O NASCIMENTO DE JESUS
P – Ao contrário do que
pensávamos, sentimos hoje que é fácil realizar a Cruzada do Novo Mandamento em
nossas casas. Devemos esta feliz descoberta à Legião da Boa Vontade. Como o CEU
interpreta os versículos 18 a
25, Capitulo Primeiro, do Evangelho de Jesus segundo Mateus?
R – Vejamos:
18 – O nascimento de Jesus se
deu assim: quando Maria, sua mãe, desposou José, verificou-se que ela
concebera, pelo Espírito Santo, antes que houvesse coabitado. 19 – José, seu marido,
sendo justo e não querendo expô-la à desonra, resolveu manda-la embora
secretamente. 20 – Mas, quando pensava nisso, um Anjo do Senhor lhe apareceu em
sonho, dizendo: “José, filho de David, não temas receber Maria por tua esposa,
porquanto o que nela se gerou foi formado pelo espírito Santo. 21 – Ela terá um
filho e lhes dará o nome de Jesus, porque Ele próprio libertará seu povo dos
pecados. 22 – Tudo aconteceu para cumprimento do que o Senhor disse pelo
profeta: 23 – “Uma virgem conceberá e dará à luz um filho, a quem será dado o
nome de Emmanuel, que quer dizer DEUS CONOSO”. 24 – José, então, despertando,
fez o que o Anjo do Senhor lhe ordenara e aceitou Maria por esposa. 25 – E, sem
que tivessem união carnal, ela deu à luz seu filho e lhe pôs o nome de Jesus.
José não se recordava da sua
origem, como Jesus, e não tinha consciência do seu destino: sofria os efeitos
da encarnação humana. Assim, reencarnado, estava submetido às leis e aos
preconceitos da humanidade, apesar da superioridade do seu Espírito. Era homem
justo, mas homem. Eis porque, sob a influência dessas leis e desses
preconceitos, resolvera a princípio abandonar Maria, secretamente. A revelação
que lhe fez em sonho o Anjo, ou Espírito, tinha por fim retirar, em parte,
o véu que lhe cobria a inteligência. Alma pura, José compreendeu a santidade da
sua missão. Emissário também para cooperar na obra do Cristo, aceitou com
alegria, tal como devia ser, a tutela humana que o Senhor lhe confiava. Não
estranheis que o Evangelista haja espalhado, pelas multidões, a atitude secreta
de José e a revelação que o levou a revoga-la. Cumpria que todos compreendessem
na época determinada pela Boa Vontade do Senhor, que JESUS NÃO ERA FRUTO DA
CONCEPÇÃO HUMANA. E as palavras do Anjo – “o que nela se gerou foi formado
pelo Espírito Santo” – servindo para aquela época segundo a letra,
salvaguardavam o futuro, no qual teriam de ser, segundo o espírito, a base da
Terceira Revelação. Quanto à aparição do Anjo, em sonho, a José – da qual a
ignorância humana, em seus mais culposos desvios, tem abusado tantas vezes,
para fazer abomináveis gracejos, insultuosos ao que há de mais sagrado para o
homem: o seu Deus – essa aparição vós a compreendeis muito bem. Aquele que
ainda não percebeu a Luz de que é portadora a Revelação dos Espíritos, deve
inclinar-se e calar em vez de repelir o que não sabe explicar. Durante o sono,
o Espírito se desprende da matéria, para poder reunir-se, no espaço, aos amigos
que o cercam. Quando o desprendimento é completo, o Espírito se eleva e, desde
que seja de certa grandeza, se associa às falanges felizes, sem deixar,
todavia, a zona do planeta. Se o desprendimento não é completo, os Espíritos
simpáticos descem e se aproximam dele. Qualquer que seja a condição moral em
que vos encontreis, essas relações se estabelecem, mas geralmente com Espíritos
que guardam paridade com os vossos. Por vezes, contudo, Espíritos mais elevados
vêm até vós, para vos instruir durante esses momentos de liberdade, para vos
mostrar os obstáculos que tereis de vencer. Toda comunicação obtida durante o
sono deve ser classificada entre os sonhos, com a diferença, porém, de que os
sonhos ordinários provém geralmente de recordações, ou da luta da matéria com o
Espírito, ao passo que os sonhos da natureza daquele de José são revelações.
Não imagineis, entretanto, que, partindo desse princípio, vos seja dado achar a
significação de todos os vossos sonhos. Seria o mesmo que procurar o sentido
racional das balbúcies de uma criança. Diante do fato, no que diz respeito à
revelação que o Anjo fez a José, houve COMUNICAÇÃO DE ESPÍRITO A ESPÍRITO. Da
mesma forma que conservais, muitas vezes, a lembrança dos vossos sonhos, ainda
os mais insignificantes e ridículos, não sendo completo o desprendimento,
também José, ao despertar, se lembrou do sonho que tivera. Quando o
desprendimento foi completo, a lembrança só se verifica em casos excepcionais.
Nesses casos, por ocasião do despertar, há uma ação espiritual que, mediante a
inspiração, renova a impressão recebida, a lembrança. Muitas das vossas
recordações humanas, igualmente, são fruto de uma ação dessa natureza, que vos
recorda fatos passados, a fim de que sirvam ao vosso futuro.
OBRA DO ESPÍRITO SANTO – I
P – Diante das explicações
do CEU da LBV, hoje podemos compreender perfeitamente a sua máxima: Religião
é a Política cientificamente praticada. Sim, entendemos que é no campo
espiritual que se encontra solução para todo e qualquer problema, do Brasil e
da Humanidade. Como explicar, agora, a concepção, a gravidez e o parto de Maria
por OBRA DO ESPÍRITO SANTO?
R
– Eis os versículos 1 a
7, Capitulo Segundo, do Evangelho de Jesus segundo Lucas:
1 – Sucedeu que, por aqueles
dias, se publicou um decreto de César Augusto, para o recenseamento dos
habitantes de todo o mundo. 2 – Esse recenseamento foi feito por Quirino,
governador da Síria. 3 – Todos iam fazer suas declarações, cada um na sua
cidade. 4 – José partiu da cidade de Nazaré, que fica na Galiléia, e foi à
Judéia, à cidade de David, chamada Belém, por isso que ele era da casa e da
família de David, 5 – a fim de se fazer registrar com Maria, sua esposa, que
estava grávida. 6 – Enquanto ali se achava, sucedeu completarem-se os dias em
que devia dar à luz; 7 – e Maria deu à luz o seu filho primogênito, e o
enfaixou, e o deitou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na
hospedaria.
Para todos, já o dissemos e
repetimos, Maria tinha de ser a mãe de Jesus. Para todos, sua gravidez era
visível. Decorrido o tempo que esta devia durar, igual ao de qualquer gravidez,
o simples fato da presença do menino nos braços de Maria bastou para causar a
crença no parto. Para todos, portanto, houve “parto” e “nascimento”. Eis por
que, durante todo o tempo da sua missão terrena, Jesus foi considerado – pelos
homens, pelos Apóstolos, pelos discípulos, pelas multidões que o seguiam – como
fruto da concepção humana, por obra de Maria e de José. Mais tarde, depois de
finda aquela obra, isto é, depois da “ascensão”, amadureceram os frutos da
revelação conservada secreta. Ela se tornou conhecida do povo. Em conseqüência
da anunciação feita a Maria e da advertência recebida por José, Jesus passou a
ser considerado um homem nascido de ventre de mulher e, ao mesmo tempo, um Deus
encarnado, porque formado miraculosamente no seio de uma virgem pelo
Espírito Santo. Dessa crença vulgar, relativa à “concepção” e ao
“nascimento” de Jesus, à “gravidez” e ao “parto” de Maria, crença que se
originou de uma revelação apropriada às necessidades e às exigências da época –
preparo da vossa humanidade para a compreensão da vida espiritual – dessa
crença partilharam os Evangelistas, os Apóstolos e os discípulos, como o povo em geral. ERA NECESSÁRIO
QUE ASSIM FOSSE, porque – se eles tivessem conhecido a origem espiritual de
Jesus – teriam sido impostores, representando essa origem como carnal nas
condições da vossa humanidade, e, ao mesmo tempo, como fruto de uma encarnação
divina. Os Evangelistas, bem como os Apóstolos e os discípulos, eram simples de
coração; eram na condição de reencarnados, criancinhas pela humanidade e pela
inteligência. Aceitaram a revelação recebida por Maria e por José,
considerando-a emanada de Deus e feita por um de seus Anjos. Instrumentos do
Senhor, eles transmitiram essa revelação e os fatos. Médiuns historiadores,
cada um desempenhou sua tarefa dentro do quadro que lhes traçaram a influência
e a inspiração espirituais. Já o dissemos e agora o repetimos: convinha que
fosse assim, porque os homens precisavam de um exemplo frisante. Por perto de
vinte séculos, a matéria idealizada vos preparou com auxílio do tempo e das
reencarnações sucessivas, mediante as quais se efetuaram a expiação, a
reparação e o progresso, para a compreensão da vida espiritual e vos conduziu à
era nova do Espírito da Verdade, cujo o advento foi preparado, lenta e
laboriosamente, desde que o Mestre esteve pessoalmente entre vós. E os tempos
chegaram.
OBRA DO ESPÍRITO SANTO – II
P – Deixou-nos
impressionados a franqueza do Espírito da Verdade, ao afirmar que até os
Evangelistas, os Apóstolos e os discípulos ignoravam a verdadeira origem
espiritual de Jesus! De fato, a letra mata, só o Espírito vivifica. Tudo será
aclarado agora?
R – Sim. A letra produziu
seus frutos: não consegue mais satisfazer ao estado e ao progresso das vossas
inteligências, às reais necessidades da época atual. Pois que agora mata, ela
tem de ceder seu lugar ao espírito renovador e revitalizante. Chegaram os
tempos de ensinar, de acordo com a Ciência e a Verdade, iniciando a todos nos
segredos da Natureza, o que foram – como obra do Espírito Santo – a
gravidez e o parto de Maria. Esta obra, qualificada de “sobrenatural”,
“milagrosa”, “divina”, foi, com a permissão de Deus e de acordo com as leis
naturais e imutáveis por ele promulgadas de toda a eternidade, o resultado de
um ato espiritual e de uma ação magnética, executados com o auxílio e por meio
de fluidos apropriados. O magnetismo é o agente universal que tudo aciona: TUDO
ESTÁ SUBMETIDO À INFLUÊNCIA MAGNÉTICA. A atração existe em todos os reinos da
Natureza. Não é por efeito da atração magnética que o macho se aproxima da
fêmea, nas diferentes partes da Terra, ainda mesmo nas mais desertas e quando,
não raro, os dois se encontram a grande distância um da outra? Não é a atração
magnética que leva de uma flor a outra o princípio fecundante? Que nas
entranhas da Terra, une as substâncias próprias para a formação dos minerais
que ela encerra? Que atua sobre as águas, dirigindo-as para as terras áridas,
necessitadas de fecundação? TUDO É ATRAÇÃO MAGNÉTICA NO UNIVERSO. Esta é
a grande lei que rege as coisas. Quando o homem tiver os olhos bem abertos para
aprender toda a extensão dessa lei, o mundo estará sob o seu domínio, visto que
ele poderá dirigir a ação material dessa força. Mas para chegar lá, lhe será
necessário um estudo longo e aprofundado das causas, e sobretudo muito respeito
e amor ao Todo-Poderoso, que lhe confiou tão grande meio de ação. Quando, sob
os auspícios desse respeito e desse amor, ele, todo humildade e desinteresse,
houver conquistado pelo estudo e pelo trabalho o conhecimento de todos os
fluidos, das suas naturezas diversas, de suas propriedades e efeitos, das
diferentes combinações e transformações por que podem passar, POSSUIRÁ O
SEGREDO DA VIDA UNIVERSAL E DA FORMAÇÃO DE TODOS OS SERES EM TODOS OS REINOS ,
sob a ação magnética e espiritual, pela vontade de Deus e segundo LEIS NATURAIS
E IMUTÁVEIS. Os fluidos magnéticos ligam todos os mundos entre si no Universo,
como todos os Espíritos, encarnados ou não. Eis o laço universal com que Deus
nos ligou a todos para formarmos UM ÚNICO SER, conjugando-nos as forças para
NOS INTEGRARMOS NELE. Pois os fluidos se reúnem pela ação magnética; tudo é
magnetismo na Natureza; tudo é atração produzida por esse agente universal. No
vosso planeta, além do magnetismo mineral, vegetal e animal, existem ainda o
magnetismo humano e o magnetismo espiritual. O magnetismo humano consiste na
concentração, por efeito da vontade do homem, dos fluidos existentes nele e na
atmosfera que o cerca, e mediante os quais, a certa distância, ele atua sobre
outros homens ou sobre as coisas. O magnetismo espiritual resulta da
concentração da vontade dos Espíritos, concentração por meio da qual estes
reúnem à volta de si os fluidos, quaisquer que sejam, encerrados no ser
humano ou disseminados no espaço, e o dispõe de modo a exercerem ação sobre o
homem ou sobre as coisas, produzindo os efeitos por ele desejados. A gravidez
de Maria foi obra do Espírito Santo porque foi OBRA DOS ESPÍRITOS DO SENHOR e,
como tal, aparente e fluídica, de modo a fazer crer numa gravidez real. Houve,
aí, efeito de magnetismo espiritual. Sabeis qual a ação dos fluidos espirituais
sobre o homem. Podeis avalia-la pelo poder dos fluidos humanos bem dirigidos.
Os Espíritos prepostos à preparação do aparecimento do Cristo na Terra
reuniram, em torno de Maria, fluidos apropriados que lhe operaram a distensão
do abdômen e o intumesceram. Ainda pela ação dos fluidos empregados, o mênstruo
parou durante o tempo preciso de uma gestação, contribuindo este fato para a
aparência da gravidez, pela intumescência e pelos incômodos ocasionados. Maria,
sob a inspiração do seu Guia Superior, e diante desses resultados, que eram
para ela o cumprimento da anunciação do Anjo, acreditou na realidade do seu
estado. Nessa crença nada há de surpreendente: aos hospícios se têm
recolhido não poucas vítimas da vossa ciência, as quais se acreditavam prestes
a dar à luz, QUANDO NÃO PASSAVAM DE JOGUETES DAS ILUSÕES PROVOCADAS POR
OBSESSORES. Em tais casos não havia nenhuma aparência de gravidez aos olhos
dos homens; entretanto, os obsessores as faziam experimentar todos os sintomas
da gravidez e do parto. Assim, só aparência de gestação houve em Maria; a
gravidez foi apenas aparente, senão a intumescência do ventre produzida por
ação fluídica, efeito do magnetismo espiritual. Seu parto foi, igualmente, obra
do Espírito Santo, porque foi obra dos Espíritos do Senhor, e só se deu na
aparência, tal como a gravidez, por isso que resultava desta, que fora também
aparente. Tanto quanto da gravidez magnética, Maria teve a ilusão, do parto, na
medida do que era necessário, a fim de que acreditasse, COMO DEVIA ACONTECER,
num nascimento real.
OBRA DO ESPÍRITO SANTO – III
P – Impressionante a
explicação do Espírito da Verdade sobre a concepção, a gravidez e o parto da
Virgem Maria! Poderia o CEU da LBV explicar o que sucedeu depois?
R – Passado o tempo normal
da gravidez, houve efeito de magnetismo espiritual: os Espíritos prepostos à
preparação do advento do Cristo colocaram Maria sob a influência magnética, e
ela teve a impressão completa do parto e da maternidade. Deveis compreender
essa influência recordando a ação e os efeitos que, por meio do magnetismo
humano, o magnetizador exerce e produz sobre o magnetizando, assim como a ação
e os efeitos que, mediante o magnetismo espiritual, os Espíritos exercem e
produzem sobre o homem. O magnetizador pode, como sabeis, pela ação da sua
vontade e com o auxílio dos fluidos humanos bem dirigidos, levar o paciente, em
estado de sonambulismo, a experimentar todas as sensações e impressões, a
ver e acreditar em tudo quanto ele queira que o mesmo paciente veja e acredite,
ao ponto de conseguir que este se impressione com a ficção, como se fora uma
realidade. Pode ainda produzir no paciente todas as aparências de um
sofrimento qualquer, faze-lo mesmo passar por este sofrimento e, por fim,
livra-lo dele. Se estudardes o magnetismo humano por todas as suas faces,
notareis que alguns pacientes, cujo desprendimento se opera com grande
facilidade, falam e procedem exatamente como se não estivessem mergulhados em
sono magnético, não apresentando nenhum traço ou sintoma por onde o observador
possa reconhecer esse estado. É que a ação magnética se exerce sobre o
Espírito, deixando ao corpo a sua liberdade. São indivíduos que gozam do
desenvolvimento de faculdades extra-humanas, isto é, indivíduos excepcionais,
que gozam não só (como todo Espírito desprendido da matéria) de faculdades
extra-humanas, mas também de faculdades superiores às que observais nos homens
mais lúcidos e que são capazes, em certos casos, de resolver problemas em que o
Espírito encarcerado na carne não ousaria nem poderia abordar. Há questões que
o homem não se atreve a propor à ciência, não por humildade nem por uma
cautelosa apreciação de suas forças, mas sim por considerar a ciência
incapaz de responder a todas elas. Raros são ainda, tais indivíduos. Mas
hão de se multiplicar, mediante o emprego dessa força que vos está confiada.
Servirão imensamente ao progresso das ciências e das artes do vosso planeta.
São instrumentos mais perfeitos do que os outros, mas – por isso mesmo – mais
fáceis de se quebrarem, isto é, são pessoas cujas faculdades mediúnicas, mal
dirigidas, se estragariam rapidamente. Tal a razão porque não vos aparecem
em grande número. Preciso é que, em matéria de magnetismo, ganheis mais
experiência. Sabeis, também, que o esquecimento ao despertar é, em principio,
efeito do sonambulismo. Todavia, excepcionalmente, pode o magnetizador – pela
ação de sua vontade e dando ordens nesse sentido – conseguir que, uma vez
despertado, o sonâmbulo guarde lembrança do que tenha ocorrido no estado
sonambúlico e da qual ele queira que o mesmo sonâmbulo se recorde do seu estado
comum. Tudo quanto, pela ação do magnetismo humano, o magnetismo pode fazer com
outro individuo, igualmente o podem pela ação do magnetismo espiritual, os bons
Espíritos. Estes atuam com maior discernimento e mais ciência do que o
homem sobre o homem, e nas condições necessárias à obtenção dos efeitos que
queiram produzir, dos resultados que desejam alcançar. Podem fazer que o
paciente sinta pancadas, ou dores, que aparecem ou desaparecem à vontade dos
operadores invisíveis. Também sabeis, por numerosos fatos observados em todos
os tempos e agora mesmo, como são sentidas essas pancadas, essas dores.
Lembrai-vos: tudo está sujeito à influência magnética.
OBRA DO ESPÍRITO SANTO – IV
P – A explicação do
Evangelho de Jesus, em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento, nos
reintegra na realidade eterna do Cristo de Deus. Poderia o Espírito da Verdade
continuar suas lições sobre o magnetismo?
R – Sim. Precisamos
explicar-vos, ainda, a ação do magnetismo sobre o Espírito do magnetizando. O
que a este respeito vamos dizer se aplica tanto ao magnetismo humano quanto ao
magnetismo espiritual; só que a ação deste é mais pura em suas causas e em seus
efeitos. Entretanto, são os mesmos resultados de um e outro: o desprendimento
do Espírito encarnado se produz em condições mais ou menos boas, conforme seja
mais ou menos elevado o magnetizador, humano ou espiritual. Haveis de
compreender que o magnetismo não pode causar ilusão ao Espírito, porque
concorre para o seu desprendimento. Uma vez desprendido o Espírito, por
esse meio, dos entraves da carne, a conseqüência é que se torna cúmplice
voluntário de quem sobre ele atua, quer a ação magnética emane de um Espírito
livre, que de um que esteja reencarnado. A lembrança que o paciente, depois de
acordar, guarde do que ocorreu durante o sono magnético, resulta da cooperação do
mesmo paciente, o qual – seja por simpatia, seja por fraqueza, seja por
subordinação, conforme às relações existentes entre ele e o magnetizador
(humano ou espiritual) – consente em obedecer ao que se lhe impõe ou propõe.
Assim, ele se recordará das palavras ou atos cuja lembrança tenha, durante o
sono, assentido em guardar, sob a influência das sensações e impressões
recebidas pela matéria, que conserva a marca do compromisso, assumido pelo
paciente, de se lembrar dos atos como se fossem realmente praticados. O
Espírito, iludido pela carne, ao despertar considera reais aqueles atos. Se o
Espírito do magnetizador e o do magnetizando são simpáticos, a lembrança é
devida ao bom entendimento existente entre ambos. Se o Espírito do magnetizando
é mais fraco do que o do magnetizador, e este lhe impõe uma vontade arbitrária,
o Espírito desprendido cede algumas vezes. Se o Espírito do magnetizando é
inferior ao do magnetizador, o primeiro, por deferência, levado pelo respeito,
obedece. Maria tinha de crer num parto real e lembrar-se dos fatos que lhe
cumpria atestar, como se tivessem ocorrido. Os Espíritos prepostos à preparação
do aparecimento do Cristo na Terra, colocando Maria sob a influência do
magnetismo espiritual, puseram-na em estado de sonâmbulo que vê e acredita,
sente e experimenta, o que se quer que ela veja e acredite, sinta e
experimente. Nesse estado, a Virgem se achou em condições idênticas as dos
indivíduos, ainda raros entre vós, de que há pouco falávamos. Quando ela ainda
se encontrava sob aquela influência, os Espíritos prepostos – que, para
produzirem a gravidez aparente e fluídica, haviam atraídos os fluidos
apropriados – os dispersaram: deste modo, cessando as causas, os efeitos
deixaram de existir. Pela dispersão daqueles fluidos, a menstruação retomou o
seu curso normal e Maria se achou nas condições exigidas em tais casos para
poder, no prazo estabelecido, preencher as formalidades prescritas na Lei de
Moisés para a purificação. A fim de dar à Virgem – sempre sob a influência
magneto-espiritual – a ilusão do parto e da maternidade, os Espíritos prepostos
pela ação fluídica, fizeram-na experimentar efeitos semelhantes às contrações
naturais em um parto qualquer. E essas impressões recebidas pela matéria a
dispuseram a tomar, por simpatia com os Espíritos elevados que sobre ela
atuavam, isto é, por acordo com eles, o compromisso de se lembrar
materialmente de fatos que precisavam ser atestados, submetendo-se ao que lhe
era proposto em nome do Senhor. No momento em que Jesus apareceu,
exatamente como por efeito de um nascimento real, sob o aspecto de uma
criancinha, cessou toda a influência magneto-espiritual. E Maria, iludida pela
carne, sob a influência das impressões recebidas pela matéria, que conservara o
sinal do compromisso que seu Espírito assumira, tomou nos braços o menino, como
se o parto fora comum, crente assim de que ele era fruto de suas entranhas, por
obra do Espírito Santo. Maria era quase uma criança, pouco experiente das
coisas humanas, tendo sempre vivido em contemplação e adoração. Tomou o menino
e rendeu graças a Deus. A gravidez e o parto não tiveram, da sua marcha
natural, senão a aparência. Se fosse necessário dar também aos homens a ilusão
desses fatos, fácil teria sido aos Espíritos prepostos fazer com que, pelas
dores da carne em elaboração, Maria experimentasse todos os incidentes e
sintomas de cada uma das fases da maternidade, de modo a lhes imprimir, aos
olhos humanos, todos os caracteres aparentes da realidade, segundo as leis
da encarnação no vosso planeta. Sabeis como os Espíritos, que vos cercam, podem
manipular os fluidos ambientes. Por isso, a gravidez teve, aos olhos dos
homens, a aparência da realidade. O mesmo se deu com referência ao parto:
cercando Maria dos fluidos necessários a produzir a ilusão, esses fluidos,
pelas combinações que sofreram sob a ação espiritual, imprimiram aos olhos
humanos todos os caracteres da realidade às fases do parto, de modo que este,
para os que assistissem a Virgem, revestiria a aparência do fato real.
OBRA DO ESPÍRITO SANTO – V
P – O conhecimento da Lei
dos Fluidos abre novos horizontes para os estudiosos da verdadeira Doutrina
Cristã. Como o CEU da LBV analisa as conseqüências do “parto” de Maria?
R – Os Espíritos que vos
cercam, chegados a um certo grau de adiantamento atuam – pelo poder da provia
vontade – sobre os fluidos ambientes, atraem os que são necessários e,
combinando-os, traçam, para os olhos carnais do homem, os quadros que ele
precisa ver. Entretanto, tais meios só são empregados em casos excepcionais, da
maior seriedade. Assim, não pense o homem estar sempre submetido a essas
“alucinações espirituais”. Mas, todas as vezes que, para um fim útil à
Humanidade, seja preciso recorrer a esses meios, eles são empregados. Não vos
equivoqueis, porém, a respeito do sentido desta expressão “alucinações
espirituais”: trata-se de efeitos espirituais representando, para olhos
humanos, uma coisa qualquer que não exista realmente, nem do ponto de vista
material, nem do ponto de vista espiritual, e que não passa de ilusão
produzida, sob a ação dos Espíritos, por uma SIMPLES COMBINAÇÃO DOS FLUÍDOS. O
fenômeno, que mais tarde explicaremos, chamado a manipulação dos pães e dos
peixes, simples resultado de uma ação espiritual, obtida por mera combinação
dos fluidos apropriados e necessários a tais efeitos, é de molde a vos fazer
compreender como seria igualmente fácil produzir, para aqueles que porventura
assistissem Maria, a ilusão perfeita do parto, dando-lhe as características da
realidade. É pelo mesmo princípio e pelo emprego das mesmas causas que os
Espíritos culpados defrontam, na erraticidade, as vítimas que fizeram e as
faltas que cometeram e vêem desenrolar-se o panorama sangrento do passado ou o
cenário das dores que os esperam no futuro. Os fluidos empregados pelos
Espíritos prepostos a essa missão apresentam aos olhos do culpado – ou quadros
animados, de uma ilusão perfeita, ou a aparência de objetos sob a mais completa
ilusão da realidade. Fácil teria sido, portanto, produzir nos homens, naqueles
que porventura a assistissem, a ilusão do parto de Maria. Mas, a isso se opunha
o misterioso prestigio de que devia cercar-se o “nascimento” de Jesus. No
momento a Virgem estava só. Fácil era dar a ilusão àquele Espírito cuja
existência material apenas começava, tanto mais quando – embora o
desenvolvimento da mulher em tais paragens seja mais precoce do que sob o vosso
clima – a vida contemplativa de Maria a conservara ao abrigo de todas as
aspirações e sensações materiais. Sendo ela, portanto, ignorante das leis da
matéria, seria inútil levar mais longe essa ilusão. Notai que os acontecimentos
se encadearam de tal sorte que Maria se viu isenta de quais quer socorros
humanos, sendo o rebanho encurralado no estábulo sua companhia única naquele
momento em que, estando sozinha, ela tivesse de acreditar num parto real; em
que sob a influencia magneto-espiritual, os fatos ocorreram para efetivar a
ilusão sobre esse ponto; em que, finalmente, se verificou o aparecimento de
Jesus sob o aspecto de uma criancinha. Notai que NENHUM HISTORIADOR DE JESUS
FALA DO TRABALHO DO PARTO DE MARIA, NEM DAS CONSEQÜÊNCIAS QUE PUDESSEM
OCASIONAR. Os “espíritos fortes” farão sentir que, sendo a Judéia um país
quente, as mulheres eram morenas e vigorosas, e que assim as condições
mórbidas, do ponte de vista das conseqüências do parto, deviam ser quase
nulas”. Efetivamente, em certas atitudes, a mulher se encontra senão livre, ao
menos aliviada de uma parte de seus sofrimentos. Mas Jerusalém, Nazaré e Belém
de Judá não se acham em condições idênticas às das margens do Ganges, tão
citadas em casos semelhantes. Ela, portanto, deveria ter estado “doente”, como
qualquer outra mulher, durante certo tempo. NINGUÉM DISSE UMA SÓ PALAVRA A TAL
RESPEITO. Ao contrário, logo na manhã seguinte, recebeu os pastores (aos
quais o Anjo, ou Espírito, se manifestara) e lhes apresentou o menino. Ela era,
já o dissemos, um Espírito muito puro, tendo por missão prestar-se a obra que
se havia de realizar, e não procurava, como vós o fazeis, compreender o
mecanismo dos atos ocultos. Observai: avisada pelo Anjo de que teria, aos olhos
humanos um filho de essência diversa da sua, diversa da essência humana do
vosso planeta, obedece e desempenha com fé, submissão e amor, A TEREFA QUE
ACEITARA. Avisada pelo Anjo, ou Espírito, de que não seria mais que um
instrumento, recebe como obra do Espírito Santo e sem inquirir da
natureza da solução do problema, o filho que julgou ser fruto de suas entranhas
e do qual tinha de se encarregar aos olhos dos homens. Não digam aqueles, que
sem cessar controvertem, que isso teria sido embuste ou fantasmagoria. Não:
vossa natureza está sujeita a muitas coisas que ainda não compreendeis, mas
cuja fonte única é a combinação dos fluidos de que dispomos – para vossa
utilidade e vosso progresso. Jamais agimos sem propósito: cumprimos SEMPRE as
vontades do Senhor. O que ocorreu era necessário ao início de uma nova era
transitória, na qual a Humanidade então ia entrar, a fim de preparar o advento
de nova Revelação.
OBRA DO ESPÍRITO SANTO – VI
P – Agora sabemos que só o
Espírito da Verdade pode restaurar a beleza da Segunda Revelação, libertando da
ignorância a pobre Humanidade. Podemos saber mais a respeito do corpo de Jesus?
R – A cada era – uma
Revelação, progressiva e apropriada às necessidades dos tempos, ao estado das
inteligências e aos reclamos da época. Revelação velada pela letra, quanto
convenha, mas sempre vos ensinando a Verdade, gradualmente, na medida do que
podeis receber e conservar, levantando, pouco a pouco, a ponta do véu que a
esconde aos vossos olhos. Jesus trazia um corpo semelhante ao vosso, como bem o
disseram os Apóstolos: “Seu corpo não tinha a aparência do vosso? E suas
necessidades aparentes não foram as mesmas?^” Sim, Jesus teve um corpo
semelhante ao vosso, mas não da mesma natureza. Seu nascimento foi obra
do Espírito Santo, por isso que seu aparecimento foi preparado por uma
gravidez aparente e, portanto, por um parto também aparente, obra – uma e outro
- dos Espíritos do Senhor, executada como já vos explicamos. TAL APARECIMENTO
SÓ JESUS O PODIA FAZER: aquela missão lhe competia, primeiro, como responsável
que é pelo progresso humano, depois, por ser, entre os Espíritos elevados (sob
a sua direção) consagrados à obra do progresso da Terra e da sua Humanidade, o
único, pelo seu poder nas altas regiões siderais, capaz de assimilar aos do
vosso planeta os fluidos superiores que servem para a formação dos corpos nos
mundos fluídicos, e – desse modo – constituir o corpo misto de que usava, quase
material e que, aos vossos olhos, se afigurava o corpo do homem terrestre;
finalmente, por ser o ÚNICO REALMENTE CAPAZ DE MANTER UMA EXISTÊNCIA APARENTE
NA TERRA. Efetivamente, Jesus, Espírito Perfeito, puro entre os mais puros de
quantos, sob a sua direção, trabalham para o vosso progresso, vossa
regeneração, vossa transformação física, moral e intelectual, a fim de vos
conduzir à perfeição; Jesus, não sujeito a encarnar em nenhum planeta, conhecia
todos os fluidos adequados a produzir o aparecimento por incorporação e a
encarnação em TODOS OS
MUNDOS , quer materiais, quer fluídicos; Jesus conhecia também
as leis universais, naturais e imutáveis, suas aplicações e apropriações. Só
Ele, portanto, tinha a ciência e o poder de construir para si mesmo, debaixo da
aparência corporal humana, aquele invólucro de natureza perispirítica, apto a
longa tangibilidade, destinado a lhe servir para o desempenho da sua missão
entre vós. SÓ ELE TINHA O PODER DE DEIXAR ESSE CORPO E DE O RETOMAR A TODO
INSTANTE, mantendo os elementos que o compunham sempre prontos a se reunirem ou
dissociarem, por ato exclusivo da sua Potente Vontade. Já o dissemos e
repetimos: Jesus não se revestiu de um corpo material humano como o vosso: SUA
ESSÊNCIA ERA DEMASIADO PURA PARA PODER SUPORTAR O CONTATO COM A MATÉRIA, ASSIM
COMO VOS É IMPOSSÍVEL SUPORTAR UM ODOR FÉTIDO. Quanto mais pesada a matéria,
tanto mais constringe o Espírito. Revestido do invólucro material humano, o
Espírito (seja, embora, um Espírito Superior, que o tome para desempenhar
missão entre vós) é mais ou menos falível: sua vida não decorre sem que um ou
outro deslize lhe empane o brilho. Entre vós ainda se encontram Espíritos em
missão, suportando o peso da carne. Mas, já pela sua natureza espiritual, já
pela sua posição crística, tal escravidão não podia nem devia sofrer Jesus,
pois – mesmo quando visível entre os homens, segundo os períodos e necessidades
da sua missão – tinha a consciência perfeita da sua origem e a certeza absoluta
do futuro, COMO GOVERNADOR E PROTETOR DO VOSSO PLANETA, presidindo a vida e a
harmonia universais em todos os reinos da natureza, constantemente em relação
com Deus, transmitindo pelos seus mensageiros, hierarquicamente, ordens a todos
os Espíritos prepostos à obra de engrandecimento da Humanidade terrena. Já o
dissemos e repetimos: esse fato do aparecimento entre vós, de um Espírito por
incorporação – ÚNICO ATÉ HOJE NOS ANAIS DO VOSSO MUNDO – vai-se repetir
brevemente. E quando se repetir, sabereis que soou a hora da regeneração
anunciada pelo Cristo e, desde longe, por nós preparada e continuada. Ouçam os
que tem ouvidos de ouvir, e todos aqueles que, cheios de orgulho, mas
ignorantes das Leis Divinas, naturais, universais e imutáveis, e do que se
refere aos fluidos, suas propriedades, seus efeitos, suas combinações,
apropriações e transformações, SEMPRE DE ACORDO COM AQUELAS LEIS, para a
produção de seres por incorporação ou encarnação nos planetas, tanto materiais
quanto fluídicos, que povoam a imensidade – ouçam todos os homens: não neguem o
que não podem compreender nem explicar!
OBRA DO ESPÍRITO SANTO – VII
P – Agora, compreendemos
porque Jesus afirmou que João era o maior dos nascidos de ventre de mulher:
porque este não foi o caso do Cristo de Deus. Que diz mais a respeito, o
Espírito da Verdade?
R – A gravidez de Maria foi
apenas aparente e fluídica, por obra do Espírito Santo, isto é, dos
Espíritos prepostos a essa obra, os quais operaram por meio do magnetismo
espiritual. Sim, o “aparecimento” de Jesus, efetuado de acordo com a vontade de
Deus, apropriada ao nível das inteligências daquele tempo, sob o véu de um
nascimento apenas aparente, foi manifestação espiritual, tangível, IGUAL ÀS QUE
SE PRODUZEM EM TODAS AS
ÉPOCAS E AINDA HOJE PODEIS OBSERVAR. A única diferença a registrar entre aquela
e estas manifestações, é que ali, o perispírito, muito humanizado pela ação
poderosa do Mestre sobre os fluidos que vos cercam era – com todas as
aparências da vida terrestre – apto a conservar uma longa tangibilidade, que existia
ou cessava ao arbítrio do Cristo, conforme ao exigido pelo tempo, oportunidades
e atos da sua missão entre vós. Estava reservado ao Paráclito dizer-vos tudo
aquilo que a Humanidade não podia entender, quando Jesus desceu à Terra, mas
que, veladamente, se encontrava nas palavras com que o Anjo fez a anunciação à
Virgem Maria e, em sonho, advertiu a José. Estava-lhe reservado levantar o véu
quando fossem chegados os tempos; colocar no corpo da letra (que agora mata) o
Espírito (que vivifica); explicar o erro que a letra e a ignorância dos séculos
haviam de engendrar (e engendraram) até aos vossos dias, enfim ensinar-vos a
verdade que o progresso das inteligências já vos permite receber e guardar. É
preciso repetir: Jesus não tomou um corpo material humano, formado no seio de
uma virgem, com derrogação das Leis naturais, imutáveis que regulam a
reprodução no vosso planeta e nos outros mundos materiais; A VONTADE DE DEUS
JAMAIS DERROGA AS LEIS DA NATUREZA QUE ELE PRÓPRIO FORMULOU DESDE TODA A
ETERNIDADE. Não, Jesus não tomou um corpo humano material igual aos vossos, por
obra de Maria e José. Afirmar ao contrário seria inquinar de falsidade e
impostura o que a ambos disse o Anjo enviado por Deus. O Paráclito vem
explicar, em Espírito e Verdade, as palavras do Anjo do Senhor, mal
interpretadas porque as tomaram ao pé da letra, com ignorância do sentido que
devia ser dado a estas proposições: “Aquele que nela se gerou foi formado pelo
Espírito Santo. – O Espírito Santo virá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te
cobrirá com sua sombra”. O Paráclito vem substituir o erro pela verdade; vem
ensinar aos homens que, como obra do Espírito Santo, isto é, dos Espíritos do
Senhor, tudo foi espiritual, estranho a qualquer ato humano, material –
regido pelas leis da encarnação no vosso planeta – quer se trate da concepção
no seio de uma virgem, dando lugar a uma gravidez apenas aparente (devida a uma
ação fluídica emanada daqueles Espíritos); quer se trate do parto, por sua vez
também aparente, destinados uma e outro – como já o explicamos fartamente – a
produzir ilusão em Maria e gerar nela crença em fatos que devia considerar
reais e atestar; quer se trate, finalmente, do aparecimento de Jesus sob o
aspecto de uma “criancinha” tal como teria acontecido, aos olhos dos homens,
num “nascimento real”. De uma vez por todas, essa aparecimento (obras e feitos
espirituais) se produziu pelo emprego e combinação de fluidos superiores e
inferiores de acordo com as LEIS NATURAIS E IMUTÁVEIS que vos temos revelado,
mediante a aplicação e a adaptação dessas leis. E agora, uma palavra final em
resposta aos que citam a Primeira Epístola de João, em seu quarto capítulo,
para afirmar que “são falsos profetas os que negam ter Jesus vindo em carne ao
vosso mundo”. Não quis o Evangelista referir-se ao corpo do Cristo mas à
condição humana que tomou (Verbo feito carne), para o cumprimento da sua missão
sacrificial. Visava ele aos que, até hoje esperam a vinda do Mestre, enquanto
nós já anunciamos sua volta.
OBRA DO ESPÍRITO SANTO – VIII
P – Há um ponto obscuro que
gostaríamos de ver aclarado. Tendo José e Maria, como tinham, parentes e
conhecidos em Belém, de que modo se explica terem de se acolher a um estábulo,
e ali deitarem o menino na manjedoura, por não haver lugar, para eles, na
hospedaria?
R – Explica o Espírito da
Verdade: grande era a afluência de viajantes, a ponto de exceder os limites da
hospitalidade, mesmo na hospedaria. Os hebreus, sobretudo os de ínfima classe,
não construíam casas para si mesmos como se fossem príncipes. Morava em Belém
um irmão de José; mas não tendo sido avisado de sua vinda, não pode recebe-lo,
porque outros hóspedes ocuparam toda a sua casa. José não era esperado: não
devendo afastar-se de Maria, atento à sua adiantada gravidez (aos olhos dos
homens), seu irmão é quem iria fazer por ele as declarações exigidas pela lei.
De fato, estando certo de não poder ir pessoalmente, José incumbiu seu irmão
Matias de inscreve-lo no registro censitário, assim como sua mulher e o filho,
que então já teria “nascido” e seria varão, pelo aviso que recebera do Anjo.
Não era crível que Maria, em tão adiantado estado de gravidez, se
aventurasse àquela caminhada. Por isso ninguém a esperava. Mas, impelida
pelo Espírito, para empregar a expressão das próprias Escrituras, isto é, sob
a inspiração do seu Anjo da Guarda, ela resolveu, à última hora, empreender a
viagem. ERA PRECISO que Jesus “nascesse” daquele modo, exatamente assim, num
lugar miserável, longe dos homens e de todos os socorros, a fim de dar
impressionante exemplo de humildade, para que também se simplificassem as
circunstâncias que lhe haviam de cercar o “nascimento”, como já vos explicamos.
Logo que a afluência de forasteiros diminuiu, ela foi recebida pelos parentes,
em casa do irmão de José. A notícia de que o menino “nascera” imediatamente se
espalhou, passando de boca em boca, como todas as notícias que os homens
transmitem. Zacarias e Isabel tiveram aviso do fato, não por essa forma, mas
por intermédio de José. Ambos se apressaram a adorar o menino Jesus. Destituídos,
porém, de utilidade para a obra evangélica, seus atos e palavras nessa ocasião
foram postos de lado, sepultados no silêncio: é que, tendo desempenhado sua
missão, os dois voltaram a obscuridade. Assim, não mais se falaria deles, e
realmente não se falou mais, verificando-se o mesmo com relação a todos os
outros Espíritos reencarnados, que haviam pedido a graça de participar da obra
de redenção que Jesus vinha executar.
P – Por que tantos teólogos
negam a Lei da Reencarnação? E qual a diferença entre REENCARNAÇÃO E
METEMPSICOSE?
R – Os teólogos que negam a
Lei da Reencarnação lhe opõem a teoria chamada criacionismo, isto é, as
almas são criadas diretamente por Deus, no instante do nascimento das criaturas
humanas. Esta idéia é esposada pelos teólogos católicos, para explicar que
Jesus e Maria não estavam sujeitos ao pecado original, porque suas almas foram
criadas especialmente por Deus. Que importa? Nem por isso deixa de
existir um aLei Universal, mas antiga que o vosso mundo. Quanto a metempsicose,
convém reler o que diz o cânon 1º do 5º Concílio Ecumênico de Constantinopla:
“Se alguém acredita na lendária preexistência das almas, que tem, como
conseqüência, a idéia monstruosa de que elas voltam, com o correr do tempo, ao
seu estado primitivo, seja condenado”. Como vedes, o que aí se condena,
evidentemente, não é a REENCARNAÇÃO, mas a METEMPSICOSE, que ensina poderem
as almas voltar a viver nos animais. Ora, isto condenamos todos nós, como
absurdo ou monstruoso, porque o Espírito não pode retroceder: é Lei de Deus.