS
PÉS DAQUELE QUE ELA CONSIDERAVA O ENVIADO CELESTE. Nas suas interpretações,
os homens se equivocaram completamente quanto ao sentido destas palavras de
Jesus ao fariseu Simão: “Eu te declaro que muitos pecados lhe são perdoados
porque muito amou”. Dizendo de Maria que muito lhe era perdoado por haver amado
muito, o Mestre não entrava em nenhuma das considerações a quem deram motivo
humanas interpretações. O AMOR DE QUE
ELE FALAVA ERA O AMOR CONSIDERADO DO PONTO DE VISTA DA CARIDADE. Embora
mulher de vida dissoluta, Maria tinha um coração sensível às misérias de seus
semelhantes. De natureza fraca e impressionável, sua existência depravada era
mesmo devida AO EXCESSO DO SEU AMOR À
FAMÍLIA, COM A QUAL REPARTIA, EM LARGA ESCALA , O PRODUTO DO SEU VERGONHOSO
COMÉRCIO. Grande era a sua caridade para com outros: jamais um infortúnio
apelara em vão para a sua piedade. Sua própria queda foi um ATO DE DEVOTAMENTO. Aí tendes o que não
vos tinham dito; aí tendes, ainda, o que será encarado como estímulo ao vício
sob o pretexto de devotamento a pais pobres; aí tendes, todavia, a fonte de
tantos vícios que repelis com horror quando muitas vezes, um conselho e um
socorro fariam o que fizeram as santas palavras do Mestre, Espírito fraco,
Maria quisera lutar contra a sua fraqueza; quisera, sim, o combate
excessivamente rude. Sucumbiu, a princípio, mas se levantou mais forte e mais
valorosa. NÃO AOS OLHOS DOS HOMENS, QUE
NADA PERDOAM, TENDO ELES TANTA NECESSIDADE DE PERDÃO, MAS AOS OLHOS DAQUELE QUE
SONDA OS CORAÇÕES E AS ENTRANHAS, E PARA QUEM O PENSAMENTO CULPOSO E OCULTO
EQUIVALE AO ATO CONSUMADO!
CIDADES IMPENITENTES
P – O Evangelho nos fala das “cidades impenitentes”,
censuradas por Jesus. Pelo CEU da LBV poderia o Espírito da Verdade explicar
essa passagem?
R – Harmonizemos Mateus, XI: 20-24 e Lucas, X: 13-15.
MATEUS: 20 – Jesus começo,
então, a exprobrar às cidades onde realizara tantos milagres o não terem feito
penitência: 21 “Ai de ti, Corozain! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os prodígios
operados, dentro de vós o tivessem sido em Tiro e em Sidon, eles teriam feito
penitência em cilícios e cinza! 22 – Eis porque vos digo que no dia do juízo,
Tiro e Sidon serão tratadas com menos rigor do que vós. 23 – Tu, Cafarnaum,
porventura te elevarás até ao céu? Serás abatida até ao inferno, porquanto, se
os milagres operados dentro dos teus muros o tivessem sido em Sodoma, talvez
esta ainda hoje subsistisse! 24 – Eis porque te digo que, no dia do juízo, a
terra de Sodoma será travada com menos rigor do que tu”.
LUCAS: 13 – “Ai de ti,
Corazin! Ai de ti, Betsaida! Pois que, se os prodígios realizados dentro de vós
o tivessem sido, outrora, em Tiro e em Sidon, elas teriam feito penitência na
cinza e nos cilícios! 14 – Eis porque no dia do juízo, Tiro e Sidon, serão
tratados com menos rigor do que vós! 15 – E tu, Cafarnaum, que te elevaste até
ao céu, submergirás até ao inferno!”.
Estas
palavras de Jesus se referem AO ESTADO DOS ESPÍRITOS ENCARNADOS NAQUELA
ÉPOCA. Penitência significa arrependimento. Quando diz que Tiro e Sidon
teriam feito penitência, cobrindo-se de cinza e de cilícios, se tivessem visto
os milagres que se operaram em Corazin e Betsaida, o Mestre emprega imagens
materiais apropriadas, como sempre, aos Espíritos daquele tempo. A
PENITÊNCIA DO ESPÍRITO CONSISTE NO CAUSTICANTE REMORSO DE SUAS FALTAS E NA EXPIAÇÃO QUE LHE SEGUE, MAS TUDO NA ORDEM
MORAL. Seria possível, porventura, que seres materiais, como eram até mesmo
os primeiros adeptos do Cristianismo, compreendessem que a penitência moral
basta para o resgate das faltas perante a Justiça de Deus? Nas suas
transgressões, eles não viam mais do que o ato material; portanto, NÃO
PODIAM ADMITIR UMA REPARAÇÃO QUE NÃO FOSSE MATERIAL. Apreciai de outra maneira,
o Cristão do Novo Mandamento, todas as coisas! Procurai O ATO ESPIRITUAL,
penitenciai-vos dele e, no futuro, não praticareis mais atos materiais algum
capaz de ofender o Senhor! Que o Espírito em vós domine o corpo; e a carne,
subjugada, se tornará instrumento obediente, próprio a efetuar com mais
presteza e maior facilidade a purificação espiritual. Jesus declara que os
habitantes de Tiro e de Sidon serão tratados com menos rigor que os de Corazin
e Betsaida, PORQUE A ESTES A LUZ FOI TRAZIDA E ELES A RECUSARAM. “A
terra de Sodoma – disse, ainda, o Mestre – será tratado com menos rigor do que
Cafarnaum”. É que, em Sodoma, os crimes tinham principalmente origem no
rebaixamento da matéria, ao passo que os de Cafarnaum se originavam da revolta
do Espírito. Fazendo tal distinção entre Sodoma e Cafarnaum, JESUS QUERIA
QUE OS HOMENS COMPREENDESSEM ISTO: DE TODOS OS CRIMES PASSÍVEIS DE CASTIGO, OS
MAIS GRAVES SÃO OS QUE A INTELIGÊNCIA COMETE. Conhecendo o Senhor as
fraquezas da vossa matéria, não pune os seus arrastamentos senão quando o
Espírito participa deles CONSCIENTEMENTE. Cafarnaum recebera a luz. Fora
testemunha dos milagres. Mas, impenitente, tudo rejeitara. Entretanto, Sodoma –
afundada no lodaçal da matéria – talvez tivesse saído da cloaca imunda de suas
paixões grosseiras se ouvisse a Palavra de Deus. Talvez, presenciando os
prodígios do Cristo, tivesse aceitado a luz, ouvindo a voz do arrependimento e
renunciando aos seus crimes, dando ao Espírito o predomínio sobre os instintos
brutais. Não vos admireis de que Jesus tenha usado o termo “talvez” quando, ao
falar dos sodomitas, declarou: “Talvez Sodoma ainda hoje subsistisse”. Sem
dúvida alguma, estando em relação constante e direta com Deus, ele, como
sabeis, tinha a presciência do futuro e, bem assim, o conhecimento do passado. DISSE
“TALVEZ” PORQUE NÃO CONVINHA QUE FALASSE AOS HOMENS, DE MODO PRECISO, DOS ATOS
DAQUELE QUE NENHUMA CRIATURA PODE SONDAR. ERA MISTER (TAMBÉM O SABEIS E NÃO O
PERCAIS DE VISTA) QUE, COMO SUCEDIA, JESUS PASSASSE ENTÃO ENTRE OS HOMENS – POR
UM HOMEM IGUAL A ELES, E, SENDO ASSIM, NÃO PODIA APRESENTAR-SE A ELES COMO
CONHECEDOR DO JUÍZO DE DEUS.
INFERNO E JUÍZO
P – No ponto que estudamos, Jesus se refere ao inferno
com muita energia, quando censura Cafarnaum. Isso dá origem às concepções
infernalistas das religiões humanas, que se dizem baseadas no próprio Cristo!
Que nos diz, a respeito, o Espírito da Verdade?
R – Exprimindo-se, relativamente a cafarnaum, desta
maneira “TU QUE TE ELEVASTE ATÉ AO CÉU”,
isto é, tu que foste inundada de luz e que, orgulhosa, a rejeitaste, “SUBMERGIRÁS NO INFERNO”, usava o Mestre
de linguagem e expressões apropriadas à inteligência de seus ouvintes. Por
INFERNO designava, veladamente, as penas que os Espíritos culpados sofrem –
primeiro, como seres erráticos e depois reencarnando na Terra ou em mundos
inferiores, de expiação e provações. O
INFERNO É A CONSCIÊNCIA DO CULPADO E O LUGAR, QUALQUER QUE ESTE SEJA, ONDE
EXPIA OS SEUS CRIMES. Não se trata de espaço limitado. O lugar, seja qual
for, que o Espírito culpado ocupe, quando na erraticidade, é bem o que ainda
chamais – e o Cristo alegoricamente chamava – inferno, pois, em tal lugar, o
Espírito se acha presa de contínuas torturas. Também o Espírito encarnado se
acha realmente num inferno quando, metido na prisão de carne em mundos
inferiores, passa por provações, sofrimentos, torturas morais e físicas; por
expiações que constituem a pena secreta da sua encarnação precedente, a pena
correspondente ao que lhe cumpre ainda reparar, tendo em vista suas existências
anteriores. Jesus também disse “NO DIA
DO JUÍZO”, falando dos habitantes de Tiro e de Sidon, de Corazin e de
Betsaida, de Cafarnaum e de Sodoma. Foi uma figura, uma comparação de que o
Mestre se serviu. Deveis compreender suas palavras do modo seguinte: “Eu vos
digo que os habitantes de Corazin e Betsaida serão julgados mais severamente
que os de Tiro e de Sidon que, juntamente com os primeiros, se apresentarão ao
Juiz Supremo; que os de Cafarnaum serão julgados mais severamente que os de Sodoma,
que – com eles- se apresentarão ao supremo Juiz”. Tende sempre em conta o
estilo figurado de que usava Jesus, FORÇADO
PELAS NECESSIDADES DA ÉPOCA, PELOS PRECONCEITOS RESPEITADOS, PELO ESTADO DAS
INTELIGÊNCIAS, PELA CONVENIÊNCIA DE VELAR A VERDADE, até que chegassem os
vossos dias, em que o Espírito, mediante o advento da Nova Revelação, seria
despojado da letra, a fim de preparar os homens para se tornarem ADORADORES DE DEUS EM ESPÍRITO E VERDADE ,
PORQUE ESTA É A VONTADE DO CRIADOR. As palavras “NO DIA DO JUÍZO” não tinham, no pensamento então velado de Jesus, a
significação de um JUÍZO FINAL, a
que sejam chamados, como o diz a Igreja, TODOS
OS QUE MORRERAM DESDE A ORIGEM DOS TEMPOS. Não: os habitantes de Tiro e de
Sidon, de Corazin e de Betsaida, de Cafarnaum e de Sodoma, bem como todos os
Espíritos culpados que viveram na Terra desde que o homem aí apareceu,
passaram, DEPOIS DA MORTE, AO CABO DE
CADA EXISTÊNCIA, PELO JULGAMENTO. Isto é, pela expiação na erraticidade e,
em seguida, pela reencarnação. Dentre os Espíritos culpados das diversas
cidades, de que falava Jesus, alguns já terminaram suas provações expiatórias e
outros progrediram muito. Poucos chegarão à época da renovação do vosso Planeta
sem terem conseguido a satisfação de seus desejos. E aí tendes a prova da
inexistência do INFERNO ETERNO, a
prova da justiça que se patenteia na Lei da Reencarnação, diante da qual TODOS OS HOMENS SÃO RIGOROSAMENTE IGUAIS.
JUÍZO FINAL
P - Desde crianças, fomos educados na crença do
terrível JUÍZO FINAL que despachará as criaturas
para o céu ou para o inferno. Como explica isso o Espírito da Verdade, pelo CEU
da LBV?
R – Não haverá esse JUÍZO FINAL, único e definitivo, de que fala a Igreja de Roma. O
que de fato se dará é que, NOS ÚLTIMOS
DIAS DA ERA MATERIAL DA HUMANIDADE TERRESTRE, OS QUE SE CONSERVAREM REBELDES
SERÃO DEGREDADOS PARA MUNDOS INFERIORES, SÓ OS QUE TIVEREM CHEGADO AO GRAU DE
APERFEIÇOAMENTO QUE DEVEM ATINGIR PODERÃO PERMANECER NA TERRA, PARA AÍ
CONTINUAREM A PROGREDIR. Não é essa, porém, a idéia que (influenciados
pelas falsas interpretações, próprias do “reinado da letra”) os homens fazem do
JUÍZO FINAL Os Espíritos culpados
irão sendo afastados gradualmente da Terra, e esta se purificará DE MODO QUASE IMPERCEPTÍVEL PARA VÓS
OUTROS. A renovação do vosso mundo, não resultará de violento abalo, mas de
um progresso contínuo. Ainda estais numa era material, sob o império da matéria, e as coisas no
vosso planeta estão dispostas de forma a que ele preencha as condições necessárias
à vossa existência. Mas chegam os tempos em que a Terra progredirá, do mesmo
passo que os vossos corpos, E SE ELEVARÁ
COMO ESSÊNCIA, PURIFICANDO-SE E ETERIZANDO-SE. Quanto mais crescer em vós o
domínio do Espírito, tanto mais diminuirão as necessidades materiais e, entre
os homens de então e os de agora, mais sensível será a diferença material do
que a que existe entre os de hoje e os primeiros habitantes do vosso orbe. NA ÉPOCA DA MATÉRIA – VIDA E ÓRGÃOS
MATERIAIS; NA ERA DO ESPÍRITO – ESPIRITUALIDADE! O vosso planeta está destinado, como todos os
que gravitam na imensidade, a percorrer a via do progresso até ao dia em que a
transformação se complete e em que, quais homens despojados da matéria, VIVEREIS ESPIRITUAL E FLUIDICAMENTE, NUM
MUNDO FLUÍDICO. Preparai-vos, portanto: a época da renovação da Terra é
aquela em que os rebeldes, ao voltarem para o mundo dos Espíritos, serão
afastados dela e mandados para os mundos inferiores. E as próximas calamidades
abrirão grandes claros nas fileiras humanas, a fim de que estas se renovem mais
depressa. DO PONTO DE VISTA FÍSICO, A
TERRA ACOMPANHARÁ O PROGREDIR DO ESPÍRITO; E O PROGRESSO FÍSICO DESTE, DE
HARMONIA COM O DO PLANETA, SERÁ CONSEQÜÊNCIA DO SEU EVOLVER MORAL E
INTELECTUAL. Como todos os mundos já formados e todos os que se hão de
formar na imensidade, segundo Leis Naturais e Imutáveis, estabelecidas por
Deus, o vosso Planeta saiu dos fluidos impuros; depois chegou,
progressivamente, ao estado material, de onde passará, num continuo progredir,
a estados cada vez menos materiais, até chegar – por sucessivas transformações
– ao de pura fluidez, no qual ele e a sua Humanidade se encontrarão livres de
todas as impurezas da matéria. Sim, entendei: cada calamidade ou abalo, cada
deslocamento do mundo terrícola serve para levá-lo àquela transformação. Deveis
compreender que, chamado a desempenhar outras funções, não pode ele permanecer
no mesmo meio: com correr dos dias, e mediante esses deslocamentos gradativos à
Terra tomará lugar NAS REGIÕES DOS
FLUIDOS SUTIS, ONDE TENDES DE VIVER. Enquanto isso, outro planeta,
afastando-se por sua vez do seu centro de formação, virá desempenhar as funções
que o vosso desempenhava. No fim do ciclo, no último período dessa
transformação, isto é, quando a Terra passar ao estado fluídico puro (e ao de
Espíritos Puros os que souberam perseverar até o fim), JESUS APARECERÁ NA PLENITUDE DO SEU PODER, DA SUA GLÓRIA DA SUA PUREZA
PERFEITA E IMACULADA, PARA VOS MOSTRAR A VERDADE SEM VÉU, PARA VOS CONDUZIR AO
CENTRO DA ONIPOTÊNCIA E VOS FAZER CONHECER O PAI.
ANALFABETOS ESPIRITUAIS
P – Um ponto que desejamos aclarar, na Cruzada do Novo
Mandamento em casa, é o que se refere aos humildes (às vezes, analfabetos) a
quem Deus revela as coisas mais importantes, no dizer de Jesus. Como explica
essa passagem do Evangelho o Espírito da Verdade?
R – Vamos harmonizar Mateus, XI: 25-27 e Lucas, X:
21-22.
MATEUS: 25 – Então, proferiu
Jesus estas palavras: “Graças te dou, meu Pai, Senhor do Céu de da Terra, por
haveres ocultado estas coisas aos sábios e aos prudentes, e por as teres
revelado aos pequeninos! 26 – Assim é, meu Pai, porque te aprouve que assim
fosse. 27 – Todas as coisas me foram entregues pelo Pai, e ninguém, senão o
Pai, conhece o Filho, e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o
Filho o queira revelar.”
LUCAS: 21 – Nessa mesma hora,
Jesus exultou pelo Espírito e disse: “Graças te dou a ti, Pai, Senhor da Terra
e do Céu, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos, e as
revelaste aos pequeninos! Assim é, Pai, porque foi do teu agrado. 22 – Todas as
coisas me foram dadas por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho senão o Pai;
ninguém sabe quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser
revelar.”
Examinando
os versículos 25 e 26 de Mateus e 21 de Lucas, vemos que o Mestre felicitava e
animava os seus discípulos, A FIM DE QUE NÃO SE AMEDRONTASSEM COM A TAREFA
QUE LHES ERA CONFIADA. A Obra do Senhor é entregue aos simples e aos
inocentes, aos fracos e aos obscuros, não como os entendem os homens, mas como
os deveriam entender: ELA É CONFIADA
AOS QUE SE ENTREGAM AO SENHOR, AOS QUE TÊM CONFIANÇA E FÉ EM DEUS, E NÃO AOS
QUE, ENTRE OS HOMENS, PASSAM POR SER OS GRANDES E OS PODEROSOS DO ESPÍRITO HUMANO; OS QUAIS NÃO ADMITEM SENÃO
AQUILO QUE JULGAM TER DESCOBERTO, MATEMATIZADO E ENSINADO, E NAGAM – DO ALTO DO
SEU ORGULHO – A INFLUÊNCIA E OS SOCORROS ESPIRITUAIS, TUDO ATRIBUIDO,
UNICAMENTE, A FORÇA DE SUAS VONTADES E DE SUAS INTELIGÊNCIAS. A TODOS ESSES AS
VERDADES DIVINAS PERMANECERÃO OCULTAS, AINDA POR MUITO TEMPO: são terras
muito gordas, onde nascem, abundantemente, ervas imprestáveis, que estiolam a
boa semente, nelas espalhadas pelo vento. É preciso que suas forças se esgotem,
em tentativas inúteis, em inúteis esforços, sem nada poderem produzir! JESUS
MOSTRAVA QUE DEUS NÃO ESCOLHE OS QUE GOZAM DAS FACULDADES QUE OS HOMENS
ADMIRAM, E SIM OS DE CORAÇÃO SIMPLES E ESPÍRITO HUMILDE: OS QUE AMAM E CONFIAM,
OS QUE SABEM SOFRER E ESPERAR. Os sábios, os prudentes e entendidos, de que
falava o Cristo, são os que a sociedade considera como tais. Entretanto, DIANTE
DE DEUS NÃO PASSAM DE ANALFABETOS ESPIRITUAIS.
O PAI E O FILHO
P – Não podia ser mais feliz a explicação referente
aos sábios e entendidos deste mundo. Mas queremos saber, ainda, o significado
dos versículos 27 de Mateus e 22 de Lucas, no capítulo em pauta. Como os
interpreta o Espírito da Verdade?
R – Pelas palavras desses versículos, Jesus aludia à
sua elevação e à sua missão como ESPÍRITO
PROTETOR E GOVERNADOR DA TERRA. Entre os homens a quem falava, só ele
estava apto a compreender a grandeza infinita do Senhor. Fora a vontade de Deus
que lhe dera a lembrança da sua origem, PORQUE
ENTRE OS HOMENS A MATÉRIA APAGA QUALQUER LEMBRANÇA. Fora, também, a vontade de Deus que lhe dera A VISÃO DO FUTURO, DE QUE OS OLHOS HUMANOS
SÃO INCAPAZES. Daí suas palavras:
“Todas as coisas me foram dadas pelo Pai. Ninguém sabe quem é o Filho senão o
Pai; ninguém sabe quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser
revelar”. Jesus era, entre os homens, o único que, revestido de um
perispírito tangível, estava ISENTO DA ENCARNAÇÃO HUMANA TAL COMO A
SOFREIS, CONSERVANDO SEMPRE A SUA QUALIDADE DE ESPÍRITO: COMO ESPÍRITO PURO,
SOB A APARÊNCIA CORPORAL DE UM HOMEM, PODIA COMPREENDER SEU DEUS E
COMPREENDER-SE A SI MESMO. As
palavras “ Todas as coisas me foram dadas por meu Pai” se referem às relações
diretas que havia entre Deus e o seu Ungido. Graças a essas relações
permanentes, todas as coisas lhe eram constantemente postas nas mãos pelo
Senhor. Agora, concentrai nisto vossa atenção: “Ninguém sabe quem é o Filho
senão o Pai, ninguém sabe quem é o Pai senão o Filho E AQUELE A QUEM O FILHO O QUISER REVELAR”. São palavras da mais
alta importância; tem por fim fazer sentir aos homens que eles nada podem saber
das coisas celestiais, extra-humanas e de além-túmulo, SENÃO POR MEIO DA REVELAÇÃO. Aludem à Revelação que o Paráclito,
por sua ordem, traz à Humanidade, para lhe dar a conhecer quem é o Filho – JESUS, O CRISTO DE DEUS – e a Doutrina
do CRISTIANISMO EM ESPÍRITO E VERDADE ,
À LUZ DO NOVO MANDAMENTO, com as profecias que fez no seu Evangelho e,
principalmente, no seu Apocalipse! Diante dos fatos, preparai-vos para receber
o Mestre na sua volta gloriosa, porque ele vos mostrará quem é o Pai.
Tornai-vos capazes e dignos de recebê-lo, caminhando ativamente, sem
vacilações, pela via do progresso moral e intelectual. Todo aquele que não
compreende nem a grandeza, nem a justiça de Deus, não o conhece. Aquele que
ousa traçar-lhe humanos limites ao poder, confinando-o no acanhado âmbito da
inteligência material, também não o conhece. Só aquele que RECEBE E ACEITA A REVELAÇÃO – QUANDO ESTA LHE É FEITA - PODE DIZER QUE
CONHECE O SEU DEUS, NA MEDIDA DO QUE, A ESSE RESPEITO, LHE VAI SENDO
PROGRESSIVAMENTE REVELADO.
PASSADO E FUTURO
P – É um fato incontestável: só mesmo a LBV, por ser o CAMPO NEUTRO eqüidistante de todos os sectarismos,
pode unificar as Revelações do Único Mestre! Acha o Espírito da Verdade que
chegaremos à glória de conhecer o Pai?
R – Ele disse: –
QUEM PERSEVERAR ATÉ AO FIM SERÁ SALVO. Ora, fazendo-vos conhecer quem é o
Filho, a Nova Revelação vos prepara, progressivamente, para serdes capazes e
dignos de conhecer o Pai, porquanto vos põe na situação de compreenderdes o
vosso passado e de conhecerdes o vosso futuro. Não percebeis que, saídos das
mãos do Senhor, fostes incumbidos do desempenho de uma tarefa, que vossas
faltas tornaram pesada, mas que – como o infatigável operário – chegareis a
cumpri-la e receber o salário? Tereis de atingir a Perfeição, voltando ao seio
amoroso do Pai que vos criou! Pois, sempre que necessário, não vos levantamos o
véu do passado? E as particularidades das vossas vidas anteriores NÃO TEM DESPERTADO ENTRE VÓS A LEMBRANÇA
DA VOSSA ORIGEM? Igualmente incentivando em vós, permanentemente, o anseio
do mais alto, não levantamos também a ponta do véu que ocultava o futuro?
Assim, não entrevedes vosso Pai no seu trono imutável, a esperar que seus
filhos pródigos – sinceramente arrependidos – venham terminar, junto a esse
trono de luz, a missão que Ele lhes confiou? AQUELE QUE DESEJE COMPREENDER (SE ENTROU SINCERAMENTE, COM FÉ E AMOR, NO
CAMINHO DO MESTRE), NÃO PRECISA MAIS DE INDAGAÇÕES. Quem recebe e aceita a Nova Revelação pode
compreender o seu passado e conhecer o seu futuro, pois sabe de onde veio e
para onde vai, em que condições vive na Terra, o que deve aí fazer e não fazer,
o que o espera e lhe vai acontecer depois da “ morte”. Se pode conhecer o seu
passado? Evidentemente, pois sabe que faliu. E sabe que, por haver falido,
reencarnou e foi mandado para mundos inferiores, de expiação e provações. Sabe
que iniciou nesses mundos a obra da sua reabilitação, e que tem de terminá-la
pelo trabalho, pela humildade, pela caridade e pelo amor, praticados tanto na
ordem material quanto na ordem moral e intelectual. Sabe, ainda (embora a
matéria lhe anuvie a lembrança das vidas anteriores), que lhe É POSSÍVEL ACHAR OS TRAÇOS DESSAS
EXISTÊNCIAS E SABER O QUE TEM DE EXPIAR E REPARAR, EVITAR E ADQUIRIR NA SUA
VIDA ATUAL, DESDE QUE PROCEDA, NO ÍNTIMO DE SUA CONSCIÊNCIA, A UM EXAME PRECISO
E COMPLETO DE SEUS PENSAMENTOS, PALAVRAS E ATOS. Só assim vencerá, com a
ajuda dos Bons Espíritos, seus maus pendores e seus maus instintos. Se pode
conhecer o seu futuro? Sim, porque ele sabe que – terminadas suas tarefas,
segundo a vontade de Deus, o Pai de Infinito Amor – ingressará na categoria dos
Espíritos Bons. E sabe, ainda, que terá de progredir sempre, até chegar à
Perfeição que o levará aos braços do Pai Celestial. Até lá, terá de viver o
Novo Mandamento do Mestre, relembrando suas palavras: – NINGUÉM VAI AO PAI SENÃO POR MIM.
JUGO SUAVE E FARDO LEVE
P – Uma expressão de Jesus, que muito nos comove, é
esta: “Meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Todos, aqui em nosso Posto Familiar ,
desejam vê-la interpretada, pelo Espírito da Verdade. É possível?
R – Vejamos o Evangelho segundo Mateus, XI: 28-30.
28 – “Vinde a mim todos vós,
que estais fatigados e oprimidos, e eu vos aliviarei. 29 – Tomai sobre vós o
meu jugo e aprendei de mim, que sou pacífico e humilde de coração, e achareis
descanso para vossas almas, 30 – porque o meu jugo é suave e o meu fardo é
leve”.
Trilhai
sempre a estrada que vos é indicada, porque o Mestre vos deu o único rumo que
vos pode conduzir à felicidade eterna. Peça-lhe amparo à Alma que se encontra
carregada de dores e, QUAISQUER QUE SEJAM OS SEUS SOFRIMENTOS ATUAIS,
nele terá o grande médico apto a curar todas as chagas. Sendo a luz de todas as
inteligências, ele sempre ilumina a treva que a carne vos impões. POR VÓS SE
FEZ HOMEM AOS VOSSOS OLHOS; AOS VOSSOS OLHOS SOFREU CONVOSCO, EXATAMENTE COMO
SOFREIS. VOSSAS LÁGRIMAS LHE SAEM DOS OLHOS E NO SEU CORAÇÃO REPERCUTEM,
INCESSANTEMENTE, AS VOSSAS DORES. E AINDA VOS ENVIA OS ESPÍRITOS CONSOLADORES,
QUE ABRANDAM AS VOSSAS PENAS! Em paga de tanta abnegação e tanto amor, que
pede ele que façais? Algum sacrifício? Que lhe deis glória? No fastígio da
glória ele já está. Pede-vos amor? Todos os Espíritos do Senhor se curvam
diante dele, felizes de o fazerem. Não: só vos pede que trabalheis, sob a sua
direção, pela vossa própria glória. Estende-vos a mão, e sustenta até mesmo aqueles
que a recusam! Acudi-lhe, portanto, ao chamado amoroso. Seu jugo é leve e ele
não o impõe, porque ELE VOS DEIXA LIVRES PARA O ACEITAR OU REPELIR. NÃO EMPREGA A VIOLÊNCIA, COMO FAZEM OS HOMENS, PARA
VOS FORÇAR A PERCORRER O SEU CAMINHO.
NÃO VOS DIZ: “CRÊ OU MORRE!” MAS VOS DIZ: “EM MIM ESTÁ A VIDA”. Escutai-lhe, pois, os conselhos santos, caminhai-lhe
nas pegadas e, sejam quais forem o culto exterior que pratiqueis e a nação a
que pertençais na Terra, VINDE TODOS,
TODOS A ELE, PORQUE NÃO HÁ OUTRO NOME EM QUE POSSAIS SER
SALVOS! As ovelhas são por ele conduzidas aos campos onde o lobo voraz não
aparece: os mundos superiores, moradas dos Espíritos Puros; os mundos
fluídicos, onde habitam os que chegaram ao estado de Perfeição. Todos vós que estais fatigados e
carregais o peso dos sofrimentos, que se originam das provações, vinde a Jesus e Jesus vos dará forças. NÃO VOS DÁ ELE O EXEMPLO DA RESIGNAÇÃO E DA
CORAGEM? Não é a sua palavra amigo,
simples e persuasiva, que levanta o ânimo abatido e vos faz ver o bálsamo que
deveis aplicar às vossas feridas? Não é Jesus quem as pensa e vos sustém com
sua mão poderosa, ajudando-vos a vencer os obstáculos, contra os quais vossa
fraqueza se julga preste a se quebrar? Que esperais, portanto? TOMAI SOBRE VÓS O SEU JUGO E COM ELE
APRENDEI, POIS O MESTRE É PACÍFICO E HUMILDE DE CORAÇÃO. SOMENTE ASSIM
ENCONTRAREIS REPOUSO PARA VOSSAS ALMAS! Sim, encontrareis repouso para
vossas Almas, isto é, a Perfeição a que chegareis pelo progresso espiritual.
Vivendo o Evangelho, cada dia, vos depurais: despojando-vos das impurezas, nos
pensamentos, palavras e atos, alcançais o repouso para vossas Almas. Quer
dizer: NADA MAIS TENDO A EXPIAR, ELAS
ENTRARÃO NA PAZ DO SENHOR. Entretanto, a Paz do Senhor é UMA PAZ ATIVA, CHEIA DE GRANDES COISAS E DE
BOAS OBRAS. Não se trata da paz do mundo, a paz que significa apenas
comodismo ou ociosidade, mas da Paz que traduz O TERMO DAS EXPIAÇÕES E DOS SOFRIMENTOS. Como o próprio Cristo o
diz, seu jugo é suave e seu fardo é leve. Aquele que, do fundo de seu coração,
segue o Redentor, não suporta pesado jugo, porque sua Moral é de prática fácil
a todos os Homens e Mulheres da Boa Vontade de Deus, que já se libertaram dos
mesquinhos desejos da humanidade ignorante. VINDE, VÓS QUE SOFREIS, POR QUE JESUS É O CAMINHO, E JAMAIS HAVERÁ
OUTRO!
O SÁBADO FEITO PARA O HOMEM
P – Nós aqui procuramos santificar o sábado, de acordo
com os Dez Mandamentos de Deus, confiados a Moisés por Jesus. Mas alguns ainda
se confundem, ao lerem os Evangelhos Sinóticos. Não acha o Espírito da Verdade
que o assunto merece novas atenções?
R – Harmonizemos Mateus, XII: 1-8, Marcos, II: 23-28 e
Lucas, VI: 1-5.
MATEUS: 1 – Naquele tempo,
passou Jesus em dia de sábado por uns trigais. Seus discípulos, tendo fome, se
puseram a colher algumas espigas e a comê-las. 2 – Vendo isso, os fariseus lhe
disseram: “Teus discípulos estão fazendo o que não é permitido em dia de
sábado”. 3 – Disse-lhes, então, Jesus: “Não lestes o que fizeram David e
aqueles que o acompanhavam, quando tiveram fome? 4 – Como entrou na casa de
Deus e comeu os pães da proposição, que nem a ele, nem aos que o acompanhavam,
era lícito comer, só sendo aos sacerdotes? 5 – Também não lestes na lei que os
sacerdotes, no templo, violam o sábado e não cometem pecado? 6 – Ora, eu vos
digo que aqui está quem é maior do que o templo. 7 – Se soubésseis o que
significa “misericórdia quero, não holocausto”, jamais condenaríeis inocentes,
8 – porque o Filho do Homem é senhor do sábado”.
MARCOS: 23 – Sucedeu ainda
que Jesus, atravessando em dia de sábado umas searas, seus discípulos,
avançando por elas, se puseram a colher algumas espigas. 24 – Ao que os
fariseus disseram: “Como é que teus discípulos fazem em dia de sábado o que não
é permitido fazer-se?” 25 – Jesus lhes respondeu: “Não lestes o que fez David
premido pela necessidade, quando teve fome, assim como aqueles que o
acompanhavam? 26 – Que entrou na casa de Deus, sendo Abiatar o príncipe dos
sacerdotes, e comeu os pães da proposição e os repartiu com os do seu séqüito,
não obstante só aos sacerdotes ser permitido come-los?” 27 – E acrescentou: “O
sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado. 29 – Assim, pois, o
Filho do Homem também é senhor do sábado”.
LUCAS: 1 – Aconteceu que, num
dia de sábado, chamado o segundo-primeiro, passando Jesus por uns trigais, seus
discípulos se puseram a cortar algumas espigas, a debulhá-las com as mãos e a
comê-las. 2 – Alguns fariseus, então, lhes disseram: “Por que fazeis o que não
é permitido fazer no sábado?” 3 – Jesus, tomando a palavra, replicou: “Não
lestes nas Escrituras o que fez David quando, com os que o acompanhavam, sentiu
fome? 4 – Como entrou na casa de Deus, tomou os pães da proposição, os comeu e
distribuiu com os do seu séqüito, muito embora só aos sacerdotes fosse lícito
come-los?” 5 – E concluiu: “O Filho do Homem é senhor também do sábado”.
Já
vos explicamos porque foi instituído o sábado como o dia de descanso, no
Decálogo dado a Moisés no Sinai, bem como o sentido das palavras de Jesus. “O
sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado”. Por segundo-primeiro
se designava o segundo sábado da primeira parte do mês. Os pães da
proposição, que só os sacerdotes podiam comer, eram os pães oferecidos no
altar. Lembrando aos fariseus o que fizera David, ensinava o Cristo: NADA DO
QUE DEUS PÔS À DISPOSIÇÃO DO HOMEM E LHE POSSA SERVIR DE ALIMENTO ESTÁ DEFESO
ÀS NECESSIDADES DA EXISTÊNCIA HUMANA; QUE OS PÃES DA PROPOSIÇÃO, COMO O PRÓPRIO
SÁBADO, ESTÃO SUBMETIDOS A ESSA NECESSIDADES. Por isso, aos fariseus, que
pretendiam ter sido o homem feito para o sábado, exigindo a sua OBSERVÂNCIA
ABSOLUTA, MESMO EM DETRIMENTO DA
CARIDADE , Jesus perguntou: “Não vistes na lei que, no
templo, os sacerdotes violam o sábado e não cometem pecado?” Ora, segundo a
lei, o judeu, em dia de sábado, devia abster-se de todos os atos manuais,
inclusive tocar em quaisquer metal. Os sacerdotes, entretanto, cumprindo os
ritos do culto, violavam o sábado no templo. DEVERIAM, PORTANTO,
CONSIDERAR-SE CULPADOS. Com a frase: “AQUI ESTÁ QUEM É MAIOR QUE O
TEMPLO”, o Mestre expressou o seguinte: “EU SOU, AQUI, O REPRESENTANTE
DA VONTADE DE DEUS”. Estas outras palavras que Jesus recordou aos fariseus,
dizendo-lhes que não tinham sabido e sabiam compreendê-las: “MISERICÓRDIA
QUERO, NÃO HOLOCAUSTO”, significavam e significam, (tirando-se da letra o
espírito) que DEUS, SEMPRE INDULGENTE PARA COM SUAS CRIATURAS, FRACAS E
FALÍVEIS, LHES DÁ A OPORTUNIDADE DE SE ARREPENDEREM E DE REPARAREM SUAS FALTAS.
Dizendo “não tereis condenado inocentes”, aludia o Mestre às numerosas
condenações proferidas contra os que, sob os pretextos mais fúteis, eram
acusados de sacrilégio e LAPIDADOS SEM COMPAIXÃO. Finalmente, as
palavras: “O Filho do Homem também é senhor do sábado”. Sim, o sábado precisa e
deve ser santificado como O DIA DO DESCANSO, instituído por Deus no
Decálogo confiado a Moisés. Mas nunca em oposição aos preceitos divinos, dando
mais importância ao sábado que ao próprio homem, que foi o objetivo dos Dez
Mandamentos e da vinda em pessoa do Cristo ao vosso mundo! Daí a conclusão do
Salvador: “O SÁBADO FOI FEITO PARA O HOMEM, NÃO O HOMEM PARA O SÁBADO”.
E quem o disse foi o único a poder declarar: AQUI ESTÁ QUEM É MAIOR DO QUE O
TEMPLO, O SENHOR DO SÁBADO!
A GRANDE TRANSIÇÃO
P - Cremos na restauração do Sábado do Senhor, como
cremos na restauração das verdades do Evangelho e do Apocalipse do Cristo. Por
isso mesmo, Satanás está em desespero, por saber que lhe resta pouco tempo.
Como explica o Espírito da Verdade a hora que vivemos?
R – Estais vivendo, sem dúvida, a grande transição dos
tempos chegados. Deveis perseverar na Doutrina do Novo Mandamento, enquanto se
operam a reforma e a transformação dos cultos exteriores, a unificação de todos
os homens pelo CRISTIANISMO DO CRISTO. Até
lá, o sábado DEVE PERTENCER SEMPRE A
DEUS, e muitos meios tendes de o consagrardes a Ele. Elevai ao Pai Eterno,
mais amiúde e com mais fervor, os vossos pensamentos, pois nesse dia cessam as
perturbações humanas – Satanás e suas seduções de ouro e prazeres ilusórios.
Sejam mais numerosas as vossas boas obras: lembrai-vos – quer começando, quer
encerrando a vossa semana de lutas – das pobres criaturas que esperam socorros
de seus irmãos em
Deus. Santificai sempre o dia reservado ao repouso. TORNANDO MAIS ÚTIL ESSE REPOUSO. Imitai
vossos irmãos do Espaço, cujos instantes – todos – se assinalam por obras de
caridade incessante. Iniciai o sábado oferecendo-o ao Criador, qualquer que
seja o culto exterior a que pertençais pelo nascimento, e prestai a Deus O CULTO DA VOSSA ADORAÇÃO EM ESPÍRITO, À
LUZ DO NOVO MANDAMENTO. É o exemplo
que dais aos irmãos que vos cercam, e que são conhecedores da vossa fé sem
fronteiras. Presos aos cultos exteriores, gerados pela letra, serão levados a
meditar na mensagem libertadora que lhes endereçais. Depois, ide levar aos
necessitados o alívio e as consolações de que carecem. Ide aos que vos
ofenderam para que também esqueçam AS
VOSSAS FALTAS ANTIGAS. Levai a todos o perdão e a paz somente pelas obras
santificareis o Sábado do Senhor, perseverando no Bem, até que sejam
restauradas as VERDADES ETERNAS DO
EVANGELHO E DO APOCALIPSE DO CRISTO DE DEUS.
UMA SÓ RELIGIÃO
P – Em face e em conseqüência do advento da era do CRISTIANISMO DO CRISTO, mudanças
radicais se operam no seio da Humanidade. Que diz o Espírito da Verdade sobre o
destino das religiões humanas?
R – Aproximam-se os tempos em que Deus não será mais
adorado nem no alto da montanha, nem em Jerusalém: os homens serão os
adoradores que o Pai deseja – seus adoradores em ESPÍRITO
E VERDADE , A LUZ DO NOVO MANDAMENTO. Aproximam-se
os tempos em que os homens estarão unidos por uma só religião, que assim se
resume: DEUS, uno e único, o Criador
Universal, o Pai: JESUS, Espírito puro e
perfeito governador e protetor da Terra e de sua Humanidade, o vosso único
Mestre, o Filho: OS ESPÍRITOS DO SENHOR
TODO-PODEROSO prepostos por Ele à obra do progresso do vosso planeta, nele
trabalhando sob a direção do Cristo, formando o Espírito Santo. Aproximam-se os
tempos em que, adoradores de Deus, os homens compreenderão que sua Alma, quando
realmente pura, é o único templo do Senhor do Universo; que o Cristo está onde
duas ou mais pessoas se reúnam em seu nome, formulando com fé, humildade e amor
(abstração feita de todos os cultos exteriores que ainda os dividem e separam) A PRECE DO CORAÇÃO, não dos lábios
somente! Aproximam-se os tempos em que TODOS OS HOMENS E MULHERES DE BOA VONTADE
COMPREENDERÃO QUE A LEI DIVINA SE CONTÉM NO NOVO MANDAMENTO DE JESUS –
“AMAI-VOS UNS AOS OUTROS, COMO EU VOS AMEI E AMO” – A RELIGIÃO DE DEUS, PORQUE
DEUS É AMOR, O AMOR UNIVERSAL PARA TODA A ETERNIDADE. Esta é A RELIGIÃO, segundo a qual os homens
viverão as leis morais de adoração, trabalho, reprodução, conservação,
destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade, justiça, amor e
caridade. Semelhantemente ao culto dos hebreus obra meramente disciplinar e
transitória, os cultos exteriores derivados das instituições e interpretações
humanas a que a missão terrena de Jesus deu lugar, não poderão impedir que se
forme UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR –
O CRISTO NOSSO SENHOR E MESTRE.
A MÃO SECA
P – A LBV já nos ensinou como é fácil fazer a Cruzada
do Novo Mandamento no Lar. Mas, sem dúvida, essa facilidade decorre das lições
do CEU, que nos apresenta o Evangelho sem mistério e “milagres”. Como o
Espírito da Verdade interpreta a cura do homem da mão seca?
R – Vamos harmonizar os Evangelhos sinóticos: Mateus,
XII: 914, Marcos, III: 1-6 e Lucas, VI: 6-11.
MATEUS: 9 – Então, veio Jesus
à sinagoga deles. 10 – Aí se achava um homem que tinha seca uma das mãos. E,
para acusarem o Cristo, lhe perguntaram: “É permitido curar em dia de sábado?”
11 – Jesus lhes respondeu: “Qual, dentre vós, tendo uma ovelha e vendo-a cair
num fosso em dia de sábado, não procurará tirá-la dali?” 12 – E não vale o
homem muito mais do que uma ovelha? Sim é permitido fazer o bem em dia de
sábado!” 13 – E disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem a estendeu, e ela
ficou sã como a outra. Os fariseus, porém, se reuniram em conluio contra ele,
estudando o modo de se vingarem de Jesus.
MARCOS: Jesus entrou de novo
na sinagoga. Como, ali, se achasse um homem que tinha seca uma das mãos, 2 –
eles ficaram observando, para ver se Jesus o curaria em dia de sábado, a fim de
o poderem acusar. 3 – Disse, então, Jesus ao homem que tinha a mão seca: “Vem
aqui para o meio”. 4 – E perguntou: “É permitido, em dia de sábado, fazer o bem
ou o mal, salvar ou tirar uma vida?” Eles ficaram calados. 5 – Perpassando,
então, por eles o olhar, tomado de cólera, em vista da dureza de seus corações,
disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem a estendeu, e ela ficou sã. 6 – Os
fariseus se retiraram logo e, com os herodianos, fizeram conciliábulo, buscando
o meio de o perderem.
LUCAS: 6 – Entrando na
sinagoga, em outro sábado, Jesus começou a ensinar. Lá estava um homem cuja mão
direita era seca. 7 – Os escribas e os fariseus o observavam para ver se ele
curaria em dia de sábado, para o acusarem. 8 – Jesus, conhecendo os pensamentos
deles, disse ao homem que tinha a mão seca: “Levanta-te e fica de pé aqui no
meio”. O homem se levantou e ficou de pé. 9 – Então, disse Jesus: “É lícito, em
dia de sábado, fazer o bem ou o mal, salvar a vida ou tirá-la?” 10 – Depois de
olhar para todos, disse ao homem: “Estende a tua mão”. Ele a estendeu, e ela
ficou sã. 11 – Cheios de furor, os escribas e os fariseus perguntavam uns aos
outros, o que fariam a Jesus.
Nenhuma
explicação reclama o que, nestes versículos, se refere ao sábado e ao emprego
que o homem pode e lhe deve dar: já dissemos o que tínhamos a dizer a esse
respeito. Quanto a cura que o Mestre operou na sinagoga tratava-se de uma paralisia
que atacara a mão direita do homem de quem se fala. Nas traduções se lê “mão
seca, mão árida”; entretanto, de acordo com o texto original, corretamente
interpretado, o caso era de MÃO PARALÍTICA. Já por duas vezes explicamos
as curas de paralisia feitas pelo Cristo. A mão paralítica, a que aludem os
versículos de hoje, se tornou sã, como a outra, por ato da vontade do Mestre,
que dirigiu, mediante a ação magnética do olhar – para a mão doente e para o
organismo do homem – os fluidos fortificantes. NÃO TENDES VISTO O MAGNETISMO
OPERANDO PELO OLHAR? Relativamente aos escribas e fariseus, nas traduções
do Evangelho segundo Marcos, se diz que JESUS OS OLHOU TOMADO DE CÓLERA EM VISTA DA DUREZA DE SEUS
CORAÇÕES. Meras palavras humanas! Não confundais nunca, nas narrações
evangélicas, O QUE REPRODUZ AS IMPRESSÕES, AS IDÉIAS, A OPINIÃO, AS
APRECIAÇÕES DOS QUE CERCAVAM JESUS, DAQUELES A QUEM ELE FALAVA, COM AS PRÓPRIAS
PALAVRAS PENSAMENTOS E ATOS DE JESUS. A CÓLERA JAMAIS ENTROU NO CORAÇÃO DELE! A palavra do texto original, bem interpretada,
pode ser tomada nas acepções de cólera e de indignação: nesta última, e não
naquela, é que deve ser entendida. Os judeus não cessavam de falar na cólera do
Todo-Poderoso a cair sobre o culpado. COMO ADMITIR QUE DEUS E O CRISTO,
REPROVANDO A CÓLERA NO HOMEM, DELA FOSSEM PASSÍVEIS? Jesus pareceu
encolerizado diante doa homens que o cercavam, indignado por ver que os
escribas e fariseus resistiam voluntariamente aos esforços que ele empregava
para os conduzir ao bom caminho. Sofria, realmente, vendo que OS ESPÍRITOS
CULPADOS, A QUEM TRAZIA A LUZ DA VERDADE, FECHAVAM OS OLHOS PARA REJEITÁ-LA.
Vossos Anjos da Guarda não se afligem com o vosso endurecimento de coração? E
os escribas e fariseus não tinham o livre arbítrio? Não vos admireis, portanto,
de que Jesus sofresse ante a maldade consciente deles, embora tivesse A
PRESCIÊNCIA DO FUTURO.
A PRESCIÊNCIA DE DEUS
P – A alusão à presciência do futuro interessou a
todos nós, em nosso Posto Familiar.
Poderia o Espírito da Verdade falar, uma vez mais, sobre a presciência de Deus?
R – Diante da presciência de Jesus, como REPRESENTANTE DIRETO DA DIVINA VONTADE,
em presença do livre arbítrio do homem, compreendei o que é a presciência de
Deus! Deus vê, sabe (como já o explicamos) qual o estado do Espírito; sabe, vê
e acompanha as fases de progresso: as fases sucessivas das existências que a
Alma tem a percorrer, munida de seu livre arbítrio, usando-o para o Bem ou para
o mal, por impulso da sua vontade pessoal ou sob a influência oculta dos bons
ou dos maus Espíritos, que ela atrai ou repele conforme à natureza boa ou má de
seus sentimentos, de seus pendores e de suas tendências. Essa influência, sob a
qual a Alma se acha a todo instante, constitui a TENTAÇÃO A QUE ELA PODE CEDER OU RESISTIR UMA VEZ QUE É SEMPRE LIVRE
PARA ESCUTAR OU NÃO AS BOAS INSPIRAÇÕES, DE AS SEGUIR OU NÃO, COMO TAMBÉM É
LIVRE PARA ACEITAR OU REPELIR AS MÁS INSPIRAÇÕES. É sob a ação e os efeitos dessas influências –
que o assediam a todo momento – que o Espírito, no pleno gozo do seu livre
arbítrio, tem de avançar ou parar, na estrada do progresso. Assim, pois, era
sob a ação e os efeitos de tais influências que aos escribas e fariseus, no
pleno gozo do seu livre arbítrio, cumpria escutar ou repelir os ensinos de
Jesus. Sem dúvida, aqueles escribas e fariseus, que o rodeavam na sinagoga,
eram, como Espíritos encarnados, muito empedernidos: por isso mesmo, não
aceitariam a luz. Mas nem por isso a luz deixava de ser, para eles, um meio de
escaparem a cruéis expiações. Da parte do Senhor nunca há prevenção. Em geral,
os Espíritos encarnam procedendo livremente à escolha tanto do meio quando do
gênero das provações. Via de regra, escolhem os meios que lhes são simpáticos.
Ora, nos grupos que os fariseus os príncipes dos sacerdotes, os escribas e
todos os que exerciam qualquer autoridade, entre os judeus, formavam à volta de
Jesus, O ORGULHO REINAVA SOBERANAMENTE
E, POR CONSEGÜINTE, LHES TAPAVA OS OLHOS E OS OUVIDOS. Mas, Deus, na sua
infinita bondade, abria para eles ( como abre para todos) uma via nova de
purificação. Seus anjos guardiãs faziam por eles o que fazem por todos. ELES, PORÉM, OS REPELIAM POR SUA VONTADE
INDEPENDENTE: NO PLENO GOZO DO SEU LIVRE ARBÍTRIO, ACEITAVAM AS MÁS INFLUÊNCIAS,
AS INSPIRAÇÕES DOS MAUS ESPÍRITOS! Em suma: se é certo que nenhum resultado
produziu a caridade de Deus, abrindo-lhes nova estrada naquela existência, não
menos certo é que essa obra de purificação teria de dar os seus frutos APÓS A MORTE DELES E NAS SUAS EXISTÊNCIAS
SEGUINTES.
O PROFETA E O MESSIAS
P – Realmente, negar o Velho Testamento é o mesmo que
rejeitar o Messias anunciado ao mundo desde Moisés. As profecias de Isaías,
sobre o Cristo, se confirmaram de maneira fiel e impressionante. Que diz sobre
o assunto o Espírito da Verdade?
R – Evidentemente, como declarou o próprio Cristo: O
Velho Testamento “não pode falhar”,
e não falhou. Vejamos Mateus, XII: 15-21.
15 – Sabendo disso, ele se
retirou daquele lugar. Muitos doentes o seguiram e a todos curou, 16 –
ordenando-lhes que não o descobrissem, 17 – a fim de se cumprirem as palavras
do profeta Isaías: 18 – “Eis aqui o servo que elegi, o meu bem-amado, em quem
muito se compraz minha alma! Sobre ele porei meu Espírito, e ele às nações
anunciará a justiça. 19 – Não discutirá, não gritará e ninguém lhe ouvirá a voz
nas praças públicas. 20 – Não acabará de partir o caniço já quebrado e não
apagará a mecha ainda fumegante, enquanto não alcance a vitória da justiça. 21
– Em seu nome depositarão as nações todas as suas esperanças”.
Despindo-se
da letra o espírito, facilmente compreensíveis se tornam, não só as palavras de
Isaías aos hebreus, com referência ao Cristo, mas também a indicação do
cumprimento dessa profecia relativamente aos fariseus que tramavam contra
Jesus, estudando os meios de que poderiam lançar mão para liquidá-lo,
inquirindo uns dos outros como contra ele atentariam! Mais ainda: a proibição
feita pelo Mestre aos doentes que o haviam acompanhado e que foram curados por
ele. JESUS É SERVO E BEM-AMADO DE DEUS, PELA SUA QUALIDADE DE ESPÍRITO PURO
E PERFEITO, GRAÇAS AOS SEUS PRÓPRIOS MÉRITOS. POR ISSO É QUE O SENHOR O ELEGEU,
QUANDO O FEZ PROTETOR E GOVERNADOR DA TERRA. Nele se compraz, fazendo-o
participar do seu poder, da sua justiça e da sua misericórdia, dando-lhe a
investidura de vosso Mestre, encarregando-o de presidir à formação do vosso
planeta, de o conduzir e guiar, com tudo o que nele existe e se move, com a
Humanidade que o habita, pelas vias do progresso físico, moral e intelectual,
incumbindo-o de vos levar à perfeição que tereis que atingir. Deus fez e faz
que seu Espírito sobre ele pouse, constantemente, comunicando-lhe diretamente à
inspiração. Pelo desempenho da sua missão terrena, Jesus anunciou às nações a
justiça, mostrando-lhes a única forma de proceder, segura e reta, que as pode
conduzir ao fim colimado. E agora, chegados os tempos, ele anuncia a justiça às
nações por intermédio dos Espíritos do Senhor, os quais, em seu nome,
desenvolvem e explicam em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento,
as revelações que ele EM PESSOA deu aos homens, embora sob o véu da
letra. Esses Espíritos também mostram a todos, novamente, a mesma norma de
proceder do Espírito da Verdade, ILUMINANDO O CAMINHO DO PROGRESSO POR ONDE
TODAS AS CRIATURAS, TENDO A GUIÁ-LAS A LUZ QUE SE IRRADIA DO FACHO DA VERDADE,
POSSA AVANÇAR COM PASSO FIRME, CULTIVANDO A CIÊNCIA, A CARIDADE E O AMOR –
SELOS DA ALIANÇA ENTRE A FÉ E A RAZÃO. Estas palavras do profeta, referentes ao
Messias prometido desde Moisés: “Ele não discutirá, não gritará e ninguém lhe
ouvirá a voz nas praças públicas”, encerravam alusão ao hábito que tinham os
hebreus de se reunirem publicamente, para deliberar sobre assuntos importantes,
procurando cada um abafar com a voz a dos seus adversários, para que sua
opinião prevalecesse. Jesus não discutiu desse modo, não gritou: ninguém lhe
ouviu ASSIM a voz nas praças públicas. É QUE ELE FALAVA COM
AUTORIDADE, NÃO DA MANEIRA POR QUE FALAVAM OS ESCRIBAS E FARISEUS.
CANIÇO QUEBRADO, MECHA FUMEGANTE
P – No capítulo em exame, o profeta Isaías se refere
ao “caniço já quebrado” e à “mecha ainda fumegante”. Como o Espírito da Verdade
explica ambas as expressões, pelo CEU da LBV?
R – O “caniço já quebrado” e a “mecha ainda fumegante”
significam OS ESPÍRITOS CULPADOS, NOS
QUAIS UMA TENDÊNCIA, POR MUITO FRACA QUE SEJA, HÁ SEMPRE PARA SE MELHORAREM. Jesus “não acabará de quebrar o caniço já
quebrado, não apagará a mecha ainda fumegante”, como nunca o fez, porque –
tendo todos os Espíritos de alcançar a meta – ele a nenhum culpado repele, até
que venha a Justiça, isto é, até que o Espírito, pela expiação, se despoje dos
vícios que o tornam impuro ou injusto. ASSIM
COMO DAIS AO CRISTO O QUALIFICATIVO DE “JUSTO”, NA SIGNIFICAÇÃO DE “PURO”. AQUI
DO MESMO MODO, O TERMO “INJUSTO” É EMPREGADO COMO SINÔNIMO DE “IMPURO”. Sim, como afirma o profeta no Velho Testamento
da Bíblia Sagrada, Jesus não acabará de partir o caniço já quebrado, nem
apagará a mecha ainda fumegante, enquanto não alcance A VITÓRIA DA JUSTIÇA. Estas últimas palavras significam: enquanto
os Espíritos que reencarnaram na Terra não se hajam purificado, seja nesse
planeta, ao tempo de sua renovação, seja nos mundos inferiores, para onde serão
mandados a expiar suas faltas, durante séculos, os que, naquela época, se
conservarem culpados e rebeldes. Sendo certo, porém, que TODOS OS ESPÍRITOS HÃO DE CHEGAR AO FIM PARA O QUAL FORAM CRIADOS POR
DEUS, certo é, também, que Jesus não acabará de partir o caniço já
quebrado, nem apagará a mecha ainda fumegante. Os que, na hora da renovação da
Terra, se conservarem culpados e rebeldes, verão claramente que NO ENDURECIMENTO DE SUAS ALMAS E NA SUA
VOLUNTÁRIA CEGUEIRA ESTÁ A CAUSA DE SEREM DEGREDADOS PARA MUNDOS INFERIORES.
Então neles se manifestará, sob a ação do terror das expiações cruéis, do pesar
e do remorso, uma tendência, por mais tênue que seja, para se melhorarem. E
continua Isaías: “Em seu nome depositarão as nações todas as suas esperanças”.
Significa esta profecia que TODOS OS
POVOS COMPREENDERÃO SER A MORAL DO CRISTO A ÚNICA QUE PODE OBRIGAR OS HOMENS A
PROGREDIR, PELA RAZÃO E PELA FÉ, PELA CIÊNCIA E PELA RELIGIÃO AO MESMO TEMPO. A
REVELAÇÃO ATUAL INICIA ESTA FASE NOVA, E TODOS CONFIARÃO NA SUA INFLUÊNCIA PARA
ATINGIR A PERFEIÇÃO. As palavras de
Isaías tinham de se cumprir com relação aos fariseus que conspiravam contra
Jesus, porque eles eram “o caniço já quebrado” que o Mestre “não acabaria de
quebrar”, e seriam – depois da morte – “ a mecha ainda fumegante” que o
Redentor não apagaria, porquanto lhes cumpria, como a todos os Espíritos,
purificar-se pela expiação, vencendo os vícios (principalmente morais) que os
faziam tão injustos. E, para que tal profecia se cumprisse mais depressa, Jesus
proibiu aos doentes que o acompanhavam, e foram por ele curados, “que
descobrissem”. Fazendo-lhes essa proibição, QUERIA O CRISTO EVITAR QUE AQUELES ESPÍRITOS CULPADOS, EXCITANDO-SE
AINDA MAIS, AINDA MAIS CULPADOS SE TORNASSEM, EXPONDO-SE A EXPIAÇÕES MUITO MAIS
DURAS.
SUBJUGADO: CEGO E MUDO
P – Uma passagem que muito nos impressiona é a do cego
e mudo “possesso do demônio”. Como o Espírito da Verdade explica o fato, pelo
CEU da LBV?
R – Vamos harmonizar Mateus, XII: 22-28 e Marcos, III:
20-26.
MATEUS: 22 –
Apresentaram-lhe, então, um homem cego e mudo, possesso do demônio. Ele o
curou, de sorte que o homem começou a ver e a falar. 23 – A multidão,
estupefata, perguntava: “Porventura é este o filho de David?” 24 – Os fariseus,
porém, ouvindo isto, diziam entre si: “Ele expulsa demônios por Belzebu,
príncipe dos demônios”. 25 – Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, falou:
“Todo reino que se dividir contra si mesmo será destruído; toda cidade ou casa,
dividida contra si mesma, não poderá subsistir. 26 – Ora, se Satanás expulsa a
Satanás, está ele dividido contra si mesmo, como poderá, então, o seu reino
subsistir? 27 – Se é por Belzebu que eu expulso os demônios, por quem os
expulsam vossos filhos? Estes, por isso mesmo, é que serão os vossos juízes. 28
– Mas, se expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é que o Reino de Deus veio
até vós”.
MARCOS: 20 – Entraram em casa
e aí se aglomerou tão grande multidão que nem sequer podiam comer. 21 – Ao
saberem disso, os parentes de Jesus vieram para se apoderarem dele, dizendo que
perdera o juízo. 22 – Os escribas, vindos de Jerusalém, diziam: “Ele está
possesso de Belzebu e expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios”. 23 –
Jesus, porém tendo-os chamado, lhes dizia por parábolas: “Como pode Satanás
expulsar a Satanás? 24 – Se um reino estiver dividido contra si mesmo, não
poderá subsistir. 25 – Se uma casa estiver dividida contra si mesma,
desmoronará. 26 – Se, pois, Satanás se rebelar contra si mesmo, estará dividido
e terá fim.”
Aquele
homem “possesso do demônio” estava subjugado por um mau espírito: estava cego e
mudo por efeito da subjugação. O obsessor, lançando-lhe sobre os órgãos da
visão e da audição os fluidos de que dispunha, combinando seu perispírito com o
do subjugado, lhe paralisara aqueles órgãos e o deixara, por essa forma,
privado momentaneamente do uso das faculdades de ver e ouvir. JESUS O CUROU
PELA AÇÃO DA SUA PODEROSA VONTADE, AFASTANDO O OBSESSOR. POR MEIO DA AÇÃO
MAGNÉTICA RESTITUIU AO ESTADO NORMAL, INSTANTANEAMENTE, GRAÇAS AOS FLUIDOS QUE
PENETRARAM NO HOMEM, OS ÓRGÃOS SOBRE OS QUAIS ATUAVA O ESPÍRITO MAU. O
homem, que se achava cego e mudo por efeito da subjugação, expiava desse modo
graves abusos da palavra, anteriormente cometidos e expiava também o não ter
sabido aproveitar-se da luz que lhe fora concedida. A multidão, presenciando um
fato que não conseguia entender nem explicar, tomada de espanto, perguntava:
“Porventura é este o filho de David?” É que fora predito que O MAIOR DOS
PROFETAS DESCENDERIA DA LINHAGEM DE DAVID, e as interpretações hebraicas
consideravam o filho de David como um libertador material. As palavras que
Jesus dirigiu aos escribas e aos fariseus e bem assim as que, com relação a
ele, proferiram os que eram, no entender dos homens, ou se intitulavam
seus parentes, alcançavam tanto o presente quanto o futuro; TINHAM, POIS, UM
ALCANCE TANTO EVANGÉLICO QUANTO APOCALÍPTICO. Foram ditas como lição, COMO
ENSINO – NECESSÁRIO NAQUELE MOMENTO – AOS APÓSTOLOS E AOS DISCÍPULOS. As
épocas se ligam e, quanto mais avançardes, tanto melhor compreendereis a
ligação que existe entre o aparecimento de Jesus na Terra e a manifestação
universal dos Espíritos. ESTES CONTINUAM, DESENVOLVEM E COMPLETAM A OBRA DE
REGENERAÇÃO DA HUMANIDADE TERRESTRE.
BELZEBU, SATANÁS, DEMÔNIOS
P – O próprio Jesus, no Evangelho, se refere a
Belzebu, Satanás e demônios. Tomando isso ao pé da letra, as igrejas humanas
mantiveram sua crença em tais entidades. Qual a interpretação do Espírito da
Verdade?
R – Para que o compreendessem e, sobretudo, o
escutassem, Jesus apropriava sua linguagem ao estado das inteligências, às
idéias em voga, aos preconceitos e tradições dos homens a quem falava. Por isso
é que empregava as expressões Belzebu, Satanás, Diabo, Príncipe dos Demônios, QUE PARA ELE NÃO TINHAM – COMO NÃO DEVEM
TER PARA OS HOMENS – MAIS DO QUE UM SENTIDO FIGURADO, servindo para
designar os Espíritos maus que, depois de haverem falido na sua origem,
permanecem nas sendas do mal, praticando-o contra os homens incautos. Acusado
de usar poderes do Espírito das trevas, para realizar as obras admiráveis que
operava, Jesus aponta aos escribas e aos fariseus seus próprios filhos hebreus
como eles, dotados daquela faculdade, se bem que em grau bastante inferior. De
fato, entre os judeus havia alguns homens de escol, Espíritos em missão naquele
meio, COMO HÁ SEMPRE EM TODAS AS NAÇÕES , PARA MOSTRAREM
O MELHOR NO CENTRO MESMO DO QUE EXISTIA DE PIOR. Havia homens sinceramente
piedosos, que de coração obedeciam à Lei de Moisés, tendo em vista servir a
Deus. Esses conseguiam, algumas vezes, por meio da prece e da perseverança,
afastar os Espíritos malfazejos, que se manifestavam pela obsessão ou pela
subjugação. Como já o explicamos, ESSES
FILHOS DOS HOMENS SE PURIFICAVAM E ELEVAVAM DE SEUS PAIS, CONSTITUINDO-SE ASSIM
OS JUÍZES NATURAIS DESTES ÚLTIMOS. Hoje, vós outros também sois acusados
pelos escribas e fariseus, vossos contemporâneos, de agir sob influência
diabólica, exatamente como o foi Jesus outrora. Diante do fato, repitamos as
palavras do Mestre: “NENHUM REINO
DIVIDIDO CONTRA SI MESMO PODERÁ SUBSISTIR”. Podeis pela fé, pela prece,
pelo conhecimento do Evangelho e do Apocalipse, esclarecer as consciências,
aliviar o sofrimento de vossos irmãos obsidiados, repelir os Espíritos da treva
que desejem instalar-se entre vós. Cuidai, pois, de cumprir o Novo Mandamento
do Cristo, elevando o pensamento, dominando a carne, para que a nova geração
seja preparada para a grande TRANSIÇÃO
DO MILÊNIO: CAMINHAI SEM MEDO, PORQUE NÓS MARCHAMOS À VOSSA FRENTE, EM DREÇÃO AO MESTRE
QUE VOLTA!
PELO ESPÍRITO DE DEUS
P – No capítulo em pauta, disse Jesus: “Mas, se eu
expulso os demônios pelo Espírito de
Deus, é que o Reino de Deus veio até vós”. Como explica isso o Espírito da
Verdade?
R – A expressão PELO
ESPÍRITO DE DEUS, considerada em relação a Jesus, significa – tirado da
letra o espírito – A INFLUÊNCIA DIRETA
QUE O SENHOR EXERCE SOBRE ELE. Em relação aos homens, deveis compreendê-la
como designando os Espíritos purificados que o Senhor vos envia, na qualidade
de MEDIANEIROS ENTRE A SUA BOA VONTADE E
OS VOSSOS PRÓPRIOS ESPÍRITOS. Deus, o Senhor Onipotente, é – como sabeis –
uno, único, indivisível. Eterno, infinito, Ele reina sobre todos os mundos, no
Universo sem limites. Para todos os orbes, promulgou a Lei Imutável do
Progresso, MAS A CADA UMA DAS MORADAS
CELESTES DEU A CONSTITUIÇÃO QUE LHE ERA APROPRIADA. Nem todos os mundos têm
de passar pelas mesmas fases. Assim como há Espíritos que nunca faliram, também
há orbes que se conservaram sempre fluídicos e outros mais ou menos materiais,
de acordo com as necessidades dos Espíritos a cuja habitação se destinam.
Quando chegar a hora de vos dizermos o que significam estas palavras do Mestre
“HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI”,
nós vos daremos – a cerca da natureza dos mundos – explicações que não cabem
agora, porque nos fariam sair do círculo em que, presentemente, nos devemos
manter. CADA PLANETA TEM UM ESPÍRITO, DE
PUREZA PERFEITA, ENCARREGADO DE O DIRIGIR E FAZER PROGREDIR, DEPOIS DE LHE
HAVER PRESIDIDO A FORMAÇÃO: EXATAMENTE COMO JESUS COM RELAÇÃO A TERRA. Tais
Espíritos são perfeitos em tudo, não só do ponto de vista moral e espiritual,
como também com referência ao saber, considerado este em face da obra e da
missão que lhes confiou o Criador. Eles estão sempre em relação direta com
Deus: podem aproximar-se do Centro da Onipotência. Por intermédio deles é que
as vontades do Senhor se transmitem aos grandes Espíritos e destes aos homens,
através de seus Anjos da Guarda ou Bons Espíritos, COM A RAPIDEZ DO PENSAMENTO. É deste modo que o Espírito de Deus
opera e desce até vós, com grande poder e glória, vencendo o mal com o Bem. Podeis, assim, compreender as palavras de Jesus
aos escribas e fariseus: “MAS, SE EU EXPULSO OS DEMÔNIOS PELO ESPÍRITO DE DEUS,
É QUE O REINO DE DEUS VEIO ATÉ VÓS”.
JESUS EM RELAÇÃO DIRETA COM
DEUS
P – Até hoje, ninguém revelou que há um Diretor para
cada um dos Planetas. O que ensinavam é que Jesus governava todo o Universo.
Que diz a isto o Espírito da Verdade?
R – Essa interpretação resulta do erro da concepção de
Jesus como Deus, e daí se dizer: “ Maria, mãe de Deus”. Sabeis, entretanto, que
o próprio Jesus estabeleceu a diferença, não só no seu Evangelho como, também,
no seu Apocalipse. JESUS ESTÁ PARA A
TERRA COMO DEUS PARA O UNIVERSO, O QUE EM NADA HUMILHA A
GRANDEZA ESPIRITUAL DO CRISTO.
Jesus, que tem a seu cargo a direção do vosso mundo, é um dos Espíritos
que podem aproximar-se do CENTRO DA
ONIPOTÊNCIA DIVINA, porque é de uma essência que se conservou sempre pura,
de perfeita e imácula pureza, visto que jamais faliu. Como servidor do Pai,
Nosso Mestre e vosso Mestre, é ele quem preside os destinos da Terra, quem a
governa e lhe acompanha a evolução com paternal solicitude. EM RELAÇÃO DIRETA COM
DEUS ( DO MESMO MODO QUE AQUELES DE SEUS IRMÃOS QUE, SENDO-LHES IGUAIS NA
PUREZA, DESEMPENHAM MISSÕES ANÁLOGAS A SUA), ELE RECEBE, SEM INTERMEDIÁRIOS, AS
VONTADES DO ONIPOTENTE. Neste sentido é que se pode dizer que “ só o Pai
conhece o Filho e só o Filho conhece o Pai”. Inclinai-vos com respeito,
reconhecimento e amor diante de Jesus que, desde o instante em que a Terra saiu
dos fluidos espalhados na imensidade, em que esses fluidos, para formarem um
orbe, se reuniram PELA AÇÃO DA SUA
VONTADE DIVINA (DIVINA NO SENTIDO DE SER ELE ÓRGÃO DE DEUS) velou sempre
por vós, cheio de devotamento, através de todas as fases por que passaram
vossos Espíritos. Amai, com todas as forças de vossa Alma, esse maravilhoso
Jesus que, para surgir às vistas dos homens, aceitou o sacrifício da
encarnação, a fim de lançar as bases, os fundamentos da Obra de Regeneração da
Humanidade! Sim, repetimos, amai sempre o vosso Redentor, que aceitou a
encarnação, SENDO, EMBORA, DE UMA
PERFEIÇÃO QUE SE PERDE NA NOITE DAS ETERNIDADES; QUE A ACEITOU, HUMILDEMENTE,
EMBORA NUNCA HOUVESSE MERECIDO ENCARNAR COMO EXPIAÇÃO, AINDA QUE NOS MUNDOS
ELEVADOS, PORQUANTO CHEGOU A PERFEIÇÃO SEM JAMAIS HAVER FALIDO. Ele não
teve de sofrer por expiação, insistimos, a encarnação MESMO NOS MUNDOS ELEVADOS, onde se exilam, para resgatar suas
faltas, por mais leves que sejam, os Espíritos que se conservaram puros na via
do progresso até alcançarem grande evolução, mas que vieram a falir, se bem que
ligeiramente, visto que DIANTE DO SENHOR
ONIPOTENTE SÓ A PERFEIÇÃO, SEM MANCHA ALGUMA, PODE APRESENTAR-SE. Com
efeito, a menor fraqueza, tão pequenina que com os vossos órgãos de percepção
sois incapazes de a apreciar, constitui uma falta que o Espírito adiantado no
caminho da evolução, RECONHECE
IMEDIATAMENTE E EXPIA, POR MEIO DE UMA ENCARNAÇÃO MAIS OU MENOS MATERIAL, MAIS
OU MENOS FLUÍDICA, DE ACORDO COM O SEU GRAU DE ELEVAÇÃO, COM A EXTENÇÃO OU A
GRAVIDADE DA MESMA FALTA. Todo castigo é adequado ao erro praticado. Uma
falta que por demasiado sutil vos escapa, é uma ofensa ao Criador e não escapa
ao Espírito que, já bastante evoluído, dela tem consciência, antes mesmo de
germinar no seu íntimo: Por isso é que se exila para expia-la, temporariamente
dos gozos infinitos do ESPÍRITO PURO E
LIVRE. Mais razões tendes, portanto para amar o Mestre que, completando a
sua Obra de Regeneração, vos envia o Paráclito, para vos lembrar o que ensinou
e revelar o que não pode dizer. ELE
DECLARA QUE VIRÁ MUITO BREVE, PARA CONDUZIR-VOS, DE LUZ EM LUZ, AO DEUS ÚNICO E
ETERNO, SENHOR DE TODOS OS MUNDOS, A QUEM DEVEIS A HOMENAGEM DA VOSSA ADORAÇÃO.
O REINO DE DEUS PARA TODOS
P – Por que os parentes de Jesus não entenderam sua
missão? Que pensavam eles do Reino de Deus? Poderia o Espírito da Verdade
revelar quem eram, afinal, esses parentes?
R – O Reino de Deus vem para todo aquele que,
finalmente, encontra a Verdade que liberta e leva diretamente ao fim. Para os
judeus endurecidos, transgressores da Lei de Moisés, que por eles fora mais
deformada que a Lei de Deus e foi pelos seus “ representantes”, aquele Reino
viera a fim de que os que preparavam, para si mesmos, longa e dolorosa
expiação, achassem aberta a porta da esperança e o caminho mais curto de
chegarem à salvação. O Reino de Deus veio ainda para os que, em vez de seguirem
simplesmente a LEI DE JESUS, SINTETIZADA
NO SEU NOVO MANDAMENTO, a amoldaram – arrastados pelo egoísmo e pelo
orgulho – às suas conveniências, fazendo de uma Lei tão pura – para uns, os que
se servem da religião como de um meio, os que só a praticam exteriormente e a
afeiçoam às suas necessidades, elástica vestimenta, dentro da qual possam
executar os movimentos mais desregrados; e, para outros, uma geena a lhes
tolher os movimentos numa constrição cruciante. Estes últimos, a nosso ver, são
os que tomam a sério a religião, mas que, dotados de pouca inteligência, se
submetem ao jugo que lhes é imposto, em nome do próprio Cristo! Também para vós
veio o Reino de Deus, porquanto – depois de termos nós os Apóstolos e
discípulos do Redentor, trabalhado no caminho que ele abriu – hoje, com a Nova
Revelação e ajudados pelos nossos irmãos, os outros Espíritos do Senhor, o
limpamos dos juncos, dos espinhos, das pedras agudas, e ao mesmo tempo vos
estendendo as mãos PARA VOS AJUDARMOS A
AVANÇAR NELE SEMPRE, TIRANDO A VENDA AOS QUE AINDA TEM A VISTA FRACA E FAZENDO
BRILHAR A LUZ PARA OS QUE JÁ A PODEM SUPORTAR. Esperai mais um pouco,
porque o Reino de Deus se aproxima cada vez mais, com o fulgor dos esplendores
celestes. Procurai ter, portanto, a vista bastante forte, a fim de que a sua
luz não vos ofusque. Até lá, enfrentai todas as injúrias e difamações dos
filhos da treva. Vê-de que em várias ocasiões, em diferentes lugares e em
circunstâncias diversas, os escribas e os fariseus acusaram Jesus de ser agente
de Belzebu, de Satanás, do Príncipe dos Demônios. Entendei: o que Marcos
refere, no capítulo em estudo, não ocorreu na mesma ocasião em que se passou o
que consta da narração de Mateus. O que Marcos relata se deu quando Jesus
acabou de escolher os doze apóstolos e lhes conferiu o poder de curar as
enfermidades e expulsar os maus Espíritos, então chamados “demônios”. Ao
saberem disso – diz o Evangelho – os parentes de Jesus vieram para se
apoderarem dele, dizendo que perdera o juízo. Sabeis que, durante a sua missão
terrena, Jesus tinha de passar, e – para a sua família, como para os homens em
geral – passava por ser UM HOMEM IGUAL
AOS OUTROS. A revelação feita a José e Maria tinha de permanecer (e
permaneceu) secreta até ao termo daquela missão. Nessa época, por efeito da
mesma revelação, os homens fizeram de Jesus um Deus, pois entraram a
considera-lo como parte e fração do próprio Deus. Os hebreus, pelo consórcio
dos membros de uma tribo com os de outras, eram parentes quase todos, ou se
intitulavam parentes uns dos outros. Em tais condições, Jesus, no entender dos
homens, estava cercado de primos mais ou menos próximos, chamados irmãos no
Evangelho. Esses parentes, segundo os quais
JESUS SAIRA DO MESMO TRONCO QUE ELES, ACHANDO-SE NAS MESMAS CONTINGÊNCIAS
HUMANAS EM QUE ELES SE
ENCONTRAVAM, NÃO PODIAM ADMITIR QUE ELE SE ELEVASSE TÃO ALTO, QUE INSTITUISSE
APÓSTOLOS E LHES DESSE TAIS PODERES. Eis por que resolveram apoderar-se
dele, dizendo que perdera o juízo, isto é, fora atacado de loucura! Jesus
personificava a Doutrina do Novo Mandamento, e – como sucede com todas as
grandes e generosas idéias – ela foi mal compreendida. Daí veio a oposição que
se lhe deparou sobretudo entre os que,
segundo os homens, desconhecedores da sua origem extra-humana eram
membros da sua família. Não disse ele que NINGUÉM
É PROFETA EM SUA TERRA E
DENTRO DE SUA PRÓPRIA CASA? Não vêdes, ainda hoje, entre as famílias, muito
de seus membros apedrejarem os que não seguem a sua rotina? O HOMEM NEGA TUDO O QUE NÃO COMPREENDE E
NEGA TUDO O QUE O EMBARAÇA OU ASSUSTA. Vós, que – aceitando a Doutrina do
Novo Mandamento – sais da rotina, pregando a UNIFICAÇÃO DE TODOS OS CRISTÃOS, QUE SÃO TODOS OS HOMENS, sois (
como o foi o Mestre pelos seus parentes e pelos outros homens) acusados de
haver perdido o juízo, segundo os escribas e fariseus de vossos dias. Mas, como
discípulos do Cristo, que pregais a Doutrina do Redentor, que renasce explicada
e desenvolvida pela Nova Revelação, oponde a essas acusações a paciência, a
firmeza, a indulgência e a coragem. Caminhai ousadamente: O CRISTO VELA POR VÓS E VOS PROTEGE E ILUMINA. E MANDA QUE OS ESPÍRITOS
DO SENHOR VOS GUIEM OS PASSOS!
O VALENTE ARMADO
P – Achamos perfeita analogia do nosso Posto Familiar
com aquela passagem do homem valente que guarda a sua casa. Como o Espírito da
Verdade a interpreta para nós?
R – Harmonizemos Mateus, XII: 29-37, Marcos III: 27-30
e Lucas XI: 21-23 e XII: 10.
MATEUS: 29 –
Disse Jesus: “Como poderá entrar alguém na casa do homem valente e roubar-lhe
as alfaias, se antes não o amarar? Depois disto é que lhe saqueará a casa. 30 –
Quem não é por mim é contra mim; quem comigo não junta- espalha. 31 – Eis
porque vos digo: todas as blasfêmias e todos os pecados serão perdoados aos
homens, menos a blasfêmia contra o Espírito Santo, que não o será. 32 – O que
alguém disser contra o Filho do Homem ser-lhe-á perdoado; mas não terá perdão,
nem neste século nem no futuro, o que alguém disser contra o Espírito Santo. 33
– Se uma árvore for boa, o seu fruto será bom: se for má seus frutos serão maus,
pois pelo fruto é que se conhece a árvore. 34 – Raça de víboras, como podeis,
sendo maus, dizer boas coisas? A boca diz aquilo de que está cheio o coração.
35 – O homem que é bom tira boas coisas do bom tesouro, e o homem mau tira
coisas más do mau tesouro. 36 – Ora, eu vos digo que os homens, no dia do
julgamento, prestarão contas de toda palavra ociosa que houverem proferido. 37
– Pelas tuas palavras te justificas, pelas tuas palavras te condenas”.
MARCOS: 27 –
“Ninguém pode entrar na casa de um homem forte e lhe roubar os bens, se antes
não o manietar; só depois disto conseguirá saquear-lhe a casa. 28 – Em verdade
vos digo que aos filhos dos homens serão perdoados todos os pecados que hajam
cometido e todas as blasfêmias que hajam pronunciado. 29 – mas aquele que
houver blasfemado contra o Espírito Santo não terá perdão na eternidade: será
réu de delito eterno”. 30 – Jesus falava assim porque diziam: “Ele esta
possesso de um Espírito impuro”.
LUCAS: 21 –
“Quando um homem valente guarda, armado, a entrada de sua casa, tudo o que ele
possui está em plena segurança. 22 – Mas, se outro mais forte vem e o vence,
levará consigo todas as armas em que ele confiava e se apossará de seus
haveres. 23 – Aquele que não está comigo está contra mim; aquele que comigo não
entesoura – dissipa”. XII: 10 – “Se alguém falar contra o Filho do Homem, isso
lhe será perdoado; mas não terá perdão aquele que blasfemar contra o Espírito
Santo”.
Jesus, como já o temos dito tantas vezes, falava aos
homens daquela época a linguagem que lhes era adequada; a linguagem que,
convindo ao momento não comprometia o futuro que, ao contrário, era preparado e
salvaguardado PARA SER COMPREENDIDO E IMPRESSIONAR A IMAGINAÇÃO DOS HOMENS
DAQUELE TEMPO, O MESTRE USAVA DE IMAGENS MATERIAIS, E TODAS ENCERRAVAM UMA
ADVERTÊNCIA, UMA LIÇÃO, UM ENSINAMENTO. Ele o disse: “O espírito, é que
vivifica: as palavras que vos digo são espírito e vida”. Para vós outros
chamados a receber a Nova Revelação e a compreender por meio desta o sentido e
o alcance daquelas palavras, é que elas foram pronunciadas. Sabei, portanto,
tirar sempre da letra o espírito, a fim de apreenderdes o pensamento do Cristo,
o sentido verdadeiro de seus ensinamentos. Dizendo o que consta dos versículos
29 de Mateus e 27 de Marcos, ALUDIA JESUS AO PECADO QUE, PONDO CERCO AO
HOMEM, O RODEIA DE SEDUÇÕES PARA DELE SE APODERAR. E, UMA VEZ QUE O HAJA
EMPOLGADO, O DESPOJA DE TODAS AS SUAS VIRTUDES. Suas palavras eram portanto, simbólicas ou
emblemáticas. Vs. 21 e 22 de Lucas – O homem pode estar certo de vencer desde
que se mantenha forte contra si mesmo, vigilante sobre a sua consciência,
pronto sempre a combater os maus instintos, os maus pendores e as más paixões.
Se, porém, se descuida, se cai na voluptuosidade e no sono da consciência, nele
penetram os vícios, e lhe impõem suas algemas e terminam por escraviza-lo.
Tomam-lhe, uma a uma, todas as armas, arrancando-lhe uma a uma, as boas
resoluções por fim as virtudes e, depois de o terem suplantado VOLTAM CONTRA
ELE AS SUAS MESMAS ARMAS, PORQUANTO AS VIRTUDES PERDIDAS SE TORNAM VÍCIOS. Quem
não pratica o mal deve praticar o Bem que lhe é oposto, pois quem negligencia
em praticar o Bem inevitavelmente cai no mal. Aquele a quem falta à caridade
não é egoísta e orgulhoso? Aquele que se esquece de seu Deus não se torna
ímpio? O mesmo se dá com as virtudes que não são praticadas: tomam seu lugar os
vícios, que elas, se cultivadas, poderiam destruir. Estas palavras do versículo
22 de Lucas: “e se apossará de seus haveres” não são emblemáticas relativamente
às inteligências para as quais falava o Mestre: são o complemento da figura
material que ele apresentava aos judeus. Quem quer que como ladrão penetra na
casa de outrem, o desarma e amarra, há de ter, necessariamente um objetivo
material. Por esta razão é que Jesus acrescentou: “e se apossará de seus
haveres”. Sem este complemento, os hebreus não teriam compreendido o motivo do
proceder do ladrão porque do seu ato não colhia qualquer proveito. Certamente
os vícios, que substituam as virtudes no coração daquele que adormece confiante
em si mesmo, não tiram proveito das virtudes destruídas MAS O TIRAM DA
DESTRUIÇÃO DELAS, DO SEU BANIMENTO DO CORAÇÃO EM QUE FLORESCIAM , NO
SENTIDO DE QUE ASSIM LOGRAM PENETRAR LÁ, ONDE DE OUTRO MODO NÃO TERIAM ACESSO:
LOGRAM ALOJAR-SE LÁ, ONDE NÃO TERIAM ENTRADO: DESPOJAM PORTANTO, AS VIRTUDES DO
ASILO QUE LHES FORA PREPARADO. TODA A VIGILÂNCIA É POUCA, NOS LARES DO NOVO
MANDAMENTO. E, POR ISSO, É QUE JESUS INSISTE, RECOMENDANDO SEMPRE: ORAI E
VIGIAI!
QUEM NÃO É POR MIM É CONTRA MIM
P – O CEU da LBV está esclarecendo uma série
impressionante de dúvidas. Todos sentem, agora, que o Evangelho tem de ser
explicado EM
ESPÍRITO E
VERDADE , SEMPRE À
LUZ DO NOVO MANDAMENTO. Uma afirmação do Cristo merece capítulo à parte:
“Quem não é por mim é contra mim”. Como a interpreta o Espírito da Verdade?
R – Versículo 30 do Evangelho Segundo Mateus: “ Quem
não é por mim é contra mim, quem comigo não junta – espalha”. Versículo 23 do
Evangelho segundo Lucas: “Quem não está comigo está contra mim: quem comigo não
entesoura – dissipa”. Significa: QUEM
NÃO SEGUE A LEI DE JESUS, ISTO É, A DOUTRINA DO NOVO MANDAMENTO, DELA SE
APARTA. LOGO, ESTÁ CONTRA ELE, PORQUE SEGUE CAMINHO OPOSTO AO QUE POR ELE FOI
TRAÇADO. A profecia do Mestre terá de se cumprir, queiram os chefes
religiosos ou não. Os que insistem na supremacia do seu sectarismo estão opondo
obstáculos à vontade daquele que formou a Terra, o Cristo que declarou: “HAVERÁ UM SÓ REBANHO E UM SÓ PASTOR”.
Para ele, sem cuja permissão ninguém está no vosso mundo, todos são
naturalmente cristãos, nos diferentes graus da escala evolutiva. Assim, “quem
comigo não junta – espalha” e “quem comigo não entesoura – dissipa”. Todo
aquele que não caminha pela estrada que Jesus abriu, preferindo os atalhos das
religiões humanas, prega o separatismo fanático e suicida. Dispersa, espalha e
desnorteia as ovelhas do Bom Pastor. Por conseguinte, quem age assim não
reunirá os tesouros que o Senhor reserva para os justos. Quem se desvia desse
caminho, fascinado pelas doutrinas de preceitos humanos, DISSIPA ESSES TESOUROS E PERDE PRECIOSO TEMPO, DE QUE DARÁ PESADAS
CONTAS. Quanto às divergências dos Evangelhos Sinóticos, repetimos: Não
leveis em conta as ligeiras diferenças que se notam nessas três narrativas –
Mateus, Marcos e Lucas. Como sabeis, Jesus repetia muitas vezes, aos hebreus
que o cercavam, os mesmos ensinos, sem contudo usar as mesmas palavras. Ele
tinha de apropriar suas lições às inteligências e às necessidades daqueles que
as recebiam. Daí as “diferenças” referidas. Lembrai-vos desta observação que
vos fizemos: CADA EVANGELISTA NARRA
FATOS MAIS OU MENOS SEMELHANTES, OCORRIDOS COM PEQUENOS INTERVALOS, MAS CUJAS
PARTICULARIDADES NÃO COINCIDEM PERFEITAMENTE. CADA UM, DENTRO DO QUADRO QUE LHE
FOI TRAÇADO, RELATA SOB INSPIRAÇÃO MEDIÚNICA O QUE VIU, OUVIU OU SOUBE POR
INFORMAÇÃO DIGNA DE CRÉDITO. SOBRETUDO, LEMBRAI-VOS DE QUE ISSO ATESTA A
VERACIDADE DOS EVANGELHOS!
BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO
P – Estamos estudando, no ponto em exame, os
versículos 31 e 32 do Evangelho segundo Mateus, 28 e 29 segundo Marcos, 10
segundo Lucas. O que mais nos prende a atenção é esta afirmativa de Jesus:
“TODOS OS PECADOS E BLASFÊMIAS SERÃO PERDOADOS AOS HOMENS, MENOS A BLASFÊMIA
CONTRA O ESPÍRITO SANTO, QUE NÃO O SERÁ. O QUE ALGUÉM DISSER CONTRA O FILHO DO
HOMEM SER-LHE-Á PERDOADO, MAS NÃO TERÁ PERDÃO, NEM NESTE SÉCULO NEM NO FUTURO,
O QUE ALGUÉM DISSER CONTRA O ESPÍRITO SANTO”. Como interpreta estas
palavras o Espírito da Verdade?
R – Por essa forma, Jesus patenteava, em primeiro
lugar, a diferença que há entre ele (não obstante a sua essência superior, sua
origem e sua posição espirituais) e o Senhor Onipotente, criador do Universo.
Já sabeis que, no entender dos judeus, O ESPÍRITO SANTO ERA A INTELIGÊNCIA
MESMA DE DEUS, FALANDO, POIS, AQUELES HOMENS DA BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO
SANTO, JESUS SE REFLETIA À BLASFÊMIA CONTRA O PAI CELESTIAL, SENHOR DE TODOS OS
MUNDOS. Consiste a blasfêmia em negar a Deus, em acusar de injustiça ou
erro Aquele que é TODO O AMOR, TODA A CIÊNCIA E TODA A JUSTIÇA, EM SUMA – A
VERDADE ABSOLUTA. Qual o crime que se pode comparar a esse? A blasfêmia
contra Deus não constitui a maior ofensa que se lhe possa fazer? Se, numa
família, os filhos se revoltam contra o irmão mais velho, ainda que este
represente o pai, cometerão falta menor do que se insultarem e injuriarem o
próprio pai. Ora, a mesma relação, no que diz respeito ao Cristo, podeis
estabelecer, lembrando-vos de que ele personifica a Moral Divina que PREGOU
MAIS POR EXEMPLOS DO QUE POR PALAVRAS. Quanto àquela “ameaça de penas
eternas”, feita pelo Mestre, não existe. Para os hebreus, de acordo com os seus
preconceitos, escrituras e tradições, os termos eternidade, na eternidade,
eterno e eternamente tinham dois sentidos, podiam ser tomados em duas
acepções diversas. No sentido absoluto, quando empregados relativamente a Deus,
designavam a ETERNIDADE PROPRIAMENTE DITA. No sentido relativo, quando
empregados com relação aos homens, designavam uma duração imensa, MAS POR
MAIOR QUE FOSSE, LIMITADA, CONDICIONADA A TER FIM. Basta verificar estas
passagens do Velho Testamento: Êxodo, XV: 18 – “O Senhor reinará para todo o
sempre”; Miquéias, IV: 5 – “Porque todos os povos andam cada um em nome do seu
deus; mas, quanto a nós, andaremos em nome do Senhor nosso Deus para todo o
sempre”; Esdras, X: 3 – “Segundo o conselho do Senhor e o dos que tremem ao
mandado do nosso Deus, tudo seja feito segundo a Lei”; Josué, XIV: 9 – “Então
Moisés naquele dia jurou, dizendo: Certamente a terra será tua e de teus
filhos, em herança perpétua, pois perseveraste em seguir o Senhor meu Deus”;
Isaías, LVII: 15-16 – “Porque assim diz o Altíssimo, o sublime que habita a
eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas
também moro com o contrito e abatido de espírito. Pois não contenderei para
sempre, nem me indignarei continuamente; porque, do contrário, o espírito
definharia diante de mim e se extinguiria o fôlego da vida que Eu criei”.
Proferindo aquelas palavras dos versículos 31 e 32 de Mateus, 28 e 29 de
Marcos, 10 de Lucas (que só a Nova Revelação poderia explicar umas pelas
outras, tornando-as – perfeitamente reunidas todas – COMPREENSÍVEIS EM ESPÍRITO E VERDADE ,
À LUZ DO NOVO MANDAMENTO), o Cristo entregava às interpretações humanas o
conjunto delas. E os homens as interpretaram falsamente, dando ao vocábulo ETERNIDADE
sentido absoluto, quando Jesus o empregara em sentido relativo. Não
compreenderam que, no pensamento do Mestre, se tratava de uma eternidade
relativa, de “mais de um século” de “mais do que o século vindouro”, modo
pelo qual objetivava ele dar uma idéia da extensão do castigo, da sua “duração
imensa”, qualquer que fosse a palavra dita contra Deus, na intenção de nega-lo,
de o acusar de erro ou de injustiça. Entretanto, não censureis os que
erroneamente interpretaram as palavras de Jesus: REALMENTE, TUDO TEM SUA
RAZÃO DE SER AS FALSAS INTERPRETAÇÕES HUMANAS, CAUSADAS PELO ESTADO DAS
INTELIGÊNCIAS, PELAS NECESSIDADES DA ÉPOCA E DOS TEMPOS QUE SE SEGUIRIAM,
SERVIRAM AQUELE TEMPO E PREPARARAM O CAMINHO DA NOVA REVELAÇÃO.
OS DOGMAS E AS VERDADES ETERNAS
P - A Igreja baseia sua crença no inferno
e suas penas eternas em palavras de Jesus, como as que constam do capítulo em estudo. Que diz a
isto, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R - Jesus se dirigia a homens cuja
imaginação precisava ser despertada. Vede que o mesmo ainda hoje se dá: não
usamos de idêntica linguagem, para com todos vos. Muitas vezes nos adaptamos às
vossas fraquezas, aos vossos preconceitos e até mesmo ao ranço de sectarismo
latente em vós, A FIM DE VOS CONDUZIRMOS
GRADUALMENTE AS VERDADES QUE, REVELADAS DE CHOFRE, PODERIAM DETERMINAR O VOSSO
AFASTAMENTO. Jamais chocamos inutilmente as crenças humanas, enquanto
possam conciliar-se com o progresso da Humanidade. Mas, desde que um Espírito
fraco se apegue fortemente a este ou aquele dogma, a tal ou qual cerimônia, nós
lhe dizemos lealmente: “O CULTO QUE
AGRADA AO SENHOR Ê UNICAMENTE O CULTO QUE VEM DO CORAÇÃO; A SEUS OLHOS
NENHUM VALOR TÊM OS ATOS EXTERIORES". Inversamente, aos fracos que
necessitem de apoio para a sua crença, de uma barreira que os impeça de
transpor certos limites, dizemos: "SERVI
EM PLENA CONSCIÊNCIA ,
AO SENHOR DEUS: PRATICAI COM REGULARIDADE E SINCERA ATENÇÃO 0 VOSSO CULTO,
QUALQUER QUE ELE SEJA; MAS' NÃO VOS DESCUIDEIS DO CULTO DA ALMA, TÃO GRATO AO
PAI CELESTIAL. SOIS FRACOS E TENDES NECESSIDADE DE AMPARO; BUSCAI-0 ONDE
COSTUMAIS ENCONTRÁ-LO; MAS BUSCAI, TAMBÉM, O DOS VOSSOS AMIGOS CERTOS, OS
ESPÍRITOS DO SENHOR, QUE VOS CERCAM E AUXILIAM, QUE CONHECEM O ÚNICO
OBJETIVO QUE DEVEIS ALCANÇAR: A PAZ NA
VIDA PRESENTE E A FELICIDADE NA VIDA FUTURA". Como vedes, conformamos
nossos ensinos com os preconceitos e as fraquezas humanas. Todavia, para que
não haja obscuridade em nossas palavras, declaramos: jamais os conformamos com
erros e faltas das crenças humanas, subordinando a Verdade Eterna à
transitoriedade dos dogmas. Falamos a uns com doçura e outros com severidade,
apropriando nossa linguagem ao caráter e às disposições de cada um. Ora, Jesus
- sábio por excelência - soube muito melhor do que todos nós, tornar a lição compreensível
de modo oportuno e útil, aos Espíritos obstinados que o ouviam. Por isso vos
dizemos; NÃO HÁ, NUNCA HOUVE, DA PARTE
DO MESTRE, AMEAÇA DE PENAS ETERNAS. Entendei bem, portanto, estas palavras:
"Aquele que houver blasfemado contra o Espírito Santo não achará perdão na
eternidade, será réu de um delito eterno; não terá perdão nem neste século, nem
no futuro". O Cristo adequava a palavra à inteligência: A FALTA ACARRETA UM CASTIGO QUE PODEIS
CONSIDERAR ETERNO, TENDO EM
VISTA A MEDIDA DE QUE USAIS PARA MEDIR O TEMPO. O
Espírito rebelde, que blasfema contra Deus, tem de sofrer longas provações para
voltar ao cumprimento do dever. Esse ato inaudito denota, no Espírito, um
sentimento de rebelião e de orgulho que o levará a multas quedas. Não concebeis
que as diversas categorias de delito impliquem a idéia de maior ou menor
perversidade? Necessariamente, quem cometer certa falta que, comparada a outra,
seja leve, estará mais perto de se arrepender: e menos radicalmente vicioso
ficando entendido que A DIFERENÇA DE
CULPABILIDADE RESULTA DA INTENÇÃO E NÃO DA CARÊNCIA DE OPORTUNIDADE. Não há
caso algum em que o Espírito fique absolutamente excluído de perdão. Apenas,
relativamente semelhante exclusão existe para o culpado pelo temor, que este
experimenta, de que ela seja real, à vista do castigo e da sua duração. ESTA NADA É EM FACE DA ETERNIDADE ,
MAS SE AFIGURA SER A PRÓPRIA ETERNIDADE AQUELE QUE NADA VÊ PARA ALEM DOS
ACANHADOS LIMITES DA SUA INTELIGÊNCIA. Não tendes ouvido Espíritos culpados
dizerem, por entre gemidos, que se acham condenados a penas eternas"? E
não sabeis que a existência neles, desta crença constitui um dos meios de os
levar ao arrependimento? Não vedes como? Eis aqui: o rigor e a duração do
castigo consomem as más energias do culpado.Cassado de sofrer, aterrorizado com
a perspectiva de dores sem fim, ele se volta para si mesmo, olha com desespero
para o seu passado, conta todas as faltas, todos os crimes que o precipitaram
no abismo e, finalmente, exclama: "Ah! se eu pudesse começar tudo de novo!”
Os Espíritos, que o cercam logo tratam de intervir, impelindo-o a pesquisar SE TERÁ, MESMO, DE RECOMEÇAR E A SABER COMO
ELE 0 PARIA SE TIVESSE A NOVA OPORTUNIDADE, Pouco a pouco, o arrependimento
lhe vai penetrando no íntimo, fazendo nascer a esperança do perdão, ao influxo
desta esperança, o arrependimento se desenvolve; a expiação passa a ser
suportada com paciência e resignação. Depois, à medida que aquele se torna mais
sincero e profundo, vem surgindo o desejo de reparar, de expiar e progredir, com
o auxílio de novas provações. E DEUS
PERDOA E CONCEDE AO CULPADO QUE SE ARREPENDEU E SUBMETEU A GRAÇA DA
REENCARNAÇAO.
A JUSTIÇA PERFEITA DE DEUS
P – Não podia ser mais feliz e edificante a explicação
do capítulo em exame. Uma
pergunta, ainda, queremos formular ao Espírito da Verdade: - Pode haver
Espírito eternamente culpado?
R – Quando Jesus falava (ou os Evangelhos falavam, em
suas narrativas) em ESPÍRITO SANTO , esta
expressão, como sabeis, designava os Espíritos Puros, ou Espíritos Superiores,
os Bons Espíritos, que desempenham junto dos homens as funções de órgãos do
Senhor, de seus ministros, mensageiros ou agentes, de acordo com o grau de
elevação de cada um. Servindo-se da expressão ESPÍRITO SANTO, QUANDO TRATOU DA BLASFÊMIA CONTRA DEUS, Jesus o fêz
porque, como também já o dissemos, os judeus entendiam por Espírito Santo a
inteligência mesma de Deus. Em última análise, tudo vem a dar no mesmo, num
caso e noutro, por isso que OS ESPÍRITOS
DE LUZ NADA MAIS SÃO QUE O REFLEXO DA VONTADE DO SENHOR ONIPOTENTE. O homem
que blasfema contra Deus é um rebelde às inspirações do seu Anjo da Guarda e
dos Bons Espíritos; incorre em culpa grave e não obtém perdão ENQUANTO PERMANECE CULPADO E REBELDE:
PORTANTO, A ETERNIDADE DO CASTIGO CORRESPONDE A ETERNIDADE DA FALTA. Se o
Espírito permanecesse eternamente rebelde, seria réu de delito eterno; jamais
obteria perdão na eternidade, nem além dela (para nos servirmos das expressões
bíblicas). Mas não é nem pode ser assim. Por efeito da onipotência, da justiça,
da bondade e da misericórdia infinitas do Senhor, e de acordo com a promessa
que Jesus fez, em nome do Pai, e com o que disse na “Parábola do Filho
Pródigo”: MEU PAI NÃO QUER QUE PEREÇA
NENHUM DESTES PEQUENINOS – VIM SALVAR O QUE ESTAVA PERDIDO SEDE PERFEITOS COMO
É PERFEITO O PAI QUE ESTÁ NO CÉU”, não há Espírito culpado e rebelde que,
no curso da Eternidade que se desdobra diante de si, não experimente o influxo
das Leis Imutáveis do progresso e da perfectibilidade, do sofrimento e da expiação.
Não há Espírito que, usando de seu livre arbítrio, sob a ação de sua
consciência, presa do remorso e do arrependimento, auxiliando na erraticidade
pelos sofrimentos ou torturas morais adequados e proporcionados aos crimes e
faltas cometidos, iluminado pelas provações e expiações, deixe – com o tempo e
mediante a reencarnação – de voltar ao aprisco, assim como a ovelha
tresmalhada; de voltar à casa paterna, como o filho pródigo, arrependido e
submisso. É assim a justiça perfeita de Deus: NINGUÉM HÁ QUE, PURIFICADO, NÃO VENHA A SER, UM DIA, ACOLHIDO PELO PAI
DE FAMÍLIA, PELO SENHOR ONIPOTENTE, DE INFINITA MISERICÓRDIA!
RAÇA DE VÍBORAS
P – Finalizando o estudo que fazemos, na Cruzada do
Novo Mandamento no Lar, concentramos nossa atenção nos versículos 33 de Mateus,
sobre os frutos da árvore; 24 e 25, também de Mateus, sobre “ raça de víboras”;
36 e 37, ainda no Evangelho de Jesus segundo Mateus, sobre “ palavras ociosas”.
Como explica tudo isso o Espírito da Verdade?
R – Versículo 33 de Mateus: “Se uma árvore for boa,
seu fruto será bom; se for má, seu fruto será mau: pelos frutos é que se
conhece a árvore”. Por estas palavras, dirigidas aos discípulos, JESUS LHES ENSINAVA A CONHECER OS HOMENS.
Sem dúvida, o homem de maus instintos praticará más ações. Mas, se o virdes
esforçar-se por fazer o Bem, por cumprir os deveres que a consciência lhe
impõe, podeis dizer que a árvore é boa. E ficai certos de que, se for
cultivada, com as lições do Evangelho e do Apocalipse, melhor ainda se tornará.
Versículos 24 e 25: “Raça de víboras, como podeis, sendo maus, dizer coisas
boas, se a boca fala aquilo de que está cheio o coração? O homem bom tira boas
coisas de bom tesouro e o homem mau tira coisas más de mau tesouro”. Pelos
termos RAÇAS DE VÍBORAS, apropriados
aos tempos e aos homens, JESUS DESIGNAVA
AQUELA RAÇA DE ESPÍRITOS INFERIORES E ORGULHOSOS, QUE ACREDITAVAM PODER
ALCANÇAR, SEM SOCORRO, A MORADA CELESTE, E QUE NÃO QUERIAM RECEBER LUZ ALGUMA.
A palavra emerge do coração, quando exprime abertamente a maneira de pensar.
Mas, se oculta o pensamento, ou lhe dá a aparência da doçura, sendo ele
agressivo, então a palavra é mentirosa, hipócrita e má. Por isso é que Jesus
perguntava aos fariseus: “Como é que, sendo maus, podeis dizer coisas boas?” As
palavras saem do tesouro do coração. Se o tesouro é mau, também más serão as
palavras e ações, quer as primeiras exprimam abertamente a maneira de pensar,
quer sirvam de disfarce à mentira, à hipocrisia
ou à maldade. Versículos 36 e 37: “Ora, eu vos digo que os homens, no
dia do julgamento, darão contas de toda palavra ociosa que houverem proferido.
Porque sereis justificados pelas vossas palavras e pelas vossas palavras sereis
condenados”. As traduções preferiram os termos: ociosa e inútil para – dando
maior extensão ao texto – fazerem que as palavras do Mestre ABRANGESSEM A TODOS E NÃO SOMENTE AOS
BLASFEMADORES. Essa alteração do original teve por efeito reprimir os
costumes e por um freio ao deboche dos inimigos do Evangelho. Estendendo a
sentença do Cristo até às palavras ociosas, restringia a linguagem aos limites
do justo e do necessário. Sendo mister coibir as conversações mais que
levianas, capazes de desviar as inteligências do fim elevado que se lhes
propunha, necessário era que se batesse com força para atingir esse objetivo. O DIA DO JUGAMENTO, em que os homens
prestarão contas, é aquele em que o Espírito culpado, após a morte, faz uma
introspecção, observa a sua passada existência, suas faltas ou crimes e, TOCADO PELO ARREPENDIMENTO, FUSTIGADO PELO
REMORSO, SOFRE A EXPIAÇÃO, INEVITAVELMENTE SEGUIDA DA NECESSIDADE DE
REENCARNAR. E ISSO EXPLICA A ADVERTÊNCIA DE JESUS: NÃO SAIRÁS DA PRISÃO (O
CORPO MATERIAL) ATÉ PAGARES O ÚLTIMO CEITIL.
O “MILAGRE” DE JONAS
P – A passagem do “milagre” de Jonas tem sido causa de
muita controvérsia. Como a explica, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R – Vejamos o Evangelho segundo Mateus, XII: 38-42, e
segundo Lucas, XI: 29-32.
MATEUS: 38 –
Então, alguns dos escribas e fariseus lhe disseram: “Mestre, queremos ver um milagre
feito por ti”. 39 – Jesus lhes respondeu: “Esta geração adúltera e má pede um
milagre, mas nenhum outro lhe será dado senão o do Profeta Jonas. 40 – Assim
como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, também o
Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra. 41 – Os
Ninivitas, no dia do juízo, se levantarão contra esta geração para condena-la,
pois eles fizeram penitência ao ouvirem a pregação de Jonas: e aqui está quem é
maior do que Jonas. 42 – A rainha do Sul se levantará, no dia do juízo, contra
esta geração e a condenará, pois veio dos confins da terra para ouvir a
sabedoria do rei Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão.
LUCAS: 29 –
Disse, então, à turba que o cercava: “Esta geração perversa me pede um sinal;
mas nenhum sinal lhe será dado senão o do Profeta Jonas. 30 – Assim como Jonas
foi sinal para os ninivitas, o Filho do Homem o será para esta geração. 31 – A
rainha do Sul se levantará no juízo com os homens desta geração, e os
condenará, pois veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e
eis aqui quem é maior do que Salomão. 32 – Os ninivitas se levantarão, no
juízo, contra esta geração para condena-la, pois se arrependeram ouvindo a
pregação de Jonas; e eis aqui esta quem é maior do que Salomão”.
Aquela geração, que repelia todos os esforços
empregados para conduzi-la ao caminho do Bem, era má e adúltera: ADÚLTERA NO
SENTIDO DE DESPREZAR A FÉ NO SEU DEUS PARA SE ENTREGAR ÀS PRÁTICAS MATERIAIS
LAMENTÁVEIS. Não é este o lugar de vos explicarmos como se deu o que os
homens consideraram a passagem de Jesus da vida material para a morte e a sua
volta a vida espiritual. Respondei-nos, porém: - Sua ressurreição depois de
três dias e três noites de morte aparente, mas considerada real pelo vulgo –
não constitui um milagre, idêntico ao que se atribui a Jonas? Dizemos “que se
atribui” a Jonas porque o fato, que com ele se deu, foi referido aos hebreus
ampliado, comentado e desnaturado. Houve, da parte do narrador, erro e falsa
interpretação quando disse “ que Jonas fora atirado ao mar; que Deus preparara
um peixe imenso para engolir o profeta; que este passou três dias e três noites
dentro de tal peixe; que o Senhor falou ao peixe e que este pela boca deitou
Jonas na praia”. JONAS NÃO FOI LANÇADO AO MAR: ESTEVE, SIM, TRÊS DIAS E TRÊS
NOITES A FERROS NO FUNDO DO NAVIO QUE O LEVAVA. Um devotado marinheiro tirou-o de lá e o
trouxe; num bote, até à praia, onde o deixou. Salvou-o, portanto, a dedicação
de um homem – que serviu de instrumento à Divina Providência – o qual, por
influência e inspiração espirituais, cumpriu a vontade de Deus, libertando
Jonas das cadeias que o prendiam, trazendo-o num bote do navio e deixando-o na
praia. A credulidade e a atração que exerce no homem tudo o que revista a
auréola do maravilhoso deram origem à crença num acontecimento sobrenatural,
isto é, num milagre. ENTRETANTO, O GRANDE PEIXE OUTRO NÃO ERA SENÃO O NAVIO
A CUJO BORDO ESTAVA JONAS: A BOCA NADA MAIS ERA QUE O BOTE, QUE DEIXOU O
PROFETA NA PRAIA. Dizendo “Assim como Jonas foi sinal para os ninivitas,
assim também o Filho do Homem o será para esta geração. Jesus se colocava –
como sempre – no ponto de vista das crenças humanas, relativamente a Jonas e a
si próprio. O profeta que era um homem igual aos demais, foi tido pelos
habitantes de Ninive como um ENTE EXCEPCIONAL DA RAÇA HUMANA, visto que
pudera viver dentro de um peixe e sair, são e salvo, depois de haver passado
ali três dias e três noites. Para o vulgo, e mesmo para os discípulos, Jesus
era um homem igual aos outros, com um corpo de carne e ossos, exatamente como
os corpos deles. Em tais condições, sua ressurreição e sua ascensão não podiam
ser mais compreensíveis nem menos milagrosos do que a volta de Jonas. Mas vós,
que conheceis as causas e compreendeis os efeitos, não podeis ver na
ressurreição e na ascensão de Jesus mais do que uma conseqüência da sua missão
e da sua organização fluídica. SIM, NÃO HÁ MILAGRE NO SENTIDO QUE LHE DÁ A
IGREJA HUMANA, COM DERROGAÇÃO DAS LEIS IMUTÁVEIS QUE DEUS ESTABELECEU PARA TODA
A ETERNIDADE.
JONAS, NINIVE E A RAINHA DE SABÁ
P – Só mesmo o Evangelho em Espírito e Verdade, à luz
do Novo Mandamento, aclara todas as dúvidas dos homens! Como vemos, até hoje as
igrejas humanas explicam na base do milagre a “ressurreição” e a “ascensão” de
Jesus! Que diz a isto o Espírito da Verdade?
R – Evidentemente, a ressurreição e à ascensão de
Jesus só se explicam pela revelação que vos trouxemos da origem do Cristo, do
seu corpo fluídico (ou perispírito tangível) que ele tornou, com a forma ou
aparência do corpo humano. Entretanto, os homens daquela época, presenciando a
“ascensão”, O QUE VIRAM FOI UM CORPO, FEITO DE MATÉRIA IMPURA, ELEVAR-SE POR
SI MESMO, PARA IR INSTALAR-SE LÁ ONDE TUDO É ESPIRITUAL. Bem mais sensível
era o milagre para os homens de então. Foi, por assim dizer, essa
impossibilidade da reunião da matéria com a espiritualidade que preparou a
vossa era. Foi ela que, da crença nos milagres, afastou os pensadores. Tão
concebível se lhes patenteou aquela reunião que ELES PROCURARAM UMA
EXPLICAÇÃO POSSÍVEL PARA O FATO E ACABARAM NEGANDO-O POR NÃO PODEREM ACREDITAR
NELE. Todos, porém, hão de aceitar a explicação simples, racional e
irrefutável, da tangibilidade conferida ao perispírito do Mestre. Roto o véu,
compreendeis agora que Jesus, desde o momento em que não quis mais conservar
aquela tangibilidade, haja – sob a aparência do corpo humano – mantido a sua
essência etérea; haja podido sair do sepulcro sem arrombamento, não ficando
nele fragmento algum do corpo; haja podido apresentar-se a muitas pessoas em
diversos lugares e retomar a tangibilidade, quando isso foi preciso; haja,
finalmente, voltado à plenitude das suas faculdades espirituais quando,
elevando-se na presença de seus discípulos, voltou para as regiões etéreas de
onde se exilara voluntariamente, PARA VÓS CONVENCER E VOS SALVAR DE VÓS
MESMOS. Dizendo o que consta dos versículos 41 e 42 de Mateus, 31 e 32 de
Lucas, tinha o Cristo a intenção de – como sempre – ferir a imaginação dos
hebreus por meio de um paralelo entre a época das Escrituras e aquela em que
ele falava. Com relação aos habitantes de Ninive – Está bem claro que a
comparação não era possível e não foi feita por Jesus senão com os que haviam
tirado proveito da pregação de Jonas, permanecendo na via do Senhor, depois de
terem ingressado nela, COM OS QUE A RECEBERAM, E PARA LOGO A ESQUECERAM, NÃO
SERIA POSSÍVEL ESTABELECER COMPARAÇÃO ALGUMA. Com relação à rainha de Sabá
– Ela viera das montanhas do Líbano, as quais – para os judeus daquele tempo –
ficavam nos confins da terra, a fim de ouvir o rei Salomão, cuja grande
reputação de sabedoria a atraíra. Depois de conversar com ele, ouvindo
longamente as suas palavras, disse a rainha do Sul: “Bem maiores que a fama,
que chegou até mim, são a tua sabedoria e as tuas obras! Felizes são os que
te pertencem! Felizes são os teus servos, que estão sempre na tua presença e
escutam as palavras da tua sabedoria! Bendito seja o Senhor teu Deus, que te
dispensou as suas complacências, que te colocou no trono de Israel e te fez
rei, para reinares com eqüidade e distribuíres a justiça!” Os Ninivitas que,
aproveitando a pregação de Jonas, entraram e permaneceram na via do Senhor e a
rainha de Sabá que, cedendo à inspiração que recebera, reconheceu a grandeza de
Deus e a sabedoria daquele a quem fizeram rei, ERAM A CONDENAÇÃO DOS
HEBREUS, QUE RESISTIAM A TODOS OS ESFORÇOS DE JESUS PARA OS RECONDUZIR AO BOM
CAMINHO. Depois de aludir às escrituras, comparando o que elas narram com o
que se passava em torno de si, Jesus chamou a atenção dos homens para a
superioridade da sua missão (superioridade que só a Nova Revelação pode
apresentar em Espírito e Verdade) e para a culpabilidade dos que se rebelavam
contra suas palavras e seus exemplos, dizendo: “AQUI ESTÁ QUEM É MAIOR DO
QUE JONAS: AQUI ESTÁ QUEM É MAIOR DO QUE SALOMÃO”. Salomão e Jonas eram
Espíritos em missão, mas de ordem inferior. Seria admissível que Jesus se
equiparasse a qualquer dos dois sendo ele O CRISTO DE DEUS, O ÚNICO
REPRESENTANTE DO SENHOR NA TERRA, O MESTRE, REI DO VOSSO PLANETA E DA SUA
HUMANIDADE? HOJE COMPREENDEIS TUDO ISSO FACILMENTE, À LUZ DO NOVO MANDAMENTO.
O ASSÉDIO INCESSANTE DA TREVA
P – Queremos debater, em nosso Posto Familiar ,
o caso do Espírito imundo que volta à sua residência. Como o Espírito da
Verdade interpreta essa passagem, pelo CEU da LBV?
R – Harmonizemos Mateus, XII: 43-45 com Lucas, XI:
24-26.
MATEUS: 43 –
Quando o Espírito impuro sai de um homem, vagueia por lugares áridos em busca
de repouso, e não o encontra. 44 – Diz,
então: “Voltarei para a casa de onde saí”. E, voltando, a encontra vazia, limpa
e ornada. 45 – Então parte de novo, arrebanha sete outros Espíritos ainda
piores do que ele, entram todos na casa e passam a habita-la. Ora, o último
estado do homem fica sendo pior que o anterior. Assim acontecerá com esta
geração criminosa.
LUCAS: 24 –
Quando o Espírito imundo sai de um homem, anda por lugares áridos, em busca de
repouso. E, não o encontrando, diz: “Voltarei para a casa de onde saí”. 25 –
Voltando, ele a encontra varrida e ornamentada. 26 – Vai-se, então, de novo,
reúne outros sete espíritos mais impuros do que ele, e entram todos na casa e
lá se instalam. E o último estado do homem fica sendo pior que o de antes. 27 –
Ora, sucedeu que quando Jesus dizia essas coisas, uma mulher, elevando a voz do
meio do povo, lhe disse: “Feliz é o ventre que te trouxe ao mundo!
Bem-aventurados os seios que te amamentaram!” 28 – Jesus, porém, respondeu:
“Felizes e bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a praticam!”
Jesus fazia ver aos homens que lhes cumpria estar
sempre em guarda contra as más paixões que, repelidas a princípio facilmente,
voltam depois com mais força e maior tenacidade. Tomai, se quiserdes, por
símbolo das más paixões os “Espíritos imundos” do Evangelho, os maus Espíritos
cuja influência vos ensinamos a evitar. Aquele que, fraco de Espírito, cede com
facilidade às más inspirações, por serem más as suas tendências, oporá –
tomando boas resoluções – sério obstáculo aos esforços que empreguem os Espíritos
malfazejos, no sentido de o arrastarem para o mal. O Espírito que o
influenciava se afasta, e vai em busca de alguma outra inteligência que lhe
seja mais fácil impressionar, A FIM DE SE APODERAR DELA, TENDO SEMPRE,
PORÉM, DEBAIXO DAS VISTAS, AQUELE SOBRE QUEM EXERCIA SUA AÇÃO FUNESTA E QUE
FÔRA OBRIGADO A ABANDONAR. Ora, ao notar da parte deste um descuido, por
menor que seja, um relaxamento das boas resoluções, volta prontamente a se
apossar da sua antiga vítima. Se encontrar resistência, não podendo esta ser
muito forte, pois não nasce de um sentimento realmente puro, ELE SE
OBSTINARÁ E, SE FOR PRECISO, CHAMARÁ EM SEU AUXÍLIO OS
ESPÍRITOS INFERIORES QUE O CERCAM, SEMPRE DISPOSTOS AO MAL. Todavia, não
concluais das nossas palavras que todas as vossas ações más, todos os vossos
maus pensamentos sejam resultado de uma influência oculta. SE EM VÓS NÃO EXISTIR O
GERME DO MAL, NÃO ATRAIREIS OS ESPÍRITOS DO MAL. As vossas tendências, boas
ou más, é que determinam a ordem dos Espíritos que virão grupar-se em torno de
vós. Os que simpatizarem com os vossos pendores certamente vos cercarão.
VIGIAI, PORTANTO, PORQUE O ASSÉDIO DA TREVA É INCESSANTE. Policiai, a todo
instante, os vossos pensamentos mais secretos; varrei cuidadosamente a vossa
casa; purificai a vossa Alma e montai guarda à porta do santuário, a fim de
impedirdes a aproximação dos que não sejam dignos de penetrar nele! COMO
ORDENA JESUS: VIGIAI E ORAI, ORAI E VIGIAI!
O ESPÍRITO ACIMA DA LETRA
P – As explicações do CEU da LBV libertam da letra que
mata, o espírito que vivifica. Como o Espírito da Verdade interpreta a
expressão “lugares áridos” de Jesus?
R – É o que consta do versículo 43 de Mateus e 24 de
Lucas, no capítulo em estudo os “lugares áridos”, por onde erra o Espírito
impuro (o Espírito mau) sem encontrar abrigo, são os homens purificados, que
não lhes dão entrada às sugestões.
P – “Busca repouso e não o encontra”. Qual o sentido
oculto dessas palavras?
R – O Espírito mau busca UMA OCUPAÇÃO CONDIZENTE COM SEUS INSTINTOS, TENDÊNCIAS OU CAPRICHOS.
Jesus, não o esqueçais, falava aos judeus, e os judeus acreditavam que o
Espírito imundo, habitava no homem subjugado. O Mestre os deixava nessa crença,
para que a possessão lhes inspirasse horror ainda maior. Ora, falando para ser
compreendido por aqueles homens, era natural que lhes figurasse o Espírito
impuro a procurar repouso nos lugares áridos sem o encontrar, isto é, A RONDAR OS HOMENS FORTES E A ENCONTRA-LOS
SURDOS ÀS SUAS INSTIGAÇÕES. Aí tendes, na altura do vosso entendimento, o
espírito despojado da letra. Tentando penetrar num homem, cuja Alma se ache bem
guardada, e não o conseguindo, sendo forçado a afastar-se sem ver lugar para
seu repouso – aí tendes a lição na altura do entendimento dos judeus a quem o
Cristo falava.
P – Como devemos entender o versículo 44 de Mateus e
mais os 24 e 25 de Lucas?
R – Aquele que, embora por pouco tempo, expurga a Alma
de seus maus pendores, dá imediato acesso aos SENTIMENTOS BONS, QUE SE OPÕEM AOS MAUS INSTINTOS, AS VIRTUDES SÃO O
ORNAMENTO DA ALMA. É preciso que, quando o Espírito mau queira voltar para
a casa de onde saiu, a encontre limpa e ornada. Nutrindo sentimentos de real
pureza, conservai vossa Alma sempre inacessível aos maus instintos e às
seduções da treva. Ornai-a de virtudes, para que o Senhor nela encontre morada
digna dele, para que lhe seja grato ampliar cada vez mais o vosso progresso,
moral e intelectual, concedendo-vos a assistência dos Bons Espíritos, cujo
amparo conseguireis com a vossa perseverança na fé.
A COMUNHÃO DO CRISTO
P – Os ensinos do CEU da LBV, no capítulo em exame,
parece ter relação com o chamado “sacrifício da eucaristia”. Que diz a isso o
Espírito da Verdade?
R – Sim, mas nunca no sentido que lhe poderia dar a
igreja humana. Não admitais que o corpo do homem possa servir de morada, nem
eterna, nem temporária, à Divindade, como pretende a igreja romana, cujos erros
provieram todos da falsa interpretação das Sagradas Escrituras; pois sempre as
compreendeu segundo a letra, jamais segundo o espírito. Não admitais que “corpo
e o sangue reais do Salvador” (expressões do romanismo) se possam EQUIPARAR AOS ALIMENTOS HUMANOS E FICAR,
DESSE MODO, SUJEITOS AS LEIS DA DIGESTÃO NO CORPO DO HOMEM! Não admitais
que o perispírito tangível, do que Jesus se revestiu temporariamente, atendendo
às exigências e à duração da sua missão terrena, vaso precioso que continha uma
essência ainda mais preciosa, formada de fluidos que – na chamada hora da
ascensão – foram restituídos aos meios de onde haviam sido tirados, possa estar
submetido àquelas leis! NÃO ADMITAIS QUE
O ESPÍRITO DE JESUS ESSÊNCIA PERFEITA, DE PUREZA IMACULADA, FAÇA DO CORPO
HUMANO A SUA HABITAÇÃO! A comunhão do Cristo, simbolizada pela ceia, como
vos explicaremos quando chegar a ocasião, foi o último e solene apelo feito por
ele em prol da fraternidade contida em seu Novo Mandamento.
A comunhão dos discípulos era uma lembrança simbólica daquela outra comunhão.
Cristãos de todas as correntes, aprendei o que ensina a Nova Revelação que Deus
vos manda e que vos trazemos em nome de Jesus: PARA O ESPÍRITO DEVE SER TUDO ESPIRITUAL, O HOMEM RECEBE “ O CORPO E O
SANGUE” DE JESUS APENAS SIMBOLICAMENTE, POIS REPRESENTAM O SEU EVANGELHO, A SUA
DOUTRINA DE SALVAÇÃO, O CORPO PARA ALIMENTAR-LHE A ALMA, O SANGUE PARA LAVA-LA
DE SUAS IMPUREZAS, MAS A MATÉRIA NÃO PARTICIPA, DE MODO ALGUM, DESSE
SACRIFÍCIO! QUE TOMEIS as vossas refeições antes ou depois do “sacrifício”,
pouco importa. Das superfluidades humanas é que cumpre vos abstenhais, antes do
ato da “comunhão”, que deverá simbolicamente aproximar o vosso Espírito do
Redentor que, fazendo a sua aparição na Terra, se abaixou até vós para vos
elevar. Praticai, sim, esta abstinência! Com o intuito de vos preparardes para
essa festa de família, imponde-vos algumas privações, que possam redundar em
proveito – tanto material quando moral e intelectual – de vossos irmãos. IMPONDE-VOS MORTIFICAÇÕES MORAIS; CONVIDAI
PARA A CEIA DO NOVO MANDAMENTO AQUELES QUE SE HOUVEREM AFASTADO DE VÓS OU DE
QUEM VOS HOUVERDES AFASTADO. CONVIDAI-OS PELO PENSAMENTO, NA ORAÇÃO, SE NÃO O
PUDERDES FAZER DE OUTRA MANEIRA PERDOANDO-LHES DE CORAÇÃO AS OFENSAS E TOMANDO
A RESOLUÇÃO IRREVOGÁVEL DE NÃO GUARDAR QUEIXA ALGUMA DE TODOS OS ELES.
Praticai a ceia do senhor espiritualmente, em comum, como os apóstolos sempre
realizaram, até a época em que as paixões e os maus instintos forçaram a
mudança, determinando a instituição da comunhão aparente, pois QUEM SE APROXIMA DA MESA DO MESTRE LEVANDO
NO CORAÇAO UM SENTIMENTO MAU INCORRE NO
CRIME DE TRAIÇAO DE JUDAS ISCARIOTES. RESTAURAI A CRIA DO NOVO MANDAMENTO,
CONVIDANDO OS IRMAOS DE TODAS AS CRENÇAS RELIGIOSAS E FILOSOFICAS, POIS SÓ
ASSIM CUMPRIREIS A ORDEM DO CRISTO, FORMANDO UM SO REBANHO PARA UM SÓ PASTOR!
FORA DE DEUS NÃO HÁ SEGURANÇA
P – Disse Deus: “Sem mim, nada podereis fazer”.
Compreendemos, sinceramente, que toda a nossa segurança está em Deus, no Cristo
e o Espírito Santo. Como o Espírito da Verdade explica o versículo 45 de
Mateus, no capitulo em estudo?
R – Parte, então, de novo o Espírito mau, arrebanha
sete outros Espíritos ainda piores do que ele, entram na casa e passam a
habita-la; e o ultimo estado do homem fica sendo pior que o anterior. Depois de
pronunciar estas palavras, cujos sentido e alcance já conheceis, o Mestre
acrescentou: “Assim acontecerá com esta geração criminosa. A RECAIDA É PIOR DO QUE A MOLÉSTIA. A GERAÇAO DE QUE JESUS FALAVA
DISPUNHA DE TODOS OS MEIOS PARA SE ESCLARECER E PROGREDIR. Tocada pelas
prédicas do Bom Pastor, parte dela tentara reformar-se. Mas a boa semente caíra
sobre pedregulhos: as más paixões, por um momento sopitadas, voltaram com mais
força à antiga habitação, tornando a expiação mais longa e mais dolorosa. Que o
mesmo não suceda com a geração a quem Cristo hoje se dirige, mediante a Nova
Revelação! Disse o mestre: “MAIS SE
PEDIRÁ A QUEM MAIS SE DEU”. Ora, os que repelem a luz que se lhes
apresenta, os que apagam ou fecham os olhos para não vê-la, terão de prestar
muito maiores contas do que aqueles que vivem nas trevas da ignorância.
P – Como devemos entender os versículos 27 e 28 de
Lucas?
R – A mulher que elevou a voz do meio da multidão
falou, como médium, sob a inspiração momentânea de um Guia, que assim deu
ensejo à resposta de Jesus. Fora previsto, evidentemente, tudo o que pudesse
servir de ensinamento ao povo. As palavras da mulher tinham todo cabimento, do
ponto de vista das crenças humanas de então, segundo as quais JESUS ERA FILHO DE JOSÉ E MARIA.
Realmente, o fato de haver Maria, como os homens acreditavam, gerado e
amamentado Jesus, indicava da parte dela grande elevação espiritual. Esta,
porém, ela a alcançara antes de lhe ser concedido desempenhar a missão de
Redentor, ao passo que aqueles a quem Jesus pregava, pecadores e culpados,
pouco até então haviam merecido; ENTRETANTO,
MUITO VIRAM A MERECER, DESDE QUE RECEBESSEM COM FÉ E PUSESSEM EM PRATICA AS PRECIOSAS
LIÇOES QUE LHES ERAM DADAS. Bem podia Jesus, portanto, dizer: “Mais felizes
são os que ouvem a Palavra de Deus e a praticam!” Ele antevia o progresso
imenso que fariam os que sinceramente enveredassem pela nova estrada. Também
nós, ò bem amados, vos dizemos: - Felizes os que recebem a luz e se esclarecem
com seus raios, aqueles que escutam a Palavra do Evangelho e do Apocalipse,
pondo-a em pratica em Espírito e Verdade! Iniciando-vos, desde a vida terrena
nos “mistérios da vida eterna”, abreviais a duração das provas no estado de
Espíritos livres. Evitais, sobretudo, a expiação, pondo-vos em guarda contra
vós mesmos. Por tudo isso, PROCURAI
PROGREDIR NA VIDA TERRENA E MAIS RAPIDAMENTE PROGREDIREIS QUANDO VOLTARDES DA
VIDA ETERNA!
A FAMÍLIA DE JESUS
P – Um assunto empolgante, para todos nós, está nos
Evangelhos que falam dos parentes de Jesus, no próprio entender do Mestre. Como
nos explica essas passagens o Espírito da Verdade, pelo CEU da LBV?
R – Vamos harmonizar os Evangelhos Sinóticos: Mateus,
XII: 46-50, Marcos, III: 31-35 e Lucas, VIII: 19-21.
MATEUS: 46 –
Estando Jesus ainda a pregar à multidão, sua mãe e seus irmãos, do lado de
fora, procuravam falar com ele. 47 – Alguém, então, lhe disse: “Tua mãe e teus
irmãos aí fora, procuram falar contigo”. 48 – Respondendo a quem assim falara,
disse Jesus: “Quem é minha mãe e quais são os meus irmãos?” 49 – E estendendo a
mão para os discípulos, falou: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. 50 – Quem
quer que faça a vontade do Pai Celestial esse é meu irmão, minha irmã e minha
mãe”.
MARCOS: 31 –
Sua mãe e seus irmãos, tendo vindo e ficado do lado de fora, o mandaram chamar.
32 – Ora, como a multidão o cercasse, alguém lhe disse: “Olha que tua mãe e
teus irmãos te procuram”. 33 - Mas Jesus
lhe perguntou: “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos?” 34 – E, olhando
para os que estavam sentados em redor dele, disse: “Eis aqui minha mãe e meus
irmãos; 35 – porquanto aquele, que fizer a vontade de Deus, é meu irmão, minha
irmã e minha mãe”.
LUCAS: 19 –
Sua mãe e seus irmãos vieram ter com ele, mas não puderam vê-lo por causa da
multidão. 20 – Disseram-lhe, então: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te
querem ver”. 21 – Mas Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são todos
aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam”.
Não estando ligado à Virgem Maria por nenhum laço
humano, Jesus patenteava aos homens os sentimentos de amor e fraternidade que
os deviam unir. Efetivamente, qual poderia ser o desejo do Bom Pastor, que
vinha em busca das ovelhas tresmalhadas? Qual poderia ser o seu objetivo?
Reuni-las em torno de si. Todas, fossem quais fossem. Sendo, com relação aos
homens, pela sua pureza e pelo seu poder, o Unigênito do Pai, e vindo
dizer-lhes “SOIS TODOS, COMO EU FILHOS DE DEUS”. Jesus precisava
demonstrar que punha em prática os ensinos que dava à multidão e provar que TODOS
OS SERES HUMANOS SÃO, DE FATO, FILHOS DE DEUS E, POR ISSO, IRMÃOS DELE,
ENQUANTO CAMINHAM NAS VIAS DO SENHOR. Falando do Cristo, usamos a expressão
“ o Unigênito” ou “Filho Único” do Pai Celestial. Ele o era e é, no sentido de
ser, pela sua elevação espiritual, única relativamente à de todos os Espíritos
que se acham ligados ao vosso planeta, quem lhe preside os destinos. Desse
ponto de vista e comparado a vós outros, Jesus pode e deve ser considerado FILHO
ÚNICO DO TODO-PODEROSO. Sua essência pura, que nunca se desviou da linha do
progresso, se aproxima da natureza do Criador Universal. Insistimos: seu poder
ilimitado, sobre tudo o que concerne à Terra, participa da Onipotência Divina,
com a qual ele está sempre em RELAÇÃO DIRETA. Maria e os chamados irmãos
de Jesus o foram procurar, induzidos pela influência espiritual dos seus Anjos
da Guarda e também levados pela idéia de que – devendo o Mestre atender às
necessidades do corpo – lhes cumpria ir à sua procura, para esse fim. Conquanto
fosse um Espírito muito elevado. Maria estava, até certo ponto, submetida à
matéria que a envolvia; não compreendia que Jesus pudesse resistir a tão
grandes fadigas, SEM TOMAR OS ALIMENTOS QUE SUSTENTAM O CORPO. Tinha ela
a intuição da sua sorte futura: mas como sempre, o passado se lhe apresentava
coberto por um véu: o véu da carne. Nunca é demais repetir: em virtude da
revelação que lhes fora feita, e que se conservou secreta até depois de finda a
missão terrena do Mestre, JESUS, PARA MARIA E JOSÉ ERA UM ENTE EXCEPCIONAL,
GRANDE AOS OLHOS DE DEUS POR SER FILHO DO MESMO DEUS E QUE ENCARNARA
MILAGROSAMENTE, MAS SEM DEIXAR DE PARTICIPAR DA NATUREZA DO HOMEM E DE ESTAR
SUJEITO ÀS NECESSIDADES DA EXISTÊNCIA HUMANA. E para os homens, ele era um
homem igual aos outros , filho – por obra humana – de José e Maria, e como tal
o consideraram enquanto durou sua missão terrena e até a época em que já
encerrada aquela missão, a revelação se tornou conhecida do povo. A ida de
Maria e dos chamados irmãos de Jesus à procura deste lhes foi inspirada para
provocar como provocou, a profunda observação do Mestre. Ao que lhe dissera:
“Tua mãe e teus irmãos te procuram” ele respondeu perguntando: Quem é minha mãe
e quem são os meus irmãos?” E acrescentou, apontando os discípulos: “EIS
AQUI MINHA MÃE E MEUS IRMÃOS POIS AQUELE QUE CUMPRE A VONTADE DO PAI, A VONTADE
DE DEUS ESSE É MEU IRMÃO MINHA IRMÃ E MINHA
MÃE: MINHA MÃE E MEUS IRMÃOS SÃO TODOS AQUELES QUE OUVEM A PALAVRA DE
DEUS E A PRATICAM”. As versões de Mateus, Marcos e Lucas são exatas e se
completam: Jesus apontou com a mão para os discípulos que o cercavam e
respondeu, deixando fluir sobre o povo a atração poderosa do seu olhar
irradiação magnética que atraía os homens como o ímã atrai o ferro. Por esse
gesto ele apresentava seus discípulos como exemplo e atraia para eles a
multidão que os teria de imitar. Ao dar aquela resposta, o presente e o futuro
se completavam no seu pensamento. Deu-a tendo por fim (atento o motivo que
determinara a ida de Maria e dos que eram designados por irmãos dele) provar que
A MISSÃO, A CUJO DESEMPENHO SE CONSAGRAVA NO MEIO DOS HOMENS, SOBRELEVAVA
AOS LAÇOS DA FAMÍLIA HUMANA E AS NECESSIDADES MATERIAIS QUE, NO ENTENDER DOS
MESMOS HOMENS, SE LHE FAZIAM SENTIR. Em todas as oportunidades, Jesus
procurava despertar as consciências. Tinha também por fim atentas às palavras
que lhe eram dirigidas mostrai veladamente que nenhum laço humano o prendia a
Maria Santíssima nem aos que eram tidos por seus irmãos, nem aos Apóstolos e
aos discípulos, SÓ OS LIGAVA O LAÇO ESPIRITUAL, O PARENTESCO ESPIRITUAL,
TUDO SEGUNDO O ESPÍRITO, NADA SEGUNDO A CARNE E ASSIM MESMO RELATIVAMENTE AOS
QUE HOUVESEM FEITO A VONTADE DIVINA OUVINDO E PONDO EM PRÁTICA A PALAVRA
DE DEUS!
A GRANDE FAMÍLIA ESPIRITUAL DE JESUS
P – Foi muito oportuna a explicação sobre as palavras
do Cristo: “Quem é minha mãe e quais são os meus irmãos?” Liquidou a
argumentação dos que acusavam o Mestre de indiferença para com sua família! Que
tem ainda a nos dizer, a respeito do assunto, o Espírito da Verdade?
R – “Eis aqui minha mãe e meus irmãos! Minha mãe e
meus irmãos são os que ouvem a Palavra de Deus e a praticam”. Ao dar esta
resposta, Jesus visava, também, a preparar os homens para – nos tempos preditos
– receberem a Nova Revelação, que lhes faria conhecer sua verdadeira origem, as
condições e o modo por que se deu a sua aparição na Terra, sua missão
messiânica, sua potencialidade e seus poderes como ÚNICO REPRESENTANTE DE DEUS NO QUE DIZ RESPEITO AO NOSSSO PLANETA CUJA
FORMAÇAO PRESIDIU, tendo por meta dirigir-lhe o progresso e levá-lo à
realização de seus destinos, conduzindo a Humanidade à Perfeição pela
regeneração espiritual, através do amor e da ciência pura. Por esta Nova
Revelação, ficam todos sabendo, EM
ESPÍRITO E
VERDADE , À LUZ DO
NOVO MANDAMENTO, QUE JESUS É DE TODOS IRMÃO E AO MESMO TEMPO SENHOR, PELO PODER
ILIMITADO QUE TEM SOBRE QUANTO SE RELACIONA COM O MUNDO QUE HABITAIS.
Tinha, ainda, por fim preparar os homens para – quando chegasse o momento –
abandonarem a crença de que “Jesus é Deus e Maria é mãe de Deus” crença que
(ele mesmo o previra) se havia de generalizar, uma vez terminada a sua missão
terrena, de acordo com o estado das inteligências, com as impressões,
interpretações e aspirações humanas e, ainda, com as necessidades da época.
Correspondendo a essas necessidades e servindo para preparar os tempos de hoje
(que, então, eram o futuro) tal crença seria, como realmente foi, uma condição
e um meio de progresso, MAS QUE HOJE NÃO
TEM MAIS NENHUMA RAZÃO DE SER. Disseram a Jesus: “Tua mãe e teus irmãos te
procuram”. Confrontando tais palavras com estas outras “Não é esse o filho do
carpinteiro? Sua mãe não é Maria? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e
Judas?” (Mateus XIII: 55); com mais estas “E todas as suas irmãs não se acham
entre nós?” (Mateus, XIII:56); com estas, ainda “ Não é esse Jesus o
carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José e de Simão?” (Marcos,
VI:3); e com estas mais “E José não a tinha conhecido quando ela se deu à luz o
seu filho primogênito, ao qual deu o nome de Jesus” (Mateus, I:25) – PRETENDEM ALGUNS IGNORANTES, AINDA HOJE,
AFIRMAR QUE O CRISTO TEVE IRMÃOS E IRMÃS POR OBRA DE JOSÉ E MARIA! Há nisso
um erro manifesto que, após as discussões travadas outrora e principalmente nos
dias deste fim de ciclo, não pode nem deve subsistir. Diante da Nova Revelação,
relativamente à verdadeira origem espiritual do Mestre, ao seu aparecimento na
Terra, à natureza e ao caráter da sua missão no passado, no presente e no
futuro; à elevação e à pureza de Maria e de José, à natureza e ao caráter da
missão que os dois desempenharam, auxiliando a Obra do Salvador – SEMELHANTE ERRO TEM DE DESAPARECER DAS
CONTROVÉRSIAS E DEBATES HUMANOS. Somente aos olhos dos homens, jamais na
realidade dos fatos, existia parentesco próximo entre Jesus e aqueles que eram
chamados seus irmãos e suas irmãs por laços de sangue. Em hebreu a palavra
irmãos tinha várias acepções: significava, ao mesmo tempo o irmão propriamente
dito, o primo co-irmão, o simples parente. Entre os judeus os descendentes
diretos da mesma linha eram considerados irmãos, se não de fato, ao menos de
nome, e se confundiam, muitas vezes, tratando-se indistintamente de irmãos e
irmãs. Geralmente se designavam pelo nome de irmãos os que eram filhos de
pais-irmãos, os que agora chamais primos-irmãos. Assim, os chamados irmãos e
irmãs de Jesus nos Evangelhos citados eram segundo o parentesco humano que
entre eles havia aos olhos dos homens seus primos-irmãos. Maria não era filha
única: tinha uma irmã, que também se chamava Maria, mulher de Cleofas e mãe de
Tiago, de José, de Simão e de Judas, que todos tratavam como “irmãos de Jesus”.
Do mesmo modo as chamadas irmãs do Cristo eram suas primas co-irmãs, de acordo
com o parentesco humano que, segundo os homens havia entre elas e o Mestre. Que
importaria aos homens que Jesus tivesse irmãos e irmãs na Humanidade, uma vez
que a essência deles não podia ser igual à do Cristo Espírito Perfeito que
encarnara, para ser visto pelos mesmos homens, tomando um perispírito tangível,
com a forma ou a aparência do corpo humano, adequado às necessidades e à
duração da sua missão terrena? TAL,
PORÉM NÃO PODIA DAR-SE E NÃO SE DEU: Espíritos muito elevados, José e Maria
sofriam o constrangimento do envoltório material que haviam aceitado, mas não
estavam sujeitos aos instintos carnais de que já se haviam libertado. Exilados
momentaneamente da verdadeira pátria dela guardavam intuitivamente a lembrança
e um, unicamente um, era o anelo de ambos: voltar para lá. Nunca se deve
acompanhar o curso de um rio de águas impuras. Deixai que os ímpios desnaturem
os fatos mais sérios. Nós repetimos: ESPIRITOS
MUITO ELEVADOS, ENCARNADOS EM MISSÃO SUPERIOR , JOSÉ E MARIA NÃO EXPERIMENTAVAM
AS NECESSIDADES CARNAIS DA HUMANIDADE. Intuitivamente preparada para a
missão que lhe cumpria desempenhar naquela grande Obra de Regeneração, cujo
desenlace constituiu exemplo para todas as raças humanas que, a partir de
então, se sucederam, Maria foi e permaneceu sempre virgem. José, menos elevado
que ela, mas também desempenhando missão sagrada, compreendeu, pela revelação
do Anjo. QUAL O OBJETIVO DA SUA
EXISTÊNCIA MATERIAL E A ELA SE CONSAGROU INTEIRAMENTE, PARA HONRA E GLÓRIA DE
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!
FILHO PRIMOGÊNITO
P – Uma pergunta nos ocorre, diante dos argumentos dos
materialistas dialéticos: – Qual o sentido real da expressão “filho
primogênito”? Eles se baseiam nisto para afirmar que José e Maria tinham outros
filhos! Que nos tem a dizer, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R – Com a locução “filho primogênito”, em que esses
adversários se apóiam para atribuir muitos filhos a José e Maria, dá-se o que
dissemos com relação aos vocábulos irmãos e irmãs. “Filho primogênito” é o
mesmo que “filho único”, no verdadeiro sentido da palavra hebraica. Quando um
único filho havia nascido, esse necessariamente era o primeiro. Vede o texto
hebreu, ide à língua hebraica, investigai a forma, por que os judeus dela
usavam, e achareis a explicação, com o significado exato das palavras. Eles empregavam
indiferentemente, na sua linguagem, a locução “filho primogênito”, TANTO NO CASO DE HAVER UM SÓ FILHO COMO NO
CASO DE HAVEREM MUITOS, QUANDO ALUDIAM AO QUE PRIMEIRO NASCERA, QUER OUTROS
TIVESSEM NASCIDO DEPOIS, QUER NÃO. No verdadeiro sentido da frase judaica,
o que vemos no Evangelho de Jesus segundo Mateus, I: 25, é a locução “filho
primogênito” significando, apenas, que Maria não tivera antes outro filho.
Jesus era, portanto, o primogênito. O autor não previu as considerações e
interpretações de que tal locução seria causa. Sob este aspecto, sua contextura
é defeituosa para o vosso entendimento. O versículo 25 do capítulo I do
Evangelho segundo Mateus teve por fim, exclusivamente, confirmar o que deles se
deduz, isto é, que José não tomou parte alguma na concepção do filho de Maria NESSA OBRA DO ESPÍRITO SANTO; que não
se aproximara dela; que aquela concepção fora OBRA EXCLUSIVA DOS ESPÍRITOS DO SENHOR. Assim, pois, a locução
“filho primogênito” não visava senão a certificar que Maria concebera sendo
virgem. ABSOLUTAMENTE NÃO FOI EMREGADA
PARA EXPRIMIR A PRIORIDADE DO NASCIMENTO DE UM IRMÃO ENTRE MUITOS, PARA
REGISTRAR A PRIMOGENITURA DE UM DELES, FATO QUE NA VOSSA JURISPRUDÊNCIA,
POLÍTICA OU FEUDAL, CONFERIA – SOB O TÍTULO “DIREITOS DE PRIMOGENITURA” –
CERTOS PRIVILÉGIOS AO IRMÃO MAIS VELHO. Jesus, portanto, sendo “filho
primogênito”, era o que chamais “filho único”. Terminada a sua missão terrena,
os hebreus – por não quererem admitir que o Mestre tivesse tido a vida especial
que lhe atribuíram não só a revelação que, conservada até então secreta, se
tornara conhecida do povo, mas ainda as interpretações a que essa dera lugar,
tomaram a locução “filho primogênito” como indicando que ao de Jesus se
seguiriam outros nascimentos. Vós outros, cristãos do Novo Mandamento, vos
apegastes ao sentido verdadeiro, que é o de FILHO ÚNICO. EIS AÍ A EXPLICAÇÃO DESTAS PALAVRAS DE QUE NOS SERVIMOS:
“O QUE CHAMAIS FILHO ÚNICO”.
A PARÁBOLA DO SEMEADOR
P – Todos aqui, em nosso Posto Familiar ,
desejam a explicação completa da parábola do semeador. Como se manifesta a
respeito, o Espírito da Verdade?
R – Harmonizemos Mateus, XIII: 1-23; Marcos, IV: 1-20
e 25; Lucas, VIII: 1-15 e 18 e X: 23-24.
MATEUS: 1 – Naquele dia,
saindo Jesus de casa, foi sentar-se à beira-mar. 2 – Grande multidão se reuniu
em torno dele. Então entrou numa barca, e aí se sentou, ficando a multidão na
praia. 3 – E começou a dizer muitas coisas por parábolas, falando assim: – “Eis
que o semeador saiu a semear. 4 – Enquanto semeava, uma parte das sementes caiu
à margem do caminho; vieram os pássaros do céu e as comeram. 5 – Outra parte
caiu em terreno pedregoso, onde pouca terra havia; as sementes germinaram
prontamente, pois a terra, ali, não tinha profundidade; 6 – o sol, nascendo,
crestou-as; e, como não tinham raízes, secaram. 7 – Uma outra caiu entre
espinheiros, que cresceram e a abafaram. 8 – Uma outra, finalmente,, caiu em
terra boa e as sementes germinaram, produzindo cem aqui, sessenta ali e, mais
além, trinta por um. 9 – Ouça quem tiver ouvidos de ouvir!” 10 – Os discípulos,
aproximando-se, lhe perguntaram: “Por que lhes falas por parábolas?” 11 – Jesus
respondeu: “Porque a vos é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a
eles isso não é dado. 12 – Aquele que tem mais ainda se dará, em toda a
plenitude; mas ao que não tem, até mesmo o que tem lhe será tirado. 13 – Eis
por que lhes falo por parábolas: é que, vendo, eles não vêem; ouvindo, não
ouvem nem compreendem. 14 – Neles se cumpre esta profecias de Isaías:
“Escutareis com os ouvidos e não entendereis; olhareis com os olhos e não
vereis. 15 – O coração deste povo se embotou; os ouvidos se lhes tornaram
surdos, os olhos se lhes fecharam, para que não vejam com os olhos, não ouçam
com os ouvidos, não compreendam com o coração e, não se convertendo, não sejam
curados por mim”. 16 – Felizes os vossos olhos porque vêem, os vossos ouvidos
porque escutam; 17 – porquanto em verdade vos digo que muitos profetas e justos
desejaram ver o que vedes e não viram, ouvir o que ouvis e não ouviram. 18 –
Entendei, pois, a parábola do semeador. 19 – Do coração de todo aquele que
escuta a palavra de Deus do reino, e não a compreende, vem o espírito mau tirar
o que nele foi semeado: é a semente que caiu ao longo do caminho. 20 – A que
caiu em terreno pedregoso representa aquele que ouve a palavra e a recebe com
alegria no primeiro momento; 21 – mas, não tendo raízes no seu coração,
subsiste apenas por pouco tempo, sobrevindo as tribulações e perseguições por
motivo da palavra, ele logo se escandaliza. 22 – A semente lançada entre os
espinheiros representa aquele que ouve a palavra, mas em quem os cuidados do
século e a ilusão das riquezas abafam e impedem de produzir frutos. 23 – A que
foi semeada em terra boa indica o que ouve a palavra e a compreende, aquele em
quem ela frutifica, produzindo cada grão cem, sessenta ou trinta.
MARCOS: 1 – Jesus se pôs de
novo a pregar o Evangelho perto do mar. Como fosse enorme a multidão que ali se
reuniu, ele entrou numa barca e sentou, ficando todo o povo na praia. 2 –
Muitas coisas ensinava por parábolas, dizendo, segundo o seu modo de doutrinar.
3 – “Escutai: o semeador saiu a semear; 4 – e, enquanto semeava, uma parte das
sementes caiu à borda do caminho, vieram as aves do céu e as comeram. 5 – Outra
parte caiu em terreno pedregoso, onde havia pouca terra; as sementes germinaram
logo, pois era pequena a profundidade do solo; 6 – veio o sol, crestou as
plantas e estas, por não terem raízes, secaram. 7 – Outra parte caiu entre os
espinheiros; estes cresceram e a abafaram, de sorte que ela não deu frutos. 8 –
Outra, finalmente, caiu em terra boa; os grãos deram fruto: elevaram-se,
multiplicaram-se, produziram cem, sessenta, trinta por um.” 9 – E acrescentou:
“Ouça quem tiver ouvidos de ouvir”. 10 – Quando ficaram a sós com ele, os doze
que o seguiam o interrogaram acerca dessa parábola. 11 – Jesus respondeu: “Dado
vos é a vós conhecer o mistério do Reino de Deis, mas, para aqueles que são de
fora, tudo se faz por parábolas, 12 – a fim de que, vendo, não vejam e, ouvindo,
não ouçam nem compreendam, para que não se convertam e os pecados lhe sejam
perdoados”. 13 – Perguntou-lhes, em seguida: “Não entendeis esta parábola? Como
podereis entender todas as parábolas? 14 – O semeador semeia a palavra de Deus.
15 – A margem do caminho, ao longo do qual a semente caiu, são aqueles de cujo
coração Satanás vem arrancar a palavra, logo depois de ter sido ali semeada. 16
– Semelhantemente, o terreno pedregoso são os que, ouvindo a palavra, a recebem
jubilosos. 17 – Como, porém, nesses, ela não cria raízes dura pouco tempo.
Vindo as tribulações e as perseguições, por causa da palavra, eles logo se
escandalizam. 18 – Os outros, designados pela parte das sementes lançadas entre
os espinheiros, são os que ouvem a palavra, 19 – mas os cuidados do mundo, a
sedução das riquezas e as outras paixões, entrando em seus corações, a sufocam
e ela não frutifica. 20 – O terreno bom onde é lançada a última parte das
sementes, são os que ouvem a palavra, e a aceitam, e dela tiram frutos na
proporção de cem, de sessenta e de trinta por um. 25 – Mais será dado ao que já
tem, e ao que não tem se tirará mesmo o que tem.”
LUCAS: 1 – Algum tempo
depois, ia Jesus de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, pregando o reino de
Deis. Acompanhavam-no os doze 2 – e algumas mulheres, que tinham sido
libertadas dos Espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada a
Madalena, da qual foram expulsos sete demônios; Joana, mulher de Cusa,
procurador de Herodes; Suzada e muitas outras que o assistiam com seus bens. 4
– Como o cercassem grande multidão de gente, vinda de todas as cidades, disse
ele esta parábola: 5 – “O semeador saiu a semear suas sementes; e, enquanto o
fazia, uma parte delas caiu à margem do caminho, foi pisada e os pássaros do
céu a comeram. 6 – Outra parte caiu sobre as pedras, e secou por falta de
húmus, logo depois de haver germinado. 7 – Outra caiu sobre espinheiros que,
crescendo a sufocaram. 8 – Finalmente, outra parte caiu na terra boa, germinou
e frutificou, produzindo cem por um.” E, dizendo isso, exclamou: “Ouça quem tem
ouvidos de ouvir!” 9 – Os discípulos lhe perguntaram o que significava tal
parábola. 10 – Ele respondeu: “Dado vos foi a vós conhecer o mistério do reino
de Deus; mas, aos outros, só se lhes fala por parábolas, a fim de que, vendo,
não vejam, e ouvindo não compreendam. 11 – Eis o que diz esta parábola: a
semente é a palavra de Deus. 12 – A que caiu junto do caminho indica os que
ouvem a palavra, mas Satanás a arranca de seus corações, pelo temor de que,
crendo se salvem. 13 – As que caem sobre as pedras são os que tendo-a escutado,
recebem com alegria a palavras;esta, porém, não cria raízes, porque eles crêem
apenas durante algum tempo recuando quando chegam as tribulações. 14 A parte que cai entre
espinheiros corresponde aos que escutaram a palavra, mas em seus corações ela é
abafada pelas preocupações terrenas, pelas riquezas e prazeres da vida e não
produz frutos. 15 – A terra boa, onde cai a última parte das sementes, são os
que, ouvindo a palavra, a guardam em seus corações e dela tiram frutos pela
perseverança. 18 – Vede, pois, de que modo ouvis, porque mais se dará àquele
que já tem, e ao que não tem se tirará até mesmo o que julgue ter” X: 23 –
Voltando-se para os discípulos o Cristo lhes disse: “Felizes os olhos que vêem
o que vedes! 24 – Em verdade vos digo que muitos reis e profetas desejaram ver
o que vedes e não viram, ouvir o que ouvis e não ouviram!”
A
parábola do semeador não precisa explicações: a que Jesus deu aos Apóstolos, na
medida do que eles podiam e deviam receber, como Espíritos encarnados, a fim de
desempenharem suas missões, basta para que a compreendais perfeitamente.
Entretanto, convém que, por meio de explicações especiais sobre alguns pontos,
tornemos conhecidos e (tirando da letra o espírito) desenvolvamos o sentido e o
alcance integrais do que disse o Mestre aos seus discípulos. Antes de tudo,
porém, cumpre vos façamos compreender de que pontos de vista deveis encarar o
que Jesus falou à multidão, servindo-se da parábola, e o que disse aos Apóstolos
explicando-a, porque ALGUMAS DAS PALAVRAS DAQUELE MESTRE BONDOSO E
INDULGENTE, DAQUELE BOM PASTOR DESEJOSO DE NÃO PERDER NENHUMA DE SUAS OVELHAS,
PARECEM DESMENTIR OS ATOS DE TODA A SUA VIDA HUMANA (HUMANA NO ENTENDER DOS
HOMENS). A geração que vivia o tempo em que Jesus desempenhava a
sua missão se compunha de Espíritos orgulhosos e fúteis, voluntariamente surdos
e cegos, revoltados contra qualquer autoridade. Espíritos que, mesmo antes de
reencarnarem, recusavam todo amparo que lhes era oferecido para se tornarem
melhores! Filhos humanos dos hebreus vindos do Egito, Espíritos que – havia
séculos – passavam por provações, sem perderem a tendência à murmuração e à
rebeldia, que caracterizavam os judeus desde os primórdios da formação de sua
nacionalidade, os homens daquela época – ainda quando fossem capazes de receber
sem véu a palavra do Redentor – não se submeteriam a ele e, assim, incorreriam
em culpa muito maior. Já por aí podeis admirar a providente bondade do Cristo,
modelo de doçura e de perseverança, poupando ao merecido castigo o filho
rebelde e obstinado, evitando fazer-lhe uma imposição à qual sabia que ele
procuraria fugir. RECEBENDO VELADA A
PALAVRA DE JESUS, OS QUE ESTIVESSEM DISPOSTOS A CAMINHAR PARA A FRENTE PODERIAM – COMO O FIZERAM OS
DISCÍPULOS – ESFORÇAR-SE POR LHE DESCOBRIREM O SENTIDO OCULTO. Os que, ao
contrário, não quisessem curvar-se ao jugo da Lei, que lhes prescrevia uma
reforma por demais pesada para as suas naturezas más, SERIAM CULPADOS APENAS
DE INDIFERENÇA, DE NÃO PROCURAREM DEVASSAR OS MISTÉRIOS QUE DE PRONTO NÃO
COMPREENDIAM. Dizendo,pois, “não se lhes falará senão por parábolas, para
que não se convertam”, Jesus aludia aos que, cedendo a um primeiro impulso,
tentariam avançar, mas que, detidos bruscamente pelos seus maus instintos,
fariam sem demora um recuo, que lhes viria a ser causa de grande castigo;
porquanto, atentai bem, MUITO SERÁ DADO AO QUE JÁ TEM (ISTO É, AQUELE QUE
DESEJA PROGREDIR E SE ESFORÇA POR CONSEGUI-LO, DE TODOS OS LADOS RECEBERÁ
PROTEÇÃO E AMPARO), AO PASSO QUE, AQUELE QUE POUCO TENHA, MESMO ESSE POUCO LHE
SERÁ TIRADO! QUER ISTO DIZER QUE ESTE ÚLTIMO, INDIFERENTE AO QUE LHE FOI DADO,
NEGLIGENTE EM GUARDAR O QUE
RECEBEU, DEIXARÁ QUE AS MÁS PAIXÕES SE APODEREM DE SUA ALMA EM SÉCULOS DE DOR !
O MISTÉRIO DO REINO DE DEUS
P – Todos estão interessados no conhecimento da
parábola do semeador e do mistério do Reino de Deus, a que Jesus se
refere. Pelo CEU da LBV, poderia o
Espírito da Verdade esclarecer o assunto?
R – Devendo tornar-se pública a explicação que da
parábola Jesus deu em segredo, aos seus discípulos ela só foi divulgada pelas
narrações evangélicas como já o tinha sido pelos Apóstolos, mas somente depois
de finda a missão terrena do Cristo: SÓ ENTÃO A MASSA POPULAR, PREPARADA POR
TODAS AS PALAVRAS QUE ELE PRONUNCIARA E POR TODOS OS ATOS QUE PRATICARA DURANTE
AQUELA MISSÃO, ATÉ AO MOMENTO DA SUA CHAMADA “ASCENSÃO”, SE MOSTROU APTA A
OUVIR COM PROVEITO DA BOCA DOS APÓSTOLOS E DOS DISCÍPULOS, A EXPLICAÇÃO DE TUDO
O QUE DISSERA O MESTRE – EXPLICAÇÃO QUE ERA DADA NA MEDIDA DO QUE ELA PODIA
SUPORTAR E DO MODO PELA QUAL O DEVIA SUPORTAR. Efetivamente, só depois de
concluída a missão messiânica, a massa popular se mostrou apta a ter
conhecimento daqueles atos e palavras pela narrativa evangélica, que na ocasião
oportuna se lhe transmitiu. Essa narrativa tinha de ser, sob o império da
letra, e foi – tanto naquela época, quanto no presente e será até ao final do
ciclo – sob o reinado do espírito, o Livro da Libertação, a fonte de onde
jorram, e hão de sempre jorrar, a luz e a verdade – O EVANGELHO COMPLETADO
PELO APOCALIPSE DE DEUS, TRAZIDO A TERRA POR JESUS E ESPALHADO PELO ESPÍRITO
SANTO, ISTO É, PELOS ESPÍRITOS DO SENHOR EM MISSÃO NO VOSSO
PLANETA. Mateus, versículos 11-15: Marcos, 11 12 e 25; Lucas, 10-18 – Aqui
tendes agora (despojado da letra, que mata, o espírito, que vivifica) o
pensamento de Jesus sem mais incertezas no modo de entender os textos desses
versículos. “Dado-vos é conhecer o mistério dos céus – os segredos do Reino de
Deus; mas a eles, não: esse conhecimento não lhes é proporcionado senão por
parábolas” (Mateus, 11; Marcos, 11; Lucas, 10). Aos Apóstolos e aos discípulos
era dado conhecerem o mistério do Reino dos Céus, os segredos do Reino de Deus,
porque – sendo seus Espíritos mais elevados que os dos outros homens da época –
eles se achavam em condições de espalhar as verdades que Jesus trazia ao mundo.
MAS, PARA O FAZEREM, TINHAM DE COMEÇAR POR COMPREENDÊ-LAS, RAZÃO PELA QUAL NÃO
LHES FOI DADO SENÃO O QUE PODIAM E DEVIAM SUPORTAR, PARA A MISSÃO QUE LHES
CUMPRIA DESEMPENHAR. E, com relação à vossa época, acontece o mesmo. Vossas
inteligências progrediram e nós; trazendo-vos a Nova Revelação, com a
explicação do mistério do Reino dos Céus, dos segredos do Reino de Deus, vos
confiamos a pregação definitiva, para que possais espalhar por todo o mundo
este conhecimento. Como ordena o Mestre, ide e pregai, de povoado em povoado,
de cidade em cidade, de nação em nação, o Evangelho e o Apocalipse de Deus,
dizendo como diziam os Apóstolos: “APRESSAI-VOS, ARREPENDEI-VOS, PORQUE O
MOMENTO SE APROXIMA!” As expressões “Reino dos Céus, Reino de Deus”, usadas
na parábola do semeador, compõem uma imagem destinada a materializar, por assim
dizer, a felicidade dos bem-aventurados. A homens atrasados, que não viam mais
do que a matéria, era preciso que se apresentasse UMA FIGURA MATERIAL DA
OUTRA VIDA. A RESPEITO DA QUAL NADA PERCEBERIAM, SE LHES FOSSE APRESENTADA EM TODA A SUA
ESPIRITUALIDADE. O mistério do Reino dos Céus, os segredos do Reino de Deus
eram os meios, desconhecidos até então, de chegar-se àquela felicidade. Antes
das revelações feitas por Jesus, os homens não formavam nenhuma idéia clara da
outra vida. Por ser muito vaga, a intuição, que tinham, dela, os havia deixado
na indiferença, relativamente à existência e à felicidade que poderiam esperar
no além-túmulo. Jesus veio levantar o véu e esclarecer as inteligências. Mas,
entendei, apenas uma ponta do véu foi levantada; a luz permaneceu velada. CONTINUAMOS
HOJE A LEVANTAR O VÉU QUE OCULTAVA TODA A VERDADE, RELATIVAMENTE A VIDA ETERNA.
Conquanto ele não tenha sido, ainda, totalmente levantado, já a luz brilha com
mais vivo fulgor, com o fulgor que os vossos olhos, tornados mais fortes, já
podem suportar. Para todos os homens, porém, tão cedo ainda não poderá brilhar
porque não atingiram a idade da razão, a indispensável maturidade espiritual.
Mas, também, terão de evoluir, para conhecer o mistério do Reino de Deus, os segredos do reino dos
Céus. Só os conhecerão quando tiverem alcançado a purificação moral, aprendido
a conhecer a infinita sabedoria do Criador; quando houverem adquirido a ciência
dos elementos e propriedades de ação dos fluidos no que diz respeito à vida e à
harmonia universais, debaixo do ponto de vista do Bem, que leva à felicidade, e
do mal que, não evitado leva à punição. Como diz o Mestre: - A CADA UM
SEGUNDO AS SUAS OBRAS!
AO QUE TEM E AO QUE NÃO TEM
P – Muito nos interessa entender o sentido destas
palavras de Jesus, completando a parábola do semeador: “ Ao que tem mais ainda
se dará, em toda a plenitude”. Pelo CEU da LBV pode o Espírito da Verdade
transmitir o ensinamento do Cristo de Deus?
R – Sabendo, como sabeis, que o Espírito – ao revestir
um invólucro de carne, em vosso mundo – trás consigo o tesouro que pôde
acumular nas suas vidas anteriores facilmente compreendereis que ESSE TESOURO MAIS DEPRESSA AUMENTARÁ QUANTO
MAIS SÓLIDAS FOREM AS BASES SOBRE AS QUAIS SE CONSTITUI. Aquele que nasce,
com o desejo ardente de rapidamente progredir, tudo fará para o conseguir: a
luz lhe será tanto mais abundante quanto maior seja o ardor com que deseje
vê-la. Por isso, repetimos: MUITO SERÁ
DADO AO QUE JÁ TEM, E ELE FICARÁ NA ABUNDÂNCIA: ISTO É, AQUELE QUE QUER
PROGREDIR, E SE ESFORÇA POR CONSEGUI-LO, RECEBERÁ AMPARO DE TODOS OS LADOS.
“Mas ao que não tem – adverte Jesus – até mesmo o que tem lhe será tirado”
(Mateus, 12, Marcos, 25). “E ao que não tem se tirará até mesmo o que ele
julgue ter” (Lucas, 18). Estas palavras do Mestre precisam ser entendidas
segundo o espírito, jamais segundo a letra. Por isso é que Jesus disse, ao se
dirigir aos discípulos e à multidão: “ouça quem tiver ouvidos de ouvir”. O fim
com que foram proferidas era tornar mais frisante, para as inteligências
humanas, o pensamento de quem as pronunciava. Jesus se exprimiu assim para dar
mais força à imagem. Todo espírito encarnado possui alguma coisa. Por pouco que
haja progredido, antes de chegar ao vosso planeta, sempre tem algum progresso
feito. O pensamento velado do Mestre era este: AQUELE QUE TEM POUCO – SE TIRARÁ MESMO O QUE TENHA; AO QUE NADA TEM,
MAS JULGA TER, SE TIRARÁ MESMO O QUE JULGUE TER. Ao que tem pouco se tirará
mesmo o que tenha porque, conforme à explicação dada, indiferente, ao que
obteve, negligente em guardar o que recebeu deixará que as más paixões dominem
sua Alma; que os vícios e males que o oprimirão durante séculos, tomem o lugar
das virtudes em cuja posse já estivesse. Efetivamente, DA NEGLIGÊNCIA NA PRÁTICA DO BEM NASCEM AS RAÍZES DO MAL. Quando,
por indiferença, recusa alguém socorro ao desgraçado, não é porque seja mau o
coração de quem assim procede, mas sim por uma espécie de lassidão de espírito
que impede a criatura de atender no Bem que teria podido fazer. Falta, por
conseqüência, à caridade ensinada pelo Redentor. AQUELE QUE, VERIFICANDO SER MAU O CAMINHO EM QUE ENTROU , NÃO TRATA –
POR INDIFERENÇA – DE SAIR DELE, CAI EM TODOS OS PRINCÍPIOS
QUE O MARGEIAM. Aquele que não é
devotado se torna egoísta. O que não é caridoso se torna insensível. O que não
é humilde de coração se torna vaidoso e orgulhoso. O que não é obediente à
vontade de Deus se torna rebelde às suas Leis Eternas. O MAL NASCE, SEMPRE, DA NEGLIGÊNCIA EM PRATICAR O BEM.
O ESPÍRITO NÃO RETROGRADA, MAS PERMANECE ESTACIONÁRIO, O QUE EQUIVALE A UM
RETROCESSO, PORQUE ELE É DE ESSÊNCIA ATIVA E PROGRESSIVA. “Ao que tem pouco
– se tirará mesmo o que tenha”. Aquele que não entesoura; que, ao começar a sua
vida humana pouco traz das vidas anteriores, enlanguesce cada vez mais. NENHUM DESEJO NUTRE DE PROGREDIR E, COMO
NADA ADQUIRE PELO SEU ESFORÇO, FINALMENTE TUDO PERDE, PORQUE, PARA O ESPÍRITO,
ESTACIONAR SE TORNA, AO CABO DE ALGUM TEMPO, FONTE DE DORES E DE REMORSOS.
Tendes, por destino, progredir sem cessar, caminhar para a frente e para o
alto. Pedi, pedi sempre, mas com humildade, desinteressadamente, sem outro
objetivo que não seja o amor a Deus e ao próximo, sem outro desejo que não o de
progredir moral e intelectualmente, de trabalhar para o Senhor, auxiliando o
progresso de vossos irmãos! Pedi, pois que, quanto mais pedirdes TANTO MAIS VOS SERÁ CONCEDIDO PELO PAI
CELESTIAL; QUANTO MAIS VOS ESFORÇARDES MENORES SERÃO AS DIFICULDADES. É NESTE SENTIDO QUE MAIS SE DÁ AO QUE JÁ TEM E,
DE CERTO MODO, SE TIRA AQUELE QUE NADA TEM, MELHOR FALANDO: ESTE É QUE TIRA DE
SI MESMO, PORQUE A FALTA DE PROGRESSO REPRESENTA, PARA O ESPÍRITO, PERDA CEM
VEZES MAIOR DO QUE, PARA O USUÁRIO, A DO SEU TESOURO MATERIAL PERECÍVEL. “e
àquele que nada tem, mas que julga ter, se tirará mesmo o que julgue ter”. Por
estas palavras, queria Jesus combater o orgulho inato nos homens, os quais por
pouco que valham – se atribuem um valor fictício, muito acima do seu valor
real. Depois da morte, o Espírito, ao fim de certo tempo, vê claramente o que é
e o que vale. O orgulho considerado do ponto de vista dos obstáculos que opôs
ao seu progresso, e das faltas a que o arrastou, se lhe torna, então, uma fonte
de dores e de remorsos. É TAMBÉM NESTE
SENTIDO QUE AO QUE NADA TEM, MAS JULGA TER, SE TIRA, DE CERTO MODO, O QUE JULGUE
TER OU ANTES: É ELE PRÓPRIO QUE TIRA DE SI, AOS GOLPES INEXORÁVEIS NA EXPIAÇÃO,
POIS CADA UM COLHE EXATAMENTE O QUE SEMEIA!
MUITOS OS CHAMADOS, POUCOS OS ESCOLHIDOS
P – O capítulo em estudo empolga a todos os
componentes da nossa Cruzada do Novo Mandamento no Lar. Querem saber o
verdadeiro sentido destes versículos: Mateus, 13, 14 e 15; Marcos, 12 e 22,
Lucas, 10. Como os interpreta, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R – Vamos reler esses versículos: “Eis porque lhes
falo por parábolas; é que, vendo, eles não vêem; ouvindo, não ouvem nem
compreendem. Com relação a eles se cumpriu esta profecia de Isaías: “escutareis
com os ouvidos e não entendereis; olhareis com os olhos e não vereis”. O
coração deste povo se embotou, os ouvidos se lhe tornaram surdos e os olhos se
lhe fecharam, para que não veja com os olhos, não ouça com os ouvidos, não
compreenda com o coração e, não se convertendo não seja curado por mim”.
(Evangelho segundo Mateus, 13, 14 e 15). Mas, para os que são de fora, tudo se
faz por parábola, a fim de que, vendo, não vejam; ouvindo não ouçam nem
compreendam; para que não se convertam e os pecados lhe sejam perdoados.
(Evangelho segundo Marcos, 12 e 22). Mas, aos outros, só por parábolas se lhes
fala do reino de Deus, a fim de que, tendo olhos não vejam e, tendo ouvidos,
não compreendam. (Evangelho segundo Lucas, 10) – A interpretação dessas
palavras de Jesus, foi falseada pela significação dos vossos vocábulos, bem
como pelas traduções e repetições. Vamos dar-vos, sem a menor incerteza quanto
a inteligência dos textos, O PENSAMENTO
DO MESTRE E O SENTIDO DAS SUAS PROPOSIÇÕES. Repetindo-o, dizemos: “Ouça
quem tiver ouvido de ouvir!” Ora, suas afirmações, compreendidas EM
ESPÍRITO E
VERDADE , À LUZ DO
NOVO MANDAMENTO, não poderiam desmentir – como não desmentem – os atos de
toda a sua vida, toda por humana pelos homens. Para o Cristo, pastor das almas
transviadas, os homens daquela época se assemelhavam a frutos verdes que,
expostos aos raios de um sol demasiado, ardente, secam – em vez de amadurecer –
razão por que o pomareiro trata de abriga-los dos ardores solares, a fim de que
tenham tempo de desenvolver-se. Chegados ao ponto de maturação, o sol – a que,
com arte, foram subtraídos acabará de dourá-los com seus raios benéficos. MUITOS SÃO OS CHAMADOS E POUCOS OS
ESCOLHIDOS, disse Jesus, mas nunca no sentido que deu a essas palavras a
igreja humana, isto é, NÃO NO SENTIDO DE
QUE O MESTRE ATRAIU TODOS OS HOMENS PARA JUNTO DE SI, COM O FIM DE ESCOLHER UM
PEQUENO NÚMERO DELES E DEIXAR QUE OS RESTANTES, EM GRANDES MASSAS ,
FOSSEM LEVADOS PARA ESSAS REGIÕES ONDE SÓ SE OUVEM PRANTO E RANGER DE DENTES!
Ao contrário, os homens, frutos verdes e duros, se aproximavam do sol
benfazejo, que os havia de madurar e desenvolver e que para consegui-lo – atenuava
o seu brilho e o seu calor. Porventura falais a uma criança como falais a um
homem? Podeis explicar à criança as questões morais e filosóficas que lhe
fareis compreender ao chegar aos vinte anos? Evidentemente, não. À criança
falais de modo apropriado à sua inteligência que desponta deixando-lhe,
contudo, entrever que mais tarde – lhe direis muitas outras coisas, fazendo-lhe
ver que a sua pouca idade a torna incapaz de apreender um raciocínio. SERÁ QUE PROCEDEIS ASSIM COM O PROPÓSITO DE
LHE RETARDAR O DESENVOLVIMENTO? Será porque, uma vez homem, este seja
incapaz de se instruir e compreender? Claro que não. É que o fruto está verde e
por isso o protegeis da luz e do calor, temendo que o excesso destes dois
princípios benéficos, atuando muito cedo, o esmole em vez de o fortificar. JESUS, QUE ERA A BONDADE POR EXCELÊNCIA,
NÃO PODIA – BEM O PODEIS COMPREENDER – PRIVAR VOLUNTARIAMENTE AS CRIATURAS
HUMANAS DA SALVAÇÃO QUE ELE MESMO LHES TRAZIA! Pelo contrário, para não
arrasta-las à prática de faltas, deixava sempre aos Espíritos indolentes o
recurso de não lhe compreenderem as palavras. Assim, as que constam dos
versículos acima – no Evangelho segundo Mateus, Marcos e Lucas – NÃO DEVEM SER ENCARADAS SENÃO COMO FORMA DE
FALAR ÀS INTELIGÊNCIAS DOS HOMENS DAQUELE TEMPO.
QUEM PARA – RECUA E CAI
P – A explicação dos versículos de Mateus, Marcos e
Lucas, no ponto em exame, a todos satisfez plenamente. Agora, eles perguntam ao
Espírito da Verdade – como reagiram os Apóstolos?
R – Os Apóstolos ficaram surpreendidos ante aquela
linguagem velada, que se lhes afigurava confusa e procuraram a explicação do
fato. A Jesus, porém, não era dado patentear-lhes o motivo porque assim
procedia, UMA VEZ QUE, TENDO TAMBÉM ELES
DE SER INSTRUMENTOS DA OBRA DE REGENERAÇÃO, SÓ RECEBIAM O QUE PODIAM E DEVIAM
SUPORTAR NO MOMENTO, PARA O BOM EXITO DA MESMA OBRA REDENTORA, MEDIANTE O
DESEMPENHO DE SUAS MISSÕES, NO MEIO QUE LHES ESTAVA PREPARADO. Assim sendo,
Jesus lhes deu uma razão capaz de satisfaze-los, de os mover à piedade para com
os que ele, intencionalmente, deixava na obscuridade da parábola, e de lhes
insuflar o mais ardente amor e o mais vivo reconhecimento para com aqueles que
os escolhera, a fim de os iniciar nos “mistérios do Reino de Deus”. É evidente que QUEM VIERA PARA ENSINAR AOS HOMENS A EXPIAÇÃO DE SUAS FALTAS, DIANTE
DA LEI DIVINA, NÃO IRIA VOLUNTARIAMENTE OBSTAR A QUE OS CULPADOS OBTIVESSEM O
PERDÃO DE SEUS PECADOS MAS, ONDE NÃO HOUVER ARREPENDIMENTO, NÃO PODE HAVER
REMISSÃO DE FALTAS. O Mestre, prevendo as recaídas, evitara incorressem nas
faltas mais graves os que, num ímpeto ardoroso e irrefletido entrassem pelo
novo caminho que se lhes abria. De fato, esses – embora aos olhos dos homens
parecessem merecer a remissão de seus pecados – em faltas mais graves
incorreriam porque – NÃO TENDO
CONSISTÊNCIA NEM FUNDO A SUA NOVA CRENÇA – de pronto cairiam em estado pior
que o precedente, tornando-se merecedores de mais severo castigo. Entendei,
portanto: Jesus cuidava de lhes poupar mais duras reprimendas. Com a sua
caridosa previdência, poupava aos rebeldes as probabilidades de queda e, aos
ingratos impedernidos, ensejo de praticarem novas ingratidões. Como podeis
imaginar, os “milagres” que o Cristo operava nos doentes exerciam grande influência
nos Espíritos. Muitos, porém, dos que no momento ficavam impressionados se
apegavam apenas ao ato material; e, assim como os homens pouco reconhecidos se
mostram ao hábil cirurgião que os livrou de um mal perigoso, TAMBÉM OS DOENTES CURADOS PELO MÉDICO DAS
ALMAS DEPRESSA ESQUECEU OS SOCORROS MORAIS E MATERIAIS QUE DELE RECEBIAM.
Jesus, por isso, evitava os “milagres” e usava de linguagem velada, sempre que
falava onde sabia que suas palavras e seus atos não dariam frutos, tal a
esterilidade da terra, capaz unicamente de produzir flores efêmeras.
Espiritualmente, acontece a mesma coisa. O Espírito encarnado que contorna a
luz, sem procurar aproximar-se dela, será punido apenas pela sua indiferença.
Mas aquele que, ATRAÍDO PELO CLARÃO DA
VERDADE, COMEÇA A SE ESCLARECER E DEPOIS FECHA OS OLHOS E RECUA, TERÁ DE EXPIAR
A SUA INCONSTÂNCIA E A TRAIÇÃO QUE PRATICOU CONTRA SI MESMO. Não é que o
Senhor lhe faça cair sobre a cabeça, especialmente, o peso da sua Justiça. Ele
expiará pelos remorsos, pela incessante visão do Bem que teria feito, do
progresso que teria realizado, os quais brilharão sempre aos seus olhos, como a
presa que foge no momento em que vai ser agarrada. Já o dissemos e agora
repetimos: A NINGUÉM É LÍCITO RECUAR,
UMA VEZ QUE ENTRASTES NO CAMINHO CERTO – O CRISTIANISMO DO CRISTO – TENDES DE
AVANÇAR CONSTANTEMENTE, ESTENDENDO AS MÃOS PARA A DIREITA E PARA A ESQUERDA, A
FIM DE LEVARDES CONVOSCO AQUELES QUE NÃO POSSAM IR SOZINHOS, ASSIM PROCEDEI COM
REFLEXÃO E PRUDÊNCIA, DZENDO SEMPRE AOS QUE DESEJEM SEGUIR-VOS – TEMOS DE
CAMINHAR SEMPRE PARA FRENTE; QUEM PARA – RECUA, E QUEM RECUA – CAI!
A PALAVRA DO REINO
P – Nossas atenções se voltam, agora, para o Evangelho
segundo Mateus, versículos 16 e 17, e segundo Lucas, 23 e 24. Também nos
interessa muito a explicação dos versículos 18 e 19 de Mateus, 15 de Marcos e
12 do capítulo VIII de Lucas. Como os interpreta o Espírito da Verdade, pelo
CEU da LBV?
R – Disse Jesus. “Bem-aventurados os vossos olhos
porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem! Pois em verdade vos digo que
muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram: ouvir que hoje
ouvis e não ouviram!” Dizendo tais palavras, Jesus aludia ao Espírito
encarnado. OS PROFETAS E OS JUSTOS DE QUEM ELE FALA PREVIAM A VINDA DO
CRISTO: FELIZES TERIAM SIDO SE ELA SE HOUVESSE VERIFICADO DURANTE O TEMPO DA
ENCARNAÇÃO DE TODOS ELES. E prossegue o Mestre na parábola do semeador: “O
caminho a cuja margem a semente caiu são aqueles que ouvem a Palavra do Reino e
não compreendem, que a escutam e de cujo coração – mal a têm escutado – satanás
a vem arrancar, pelo temor de que esses, crendo, se salvem”. “A Palavra do
Reino significa: os ensinamentos dados pelo Cristo, para que os homens
aprendessem a merecer o reino do céu. Embora não fosse o próprio Deus, ele
podia dizer que personificava A PALAVRA DO REINO, por ser de Deus o
órgão que se fizera carne (no entender dos homens, que o julgavam encarnado,
como eles, num invólucro corporal humano), mas que, na realidade, se fizera
carne ENCARNANDO APENAS NUM PERISPÍRITO TANGÍVEL, NUM CORPO PERISPIRÍTICO
INCORRUPTÍVEL. Quanto às expressões Satanás, Diabo, Maligno, sinônimas como
sabeis, eram empregadas para exprimir a mesma coisa: designam figuradamente, de
modo emblemático ou simbólico, os Espíritos maus, Espíritos de erro e de
mentira, espíritos inferiores, impuros, levianos ou perversos. Falando do
Maligno, que arranca do coração do homem. A Palavra do Reino PELO TEMOR DE
QUE, ACREDITANDO, O HOMEM SE SALVE, referia-se o Mestre aos espíritos maus
que se congregam em torno dos que não lhes resistem e procuram impedi-los de
sair da situação precária em que se encontram. A crença humana em Satanás, ou
Diabo, com seu inferno eterno, se originou da necessidade de materializar os
símbolos a fim de os tornar perceptíveis à matéria; foi um freio, um meio de
infundir terror (às vezes, salutar), durante os séculos que se seguiram à
ascensão do Cristo. COMO IMPEDIR QUE O HOMEM MODIFIQUE A VERDADE AO SABOR DE
SUAS CONVENIÊNCIAS E NECESSIDADES? COMO IMPEDIR QUE O HOMEM EXPLORE O HOMEM?
COMO IMPEDIR QUE O INTELIGENTE DOMINE O SIMPLÓRIO QUE O FORTE ESMAGUE O FRACO E
QUE, PARA CONSEGUI-LO EMPREGUE TODOS OS MEIOS AO SEU ALCANCE? Qual o freio
mais próprio do que o temor, para ser usado naquela época de ignorância e de
barbárie, em que teve início o reinado de Lúcifer? Esse temor era o meio de que
lançava mão a igreja humana, tanto contra o forte quanto contra o fraco; era um
jugo que se aplicava igualmente a todas as frontes para domar todas as
naturezas. Não reproveis com excesso: o que na Antigüidade , se passou com os
hebreus de dura cerviz (e depois convosco) tinha de ser assim. Impotentes
teriam sido, então, a Lei de Amor e Caridade que hoje vos pregamos, a Lei da
Reencarnação, natural e imutável, que vos revelamos sem véu, em seu princípio e
nas suas conseqüências; leis que – pela reparação, pela expiação e pelo
progresso – vos mostram o caminho que tendes de percorrer para entrardes,
purificados no Reino do Céu. AO FOGO DAS PAIXÕES HUMANAS FOI PRECISO
CONTRAPOR UM FOGO AINDA MAIS ARDENTE, CAPAZ DE ABALAR AQUELES HOMENS DE CORAÇÃO
EMPEDERNIDO, OS QUAIS, SEM ISSO, SE TERIAM ESTRANGULADO UNS AOS OUTROS
DESAPIEDADAMENTE! O que se deu,
portanto, tinha de se dar. A fonte era boa, mas o homem se turvou, e o lodo das
paixões humanas continuou a escurecê-la. Hoje, pela Nova Revelação, restituímos
ao manancial a sua limpidez de outrora; e a fonte da vida, em vez de se
despenhar sobre pedras que seriam arrastadas pela torrente, vai deslizar
tranqüila e clara por sobre dourado saibro que lhe formará o leito. Nada mais
dos vãos temores, todavia úteis naqueles bárbaros tempos! A Unificação das
Revelações do Cristo de Deus proclama: - Abaixo a exploração do homem pelo
homem! O ignorante deixará de ser presa do instruído, porque a Verdade tem de
se universalizar. O forte não mais esmagará o fraco, porque a força do primeiro
não servirá senão para amparar o segundo. O poderoso não pisará mais a fronte
do pequenino, porque, ao contrário, se abaixará – cheio de solicitude – para
tomar o outro nos braços e ajudá-lo a erguer a cabeça para o céu! CADA
SÉCULO TEM TIDO SUAS CRIAÇÕES, DESTINADAS TODAS AO PROGRESSO DA HUMANIDADE.
AS TENTAÇÕES E OS DESERTORES
P – Todos estão maravilhados com a explicação da
parábola do semeador. Querem, agora, a parte final, que se refere aos que
desertam e aos que perseveram. Poderia instruí-los, a respeito, o Espírito da
Verdade, pelo CEU da LBV?
R – É o que lemos no Evangelho segundo Mateus
versículos 20 e 21, segundo Marcos 16 e 17: Lucas 13. Disse Jesus: “O que
sucede à semente que cai em terreno pedregoso, onde há pouca terra, é o que se
dá com aquele que ouve a palavra e a recebe com mostras de alegria, no primeiro
momento; não tendo ela, porém, raízes em seus corações, estes só crêem por
pouco tempo, sobrevindo as tentações, retrocedem e, em chegando as tribulações
e perseguições, logo se escandalizam”. Os que, sobrevindo as tentações, se
afastam, recuam e desertam, são os que cedem desde que se lhes apresente
ocasião de reincidirem nos seus antigos transviamentos, tornando-se rebeldes e
surdos à Palavra de Deus, deixando-se levar de novo pela corrente de seus erros
e faltas, influenciados pelos maus Espíritos, QUE SEUS MAUS PENDORES ATRAEM E AOS QUAIS NÃO SABEM RESISTIR. Os
que logo se escandalizam, quando chegam às perseguições e tribulações por causa
da Palavra, são os que, baldos de energia, se impressionam ou amedrontam e,
finalmente, desertam. Ora, com relação aos Apóstolos, Jesus aludia às
tribulações e perseguições morais e físicas. Com relação a vós outros, CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO, AS
TRIBULAÇÕES E PERSEGUIÇOES SÃO PRINCIPALMENTE DE ORDEM MORAL, A COMEÇAR PELA
CAMPANHA DE RIDÍCULO. Tais perseguições e tribulações são, ainda, os mil
obstáculos que se vos opõem, e se vos oporão, por mais algum tempo. Vem próximo
o momento das contrariedades sérias para a Humanidade. As Igrejas humanas e
seus sectários se elevarão como barreira, para vos deterem a marcha! Barreira
que será tanto mais temível quanto parecerá que some à vossa aproximação, para
logo adiante se erguer ainda mais ameaçadora. Vãos, porém serão os seus
esforços! CONTRA ELAS MESMAS SE VOLTARÁ
O RIDÍCULO DE QUE FAZEM ARMA PARA VOS CONBATER, SOBRE ELAS RECAIRÁ O ANÁTEMA
QUE LANÇARÃO CONTRA VÓS, BREVE ESTÁ O DIA EM QUE AS VEREIS – HUMILHADAS ANTE
A INUTILIDADE DOS SEUS ESFORÇOS – ABRIR-VOS AS PORTAS E PEDIR-VOS A LUZ QUE
HOJE TENTAM ABAFAR EM TREVAS! É destas pequenas oposições que se amedrontam
os que como aqueles mornos do Apocalipse, não ousam afrontar a opinião pública,
quando a sentem contrária, e fraquejam na guerra de família que se vem travando
– e cada vez mais feroz se travará – e que nos faz dizer-vos como Jesus: - Não
vos trazemos a paz, e sim a divisão. Não se tornem pedra de escândalo,
portanto, os que se encontram às voltas com essas oposições domésticas! E não
abandonem a pugna, se não querem perder a parada! PARA VÓS, A PARADA É A PAZ, É O PROGRESSO, É UM ADEUS DEFINITIVO AS
MISÉRIAS DO VOSSO MUNDO. Por isso mesmo, não abandoneis a luta! Oponde a Boa Vontade aos ataques íntimos; a razão,
a firmeza e a dignidade aos ataques exteriores! Tende por divisa: paciência e
resignação ante os desígnios de Deus! Sustentados pela Fé, vencereis todos os
obstáculos que vos criem as forças das trevas. Sob os vossos passos eles se
desmancharão como montículos de areia. CORAGEM,
IRMÃOS BEM – AMADOS! E NÃO VOS ESCANDALIZEIS, POIS NÃO TENDES O DIREITO DE
DESERTAR!
OS ESPINHEIROS E A TERRA BOA
P – Para encerrar o estudo do capítulo em pauta, tão
edificante para todos nós, queremos a explicação dos versículos 18 de Mateus e
14 de Lucas; e, ainda, 23 de Mateus, 20 de Marcos e 15 de Lucas. É o arremate,
ótimo e perfeito, da parábola do Semeador. Como os interpreta o Espírito da
Verdade, pelo CEU da LBV?
R – Disse o Mestre: “O grão semeado entre os espinheiros
representa aquele que ouve a Palavra de Deus mas deixa que os cuidados do
mundo, as preocupações, a ilusão das riquezas, os prazeres da vida e as outras
paixões a abafem e impeçam de dar frutos”. Aqueles em quem, desse modo, a
Palavra de Deus é abafada e não dá frutos são os que tudo sacrificam aos
instintos e apetites materiais, QUE DÃO
CAUSA A PREDOMINÂNCIA DA MATÉRIA SOBRE O ESPÍRITO OU, MESMO, A ESCRAVIZAÇÃO DO
ESPÍRITO A MATÉRIA. “Os que são designados pela terra boa onde é semeada e
cai uma parte dos grãos, são os que escutam a Palavra de Deus, e a compreendem
e aceitam, pondo-a em prática e fazendo-a germinar pela paciência e frutificar
na proporção de cem, de sessenta e de trinta por um”. A terra boa são os que,
de conformidade com o seu desenvolvimento moral e intelectual, TUDO FAZEM PARA POR EM PRÁTICA A PALAVRA
DE DEUS, SEMEADA PRIMEIRO PELO CRISTO E, DEPOIS, PELO ESPÍRITO DA VERDADE. São os que a fazem germinar pela paciência,
isto é, são os que tendo maus pendores a combater, se aplicam, com toda a
perseverança, em os extirpar e substituir pela boa semente. A Lei de Amor é
isenta de egoísmo. Jesus pregava às multidões, para que suas palavras fossem
ouvidas e penetrassem na terra fértil.
DO MESMO MODO VÓS OUTROS – NOVOS DISCÍPULOS DO MESTRE – DEVEIS HOJE ELEVAR A
VOSSA VOZ, SEMPRE QUE PUDERDES ESPERAR QUE ELA SEJA OUVIDA: O GRÃO PRODUZIDO
PELA SEMENTE LANÇADA EM TERRA BOA TEM
DE SER, POR SUA VEZ, SEMEADO PARA PRODUZIR A BENDITA COLHEITA DA SALVAÇÃO DAS
ALMAS, HAVERÁ COISA MAIS BELA DO QUE SALVAR ALMAS PARA DEUS? PORTANTO, IDE E
PREGAI, PORQUE O MESTRE SEGUE A VOSSA FRENTE, COM PALAVRAS E EXEMPLOS!
A PARÁBOLA DO TRIGO E DO JOIO
P – Uma passagem que desejamos ver explicada é a do
joio semeado entre o trigo. Como a interpreta, pelo CEU da LBV o Espírito da
Verdade?
R – Evangelho segundo Mateus, XIII: 24-30.
24 – E Jesus
lhes propôs outra parábola, dizendo: “O reino dos céus é semelhante a um homem
que semeou bom grão no seu campo. 25 – Enquanto os homens dormiam, veio o
inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e se foi embora. 26 – A plantação do
homem germinou, cresceu e deu espigas, mas com ela cresceu também o joio. 27 –
Os servos do pai de família vieram dizer-lhe: – Senhor, não semeastes bom grão
no vosso campo? Como é que nele há joio? 28 – Respondeu: - Foi o inimigo quem o
semeou. Os servos lhe perguntaram: - Quereis que vamos arrancá-lo? 29 – Ele
replicou: - Não, pois receio que, arrancando o joio, arranqueis ao mesmo tempo
o trigo. 30 – Deixai que ambos cresçam juntos, até à ceifa. Quando chegar a
hora de ceifar, direi aos ceifeiros: – Arrancai primeiro o joio e atai-o em
feixes, para ser queimado: mas o trigo recolhei-o no meu celeiro.”
Os Espíritos não se acham todos no mesmo grau de
desenvolvimento. Entre vós, uns são elevados, enquanto outros se encontram no
início das suas provações morais. Diante disso, seria cabível que – para se
operar a renovação da vossa geração espiritual – se condenasse toda a geração
material a perecer num novo dilúvio, semelhante ao de que falam os antigos?
Não. O joio cresce ao lado do bom grão DEPOIS EM CADA COLHEITA , O
JOIO, PARA SE PURIFICAR, É LANÇADO AO FOGO DA EXPIAÇÃO, AO MESMO TEMPO QUE O
BOM GRÃO É GUARDADO NOS CELEIROS DO SENHOR. Não vos equivoqueis quanto ao
sentido das nossas palavras, ao falarmos do dilúvio tal como é figurado.
Quisemos, tão somente, apresentar-vos à inteligência a idéia de uma calamidade
geral. Se o dilúvio se houvesse produzido nas condições em que o narram as tradições
humanas, não teríamos dito “semelhante ao de que falam os antigos”. Não, não
houve dilúvio no sentido de cataclismo completo: houve renovamentos parciais.
As transformações sucessivas, por que a Terra tem passado, desde que saiu do
estado de fluidez incandescente até aos vossos dias, são A OBRA DE
PREPARAÇÃO E DE PROGRESSO GRADUAIS DOS REINOS MINERAL, VEGETAL, ANIMAL E
HOMINAL, À QUAL SE SEGUIRÁ, NATURALMENTE, A OBRA DE DEPURAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO
DOS FLUIDOS PLANETÁRIOS – MINERAIS, VEGETAIS, ANIMAIS E HUMANOS. Os
elementos tem que mudar de natureza em cada nova fase que a Humanidade
atravessa. As matérias se depuram e progridem sob a ação espiritual, e o solo
tem de satisfazer às necessidades das gerações humanas que o habitam. As
expressões “o inimigo” e “o inimigo do pai de família”, indicando aquele que
semeou o joio, eram as que estavam ao alcance dos homens a quem Jesus se
dirigia. Não se fazia mister compreenderem o que o Mestre lhes dizia? O Cristo,
servindo-se delas, aludia às inteligências do mal, encarnadas ou não, que
trabalham por destruir no coração do homem as sementes que os Bons Espíritos aí
lançaram. MAS O JOIO PODE CRESCER AO LADO DO BOM GRÃO, PORQUE ESTE, OU SEJA
– O CORAÇÃO PURO, REPELE A SEMENTE MÁ. O CONTATO COM ESTA, PORTANTO, NENHUM PREJUÍZO
LHE ACARRETA. À pergunta dos servos: “Quereis que vamos arrancar o joio?”
Respondeu o pai de família: “Não, pois receio que, arrancando o joio,
arranqueis ao mesmo tempo o trigo”. Ao compor este ponto da parábola, teve
Jesus em mira refrear o zelo dos Apóstolos que, levados pelo desejo de fazer
progredir a Humanidade, poderiam ir longe demais. À força de quererem reprimir
os abusos, poderiam chegar ao extremo de constranger os homens retos e, até, de
os afastar. Nesse particular, dava ele, ainda, um ensinamento para o futuro. No
ensinar as Verdades Eternas, toda a ciência está em apropriá-las às
inteligências que as tenham de receber. Não sendo assim um por exemplo, que
teria aceitado a Moral Cristã, se lhe fosse apresentada sob aspecto condizente
com o seu ponto de vista, dela se afasta e a rejeita, quer ofuscado pela
intensidade da luz que a envolve, quer atemorizado com as grandes dificuldades
que ela lhe deixa antever. A ceifa, de que fala a parábola se dá na ocasião em
que os Espíritos voltam à sua condição de origem, isto é, AO ESTADO DE
ESPÍRITOS, DESPOJADOS DE SEUS CORPOS MATERIAIS REGRESSANDO AO MUNDO ESPIRITUAL.
ELES O FAZEM – OU NO ESTADO DE JOIO QUE TEM DE SER QUEIMADO, OU NO ESTADO DE
BOM GRÃO, QUE SERÁ RECOLHIDO AO CELEIRO DO PAI DE FAMÍLIA. Verifica-se a
primeira hipótese quando vão sofrer, na erraticidade, a expiação, a depuração
pelo fogo das torturas morais e, depois, a reencarnação em mundos inferiores ao
vosso, ou mesmo no vosso, conforme as tendências e à culpabilidade para o fim de
resgatarem as faltas e de progredirem mediante novas provações. A segunda
hipótese se verifica, evidentemente, quando merecem ir para outros mundos
superiores à Terra, onde continuarão a se aperfeiçoar e a progredir. Encarada
por este duplo aspecto, a ceifa já foi, está sendo e será feita ainda durante
longo tempo. Por outro lado, considerada destes dois pontos de vista, A
ÉPOCA DA CEIFA DEFINITIVA SERÁ COM RELAÇÃO AO VOSSO PLANETA. AQUELA EM QUE AO JOIO , NÃO MAIS
SE PERMITA CRESCER AÍ AO LADO DO TRIGO, EM QUE O PRIMEIRO SERÁ
ARRANCADO E LANÇADO FORA PELA EXPULSÃO DE TODOS OS ESPIRITOS QUE SE TENHAM
CONSERVADO CULPOSOS E REBELDES. Estes se verão compelidos a afastar-se para
mundos inferiores, desde que na Terra só deva crescer o trigo, isto é, desde
que ela tenha passado a fazer parte do Reino de Deus, o que vale dizer: desde
que se haja tornado exclusivamente, morada de Bons Espíritos. Os ceifeiros, no
caso são os Espíritos Superiores, aos quais incumbe velar pelas expiações dos
culpados na erraticidade, e classificar os que, por terem cumprido suas provas,
mereceram ascender a orbes mais elevados que o vosso.
A PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA
P – O interesse pelas parábolas, explicadas em
espírito e verdade, cresceu de forma impressionante em nosso Posto Familiar.
Todos querem compreender, agora, a do grão de mostarda. Como a interpreta o
Espírito da Verdade, pelo CEU da LBV?
R – Harmonizemos Mateus, XIII: 31-35; Marcos, IV:
26-34; Lucas, XIII: 18-22.
MATEUS: 31 – Jesus lhes
propôs outra parábola, dizendo: “O reino dos céus se assemelha ao grão de
mostarda, que um homem tomou e semeou no seu campo. 32 – Esse grão, que é a
menor de todas as sementes, quando cresce, torna-se planta maior do que todas
as outras; torna-se árvore em cujos ramos os pássaros do céu vêm habitar”. 33 –
E lhes disse, também, esta outra parábola: “O reino dos céus se assemelha ao
fermento que uma mulher toma e mistura com três medidas de farinha, até que a
massa fique inteiramente levedada”. Jesus disse, por parábolas todas essas coisas
à multidão; não lhes falava sem parábolas, 35 – a fim de se cumprirem estas
palavras do profeta: “Eu abrirei minha boca para falar por parábolas, revelarei
coisas que estão ocultas desde a formação do mundo”.
MARCOS: 26 – E Jesus dizia:
“O reino de Deus é semelhante a um homem que lança à terra a semente. 27 – Quer
o homem durma, quer vigie noite e dia, a semente germina e cresce, sem que ele
saiba como; 28 – pois a terra, por si mesma, produz primeiro a erva, depois a
espiga e, afinal, o grão que cobre a espiga. 29 – E, quando o fruto já está
maduro, logo se lhe mete a foice, pois é esse o momento da ceifa.” 30 – Disse
mais Jesus: “A que podemos comparar o reino de Deus? Por que parábola o
representaremos? 31 – Ele se assemelha a um grão de mostarda que, ao ser
semeado, é a menor de todas as sementes que existem na terra. 32 – Mas, uma vez
semeada, ela cresce e se torna maior do que todos os arbustos; deita grandes
ramos a ponto de as aves do céu poderem aninhar-se à sua sombra”. 33 – E assim
lhes falava por muitas parábolas, de acordo com o que eles podiam entender. 34
– Não lhes falava senão por parábolas; mas a sós com os discípulos, tudo lhes
explicava.
LUCAS: 18 – Dizia Jesus: “A
que é semelhante o reino dos céus? Como que o poderei comparar? 19 –
Assemelha-se ao grão de mostarda, que o homem toma e planta no seu horto; ele
germina, cresce e se torna árvore em cujos ramos pousam os pássaros do céu”. 20
– E disse mais: “A que poderei comparar o reino de Deus? 21 – Ele se assemelha
ao fermento que uma mulher toma e mistura com três medidas de farinha até que a
massa fique completamente levedada” 22 – E assim ia ensinando pelas cidades e
aldeias a caminho de Jerusalém.
Assemelhando
e comparando o reino dos céus ao grão de mostarda, Jesus mostrava à multidão
que, POR MÍNIMO QUE SEJA O PONTO DE ONDE SE PARTA PARA CHEGAR AO CÉU, ELE SE
PODE DESENVOLVER E PRODUZIR RESULTADOS GRANDIOSOS. Esses o objetivo e a
razão de ser da parábola do grão de mostarda, aplicada à época em que Jesus falava. Seu
pensamento, porém, abrangia o presente e o futuro. Libertando da letra, que
mata, o espírito, que vivifica, ela comporta uma explicação mais ampla. A
comparação do reino dos céus com um grão de mostarda, que se torna árvore
grande, em cujos os ramos os pássaros do céu vêm habitar, encerra uma figura
alegórica: o grão de mostarda representa o ponto de partida, a origem, o germe
do planeta e da Humanidade terrestre, o estado rudimentar de um e de outra; o
crescimento oculto do grão, sua afloração, seu desenvolvimento e sua
transformação em árvore simbolizam as fases por que passou, no estado latente,
o vosso planeta durante a sua formação, que se operou de acordo com as Leis
Naturais Imutáveis, sob a ação espiritual do Senhor Onipotente: simbolizam as
fases da formação dos reinos mineral, vegetal, animal e humano, as do
aparecimento, desenvolvimento e progresso desses reinos, as de depuração e
transformação física do planeta e de transformação física, moral e intelectual
da Humanidade. OS RAMOS DA ÁRVORE, ONDE OS PÁSSAROS DO CÉU VIRÃO HABITAR,
INDICAM O GRAU DE DESENVOLVIMENTO QUE O PLANETA TEM DE ATINGIR PARA SE TORNAR
MORADA DE PAZ E FELICIDADE, QUE OS ESPÍRITOS PURIFICADOS VIRÃO HABITAR PARA COM
ELA CONTINUAREM A PROGREDIR POR UM NOVO CAMINHO ASCENDENTE QUE OS LEVARÁ À
PERFEIÇÃO, MEDIANTE O CONCURSO E O AUXÍLIO DOS ESPÍRITOS DO SENHOR, SOB A
DIREÇÃO DO CRISTO DE DEUS.
A PARÁBOLA DA MASSA FERMENTADA
P – Disse Jesus: “O reino dos céus se assemelha ao
fermento que uma mulher toma e mistura com três medidas de farinha, até que a
massa fique inteiramente levedada”. Como explica essa parábola o Espírito da
Verdade pelo CEU da LBV?
R – Formulando essa parábola, figurou Jesus, para que
todos ali o compreendessem, O TRABALHO
SECRETO, MAS PERMANENTE, DA SEMENTE REGENERADORA QUE O MESTRE LANÇAVA NOS
CORAÇÕES HUMANOS. Os séculos a
desenvolveram, mas – na maioria dos homens – ela apenas aflora. Longe estais
ainda da época em que essa semente, como o grão de mostarda se tornará árvore
em cujos galhos frondosos se abrigarão os fiéis. Precisando, na parábola, o
número de medidas de farinha a serem misturadas com o fermento. Jesus só o fez
para apropriar sua linguagem aos costumes da época. Aquela quantidade de
farinha era a que as donas de casa levedavam de cada vez. Livrando da letra o
espírito imortal o Reino de Deus – que nela é comparado ao fermento com que se
leveda a massa de farinha – representa
AQUELA SEMENTE QUE, PELA SUA DOUTRINA MORAL PELOS SEUS ATOS, PALAVRAS E
ENSINAMENTOS, JESUS LANÇOU NOS CORAÇÕES E QUE, POR UM TRABALHO SECRETO E
CONTÍNUO, NO PASSADO (TRABALHO QUE NO PRESENTE VIMOS ATIVAR COM A NOVA
REVELAÇÃO E QUE TRIUNFARÁ NO FUTURO PRÓXIMO), ELEVARÁ O ESPÍRITO, FAZENDO-O
ATINGIR A PERFEIÇÃO, GRAÇAS AO QUAL LHE SERÁ DADO GOZAR DA FELICIDADE DIVINA,
ONDE QUER QUE SEJA. A levedação da massa representa a meta que estará
alcançada pelo Espírito, quando tiver alcançado aquela pureza. Todos vós tendes
no coração a levedura que o Senhor nele depositou. Esperamos que a fermentação
que provocamos e ativamos na medida do que nos é prescrito, faça chegar à
levedação da massa ao ponto que deve atingir. O fermento ainda se encontra na
massa, e muito tempo passará até que ela fique inteiramente levedada. Como
dizia Jesus, dizemos nós: nossas palavras não passarão. Mas as gerações humanas
se sucederão em grande número, antes que o fermento acabe de levedar a massa.
Regular tem de ser a marcha do progresso daqui por diante, como regular foi até
aqui idêntica – embora inversa – à da bola que desce da montanha. De fato,
enquanto a bola desce, o progresso inversamente galga a montanha. Seus passos
são, a princípio, lentos e penosos; mas pouco a pouco, vencidas as primeiras
dificuldades, ele abre passagem mais facilmente e acaba por descobrir cavado na
rocha, o carreiro que o conduzirá ao cimo. Desde então acelera a marcha e, aos
saltos, como cabrito que caçadores perseguem se lança em desabalada corrida
transpõe todos os obstáculos e, afinal chega ao sítio bendito que buscava. A
marcha da bola que desce da montanha também foi, a princípio, lenta; depois se
acelerou pouco a pouco e – agora que chegou quase à metade do percurso que tem
de fazer – sua rapidez aumenta na razão do impulso inicial que recebeu. Em
breve, descerá aos saltos, para atingir o termo da descida. Mas, repetimos, ELA SE ACHA APENAS A MEIO DO PERCURSO QUE
TEM DE FAZER. NÃO VOS DEIS PRESSA, PORTANTO, EM ACREDITAR NA RÁPIDA
RENOVAÇÃO DOS HOMENS, PARA EVITAR DECEPÇÕES INEVITÁVEIS. Trabalhai com zelo
pela melhoria moral e intelectual de vossos irmãos. Quando o trabalho
espiritual se adiantar, vereis que o aspecto físico do planeta mudará: ANTES, PORÉM, QUE A HABITAÇÃO SEJA
RECONSTRUÍDA SEGUNDO À LUZ DO NOVO MANDAMENTO, MISTER SE FAZ QUE OS HABITANTES
SE ACHEM EM CONDIÇÕES DE NELA
ENTRAR. Tudo se encadeia na obra divina: ao que é matéria só a matéria
convém. Insistimos, portanto: quando progredindo moral e intelectualmente,
houverdes chegado a viver mais a vida espiritual do que a vida animal, vereis
que o aspecto do vosso mundo irá mudando gradualmente. SUA CONSTITUIÇÃO MATERIAL SE APERFEIÇOARÁ NA MESMA GRADAÇÃO: MUDANDO
DE NATUREZA AS NECESSIDADES DO HOMEM, OUTRA PASSARÁ A SER A DESTINAÇÃO DOS
PRODUTOS DO SOLO. A matéria não foi
criada para o Espírito e sim para o corpo. Quanto menos a carne imperar em vós,
tanto mais diminuirão as necessidades materiais e tanto mais por conseguinte, o
planeta se modificará, PARA ADAPTAR-SE
AS MUDANÇAS OPERADAS NA VOSSA PRÓPRIA NATUREZA TANTO A TERRA QUANTO A
HUMANIDADE TEM POR DESTINO PROGREDIR, SEM CESSAR, PARA CONDIÇÕES FLUÍDICAS,
PORQUE ESTE É O OBJETIVO UNIVERSAL.
SEM QUE O HOMEM SAIBA COMO
P – No capítulo em pauta, disse Jesus, comparando o
reino de Deus à semente que o homem lança à terra: “Quer ele durma, quer vigie
noite e dia, a semente germina e cresce, SEM QUE O HOMEM SAIBA COMO”. Qual a
explicação do Espírito da Verdade a essa passagem do Evangelho?
R – Marcos, IV: 26-29 – “E Jesus dizia: O reino de Deus é semelhante a um homem que lança a
terra a semente. Quer o homem durma, quer vigie noite e dia, a semente germina
e cresce, sem que ele saiba como; pois a terra por si mesma, produz primeiro a
erva, depois a espiga e, afinal, o grão que cobre a espiga. E, quando o fruto
já está maduro logo se lhe mete a foice, pois é esse o momento da ceifa”.
Jesus mostrava, com essa comparação, que O ESPÍRITO DO HOMEM TEM DE PASSAR
COMO A SEMENTE LANÇADA A TERRA, PELAS FASES DE GERMINAÇÃO, DE CRESCIMENTO, DE
TRANSFORMAÇÃO, DE DESENVOLVIMENTO, DE FRUTIFICAÇÃO E TEM DE ATINGIR A
MATURIDADE MORAL E INTELECTUAL, A FIM DE SE POR, CHEGADO O TEMPO DA CEIFA, AO
ALCANCE DAS MÃOS DOS CEIFADORES, INCUMBIDOS DA COLHEITA PARA O REINO DE DEUS.
“Quer o homem durma, quer vigie noite e dia, ela germina e cresce, sem que ele
saiba como”, disse o Mestre, falando da semente lançada à terra, porque, na
época de sua missão, os homens (especialmente aqueles que o ouviam) cuidavam
pouco de remontar à origem das coisas de aprofunda-las para lhe seguirem a
marcha. Observai que de todos os povos antigos, o hebreu era um dos mais
obstinados: aceitava – embora com repugnância – os progressos que lhe impunham
já realizados, mas tão orgulhoso se mostrava da sua raça que nada procurava
alcançar por si mesmo. ATÉ HOJE, A SEMENTE DIVINA GERMINOU E CRESCEU SEM QUE
O HOMEM SOUBESSE COMO O PROGRESSO SE EFETUOU SEM QUE ELE SOUBESSE QUAIS OS
SECRETOS CAMINHOS QUE LHE ERAM ABERTOS PELA INFLUÊNCIA OCULTA DOS ESPÍRITOS DO
SENHOR, SECUNDADOS PELOS ESPÍRITOS EM MISSÃO NA TERRA. O homem, não fora a sua apatia, desde muito tempo teria podido
observar o trabalho da semente divina. Mas, à semelhança daqueles hebreus de
dura cerviz, os que obtiveram a semente deixaram-na crescer sem perscrutarem
esse fenômeno. A Nova Revelação, esclarecendo-vos acerca das influências que
vos cercam, vos inicia nos meios reais de realizardes o vosso progresso e vos
coloca nas condições de compreenderdes os fenômenos da GERMINAÇÃO E DO
CRESCIMENTO DA SEMENTE DIVINA. Nasça ou morra o homem, durma ou vigie, o
progresso continuará a sua marcha. Com o tempo, e mediante a reencarnação, o
progresso dos culpados e rebeldes se há de operar: A LUZ DO EVANGELHO E DO
APOCALIPSE BRILHA NA TERRA E ILUMINA OS PASSOS DE TODOS OS HOMENS. Ai dos
que se conservarem voluntariamente cegos! Também eles progredirão, mas – para
acompanharem a marcha da evolução – terão de sofrer, em planetas inferiores, as
longas e dolorosas expiações que se houverem tornado necessárias a fazê-los
melhorar moralmente. Liberto da letra, o espírito, a parábola da semente
lançada à terra é o emblema dos períodos que a Humanidade percorreu e transpôs
na via do progresso desde o aparecimento do Homem na Terra assim como dos
períodos que ela tem de percorrer e transpor para a sua regeneração. O olhar
profundo do Mestre sondava tanto o passado quanto o futuro. A erva que aflorou
ao solo, produto da germinação da semente designa o tempo escoado desde esse
aparecimento até aos vossos dias. A formação dos grãos que cobrem a espiga os
próprios grãos já formados é o fruto ao qual, quando maduro, se aplica a foice,
por ser essa a época da ceifa designam os tempos atuais de fim de ciclo E
TUDO SE REALIZA EM
CUMPRIMENTO AOS SAGRADOS DESÍGNIOS DE DEUS, SEM QUE O HOMEM
SAIBA COMO!
O ESTADO ATUAL DA SEMENTE DIVINA
P – Não podem ser mais claras as lições do CEU da LBV.
Mas, neste fim de ciclo apodrecido e gasto, que diz o Espírito da Verdade sobre
o estado da semente divina?
R – Desde que o homem apareceu na Terra, o progresso
das gerações humanas e a ampliação desse progresso, a germinação e o
crescimento da semente que produz a erva e depois a espiga, foram auxiliados – DE ACORDO COM A BOA VONTADE IMUTÁVEL DE
DEUS – na erraticidade pela influência oculta dos Espíritos do Senhor e no
vosso mundo pelos Espíritos sempre superiores aos da massa geral dos homens
sucessivamente enviados em missão por Nosso Senhor e Mestre Jesus. Esses mesmos
Espíritos vão agora auxiliar – conforme a natureza e ao estado dos produtos, ao
grau de fertilidade e de calor dos terrenos – a formação do grão, a maturação
do que já esteja formado, a fim de que, em chegando a hora da ceifa, por eles
possa a foice passar, como já tem passado pelos que amadureceram e passa pelos
que vão amadurecendo, DESDE QUE A NOVA
REVELAÇÃO ESPARGIU A SUA LUZ NA TERRA, PORQUE PARA ESSES CHEGOU O TEMPO DA
SEGA. Neste momento o grão está formando; o grão amadurece e, em certas
partes escolhidas, já está maduro ou já foi ceifado. Aparentemente, a Nova
Revelação veio tarde; contudo, em muitos lugares o grão já não está formado?
Noutros, os raios benfazejos do Sol da Verdade não produziram a maturação de
muitas Almas? Finalmente, em certos lugares escolhidos, os ardores vitalizantes
deste Sol não maduraram espigas que cuidadosamente colhemos? A SEARA AINDA NÃO ESTÁ MADURA: LONGE DISSO.
Mas já se fazem colheitas parciais e o
vasto campo, que o senhor nos confia apresenta terrenos bem mais férteis
preparados para o amadurecimento dos frutos. É que o sol da verdade doura as
espigas que se formam e os grãos se desenvolvem. Submetei, portanto,
ao calor de seus raios as espigas com que contamos a fim de que amadureçam no
momento em que se haja de fazer a colheita. Deixai que penetrem nelas as
fecundantes ardências com que o Senhor as abençoa; e cada espiga madura se
confiará as benditas mãos dos ceifeiros. Quando os feixes de espigas escolhidas
estiverem formados, lançaremos de novo na terra esses grãos fecundos. Eles,
então, penetrados do Amor Divino, fornecerão fartas colheitas e tornarão
produtivos os mais ingratos terrenos. PREPARAI,
POIS, AS ESPIGAS QUE TERÃO DE FORNECER AS SEMENTES. A alegoria é clara e
todos vós podeis compreende-la: os grãos fecundos são espíritos purificados que
descerão à Terra em gloriosas missões, ajudando os encarnados a progredir moral
e intelectualmente, a passar pelas suas provas trilhando o caminho traçado por
Jesus no seu Novo Mandamento. Vamos, filhos bem-amados, purificai-vos,
elevai-vos, curvando sempre a fronte diante da Majestade Divina: curvai-a tanto
mais quanto mais se houver elevado o vosso coração! Disse o Mestre: “Quando o
fruto chega à maturidade, chega a hora da colheita”. Pois bem, QUANDO ESTIVERDES MADUROS, IREMOS
BUSCAR-VOS PARA JUNTO DE NÓS, A FIM DE VOS DARMOS – SOB AS VISTA DO CRISTO E DE
ACORDO COM A BOA VONTADE DE DEUS – AS INSTRUÇÕES QUE FOREM NECESSÁRIAS, PARA
IRDES AUXILIAR O AMADURECIMENTO DO GRÃO. E, passada por ele a foice divina,
realizada a gloriosa colheita, prepararemos a semente para a semeadura
seguinte: assim se efetivam a depuração e o renovamento das gerações humanas.
Agora podem todos entender os versículos 34 e 35 de Mateus: o que, com relação
à Vida Eterna – Jesus revelava aos homens, sob o mistério e nas obscuridades das
parábolas, ainda não fora dito. Os hebreus acreditavam na imortalidade da Alma,
sim, mas de modo vago. Jesus veio dar corpo ao que não passava de uma sombra,
tanto para os discípulos quanto para os judeus rebeldes. E diz Marcos, nos
versículos 34 e 35: “Jesus falava aos da
multidão e aos discípulos por muitas parábolas, de acordo com o que eles podiam
entender; não lhes falava sem parábolas. Mas longe da multidão, tudo explicava
aos discípulos”. Ensinava aos
discípulos o sentido em que deviam tomar as palavras que lhes dirigia. O mundo,
só lhes deixava entrever o que elas continham de profético, não lhes dando mais
do que eles podiam suportar como encarnados, nem mais do que deviam ter consigo
para o desempenho de suas missões, sob o império e o véu da letra. Deixou
velado TUDO O QUE DEVESSE PERMANECER
SECRETO E OCULTO, PARA SOMENTE SER DESCOBERTO E DESVENDADO PELA NOVA REVELAÇÃO,
QUE AGORA ILUMINA TODOS OS HOMENS – OS QUE TÊM OLHOS DE VER E OUVIDOS DE OUVIR!
A PARÁBOLA DO JOIO
P – Os componentes do nosso Posto querem a explicação
da parábola do joio, na Cruzada do Novo Mandamento no Lar. Como a interpreta
pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R – Mateus, XIII 36-43.
36 – Tendo
despedido a multidão, entrou Jesus em sua casa. E os discípulos acercando-se
dele, lhe pediram: “Explica-nos a parábola do joio semeado no campo”. 37 – Ele,
respondendo, lhes disse: “Aquele que semeia o bom grão é o Filho do Homem. 38 –
O campo é o mundo; os filhos do reino representam o bom grão; os filhos da
iniqüidade são o joio. 39 – O inimigo que o semeou é Satanás; o tempo da
colheita é o fim do mundo; os ceifeiros são os Anjos do Senhor. 40 – O que se
faz com o joio, que é arrancado e queimado no fogo far-se- á no fim do mundo.
41 – O Filho do Homem enviará os seus Anjos, estes reunirão e levarão para fora
do seu reino todos os que são causa de escândalo e de queda. 42 – e os lançarão
na fornalha de fogo e ali haverá pranto e ranger de dentes. 43 – Então, os
justos brilharão como o sol, no reino do Pai. Ouça quem tiver ouvidos de
ouvir!”
Estas últimas palavras do Mestre (“OUÇA QUEM TIVER
OUVIDOS DE OUVIR!”) mostram que ainda era velada a própria linguagem usada
na explicação da parábola, deixam ver que para a compreensão exata dos termos
empregados e dos pensamentos que eles vestem, necessário é libertar da letra,
que mata, o espírito que vivifica. Elas advertiam os homens de que tivessem
cuidado com a maneira de entender a explicação que lhes era dada. OS HOMENS,
PORÉM, COMPREENDERAM E INTERPRETARAM AS PALAVRAS DE JESUS SEGUNDO A LETRA, DE
ACORDO COM OS PRECONCEITOS E TRADIÇÕES DA ÉPOCA! MATERIALIZANDO AS EXPRESSÕES
DO CRISTO, FALSEARAM-LHES O SENTIDO E A INTERPRETAÇÃO. Mas a Nova
Revelação, que vos trazemos à luz do Novo Mandamento, vem explicar o pensamento
real de Jesus. Atenção para o versículo 37: encarregado do progresso da Terra e
da sua Humanidade, isto é, do progresso dos Espíritos que nela encarnem, Jesus
– desde o aparecimento do homem no vosso planeta - vem semeando o bom grão e o
semeará sempre; sempre trabalhou e trabalha na obra da vossa regeneração, por
intermédio dos espíritos que o coadjugavam no desempenho da sua missão, E
TRABALHARÁ NELA ATÉ QUE AQUELES ESPÍRITOS ATINJAM A PERFEIÇÃO QUE OS FARÁ
OCUPAR, NA HIERARQUIA ESPIRITUAL, A CATEGORIA DOS ESPÍRITOS PUROS. Tendo
vindo (pelas palavras que proferiu pelos atos que praticou, pelos ensinos e
exemplos que espalhou) traçar a via do progresso e assentar as bases
fundamentais da regeneração humana. Jesus veio, é evidente, semear o bom grão. Chamando-se a si mesmo O FILHO DO HOMEM, lembrava
aquela missão que, aos olhos materiais era humana. Ao mesmo tempo, pela
explicação velada que deu da parábola apropriando às inteligências e as
condições da época a sua linguagem que pela letra, atendia às necessidades do
momento e, pelo espírito, atenderia às do futuro, MOSTRAVA SEU PODER E SUA
SOBERANIA COMO REPRESENTANTE DE DEUS; COMO TENDO RECEBIDO DO ETERNO PAI A
INVESTIDURA DE REI DO VOSSO PLANETA, AO QUAL CHAMA “SEU REINO”; COMO TENDO
DEBAIXO DE SUA AUTORIDADE E AS SUAS ORDENS, OS “ANJOS” DO SENHOR; COMO
TENDO O PODER SOBRE A TERRA E, BEM ASSIM
SOBRE AS GERAÇÕES HUMANAS, DESDE A PRIMEIRA ATÉ A ÚLTIMA; COMO SENDO QUEM NO
“FIM DO MUNDO”, FARÁ QUE SEUS “ANJOS” REUNAM E LEVEM PARA FORA DA TERRA OS
FILHOS DA INIQÜIDADE SIMBOLIZADOS PELO JOIO, E QUEM OS MANDARÁ LANÇAR NA
FORNALHA DE FOGO”, ONDE HAVERÁ PRANTO E RANGER DE DENTES. Nessa ocasião, os
filhos do reino, simbolizados pelo bom grão já se havendo tornado justos
permanecerão no seu reino, brilhando como o sol. Versículo 38 – o campo
representa o mundo, isto é, o vosso planeta e a sua população. Os filhos do
reino, simbolizados pelo bom grão, são os que tendem a progredir e se esforçam
por consegui-lo. Os filhos da iniqüidade, cujo símbolo é o joio, são os que cedem
as más influências por serem ainda maus os seus instintos. Versículo 39 –
Satanás, que semeou, semeia e ainda semeará na terra o joio – e que figura na
parábola como sendo “o inimigo” – são TODOS OS ESPÍRITOS MAUS, DO ERRO E DA
MENTIRA, IMPUROS, LEVIANOS, PERVERSOS, (ENCARNADOS OU ERRANTES) QUE, PROCURANDO
EXERCER PERNICIOSA INFLUÊNCIA SOBRE OS HOMENS, TRABALHAM POR LHES TRAVAR A
EVOLUÇÃO, FAZENDO-OS EVITAR O BEM E PRATICAR O MAL POR PENSAMENTOS, PALAVRAS E
ATOS. Em suma, trabalham por arrasta-los para fora das vias do Senhor.
Estas vias são as que de modo completo se acham indicadas pelas seguintes
palavras de Jesus, uma vez que sejam bem compreendidas e praticadas em toda a
sua extensão, dos pontos de vista material, moral e intelectual tanto nas
relações sociais como nas de família, como ainda no trato de cada um consigo
mesmo: “AMAI-VOS UNS AOS OUTROS, COMO EU VOS AMEI. PROCEDEI SEMPRE EM TUDO,
PARA COM TODOS, COMO QUEREIS QUE PROCEDAM PARA CONVOSCO”.
O FIM DO MUNDO
P – Todos estão interessados em saber a significação
do “fim do mundo”, que está no versículo 40 do capítulo em pauta. Como o explica
o Espírito da Verdade no CEU da LBV?
R – O fim do
mundo, predito por Jesus e que, na parábola, corresponde ao tempo da ceifa,
não é o que as interpretações humanas figuraram. Não se trata de um fenômeno
repentino, como o imaginaram erroneamente quantos acreditaram que, de um
instante para outro, o mundo inteiro seria transformado e renovado. O FIM DO MUNDO ESTÁ SENDO PREPARADO HÁ MUITO
TEMPO E, POUCO A POUCO, SE VAI OPERANDO. Avançais para a época em que, pela
só influência da vossa presença entre eles, os Espíritos inferiores que
encarnam na Terra serão repelidos e fugirão para outros meios que lhes sejam
menos incômodos. OS ESPÍRITOS
INFERIORES, COMO SABEIS, TEMEM A PRESENÇA DOS ESPÍRITOS ELEVADOS. Não é
natural que o homem devasso e vil fique embaraçado, pouco à vontade, numa
reunião de pessoas de escol das mais instruídas e virtuosas? E não é natural,
também, que volte – assim que lhe seja permitido – para o meio de seus iguais?
É o que se dará com os Espíritos inferiores; quando chegar o fim do mundo, isto
é, QUANDO, POR SE HAVEREM ELEVADO AS
VOSSAS NATUREZAS, MUDANDO DE ORDEM, SUBINDO NA HIERARQUIA ESPIRITUAL, TUDO
MUDARÁ EM TORNO DE VÓS.
O joio terá sido, então, lançado ao fogo da purificação e o bom grão
refulgirá aos olhos do Pai Celestial. Nesse tempo em que o vosso progresso será
bastante para repelir os Espíritos inferiores que vos cercam, entrareis no
princípio da Vida Espiritual. Quer isto dizer que, tanto para o homem quanto
para o planeta, a matéria será depurada, sem passar, contudo às condições de
fluidos puros. Compreendei bem todas as fases, todos os graus que, de modo mais
ou menos material mais ou menos sutil,
SEPARAM OS ESPÍRITOS ENCARNADOS NOS DIVERSOS MUNDOS QUE ELES OCUPAM.
Chegando à primeira fase espiritual, a primeira separação da matéria espessa,
entrareis numa categoria de Espíritos cujo INVÓLUCRO
LEVE difere inteiramente do vosso invólucro atual, sem ser, todavia,
completamente fluídico. Será uma vestimenta nova, que tereis de mudar ainda
muitas vezes, antes de poderdes habitar MUNDOS
FLUÍDICOS, o que acontecerá um dia, pois não deveis acreditar que,
alcançando esse grau de adiantamento, estejais circunscrito ao planeta em que
viveis. A Terra também terá progredido; mas, nessa ocasião, TODOS OS MUNDOS CUJA CATEGORIA CORRESPONDA A DOS VOSSOS ESPÍRITOS, VOS
PODERÃO SERVIR DE MORADA: NÃO ESTAREIS ADSTRITOS A HABITAR ESTES DE PREFERÊNCIA
AQUELES. O fim do mundo, compreendido como sendo a época da colheita, se
apresenta dividido em três períodos distintos: o primeiro é aquele em que aos
Espíritos inferiores foi e será “permitido” encarnar na Terra para – por
sucessivas expiações e reencarnações – se purificarem, passarem de “filhos da
iniqüidade”, que eram a “filhos do reino”; o segundo é aquele em que o joio
começará a ser separado do trigo, aquele em que os Espíritos que se mantiverem
culpados, rebeldes, voluntariamente cegos, serão afastados do vosso planeta e
deportados para mundos inferiores; o terceiro é aquele em que, concluída a
separação do trigo e do joio, estará acabado o afastamento dos Espíritos
inferiores; é portanto, aquele em que A TERRA SE TERÁ TORNADO MORADA DE PAZ E DE
FELICIDADE, DE BONS ESPÍRITOS JÁ APTOS A ENTRAR NA VIDA ESPIRITUAL, O QUE SE
FARÁ COMO DISSEMOS, E A AVANÇAR, SOB A INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS DO SENHOR E DE
ESPÍRITOS ENCARNADOS EM MISSÃO NA VIA
DO PROGRESSO, PELA CARIDADE, PELA CIÊNCIA, PELO AMOR INFINITO DO NOVO
MANDAMENTO DO CRISTO DE DEUS!
OS CEIFEIROS DA PARÁBOLA
P – Não temos palavras para exprimir nossa alegria,
ante as ações do CEU DA LBV! Nesta parábola, de tanta grandeza espiritual,
desejamos esclarecimentos sobre os ceifeiros de que fala Jesus, no versículo
39. Que nos diz, sobre este ponto, o Espírito da Verdade?
R – Os ceifeiros ou Anjos são indistintamente, todos
os Espíritos do Senhor, encarnados em missão ou não encarnados que trabalham na
obra do progresso da regeneração e da purificação da Humanidade terrestre. Facilmente
se compreende que OS QUE TRABALHAM NESSA
OBRA SEJAM INCUMBIDOS DA COLHEITA. Versículos 40, 41 e 42 – O reino do
Filho do Homem e a Terra com sua Humanidade. Quando uma e outra houverem
chegado ao período de depuração e de progresso, no qual os Espíritos inferiores
culpados, rebeldes, voluntáriamente cegos, serão afastados do vosso planeta e
deportados para mundos inferiores, OS
ANJOS REUNIRÃO E LEVARÃO PARA FORA DO REINO DE JESUS OS QUE SÃO CAUSA DE
ESCÂNDALO E QUEDA: TODOS AQUELES QUE COMETEM INIQÜIDADE. Os Anjos de que o
Mestre fala serão os Espíritos Superiores e os Espíritos Puros, e não os
encarnados em missão porquanto A SELEÇÃO
E A CLASSIFICAÇÃO DOS ESPÍRITOS, QUE PERMANECEREM CULPADOS E REBELDES, SE FARÁ
ESTANDO ELES NA ERRATICIDADE. Não esqueçais
que, revestidos da libré de carne que trazeis, todos os Espíritos são mais ou
menos falíveis, embora se trate dos que na Terra se acham empenhados na obra de
regeneração. Nenhum pois, por aquela só razão, tem o direito de julgar seus
irmãos também encarnados, de dizer a qualquer deles: “TU ÉS CULPADO E EU SOU TEU JUIZ” ou “ FALISTE E EU TE CONDENO OU TE ABSOLVO”. Um Espírito, por mais
purificado que esteja, logo que toma a condição humana, lhe sofre a influência
mais ou menos forte. Sendo, desde então, mais ou menos falível e lhe interdito
julgar. Por tudo isso, OS ESPÍRITOS
SUPERIORES E OS ESPÍRITOS PUROS SÃO OS QUE, LIVRES DE QUALQUER CONTATO HUMANO,
VIRÃO SEPARAR DO TRIGO O JOIO QUE SERÁ LANÇADO AO FOGO.
PRANTO E RANGER DE DENTES
P – Desejamos formular nossa última pergunta, relativa
ao capítulo em exame.
Prende-se aos versículos 41 e 42: “O Cristo enviará os seus
Anjos; estes reunirão e levarão para fora do seu reino todos os que são causa
de escândalo e queda, e os lançarão na fornalha de fogo, e ali haverá pranto e
ranger de dentes”. Como o Espírito da Verdade interpreta essa passagem do
Evangelho segundo Mateus?
R – No fim do mundo, nessa época em que se vai operar
a depuração gradual do vosso planeta, mediante a separação do trigo e do joio,
este ainda será queimado, como terá sido antes. ENTRETANTO, O JOIO NÃO PODERÁ MAIS CRESCER AO LADO DO TRIGO. Quer
isto dizer: os “filhos da iniqüidade” senão ainda, como o foram sempre, no
passado, submetidos à expiação. MAS, DAÍ
POR DIANTE, NÃO PODERÃO MAIS REENCARNAR NA TERRA. Os Anjos, que o Cristo
enviará os afastarão do vosso Planeta levando-os para mundos inferiores, onde
os classificarão de acordo com as suas tendências e a sua culpabilidade. Assim,
uns irão para orbes de categoria inferior à que, então, o vosso planeta
ocupará; outros (e ainda serão muitos) irão para planetas da mesma categoria
que a do vosso atualmente. Mas, antes que lhes seja permitido reencarnar nesses
planetas, serão lançados na “fornalha de fogo”, onde haverá pranto e ranger de
dentes, isto é, ENTRANDO EM EXPIAÇÃO, OS
ESPÍRITOS CULPADOS, REBELDES, VOLUNTARIAMENTE CEGOS, SERÃO LANÇADOS AO FOGO DOS
REMORSOS MORAIS, APROPRIADOS E PROPORCIONAIS AOS CRIMES E FALTAS QUE HAJEM
COMETIDO: VERDADEIRO FOGO DE PURIFICAÇÃO QUE GERA E DESENVOLVE O ARREPENDIMENTO
E O DESEJO DA REPARAÇÃO POR MEIO DE NOVAS PROVAÇÕES. Lá, nesses mundos
inferiores, longa e dolorosa expiação consumirá o joio, a planta má.
Entretanto, o Espírito não é passível, como o joio, de ser, pelo fogo, reduzido
a pó. Purificado pela ação do fogo regenerador, germina a boa semente que ele
traz em si e das cinzas do joio brota messes de bom grão! O joio será queimado
tantas vezes quantas forem necessárias, para que se torne bom grão, PARA QUE OS FILHOS DA INIQÜIDADE SE TORNEM
FILHOS DO REINO E ENTREM, A SEU TURNO NA CLASSE DOS JUSTOS. Já o dissemos e agora repetimos: quaisquer que
sejam os versículos do Evangelho de Jesus, onde se leiam estas palavras – FORNALHA DE FOGO, GEENA, FOGO DA GEENA,
PRANTO E RANGER DE DENTES – elas significam sempre a expiação do Espírito
seguida de reencarnação, de novas reencarnações até que seja pago o último
ceitil. Quanto ao versículo 43: “Então os justos brilharão como o sol no reino
do Pai”. Estas palavras tem um sentido figurado: A LUZ QUE BRILHA NOS FILHOS DO SENHOR
É A DA VERDADE DA FÉ E DO AMOR. Os Filhos do Senhor são os justos a
saber, os Espíritos purificados, cujos perispíritos – por efeito da purificação
– se tornaram mais luminosos, irradiando uma luz cuja pureza e cujo brilho
correspondem ao grau da elevação alcançada.
OS MUNDOS SUPERIORES FORMAM O REINO DE DEUS: O VOSSO PLANETA DESDE QUE ATINJA A
NECESSÁRIA ELEVAÇÃO, LHES PERTENCERÁ AO NÚMERO CONSITUINDO – SE QUEREIS UMA
COMPARAÇÃO HUMANA UMA DAS PRONVÍNCIAS DO
REINO DE DEUS.
TESOURO OCULTO E PÉROLA DE ALTO PREÇO
P – Disse Jesus: “O reino dos céus é semelhante a um
tesouro oculto num campo; o homem que o achou o esconde e cheio de alegria por
tê-lo achado vai vender tudo o que possui e compra aquele campo”. Qual a
explicação do Espírito da Verdade para Mateus XIII: 44?
R – Aquele que recebe a Palavra de Deus se sente tão
feliz quanto o homem que acha um tesouro, se é que se pode estabelecer
comparação entre sentimentos tão dessemelhantes. Cumpre-lhe encerrar no coração
essa FONTE DE RIQUEZAS ETERNAS, esforçar-se
por que nenhum dos vícios humanos lhe possa arrebatar o precioso tesouro! Vai o
homem e vende tudo o que tem: quer isto dizer que ele se despoja dos erros, dos
maus instintos dos maus pecadores, dos vícios escravizantes, em suma – DE TUDO O QUE PRENDE A MATÉRIA, como os
bens terrenos o prendem ao solo que os encerra. E compra o campo; faz para
conservar o tesouro espiritual, todos os sacrifícios que a Humanidade exija
dele.
P – Disse ainda o Cristo: “O reino dos céus se
assemelha a um negociante que compra belas pérolas; e, achando uma de alto
preço, vende tudo o que tem para comprá-la”. Que explicação dá a esta passagem
do Evangelho segundo MATEUS, XIII: 45-46, o Espírito da Verdade?
R – Esta parábola tem quase a mesma significação que a
do tesouro oculto. Realmente ela traça a imagem do homem que sinceramente
procura a Verdade e que, achando-a, recebendo-a em seu coração, se desembaraça,
sem hesitar, de todos os seus erros, de todas as suas fraquezas, de todos os seus
maus instintos, de todos os vícios e apetites materiais que, anteriormente,
constituíam TODA A SUA RIQUEZA ILUSÓRIA
E FUNESTA. Dela procura desfazer-se, com a maior diligência, empregando
todos os esforços por conservar a pérola de alto preço, como o tesouro, é A VERDADE QUE ELE ENCONTROU AO ACEITAR A
PALAVRA DE DEUS.
PARÁBOLA DA REDE LANÇADA AO MAR
P – Como estamos estudando as parábolas do Evangelho,
queremos focalizar em
nosso Posto Familiar a parábola da rede de pesca,
principalmente na parte referente à separação dos peixes. Como a interpreta o
Espírito da Verdade?
R – MATEUS XIII: 47-52.
47 – “O reino
dos céus é semelhante a uma rede de pescar, a qual, lançada ao mar, apanha toda
espécie de peixes. 48 – Quando fica cheia, os pescadores a puxam para bordo,
onde, sentados, se põem a separá-los, deitando os bons nos vasos e lançando
fora os maus. 49 – Assim será no fim do mundo: Os Anjos virão separar os maus
do meio dos justos. 50 – e os lançarão na fornalha de fogo, onde haverá pranto
e ranger de dentes.. 51 - Compreendeis
todas essas coisas?” Eles responderam: - Sim. 52 – Jesus, então lhes disse:
“Todo escriba instruído acerca do reino dos céus se assemelha ao pai de
família, que do seu tesouro tira coisas novas e coisas velhas”.
Não precisamos explicar-vos o símile da pesca: podeis
facilmente compreender que se trata do afastamento dos maus e da escolha dos
bons. Ele deve ser entendido e explicado, em tudo e por tudo, do mesmo modo por
que o foi a parábola do joio. Podeis notar que muitas palavras têm o mesmo
sentido. Foram ditas a homens diferentes muitas vezes em ocasiões diversas, mas
sempre com o mesmo objetivo. “Compreendeis todas essas coisas?” – perguntou
Jesus aos seus discípulos. E eles responderam: Sim. Eles haviam compreendido a
parábola da pesca tal como lhes foi apresentada, isto é, COMO IMAGEM DA
ESCOLHA QUE, POUCO A POUCO SE IRIA FAZENDO ENTRE OS ESPÍRITOS, A FIM DE QUE, NA
HORA DETERMINADA, JÁ NÃO HOUVESSE MUITOS ESPÍRITOS REBELDES A AFASTAR. Disse-lhes,
ainda, o Cristo: “Todo escriba instruído acerca do reino dos céus se assemelha
ao Pai de família que do seu tesouro tira coisas novas e coisas velhas”. Por
escriba designava Jesus o homem mais esclarecido do que as massas e encarregado
de espalhar no meio delas as luzes provenientes do tesouro da sua erudição e da
sua inteligência. Os escribas eram os sábios daquela época: espalhavam (ou,
melhor, tinham o dever de espalhar) a luz! Mas, infelizmente, a colocavam
debaixo do alqueire. “Tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas”. Aquele
que se serve da Ciência, que recebeu dos tempos antigos, para fortificar e, por
assim dizer, tornar recomendável aquilo que ele deseja ver acreditado. Assim,
vós outros, modernos discípulos do Cristo, dentro dos limites da vossa
instrução, das vossas faculdades, sempre em busca das Verdades Eternas, deveis
investigar as crônicas antigas, esmiuçar as lendas dos povos, desencavar os
velhos manuscritos – sepultados no fundo das bibliotecas seculares ou dos
avaros conventos que os possuem – e, armados com os vetustos documentos que
possuirdes, DEMONSTRAR AOS TÍMIDOS, AOS INCRÉDULOS, AOS PSEUDO-SÁBIOS DO
MUNDO PROFANO A ANCIANIDADE E A AUTENTICIDADE DA DOUTRINA QUE PROFESSAIS,
SINTETIZADA NO NOVO MANDAMENTO DO SÁBIO DOS SÁBIOS – NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
NINGUÉM É PROFETA EM SUA TERRA
P – Diz a sabedoria popular que santo de casa não faz
milagre. Lembramo-nos, então, das palavras de Jesus: “Ninguém é profeta sem
honra senão em sua própria terra e dentro de sua própria casa”. Como o Espírito
da Verdade analisa essas palavras do Mestre?
R – Harmonizemos Mateus, XIII: 53-58 e Marcos, VI:
1-6.
MATEUS: 53 –
Tendo acabado de dizer essas parábolas,
Jesus partiu dali; 54 – e, voltando ao seu país os instruía nas sinagogas de
tal modo que, tomados de admiração, eles diziam: “De onde lhe vêm esta
sabedoria e estes milagres? 55 – Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não
é Maria? Tiago, José, Simão e Judas não são seus irmãos? 56 – E suas irmãs não
vivem todas entre nós? De onde, então, lhe vêm todas essas coisas?” 57 – Assim
era que dele se escandalizavam. Jesus, porém, lhes disse: “Ninguém é profeta
sem honra senão em sua terra e dentro de sua própria casa”. 58 – E lá não fez
muitos milagres por causa da incredulidade deles.
MARCOS: 1 -
Saindo dali, voltou Jesus a sua cidade, acompanhado pelos discípulos. 2 – E,
chegando o dia de sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos dos que o
ouviam, admirando-se da sua doutrina, diziam: “De onde lhe vieram todas essas
coisas? Que sabedoria é essa que lhe foi dada? Como é que suas mãos operam tais
maravilhas? 3 – Não é ele o carpinteiro filho de Maria e irmão de Tiago, de
José, de Judas, e de Simão? E suas irmãs não estão aqui, entre nós?” E se
escandalizavam dele. 4 – Entretanto, Jesus lhes disse: “Nenhum profeta é
humilhado senão em seu país, na sua casa e entre os seus parentes”. 5 – E lá
não pôde fazer nenhum milagre; apenas curou alguns poucos doentes, impondo-lhes
as mãos. 6 – E se admirava da incredulidade deles. E continuava percorrendo as
aldeias dos arredores, a ensinar.
Relativamente aos que eram tidos por irmãos e irmãs de
Jesus; à maternidade humana da Virgem Maria, à paternidade humana de José –
segundo o modo de ver dos homens – já dissemos tudo o que precisáveis saber. Já
sabeis quem é o Filho, pela revelação que vos fizemos, da origem espiritual de
Jesus, do modo e das condições em que se deu o seu aparecimento na Terra; do
que foram a gravidez e o parto de Maria; da genealogia do Mestre. Não temos,
pois, de voltar a esses pontos. Versículos 57 de Mateus e 4 de Marcos – Dizendo
que ninguém é profeta sem honra senão em sua terra e dentro da sua própria
casa, tinha Jesus o intento de lembrar aos que o ouviam O CARÁTER E A MISSÃO
DE PROFETA QUE OS OUTROS HOMENS LHE DAVAM, pois aqueles – supondo-o um
homem como os demais, nas mesmas condições de faculdades e de poderes que eles
– se surpreendiam profundamente com a sabedoria da sua doutrina, com as suas
palavras, com os seus ensinamentos e COM OS FATOS QUE PRODUZIA E QUE ERAM
CONSIDERADOS MILAGRES. Do ponto de vista espiritual, essas palavras de
Jesus encerram profunda reflexão filosófica, da mais alta categoria, e tendes
verificado pessoalmente o seu valor. Mateus, 58 – “E lá não fez muitos milagres
por causa da incredulidade deles”. Não sabeis que a oposição dos Espíritos,
encarnados ou não, prejudica a boa influência que se possa exercer? Jesus se o
quisesse teria dominado prontamente aquela influência contrária. Mas, que
conseguiria ele? Que aqueles Espíritos, voluntariamente cegos, FOSSEM
FORÇADOS A VER. ELES, PORÉM, SE OBSTINARIAM EM FECHAR OS OLHOS E,
DESDE ENTÃO, PASSARIAM A MERECER CASTIGO MAIS SEVERO. Ora, o Mestre, com a
infinita caridade do seu coração, jamais provocou a revolta de qualquer
Espírito, a fim de lhe poupar o remorso da falta! Marcos, 5 – “E lá não pôde
fazer nenhum milagre; apenas curou alguns poucos doentes, impondo-lhes as
mãos”. Já dissemos que Jesus “não pôde fazer milagres PORQUE NÃO QUIS
EXERCER SUA AUTORIDADE SOBRE OS ESPÍRITOS REBELDES. Portanto, não houve
impotência, mas ausência de vontade, o que, aos olhos dos homens, era tido por
impossibilidade. NÃO SUCEDE, MUITAS VEZES, EVITARDES FAZER UMA COISA OU
FICARDES SEM PODER EXECUTÁ-LA, POR SE APRESENTAR UM OBSTÁCULO QUE NÃO QUEREIS
DESTRUIR? A versão de Marcos é equivalente à de Mateus. Ambos, em termos
que pouco diferem, exprimem a mesma coisa: Marcos 6 - “E Jesus se admirava da
incredulidade deles”. É este um modo humano de exprimir a opinião de homens que
não viam no Cristo mais que um homem igual aos outros. JESUS NÃO TINHA DE
QUE SE ADMIRAR. NEM PODIA ADMIRAR-SE DA INCREDULIDADE DOS QUE O OUVIAM, PORQUE
LIA O PENSAMENTO DE TODOS, OBSERVAVA OS INSTINTOS E AS TENDÊNCIAS DOS QUE
COMPUNHAM A MULTIDÃO. ALÉM DISSO, VIA OS ESPÍRITOS QUE ATUAVAM NELES, GRAÇAS AO
LIVRE ARBÍTRIO DE CADA UM, ATRAÍDOS POR AQUELES MAUS INSTINTOS E PAIXÕES
INFERIORES: DO CONTRÁRIO, NÃO SERIA O CRISTO DE DEUS.
O BATISTA E A REENCARNAÇÃO
P – As lições do Centro Espiritual Universalista estão
sendo acompanhadas com o mais vivo interesse. Nas referências a João o Batista,
e ao Mestre Jesus, nos Evangelhos Sinóticos, vemos que os judeus acreditavam na
Lei da Reencarnação. Que diz a respeito, pelo CEU da LBV, o Espírito da
Verdade?
R – Vamos harmonizar Mateus, XIV: 1-12, Marcos, VI:
14-29 e Lucas, III: 19-20 e IX: 7-9.
MATEUS: 1 – A
esse tempo chegou aos ouvidos do tetrarca Herodes a fama de Jesus, 2 – e ele
disse aos seus servos: “Esse é João, o próprio Batista que ressuscitou dentre
os mortos; por isso é que, por seu intermédio, se fazem tantos milagres”. 3 –
Herodes mandara prender João, pusera-o a ferros e o metera na prisão, por causa
de Herodíades, mulher de seu irmão. 4 – É que o batista lhe dizia: “Não te é
permitido tê-la por mulher”. 5 – Herodes queria dar-lhe a morte, mas temia o
povo, que considerava João um profeta. 6 – Entretanto, no dia do aniversário de
Herodes, a filha de Herodíades dançou diante dele e muito lhe agradou. 7 –
tanto que prometeu sob juramento dar-lhe tudo o que pedisse. 8 – Ela, de
antemão instruída por sua mãe, disse: “Dá-me, aqui mesmo, num prato a cabeça de
João Batista!” 9 – Esse pedido muito afligiu o rei que, todavia, por causa do
juramento que fizera e dos que com ele estavam à mesa, ordenou que lhe dessem a
cabeça de João. 10 – Ao mesmo tempo, ordenou que ao Batista cortassem a cabeça,
na prisão. 11 – E a cabeça de João foi trazida num prato e dada à moça, que a
levou à sua mãe. 12 – Os discípulos do Batista vieram, carregaram seu corpo, o
sepultaram e foram comunicar tudo isso a Jesus.
MARCOS: 14 –
Ora, o rei Herodes ouviu falar de Jesus, cuja fama se espalhara muito, e dizia:
“João Batista ressuscitou dentre os mortos; daí vem que tantos milagres se
operam por seu intermédio. 15 – Outros, porém, diziam: “È Elias!”E outros: “É
um profeta, igual a qualquer dos profetas!” 16 – Ouvindo isso, disse Herodes:
“Esse homem é João, a quem mandei cortar a cabeça e que ressuscitou dentre os
mortos”. 17 – Herodes, tendo desposado Herodíades, não obstante ser ela a
mulher de Felipe, irmão dele, mandara prender João, atando-o no cárcere, por
causa dela. 18 – Pois João lhe dizia:”Herodes, não te é lícito possuir a mulher
de teu irmão!” 19 – Desde então, Herodíades sempre lhe armava ciladas, desejosa
de fazê-lo morrer, o que não conseguia. 20 – visto que Herodes temia João, por
saber que era um varão justo e santo, e o guardava com segurança. E, quando o
ouvia, ficava perplexo, escutando-o atentamente. 21 - Afinal, chegou um dia favorável, o do
aniversário de Herodes, no qual este ofereceu um banquete aos grandes da sua
corte, e aos tribunos e aos maiorais da Galiléia. 22 – A filha de Herodíades
teve entrada, dançou diante de Herodes, e de tal modo lhe agradou, bem como a
todos os que se achavam à mesa, que ele lhe disse: “Pede-me o que quiseres e eu
te darei!”. 23 – E acrescentou, jurando: “Sim, o que me pedires eu te darei,
ainda que seja a metade do meu reino!” 24 – Ela, quando saiu, perguntou à sua
mãe Herodíades: “Que devo pedir?” 25 – Esta lhe respondeu: “A cabeça de João
Batista! 25 – Ela se deu pressa em voltar à sala onde estava o rei e fez o seu
pedido, dizendo: “Quero que, neste mesmo instante, me dês num prato a cabeça de
João Batista!” 26 – O rei se aborreceu com tal pedido; mas, por causa do
juramento que fizera e dos que estavam com ele à mesa, não quis desatendê-lo. 27
– E, enviando logo o executor, mandou que lhe trouxessem a cabeça de João. Ele
foi, e o decapitou no cárcere, 28 – e, trazendo a cabeça num prato, a entregou,
à jovem e esta, por sua vez a sua mãe herodíades. 29 - Sabendo do ocorrido, os discípulos de João
vieram, levaram-lhe o corpo e o puseram
num sepulcro.
LUCAS, III:
19 – Herodes, o tetrarca, tendo ouvido de João uma censura por causa de
Herodíades mulher de Felipe, irmão dele, e por causa de todos os males que
fizera, 20 – juntou a todos os seus crimes o de lançar João no cárcere. IX: 7 –
Herodes, tendo ouvido falar de tudo o que Jesus fazia não sabia o que pensar,
pois uns diziam. 8 – que João ressuscitara dentre os mortos, outros que Elias
voltara, enquanto ainda outros afirmavam que um dos velhos profetas havia
ressuscitado. 9 – Herodes dizia: “mandei
decapitar João batista! Quem é, pois, esse de quem ouço tantas maravilhas?” E
ardia por vê-lo.
Aquelas palavras “ È ELIAS!” – É JOÃO BATISTA, QUE
RESSUSCITOU DENTRE OS MORTOS!” – É ELIAS QUE VOLTOU!” – É UM DOS VELHOS PROFETAS QUE RESSUSCITOU!”
ditas e repetidas como sendo o que a voz pública afirmava com relação a Jesus;
estas outras, que o rumor popular levou Herodes a proferir, falando do Cristo:
“Mandei decapitar João Batista! Quem é, pois, esse de quem ouço tantas
maravilhas?” – Esse homem é João, a quem mandei cortar a cabeça!” – “João
ressuscitou dentre os mortos!”, confirmam a existência, entre os judeus (embora
de modo ainda incompleto), da crença na Lei Universal da Reencarnação. Com efeito,
os homens não poderiam considerar Jesus como sendo OU ELIAS OU JOÃO BATISTA
OU UM DOS ANTIGOS PROFETAS, QUE VOLTARA A VIVER NA TERRA, SENÃO ADMITINDO QUE A
ALMA OU ESPÍRITO, QUER DE ELIAS, QUER DE JOÃO, QUER DE UM DOS ANTIGOS PROFETAS,
REENCARNARA NAQUELE NOVO CORPO QUE – COMO ENTÃO ACREDITAVAM – ERA OBRA HUMANA
DE JOSÉ E MARIA, OS QUAIS COMO SABEIS, PASSAVAM POR SER O PAI E A MÃE DE JESUS.
Não vos admireis, portanto, de todas aquelas insistentes palavras de Herodes,
tetrarca, filho de Herodes chamado “O Grande”. Ele não ouviu falar de Jesus só
uma vez; por conseguinte, não fez só uma observação relativamente ao Cristo. As
palavras que Lucas registra foram as primeiras que, a tal respeito, Herodes
pronunciou e que repetiu em diversas ocasiões. As que constam das narrativas de
Mateus e de Marcos só mais tarde ele as disse e também repetiu em oportunidades
diferentes. Quanto ao que se refere à morte de João e às particularidades dessa
morte, nenhuma explicação, precisamos dar: é uma simples narração de fatos.
Notais, apenas, que os Evangelhos segundo Mateus e Marcos se explicam e
completam um pelo outro. A filha de Herodíades não podia de antemão, saber qual
o efeito que sua dança produziria no rei, nem que este lhe faria um
oferecimento. Portanto, só depois que ouviu a promessa do tetrarca, foi
consultar sua mãe Herodíades. Para dizer a Herodes: DÁ-ME AQUI, NESTE
MOMENTO, A CABEÇA DE JOÃO BATISTA NUM PRATO!” É que fora previamente
instruída. Ela havia saído e, depois de contar à mãe não só o efeito que a dança
produzira no rei mas, também, o oferecimento que este lhe fizera, lhe
perguntou: “Que devo pedir? E Herodíades prontamente respondeu: “A cabeça de
João Batista num prato, neste mesmo instante! Esta explicação nós damos para
dissipar a dúvida em
vosso Espírito , que julgava estar diante de uma “contradição”
entre os dois Evangelhos citados. MAS, COMO JÁ VOS ALERTAMOS. NÃO VOS
DETENHAIS, NUNCA, ANTE TAIS FUTILIDADES, DESTITUÍDAS DE QUALQUER VALOR! Na
verdade, que importaria que Herodíades tivesse dito a filha, antes ou depois da
dança, antes ou depois do oferecimento do tetrarca que pedisse a cabeça do
Batista? Entendei: HERODÍADES E SUA FILHA HAVIAM ESCOLHIDO TOMANDO CADA UMA
A SUA PARTE AQUELA TEMÍVEL PROVA E O MEIO EM QUE DEVIAM SUPORTÁ-LA. Sendo essa prova superior as suas forças, tinham ambas, por isso
mesmo, de sucumbir, e sucumbiram. Tendes alguma dificuldade em compreender, que
Deus conheça, antecipadamente, quais os que sucumbirão? Pois assim é: sua
Infinita Sabedoria, conhecendo a fraqueza do Espírito, prevê a que
transviamentos este será levado, no uso do seu livre arbítrio. Se um dos vossos
filhos vos pedir consentimento para desempenhar tarefa superior às suas forças.
E SE OBSTINAR NO SEU INTENTO, NÃO PREVEREIS (AO CONCEDER A LIÇENÇA
SOLICITADA) QUE A FORÇA E A PERSEVERANÇA LHE FALTARÃO? MAS, APESAR DISSO,
CONDESCENDENDO, QUAL O VOSSO OBJETIVO SENÃO LHE DAR ENSEJO DE APRECIAR, COM
JUSTEZA, O SEU VALOR REAL? Herodíades e sua filha depois daquelas provas a
cujo peso faliram tinham de encontrar (e encontraram) na expiação, mediante
novas provações, uma fonte e um meio de purificação e de progresso.
MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES E DOS PEIXES
P – Um dos fatos do Evangelho que mais empolgam os
freqüentadores do nosso Posto é o da multiplicação dos cinco pães e dois
peixes. Como o interpreta, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R – Harmonizemos Mateus, XIV: 13-22, Marcos VI: 30-45
e Lucas, IX: 10-17.
MATEUS: 13 -
Ouvindo a narrativa que lhe fizeram os discípulos de João, Jesus partiu numa
barca e se retirou, secretamente, para um lugar deserto. Ao saber disso, o povo
deixou as cidades e o foi seguindo a pé. 14 – Quando ele saltou em terra, viu
grande multidão e, compadecendo-se dela, curou os doentes. 15 – Como caísse à
tarde, os discípulos se aproximaram e lhe disseram: “Este lugar é deserto e a
hora vai adiantada: manda-os embora, a fim de que possam comprar o que comer,
nas aldeias”. 16 – Jesus, porém, lhes disse: “Não é preciso que eles se afastem
daqui; daí-lhes vós mesmos de comer”. 17 – Os discípulos replicaram: “Só temos
cinco pães e dois peixes”. 18 – Jesus ordenou: “Trazei-nos aqui”. 19 – Em
seguida, mandou que a multidão sentasse na relva, tomou os cinco pães e os dois
peixes e, olhando para o céu, os abençoou, e os partiu, e os deu aos discípulos,
que os passaram ao povo. 20 – Todos comeram ficaram saciados e ainda levaram
doze cestos cheios de pedaços que sobraram. 21 – Ora, os que comeram eram em
número de cinco mil, sem contar as mulheres e as crianças. 22 – Feito isso,
ordenou Jesus aos discípulos que tomassem a barca e passassem para a outra
margem do lago antes dele, que ficou despedindo a multidão.
MARCOS: 30 – Ora, os apóstolos, reunindo-se em torno
de Jesus, lhe deram conta de tudo o que haviam feito e ensinado. 31 – E ele
lhes disse: “Vinde, retiremo-nos para um lugar deserto, a fim de aí repousardes
um pouco. É que eram tantos os que iam e vinham, que eles nem tinham tempo para
comer. 32 – Entrando, pois, numa barca, se retiraram para um lugar deserto. 33
– Mas, tendo-os visto partir, e muitos tendo sido informados da partida, grande
multidão acorreu a pé, de todas as cidades, e chegou antes deles. 34 – Ao
saltar da barca, vendo Jesus a multidão, teve compaixão dela, pois era como
rebanho sem pastor, e começou a ensinar-lhes muitas coisas. 35 - E como já se fizesse tarde, os discípulos se
aproximaram dele e lhe disseram: “Este lugar é deserto e a hora já vai
adiantada; 36 – despede-os a fim de que vão aos povoados e cidades dos
arredores para comprar o que comer”. 37 – Respondendo, Jesus disse: “Dai-lhes
vós mesmos de comer”. Eles replicaram: “Onde iremos comprar, por duzentos
denários, pães que bastem, para lhes darmos de comer? 38 - Jesus perguntou: “Quantos pães tendes vós?
Ide e Vede”. Depois de o verificarem eles disseram: “Cinco pães e dois peixes”.
29 – Jesus, então, lhes ordenou que fizessem o povo sentar-se, em ranchos, na
relva. 40 – Sentaram-se todos, formando diversos ranchos, uns de cem pessoas,
outros de cinqüenta. 41 – E Jesus, tomando os cinco pães e os dois peixes e olhando
para o céu, abençoou e partiu os pães, e os entregou aos discípulos, para que
os pusessem diante do povo; assim também, repartiu os dois peixes com todos. 42
- Todos comeram e ficaram fartos. 43 - E
ainda levaram doze cestos com os pedaços de pão e peixe que haviam sobrado. 44
– apesar de serem cinco mil os que comeram. 45 – Em seguida, Jesus mandou que
os discípulos entrassem de novo na barca e passassem para a outra margem do
lago em direção a Betsaida, enquanto ele ficava despedindo a multidão.
LUCAS: 10 –
De volta, os apóstolos relataram a Jesus tudo o que haviam feito. E, Jesus
levando-os consigo se retirou para um lugar deserto, próximo a Betsaida. 11 –
Informadas disso, as turbas o seguiram, e Jesus, recebendo-as, entrou a lhes
falar do reino de Deus e a curar os enfermos. 12 – Ora, como estava o dia a
declinar, os doze vieram e lhe disseram: “Manda embora essa gente, a fim de que
vá procurar alojamento e algo para comer nas granjas e aldeias dos arredores,
pois estamos num lugar deserto. 13 – Mas Jesus lhes disse: “Dai-lhes vós mesmos
de comer”. Ao que eles replicaram: “Só se formos nós mesmos comprar comida para
esse povo pois não temos mais que cinco pães e dois peixes”. 14 – Eram cerca de
cinco mil pessoas. Disse, então, Jesus aos discípulos: “fazei-os sentar em
grupos de cinqüenta”. 15 – os discípulos obedeceram e fizeram que todos
sentassem. 16 – Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos
ao céu e abençoou-os, parti-os e entregou aos discípulos, para que os
distribuíssem pela multidão. 17 – Todos comeram, ficaram saciados e ainda
encheram doze cestos com os pedaços que tinham sobrado.
Já vos temos falado da força de que dispunha o Cristo,
por efeito da sua potencialidade superior, PARA ATRAIR OS FLUIDOS DE QUE
PRECISAVA. QUEM, ABAIXO DE DEUS, CONHECE TÃO PROFUNDAMENTE A LEI DOS FLUIDOS?
Pela ação da sua vontade poderosa sobre os Espíritos que lhes obedeciam
pressurosamente, conseguiu ele, mediante transportamentos e o emprego dos
fluidos, multiplicar ao infinito (como dizeis) a pequena quantidade de
alimentos que os discípulos tinham à sua disposição. Preparados com os fluidos
próprios à sua produção, os quais lhes davam as necessárias propriedades
nutrientes, aqueles alimentos satisfaziam as exigências da matéria. BASTANDO
UMA DIMINUTA PORÇÃO DELES PARA SACIAR A MAIS DEVORADORA DAS FOMES. Para que
a multidão ficasse saciada, não bastaria que Jesus o quisesse? Sem dúvida! E
para isso não lhe seria preciso mais do que reunir em torno dela os fluidos
convenientes os quais SENDO ASPIRADOS FARIAM CESSAR QUAISQUER EXIGÊNCIAS DO
ESTÕMAGO. Entretanto, era mister que, diante daqueles observadores
materiais. SE PRODUZISSE UM EFEITO FÍSICO. Compreendei, irmãos, bem -
amados de todo o mundo e principalmente vós, senhores das ciências humanas: A
MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES E DOS PEIXES CAUSOU IMPRESSÃO MUITO AMOR DO QUE TERIA
CAUSADO A VONTADE DE JESUS ATUANDO NOS HOMENS!
O “MILAGRE” DA MULTIPLICAÇÃO DE PÃES E
PEIXES
P – Foi excelente a explicação dada, mas há um ponto
que merece destaque maior: o fato de ser considerada, “milagre” a multiplicação
dos pães e dos peixes. Como interpreta o caso o Espírito da Verdade, pelo CEU
da LBV?
R – Para os Apóstolos, os discípulos e a multidão, foi
com os pedaços em que Jesus
dividiu os cinco pães e os dois peixes (pedaços que – multiplicados “ao
infinito” – ele entregou aos Apóstolos e estes distribuíram pelo povo) que
todos se saciaram dando ainda para encher doze cestos, depois de estarem todos
satisfeitos. Foi isso o que todos viram; esse o fato que se passara à vista de
todos; o fato de que todos eram testemunhas e do qual todos haviam participado,
desde que comeram os pedaços dos cinco pães e dois peixes, partidos pelas mãos
de Jesus e distribuídos pelos discípulos.
FOI ISSO O QUE TODOS VIRAM, SOMENTE ISSO O QUE PODIAM ATESTAR, E ATESTARAM.
Por lhes ser incompreensível e inexplicável, dada a ignorância de todos (dos
Apóstolos, dos discípulos e da multidão) relativamente a origem, às causas e
aos meios ocultos que o produziram. O
FATO DA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES E DOS PEIXES FOI POR TODOS CONSIDERADO UM
“MILAGRE”. Foi e ainda o é pelos que se conservam estranhos à Nova
Revelação. Alguns homens de coração simples e espírito humilde, acreditaram na
sua autenticidade sem o compreenderem, firmados no testemunho dos Apóstolos,
dos discípulos e da multidão, e na fé que lhes inspira a narração evangélica.
Os outros ou fingiram acreditar, por não ousarem negá-lo, ou o negaram e
rejeitaram abertamente, encastelados na sua orgulhosa ignorância, pela simples
razão de não o poderem compreender e não saberem explicá-lo. E sem a presença
da ciência espírita, que vos veio mostrar a origem, as causas e os meios
ocultos por que se operou a multiplicação dos pães e dos peixes, fato não seria
um “milagre” mesmo para vós? Porventura vedes o que a todo momento se passa em
torno de vós no mundo espiritual? Sem a Nova Revelação, ninguém saberia que
aquela multiplicação se produziu pela ação espiritual e pelo emprego de
fluidos, UMA VEZ QUE A CIÊNCIA COMUM É
IMPOTENTE PARA COMPROVÁ-LA, PORQUE NÃO VÊ, NÃO OBSERVA E NÃO DESCOBRE SENÃO COM
OS OLHOS CARNAIS. Os Evangelistas que, como os Apóstolos os discípulos e a
multidão, não podiam compreender o fato.
POR IGNORAREM TAMBÉM A FONTE, AS CAUSAS E OS MEIOS QUE O PRODUZIRAM, SE
LIMITARAM (E ASSIM DEVIA, SER A NARRÁ-LO DEBAIXO DA INFLUÊNCIA MEDIÚNICA.
“Jesus – dizem eles – partiu com as mãos os cinco pães e os dois peixes, e os
deu aos discípulos e estes os deram ao povo; todos comeram e ficaram saciados,
e ainda levaram doze cestos cheios dos pedaços de pão e peixe que sobraram”.
Estas últimas palavras indicam que Jesus partia os pães e os peixes e dava os
pedaços aos discípulos, que os depositavam em cestos, onde os transportavam
para distribuí-los pela multidão. Os cestos eram os que as mulheres do Oriente
costumam trazer à cabeça e que servem para o transporte de frutas e legumes,
assim, como para abrigá-las dos ardores do sol. E muitas mulheres havia na
multidão. Antes que se iniciasse a multiplicação dos pães e dos peixes os
discípulos – cumprindo as ordens do Mestre – haviam arrebanhado (e colocado
junto dele) todos os cestos que as mulheres traziam. Eis aqui, agora, como se
operou a multiplicação: tendo nas mãos os pães e os peixes, JESUS OS ENVOLVIA EM FLUIDOS APROPRIADOS
A PRODUÇÃO DE TAIS ALIMENTOS (FLUIDOS PRODUTORES). Como
deveis compreender, o Cristo – para multiplica-los entre os seus dedos – atraía
a si os fluidos próprios ao efeito desejado e os tornava visíveis, tangíveis,
dando-lhes o aspecto, a forma e o sabor de pedaços de pão ou de peixe, pois JAMAIS OS CINCO PÃES E OS DOIS PEIXES
TERIAM FORNECIDO PEDAÇOS, AINDA QUE DE TAMANHO MÍNIMO, NA QUANTIDADE QUE ERA
NECESSÁRIA. Por esse meio, ia ele substituindo nos pães e nos peixes as
porções que deles tirava. Assim, era que, com o auxílio dos fluidos produtores
em que os envolvia, multiplicava os pães e os peixes e os pedaços em que os
partia (pedaços que entregava aos discípulos e que estes colocavam nos cestos).
No momento em que nos cestos eram depositados, sob a forma de pedaços de pão e
de peixe, os produtos fluídicos obtidos por Jesus, LOGO A ELES SE JUNTAVAM OS QUE OS ESPÍRITOS POR SUA VEZ, TRAZIAM E
QUE IMEDIATAMENTE SE TORNAVAM VISÍVEIS E TANGÍVEIS. Esses fornecimentos de
pedaços de pão e de peixe os Espíritos os preparavam nas mesmas condições dos
que Jesus entregava aos discípulos, com o auxílio dos fluídos produtores, e os
depositavam invisíveis nos cestos vazios. À medida que os discípulos deitavam
nestes os pedaços que recebiam do Mestre, os Espíritos tornavam visíveis e
tangíveis os pedaços que ali já haviam depositado. Assim, de um lado Jesus e os
Espíritos tiravam – indefinidamente – dos fluidos produtores que o Mestre
atraía para junto de si, os elementos e os meios de multiplicação dos peixes e
dos pães e, de outro lado, os discípulos tiravam dos cestos – indefinidamente –
os pedaços de pão e peixe cuja provisão se renovava por si mesma, mas sempre
mediante a intervenção dos Espíritos prepostos á. produção de tal efeito, que
se verificava a medida que os discípulos ali depositavam os pedaços que
recebiam de Jesus. Foi por esse processo que, pela ação do Cristo e dos
Espíritos Superiores que invisivelmente o cercavam, se operou a multiplicação
dos cinco pães e dois peixes, e que OS
PEDAÇOS PARTIDOS PELO MESTRE PARECIAM, ÀS VISTAS CARNAIS MULTIPLICAR-SE
INFINITAMENTE NAS SUAS MÃOS E DELAS SAÍREM PARA OS CESTOS. Sabeis que o
Espírito não deixa ver o objeto que ele transporta senão quando quer ser visto
operando, caso em que torna visível o fluido que envolve o mesmo objeto e que
serve para realizar o transporte. Mas, igualmente, sabeis que o Espírito; à sua
vontade, pode tornar invisível aos olhos grosseiros do homem o objeto que
transporta, só o fazendo visível quando e como quiser. Os fluídos que envolvem
o objeto transportado não são visíveis, senão querendo o Espírito que o sejam.
Fora disso o Espírito passa despercebido assim como o próprio objeto; que ele
não submete à vista do homem senão quando julga oportuno o momento, SE JESUS O TIVESSE DESEJADO, TERIA FEITO
SOZINHO A MULTIPLICAÇÃO. Mas, entendei, os meios empregados eram mais
prontos e mais fáceis para a consecução do fim visado. Com efeito, não era mais
fácil e mais pronto que os Espíritos depositassem invisíveis, nos cestos
vazios, os produtos que eles mesmos preparavam e os fossem tornando visíveis à
medida que os discípulos ali colocassem os produtos que recebiam do Mestre do
que este fazer sair de suas mãos para as mãos deles tudo o que fosse preciso
para encher os cestos? Os produtos da multiplicação, tendo recebido as formas
de pedaços de pão e de postas de peixe, como tais foram comidos pelos cinco
mil. E TODOS FICARAM SACIADOS E AINDA
LEVARAM DOZE CESTOS CHEIOS DOS PEDAÇOS QUE SOBRARAM.
PRODUTOS CESTOS E PEDAÇOS
P – Os cinco mil não notaram qualquer diferença no
gosto do pão e do peixe? E qual o destino que tiveram os cestos? Que aconteceu,
ainda, com os pedaços de pão e peixe que sobraram? São perguntas que fazem os
componentes do nosso Posto, com relação ao capítulo em pauta. Como as
responde o Espírito da Verdade?
R – Os cinco mil receberam os produtos da
multiplicação como se não tivesse havido multiplicação: era o gosto perfeito do
pão e do peixe. E não existe, aí nada que vos deva espantar. Os sonâmbulos
magnéticos não tomam a água, o vinho, ou qualquer alimento COMO SENDO O QUE SE LHES DIGA QUE SÃO? Não sabeis qual seja o poder
da influência espiritual no homem? Como então, ignorar A INFLUÊNCIA DE JESUS E DA FALANGE INUMERÁVEL DE ESPÍRITOS QUE O
RODEAVAM? Não tendes visto aparecerem, sem que ninguém saiba como, sob a
forma de coisas materiais, próprias para a alimentação humana, PRODUTOS OBTIDOS COM O EMPREGO DE FLUIDOS
PRODUTORES E QUE TEM PARA O HOMEM, O ASPECTO E O SABOR DOS PRODUTOS HUMANOS QUE
REPRESENTAM? Dizem os Evangelistas que todos comeram e ficaram saciados e
ainda levaram doze cestos, cheios dos pedaços que sobraram. Não dizem o que foi
feito desses doze cestos, nem que os cinco pães e os dois peixes estivessem com
os Apóstolos. Não dizem, ainda, se foram conservados os pedaços que sobraram. É
que tudo isso pouco importa. Qualquer que tenham sido a quantidade dos peixes e
dos pães, as pessoas que forneceram os cestos e o destino dado a estes e àquilo
que continham, o fundamental é que O
FATO PRODUZIDO POR JESUS REALMENTE SE VERIFICOU. Isto, sim, importa que
todos saibam. Deveis compreender que, em multidão considerável como aquela, há
sempre uma certa agitação. Terminada a distribuição dos pães e dos peixes, os
Apóstolos deixaram no chão os cestos, de que se tinham servido para fazê-la, e
foram tomar a barca, a fim de se transportarem à outra margem, onde – de acordo
com a ordem recebida – esperariam o Mestre, que ficava assistindo à dispersão
do povo. Mais preocupados com suas necessidades espirituais do que com as do
corpo, que no momento se achavam satisfeitas, os Apóstolos não cuidaram de mais
nada. A influência oculta, que sobre eles era exercida, lhes dirigia a atenção
para aquilo que os pudesse impulsionar, sempre que se fazia preciso desviá-la
de outros pontos. A ordem de Jesus – passarem, antes dele, para a outra margem
– tinha por objetivo preparar um novo fato que se devia produzir. Na sua
retirada desordenada e confusa, aquela grande massa de homens, mulheres e
crianças, ia tropeçando nos cestos, alguns dos quais foram apanhados vazios,
enquanto outros já ficavam esmagados,
SEM QUE NINGUÉM SE PREOCUPASSE COM ELES NEM COM O SEU CONTEÚDO. Os fluidos
componentes dos “produtos fluídicos” que, sob as formas de pedaços de pão e de
postas de peixe, sobraram da distribuição, voltaram à fonte de onde tinham sido
tirados, logo que – sob a ação dos Espíritos – desapareceu dos mesmos produtos
a tangibilidade e tudo entrou de novo na ordem da humanidade terrena. TUDO FORA PREVISTO, PREPARADO PARA A
EXECUÇÃO DAS OBRAS DO CRISTO ENTRE OS HOMENS. Notai, por último, que a
narrativa evangélica, feita sob a influência mediúnica, tratando do fato que
acabamos de apreciar, reproduz mais uma vez – como convinha que ocorresse
sempre – AS IMPRESSÕES E CONCLUSÕES
HUMANAS. Notai, ainda, que o Mestre, segundo decore dessas impressões e
conclusões, TEVE POR FIM, COMO SEMPRE,
DESPERTAR E CHAMAR SOBRE SI A ATENÇÃO DE SEUS DISCÍPULOS E DA MULTIDÃO, DE TAL
MODO QUE – ACREDITADO TODOS (COMO ACREDITARAM) SER JESUS DE NATUREZA IGUAL A
DOS OUTROS HOMENS – FICASSEM VIVAMENTE IMPRESSIONADOS POR SEUS ATOS E PALAVRAS.
JESUS E PEDRO CAMINHAM SOBRE AS ÁGUAS
P – Todos estão ansiosos por ver explicada a passagem
do Evangelho em que Jesus
e Pedro caminham por sobre o mar. Como a interpreta, pelo CEU da LBV, o
Espírito da Verdade?
R – Vamos harmonizar Mateus XIV: 23-33 e Marcos, VI
46-52.
MATEUS: 23 –
Tendo despedido a multidão, Jesus subiu a um monte, para falar com Deus. Ao
cair da noite, lá se achava ele só. 24 – Entretanto, a barca era impelida de um
lado para outro pelas ondas, no meio do mar, pois o vento era contrário. 25 –
Mas, na quarta vigília da noite, Jesus veio ter com eles, caminhando por sobre
o mar. 26 – Ao vê-lo andando sobre as águas, eles se turbaram e diziam: “É um
fantasma!” E, apavorados, se puseram a gritar. 27 – Logo, porém, Jesus lhes
falou assim: “Tende confiança! Sou eu! Não temais!” 28 – Pedro lhe respondeu:
“Senhor, se és tu mesmo, ordena que eu vá ao teu encontro caminhando sobre as
águas!” 29 – E Jesus lhe disse: “Vem!” E Pedro, descendo da barca, andou sobre
as águas em direção a Jesus. 30 – Mas, vendo que o vento estava forte, teve
medo, e, como principiasse a submergir bradou: “Salva-me, Senhor!” 31 - Ato
contínuo, Jesus estendendo-lhe a mão o segurou e lhe disse: “Por que duvidaste,
homem sem fé?” 32 – Assim que subiram, para a barca, o vento cessou. 33 – Então
os que estavam na barca se aproximaram dele e o adoraram, dizendo: És,
verdadeiramente, o Filho de Deus!
MARCOS: 46 –
Depois de haver despedido o povo, Jesus subiu a um monte, para orar. 47 – Ao cair
da noite, a barca estava no meio do mar, e Jesus estava sozinho em terra. 48 –
Vendo que seus discípulos tinham grande dificuldade em remar, por lhes ser
contrário o vento, Jesus, por volta da quarta vigília da noite, veio ter com
eles, caminhando sobre o mar, pois queria passar-lhes adiante. 49 – Eles,
porém, desde que o viram caminhando sobre o mar, supuseram ser um fantasma e
começaram a gritar. 50 – pois todos o viram e ficaram apavorados. Ele logo lhes
falou, dizendo: “Acalmai-vos! Sou eu! Não tenhais medo!” 51 – Subiu para a
barca onde eles estavam e o vento cessou, e eles ficaram ainda mais espantados,
52 – visto que não tinham compreendido a multiplicação dos pães e peixes é que
seus corações estavam cegos.
Facilmente deveis compreender o fato de Jesus andar
sobre as águas. Do mesmo modo que o Espírito pode atravessar os ares, podia o
Mestre – unicamente pela ação da sua vontade. - PRIVAR O SEU PERISPIRITO
TANGÍVEL DO CUNHO HUMANO QUE LHE IMPRIMIRA E DAR-LHE AS CONDIÇÕES ETÉREAS DAS
FORMAS ESPIRITUAIS. No momento em que, caminhando por sobre o mar, veio ter
com seus discípulos, Jesus se colocara nas condições perispiríticas das
aparições. Seu corpo perispiritual, conservando a aparência do corpo humano, a
visibilidade e a tangibilidade, era – quando deu a mão a Pedro – MAIS LEVE
DO QUE A ÁGUA, TENDO-SE EM
VISTA O PESO ESPECÌFICO DA ONDA DO MAR. Seus discípulos,
como diz o Evangelista, julgaram tratar-se de um fantasma, quando o viram
caminhando sobre as ondas. Ficaram sem saber se o que viam era, mesmo o Cristo
ou uma simples aparição. É que nessa ocasião, como dissemos, Jesus se colocara,
NAS CONDIÇÕES PERISPIRÍTICAS DAS APARIÇÕES, QUE ALGUNS DELES JÁ TINHAM
PODIDO OBSERVAR. É QUE, EM
TODOS OS TEMPOS O MUNDO INVISÍVEL ESTEVE SEMPRE EM COMUNICAÇÃO COM A
HUMANIDADE TERRESTRE. Suas manifestações, que os homens não compreendiam
por lhes desconhecerem as causas, passavam – mesmo no tempo do Mestre – por ser
ou: fantasias da imaginação ou obra dos Espíritos maus; ou, ainda, uma graça
especial, que Deus se dignava de conceder a esta ou àquela das suas criaturas
na Terra. Entre os idólatras, vós o sabeis muito bem, essas aparições deram
causa à multiplicação dos deuses e deusas DOS QUAIS FOI VÍTIMA A CREDULIDADE
DO POVO, EXPLORADA PELA AMBIÇÃO OU PELA CUPIDEZ. Os judeus, como os outros
povos, tinham, nas suas famílias, médiuns videntes que, às vezes, observavam a
aparição de um amigo, de um parente e, mesmo, de alguns de seus patriarcas e
profetas, pois – não o ignorais – OS ESPÍRITOS PODEM REVESTIR TODAS AS FORMAS.
Daí o fato de não ter o Apóstolo Pedro – que era médium audiente e vidente
muito adiantado, muito desenvolvido, e também médium de efeitos físicos –
podido reconhecer o Mestre, tomando-o por um fantasma. Ele via em Jesus apenas
a aparência inconsistente das aparições que já tinha observado. Só quando o
Cristo o segurou pela mão, verificou que era realmente Jesus, pois AINDA NÃO
TIVERA ENSEJO DE EXPERIMENTAR A TANGIBILIDADE DAS APARIÇÕES. Estando Pedro
decidido, pela sua fé, a obedecer a Jesus, ordenou este mentalmente, aos
Espíritos que o cercavam – prepostos ao efeito de sustentarem o Apóstolo sobre
as ondas – que o sustentassem: assim, pôde ele, também, caminhar sobre as
águas. Foi, ainda, obedecendo a uma ordem mental do Mestre, que os mesmos Espíritos
deixaram que ele submergisse um pouco. NO MOMENTO EM QUE LHE VOLTAVA A
DÚVIDA. Não era preciso que Jesus desse a mão a Pedro para que este,
caminhando com ele sobre as águas, voltasse à barca: teria bastado o amparo dos
Espíritos prepostos à sustentação do Apóstolo. O Cristo, porém, querendo
demonstrar a Pedro que era mesmo, o seu Mestre (que ali se achava e o
sustentava com o seu poder), lhe estendeu a mão. De fato, assim era, porque –
se Jesus não o houvesse ordenado – os Espíritos não teriam ajudado o Apóstolo a
manter-se em equilíbrio, caminhando pela superfície do mar. Como dissemos,
Pedro era (para nos servirmos de uma expressão consagrada) médium de efeitos
físicos, da mais alta categoria. Assim, foi com o auxílio dos fluidos nele
existentes que os Espíritos prepostos conseguiram sustentá-lo, de modo a poder
caminhar sobre as ondas FOI, TAMBÉM, GRAÇAS A ESSA MEDIUNIDADE QUE ELE
CONSEGUIU (AUXILIADO PELOS ESPÍRITOS PREPOSTOS A REALIZAÇÃO DESSE OUTRO FATO)
LIBERTAR-SE DAS CORRENTES COM QUE O ATARAM NA PRISÃO (ATOS DOS APÓSTOLOS, XII:
6-7). E QUE DE OUTRO MODO NÃO TERIA EXPLICAÇÃO. Mas, mesmo, que o Apóstolo não fosse médium
de efeitos físicos, nem por isso deixaria de ser sustentado pelos Espíritos
prepostos e de caminhar, com o auxílio deles, sobre as águas do mar, JÁ QUE
O MESTRE O QUERIA. Desde que essa era a vontade de Jesus, os Espíritos
reuniriam em torno de Pedro os fluidos, de que necessitavam para sustentá-lo: o
fato se produziria exatamente como se deu. Logo que Jesus e Pedro entraram na
barca, cessou a ventania. CESSOU PORQUE ASSIM O ORDENOU JESUS MENTALMENTE
AOS ESPÍRITOS PREPOSTOS AO GOVERNO DOS VENOS E DAS ÁGUAS, COMO ACONTECEU COM
RELAÇÃO À TEMPESTADE QUE SE DESENCADEOU NO MAR E QUE POR ORDEM DO CRISTO,
CESSOU IMEDIATAMENTE FAZENDO-SE GRANDE BONANÇA. Pois, sempre que, tenhais
merecimento, o Mestre aplacará todas as tempestades que ameaçarem as vossas
vidas por causa da pregação e da EXEMPLIFICAÇÃO DO NOVO MANDAMENTO DE JESUS!
JESUS NÃO É DEUS
P – Lemos no capítulo em exame: “Então os que estavam
na barca se aproximaram dele e o adoraram dizendo: – És, verdadeiramente, o
Filho de Deus”. Como devemos entender tais palavras nos ensinos do Espírito da
Verdade?
R – Para o homem fatos que tanto o surpreendiam SÓ PODIAM PROVIR DO PRÓPRIO DEUS. Ora,
sendo Jesus quem servia de intermediário para a produção dos fatos
“milagrosos”, o cognome que ele a si mesmo dava de Filho de Deus lhe valeu
imediatamente, aos olhos dos homens, o cunho da Divindade. Sem atinarem com o
sentido genérico das palavras MEU PAI,
que ele freqüentemente empregava, falando do Criador Universal, os homens lhes
deram de pronto o sentido restrito, e assim o consideraram COMO TENDO SIDO GERADO PELO PRÓPRIO DEUS: SENDO, PORTANTO, UMA
PERSONIFICAÇÃO DA DIVINDADE ONIPOTENTE. Em, conseqüência, eles o adoraram,
o que deu causa ao erro – que tão profundamente se arraigou – segundo o qual
Deus, querendo salvar a Humanidade e resgatar-lhe as faltas, se oferecera a si
mesmo em HOLOCAUSTO
DE PROPICIAÇÃO.
Aliás, não foi um mal que tal erro se houvesse generalizado, pois serviu àquela
época e PREPAROU O FUTURO RESERVADO A
NOVA REVELAÇÃO DO PARÁCLITO. O homem, sempre orgulhoso do seu valor pessoal
julgou-se tão importante aos olhos do Criador QUE ENTENDEU SÓ PODEREM SUAS FALTAS SER RESGATADAS COM O SACRIFÍCIO DO
ONIPOTENTE EM PESSOA, NA CONDIÇÃO HUMANA! Só mesmo Deus, isto é, somente
Aquele que, por efeito exclusivo de sua vontade, segundo o modo de ver do
próprio homem precipitaria, se o quisesse, no completo caos todos os mundos
disseminados pelo Infinito, poderia operar resgate tão precioso, MEDIANTE UM SACRIFÍCIO IMOLANDO-SE A SI
MESMO, REBAIXANDO-SE, PORTANTO, AO NÍVEL DAS SUAS INDIGNAS CRIATURAS! SÓ ASSIM,
SEM DÚVIDA, A VÍTIMA IMOLADA SERIA DIGNA DAQUELES CUJO RESGATE REPRESENTARIA O
PREÇO DA IMOLAÇÃO! Orgulho, delirante orgulho do homem que sempre se
considerou “o rei da criação”, quando não é mais que um miserável inseto que
passa despercebido, por assim dizer, como insignificante mosquito que voa num
raio de sol! Felizmente, a Nova Revelação, rompendo o véu da letra e todas as
suas superstições, que ocultavam à Humanidade a Luz e a Verdade vem na hora
certa, predeterminada pelo Senhor quando as inteligências se desenvolveram e o
progresso espiritual se realizou DAR-VOS
A CONHECER QUEM É O FILHO E QUEM É O PAI RESTAURANDO O ENSINO DO PRÓPRIO CRISTO
QUE SEMPRE DEIXOU BEM CLARO PARA TODOS OS SÉCULOS: JESUS É O FILHO, COMO TODOS
VÓS QUE “SEREIS DEUSES” E DEUS É O PAI ETERNO!
CORAÇÕES CEGOS
P – Diz o Evangelista: “O espanto de que ficaram
tomados os discípulos, quando viram Jesus caminhando sobre as águas, mais ainda
cresceu quando cessou o vento, logo que ele entrara na barca; pois não tinham
compreendido a multiplicação dos pães e dos peixes porque seus corações estavam
cegos”. Qual o significado real dessas palavras, segundo o Espírito da Verdade?
R – Estas palavras “porque seus corações estavam
cegos” significam: PORQUE NÃO PROCURAVAM
COMPREENDER. Seus olhos espirituais ainda estavam velados. Para os
discípulos, a multiplicação dos pães e dos peixes se produzira a bem dizer, por
si mesma, pois OS PÃES E OS PEIXES, QUE
JESUS PARTIA, PARECIAM RENOVAR-SE INCESSANTEMENTE, NAS SUAS PRÓPRIAS MÃOS, DO
MESMO MODO QUE NOS CESTOS OS PEDAÇOS SE MULTIPLICAVAM SEM ELES PODEREM VER POR
QUE MEIOS, E SEM MESMO PROCURAREM INTEIRAR-SE DO FATO! Na verdade, não vos
acontece, algumas vezes, serdes testemunhas de acontecimentos que, na
aparência, se produzem com derrogação das leis comuns à humanidade, observá-los
sem os compreenderdes e sem, sequer, fazerdes o menor esforço por consegui-lo?
O fato de Jesus caminhar por sobre as águas e a tentativa de Pedro, para fazer
o mesmo, IMPRESSIONARAM MAIS OS
DISCÍPULOS QUE A MULTIPLICAÇÃO DOS PEIXES E DOS PÃES, porque – para o
entendimento humano deles – o primeiro fato surpreendia mais, por isso que MAIS PERCEPTÍVEL LHES ERA A IMPOSSIBILIDADE
DE QUALQUER CRIATURA TRANSFORMAR A SUPERFÍCIE MÓVEL DO MAR EM TERRENO CAPAZ DE
LHE RESISTIR AO PESO. Concorrendo cada um daqueles fatos reciprocamente,
para avivar a impressão do outro ambos contribuíram para que seus olhos se desvendassem;
e eles acabaram por compreender os dois acontecimentos que num dia só,
presenciaram. E os compreenderam NÃO
PORQUE TIVESSEM ADQUIRIDO O CONHECIMENTO DE SUAS ORIGENS E CAUSAS, E DOS MEIOS
PELOS QUAIS SE PRODUZIRAM, POIS SÓ A NOVA REVELAÇÃO ESTAVA RESERVADO DAR ESSE
CONHECIMENTO AOS HOMENS, MAS PORQUE “APRENDERAM” QUE TAIS FATOS DENUNCIAVAM A
AÇÃO DE UMA POTÊNCIA TÃO SUPERIOR AO HOMEM QUE SÓ MESMO DEUS OS PODIA PRODUZIR.
DAÍ ACHAREM QUE FORAM “MILAGRES” OPERADOS PELA PRÓPRIA DIVINDADE ONIPOTENTE.
Portanto, não foi por não terem compreendido o fato material da multiplicação
que os discípulos se encheram de espanto, vendo Jesus caminhar sobre as ondas:
foi porque na ocasião, não encararam aquele fato como obra do próprio Deus como
posteriormente o consideraram. Se assim o tivessem considerado logo que se deu,
não se teriam admirado do outro: O
PRIMEIRO “MILAGRE” OS TERIA FEITO COMPREENDER DO MESMO MODO O SEGUNDO.
A FÉ E A AÇÃO MAGNÉTICA
P – Um episódio que motiva controvérsias é o da cura
dos enfermos que tocavam as vestes de Jesus. Como a explica o Espírito da
Verdade?
R – Vamos reler Mateus XIV: 34-36 e Marcos, VII 53-56.
MATEUS: 34 –
Tendo atravessado o lago, vieram eles à terra de Genesaré, 35 – e,
reconhecendo-os, os do lugar espalharam a notícia por todo o país e lhe
apresentaram todos os doentes; 36 – e lhe pediam que os deixasse, apenas tocar
na fímbria de suas vestes. E ficaram sãos todos aqueles que as tocaram.
MARCOS: 53 –
Tendo atravessado o lago, vieram à terra de Genesaré, onde aportaram. 54 –
Assim que desembarcaram, os habitantes do lugar reconheceram Jesus. 55 –
Transmitiram a notícia a todo o país e começaram a trazer, de todos os lados,
os doentes em seus leitos, para onde quer que o ouviam dizer que ele estava. 56
– Em qualquer lugar que entrasse – burgo, aldeia ou cidade – punham os enfermos
nas praças públicas e pediam lhes fosse permitido tocar somente a fímbria de
sua capa; e todos os que tocavam nela ficavam imediatamente curados.
Já vos explicamos O PODER MAGNÉTICO DE QUE JESUS
DISPUNHA. O tocar-lhe nas vestes – fato que, devido à ignorância das causas
e dos efeitos, os homens tinham por “milagroso” – não passava de UM MEIO
MATERIAL, QUE LHES ERA INDISPENÁVEL. A cura se operava pela ação daquele
que exercia poder soberano sobre os elementos etéreos. Era, portanto, resultado
da união desse poder com a fé que os curados possuíam. Entendei: os doentes se
curavam NÃO POR TEREM TOCADO NA FÍMBRIA DA CAPA OU DAS VESTES DE JESUS, MAS
PELA AÇÃO DA SUA VONTADE PODEROSA, SOLICITADA PELA FÉ INABALÁVEL DOS ENFERMOS
QUE TOCAVAM O MESTRE. A cura era feita, como dissemos pela ação magnética
exercida por Jesus; pela emissão que ele fazia – sob o influxo desta ação – dos
fluidos apropriados a cada espécie de doença, os quais eram dirigidos para o
organismo do enfermo. Com o mesmo critério deveis entender as curas operadas
por “lenços e panos” e até pela “sombra” dos Apóstolos, das quais vos falaremos
quando chegar a hora: TUDO É MAGNETISMO, COMPLETADO PELA FÉ, SEM A QUAL É
IMPOSSÍVEL AGRADAR A DEUS.
AS TRADIÇÕES E A HIPOCRISIA
P – Os escribas e fariseus censuraram os discípulos do
Cristo por não lavarem as mãos antes de comer. A resposta do Mestre parece; a
muitos opositores, apologia da falta de higiene. Como explica essa parte do
Evangelho, no CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R – Vamos reunir Mateus, XV: 1-20 e Marcos, VII: 1-23.
MATEUS: 1 –
Então, alguns escribas e fariseus que tinham vindo de Jerusalém, se aproximaram
de Jesus e lhe disseram; 2 – Por que os teus discípulos transgridem a tradição
dos antigos, não lavando as mãos antes de comer? 3 – Jesus lhes respondeu: “É
por que vós transgredis os Mandamentos de Deus, em obediência à vossa tradição?
Deus ordenou; 4 – “Honra a teu pai e tua mãe” e Moisés acrescentou: “Seja
punido de morte aquele que houver ultrajado a seu pai e sua mãe”. 5 – Vós,
porém, dizeis, quem quer que haja dito a seu pai ou sua mãe: “Tudo o que
ofereço a Deus vos é útil”, satisfaz à lei, 6 – embora, a seguir, deixe de
honrar e assistir seu pai e sua mãe. Assim, tornastes nulo o Mandamento de Deus
pela vossa tradição. 7 – Hipócritas, bem profetizou de vós Isaías, dizendo: 8 –
“Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. 9 –
Portanto, é em vão que eles me honram, ensinando doutrinas e mandamentos de
homens!” 12 – Os discípulos, então, aproximando-se, disseram a Jesus: “Sabes
que os fariseus, ouvindo o que disseste, se escandalizaram?” 13 – Ele
respondeu: “Toda planta que meu Pai Celestial não plantou será arrancada pela
raiz. 14 – Deixai-os, são cegos que conduzem cegos: ora, se um cego se faz guia
de outro cego, ambos caem no fosso”. 15 – Disse, então, Pedro: “Explica-nos
esta nova parábola”. 16 – Jesus lhe replicou: “Também vós sois tardos de
entendimento? 17 – Não compreendeis que tudo que entra pela boca desce ao
ventre e é lançado fora? 18 – Mas o que sai da boca vem do coração e mancha o
homem, tornando-o impuro: 19 – pois do coração vêm os maus pensamentos, os
homicídios, os adultérios, as blasfêmias, os roubos, os falsos testemunhos, as
maledicências. Estas são as coisas que mancham o homem; mas comer, sem lavar as
mãos, não o torna impuro.
MARCOS: 1 –
Alguns escribas e fariseus, vindo de Jerusalém, foram ter com Jesus, 2 – e,
tendo visto seus discípulos tomarem a refeição com as mãos não lavadas, os
censuraram; 3 – pois os fariseus não comem sem terem lavado as mãos muitas
vezes, guardando a tradição dos antigos. 4 – E, quando voltam da praça pública,
não comem, sem se haverem banhado, mantendo muitos outros costumes mais, cuja
observância lhes foi transmitida pela tradição e eles conservam, como o de
lavarem os corpos, os jarros, os vasos de bronze e os leitos. 5 – Perguntaram-lhe,
pois, os escribas e os fariseus: “Por que não seguem teus discípulos a tradição
dos antigos, comendo sem terem lavado as mãos?” 6 – Jesus respondeu: “Bem
profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: “Este povo
me honra com os lábios mas o seu coração está longe de mim; 7 – É em vão que
eles me honram ensinando doutrinas e mandamentos de homens”; 8 – pois, deixando
de lado o Mandamento de Deus, observais com cuidado a tradição dos homens,
lavando os jarros e os cálices, e fazendo muitas outras coisas semelhantes”. 9
– E lhes dizia: “Anulais totalmente o Mandamento de Deus, para guardardes a
vossa tradição. 10 – Assim, enquanto Moisés diz: “Honrai a vosso pai e vossa
mãe” e “seja punido de morte aquele que tenha ultrajado a seu pai ou sua mãe”,
11 – vós dizeis: “Se um homem diz a seu pai ou sua mãe “Tudo o que ofereço a
Deus vos é útil”, ele satisfaz à lei”. 12 – E lhe permitis que não faça mais
coisa alguma por seu pai ou sua mãe. 13 – Revogais, assim, a palavra de Deus
pela tradição, que vós mesmos estabelecestes, e deste modo fazeis muitas outras
coisas semelhantes”. 14 – Chamando novamente o povo para perto de si, Jesus lhe
disse: “Ouvi-me vós todos e compreendei: 15 – Nada há do que existe fora do
homem que, entrando nele, o possa macular e tornar impuro. 16 – Se alguém tiver
ouvidos de ouvir, ouça!” 17 – Logo que apartando-se do povo, entrou em casa
seus discípulos lhe perguntaram o que significava aquela parábola. 18 – Jesus
lhes disse: “Tão pouco inteligentes sois ainda? Não compreendeis que tudo que
está fora do homem e entre nele não o torna impuro, 19 – pois nada disso entra
em seu coração, mas desce ao ventre e é lançado fora?” 20 – E acrescentava: “O
que macula o homem é o que sai do próprio homem, 21 – Pois de dentro do coração
é que saem os maus pensamentos, os adultérios, os homicídios, 22 – a avareza, o
roubo, o orgulho, a felonia, as iniqüidades, os desregramentos. 23 – Todos
esses males vêm de dentro do coração do homem e, por isso o maculam”.
Como Jesus, também nos vos dizemos: DESCONFIAI DAS
TRADIÇÕES! SUAS PALAVRAS, DIRIGIDAS AOS FARISEUS, SE APLICAM PERFEITAMENTE AOS
TEMPOS ATUAIS. Desconfiai das tradições, porque elas deturparam a Lei do
Amor que o Cristo nos deu, ao decretar seu Novo Mandamento. Dessa Lei sublime a
tradição fez o que já fizera com o Decálogo, dado a Moisés no Sinai. Por isso
mesmo, deixai de lado a tradição e retornai ao Cristianismo do próprio Cristo,
mesmo que os fariseus de hoje se escandalizem: ELES FALAM E PROCEDEM, COM
RELAÇÃO A VÓS OUTROS, EXATAMENTE COMO FALARAM E PROCEDERAM COM RELAÇÃO A JESUS,
OS FARISEUS DE OUTRORA. Sim, deixai que eles se escandalizem porque serão
forçados a abandonar suas tradições e voltar a eterna Lei do Mestre, mãe de
todas as virtudes! Mas preservai-vos de tudo o que vos possa manchar: maus
pensamentos, palavras e atos! Conduzi-vos com humildade tirando boas coisas do
bom tesouro do vosso coração e repartindo-as com os vossos irmãos! Os judeus,
fazendo voto ou oferenda podiam dispor, em favor do culto de uma certa parte
dos seus bens. Desde então pretextando que essa parte representava tudo o de
que poderiam dispor em benefício de seus pais, se consideravam dispensados de
lhes dar assistência: ALEGAVAM, PARA SE JUSTIFICAREM, QUE DO QUE OFERECIAM
AO SENHOR OS PAIS APROVEITARIAM SOB A FORMA DE BENÇÃO CELESTES! HIPOCRISIA
TANTO DO ÍMPIO QUE DESSE MODO DESONRAVA A DIVINDADE, QUANTO DO SACERDÓCIO
INDIGNO, QUE TOLERAVA E ANIMAVA SEMELHANTES PROFANAÇÕES. Não houve apologia
à falta de higiene: O Mestre combatia um exagero com outro exagero, o do Bem
contra o Mal. E o exemplo, escolhido por Jesus, tinha por objetivo induzir os
escribas e os fariseus a refletirem sobre o que chamavam A TRADIÇÃO DOS
ANTIGOS E REJEITAREM TUDO O QUE ESSA TRADIÇÃO ENCERRAVA DE CONTRÁRIO À LEI
DIVINA TAL QUAL O SENHOR A REVELARA POR INTERMÉDIO DE MOISÉS E DOS PROFETAS.
A TRADIÇÃO DOS ANTIGOS E A DOS
CRISTÃOS
P – Nosso Posto deseja focalizar, na
Cruzada do Novo Mandamento, estas palavras de Jesus: “Nada há fera do homem
que, entrando nele, o possa macular Não é o que entra na boca do homem que o
torna impuro: o que sal da boca é que o macula”. Como o Espírito da Verdade
interpreta esse ensinamento do Mestre?
R – Os costumes aditados às Leis Reais é
que constituíam a tradição dos antigos: o termo "costumes", aqui,
indica TODAS AS DOUTRINAS, PRESCRIÇÕES,
PRECEITOS E MANDAMENTOS CRIADOS PELOS HOMENS E POR ELES ESTABELECIDOS. Por
Leis Reais designamos as Leis Divinas que, em obediência à vontade do Senhor,
foram reveladas aos hebreus por Moisés. Vós outros, CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO tendes igualmente a vossa tradição dos
antigos, representada pelas doutrinas, prescrições, preceitos e mandamentos que
os homens formularam, alterando, deturpando falseando com os seus
acrescentamentos, a Lei Divina que, em obediência à vontade de Deus, Jesus lhes
revelou, durante o desempenho da sua missão terrena. Mas aquela Lei – com exclusão
de qualquer outra – se contém integralmente na palavra do Cristo que, velada
pela letra ENQUANTO ISSO ERA NECESSÁRIO,
constituiu a base, a fonte e o fundamento da Nova Revelação, que vem
explicá-la, desenvolvê-la e fazê-la compreensível, na época marcada pelo Senhor
para o
advento do ESPÍRITO
QUE VIVIFICA, SUBSTITUINDO A LETRA
QUE MATA. Assim como Jesus
veio combater, entre os judeus, a tradição dos antigos, arrancando desse modo
toda planta que não foi plantada pelo Pai Celestial, TAMBÉM HOJE O ESPÍRITO DA VERDADE QUE REPRESENTA O CRISTO DE DEUS, VEM
COMBATER ENTRE VÓS TUDO O QUE CONSTITUI A TRADIÇÃO DOS ANTIGOS, ARRANCANDO IGUALMENTE
TODA PLANTA QUE PELO
SENHOR NÃO FOI
PLANTADA. O que Jesus disse aos escribas e fariseus daquele tempo se
aplica aos escribas e fariseus de hoje – repelido e rejeitando a Nova
Revelação, trazida aos homens pelos Espíritos do Senhor, órgãos do Espírito da
Verdade – se esforçam também por manter a tradição dos antigos, honrando a Deus
com os lábios, ensinando doutrinas e mandamento humanos! Entendei: DEUS PODE ADMITIR A PUREZA EXTERIOR, QUANDO
VÊ. QUE O CORAÇÃO ESTA SUJO? PODE ACEITAR O CULTO DOS LÁBIOS QUANDO VÊ QUE O
CORAÇÃO ESTA CHEIO DE HIPOCRISIA? PODE ABENÇOAR O HOMEM E PERDOAR-LHE, QUANDO
VÊ QUE ÊLE AMALDIÇOA E SE VINGA? Eis por que vos dizemos: honrai a Deus do
fundo de vossos corações vivei a Lei do Amor, sintetizada no Novo Mandamento;
não sejais sepulcros caiados por fora.
Então, sim, estareis limpos integralmente, não apenas porque lavastes as
mãos ou o corpo.
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