DEUS E A VIDA
UNIVERSAL – VII
P – A Doutrina do Novo
Mandamento de Jesus está interessando a muita gente, que nunca se preocupou com
Evangelho e Apocalipse. É uma prova de que está sendo cumprida a grande missão
do Centro Espiritual Universalista, da LBV! Pode o Espírito da Verdade
esclarecer outros pontos da vida e harmonia universais?
R – Sim, é a nossa maior
satisfação: libertar as Almas pelo conhecimento da Verdade. Prossigamos, pois.
Tempo longo, tempo cuja duração sois incapazes de calcular, demanda a
essência espiritual no estado de inteligência relativa, no estado de animal,
para adquirir, nesse reino, o desenvolvimento que lhe permita passar ao estado
intermediário, que lhe permita, a seguir, atravessar as espécies que
participam do animal e do homem. Depois de haver passado por todas essas
espécies intermediárias, ela permanece ainda longo tempo, cuja duração não
sois, igualmente, capazes de calcular, na fase preparatória da sua entrada
na humanidade, fase esta da qual, pela vontade do Senhor e mediante uma
transformação completa, sai o Espírito formado, com inteligência
independente, livre, responsável. Nessa grande UNIDADE DE CRIAÇÃO E DE TODOS OS
REINOS DA NATUREZA, tudo concorre para a vida e harmonia universais, segundo as
leis naturais, imutáveis e eternas, por meio de uma ação recíproca e solidária,
do ponto de vista da conservação, da reprodução e da destruição. Tudo concorre
para o desenvolvimento e para o progresso de todas criaturas. Tudo o que é,
vive e “morre”, nos reinos mineral e vegetal, todos os seres que, no reino
animal e no reino humano, vivem e “morrem”, desde do ser microscópico até ao
homem, tudo e todos têm um emprego, uma utilidade, uma função, que
tendem e servem para o desenvolvimento de cada espécie, para a vida e a
harmonia universais. Essa multidão de microscópicos animálculos, que olhos
carnais não logram ver, que só pela ação óptica do microscópio solar se tornam
visíveis, que se encontram espalhados no ar, na água, nos líquidos e nos
sólidos, concorrem para entreter e desenvolver a existência animal e a
existência humana, como os que vivem na água contribuem para a existência da
planta e os que se escondem na planta – para a alimentação do carneiro e do
cabrito que pastam. Em tais organizações, porém, é completa a ausência do
pensamento, que também não é o agente que leva o carneiro a morrer para
servir de alimento ao homem. Entretanto, a faca, que abre escoadouro ao sangue
do animal, liberta a inteligência relativa, o Espírito em estado de
formação e lhe proporciona ensejo de ser utilizado em melhores condições. É
pela passagem da essência espiritual, durante uma “eternidade”, por todos os
reinos da Natureza e pelas formas e espécies intermédias, mediante as quais
eles se encadeiam, que o desenvolvimento se opera numa progressão contínua, que
o pensamento surge e COMEÇA A EXISTÊNCIA MORAL. Não conclua o homem, porém, do
que dissemos, que deva destruir o que em torno dele existe, para auxiliar
aquele desenvolvimento: cairia num erro culposo! CADA UM TEM DE VIVER, MAS
SOMENTE VIVER. Não destrua, portanto, senão o que for estritamente necessário à
sua existência. Quanto ao mais, só a vontade soberana do Senhor pode prover.
DEUS E A VIDA
UNIVERSAL – VIII
P – Hoje, sabemos que não há
segurança fora da LEI DE DEUS. Somente o conhecimento da Verdade, como ensinou
Jesus, poderá libertar o homem de todas as tragédias que o afligem. Haverá,
então, respeito e amor entre os povos e nações. Que diz a respeito, o Espírito
da Verdade no CEU da LBV?
R – Quando o homem entender
os laços que o prendem a tudo o que é, na Divina Criação, seu coração se
abrandará: em tudo, ele compreenderá a necessidade de USAR SEM ABUSAR. Tudo,
realmente tudo, na grande UNIDADE DA CRIAÇÃO, nasce, existe, vive, funciona,
“morre”, renasce – para a harmonia do Universo, sob a ação dos Espíritos Puros
que cumprem a vontade de Deus, segundo as leis naturais e imutáveis que Ele
estabeleceu, desde toda a Eternidade, mediante as aplicações e apropriações
dessas leis. Observai bem: nada há de espontâneo na Natureza, porque TUDO
TEM SUA ORIGEM PREPARADA. Ao homem só é possível notar os efeitos que lhe
ferem os sentidos. O que nasce instantaneamente, sem que ele previsse a
possibilidade de tal nascimento, se lhe afigura uma criação instantânea. A
verdade, porém, é que já existiam germes dessa criação. Aos olhos dos
homens, o que há de espontâneo é só a matéria. A inteligência, ou antes o
germe da inteligência, que a tem de habitar, é colocado na matéria logo que
esta o pode conter, e a vida se manifesta às vistas humanas, instantaneamente,
de acordo com o meio e os ambientes, debaixo da direção e da vigilância oculta
dos Espíritos prepostos, de conformidade com as leis naturais e gerais,
que o homem ainda não tem capacidade para compreender e explicar. Irmãos
bem-amados, cuja felicidade desejamos, não vos deixeis arrastar pelo orgulho, o
inimigo encarniçado que tendes de destruir, o “demônio” que ainda vos subjuga e
transvia! Não rejeiteis, sem exame, homens materialistas, esta REVELAÇÃO DA
VOSSA ORIGEM! Não digais que ela vos rebaixa! Reconhecei, ao contrário, que ela
vos engrandece, permitindo-vos entrever a onipotência criadora do Pai
Celestial! Sim, nós, vós, todos – exceto Aquele que foi, é e será por toda
a Eternidade – todos fomos, em nossa origem, essência espiritual, princípio de
inteligência, Espírito em estado de formação. Todos passamos por essa
metamorfoses, transfigurações e transformações da matéria, até chegarmos à
condição de ESPÍRITO FORMADO, senhor do seu livre arbítrio. O que vos revelamos
não é a metempsicose; é a LEI NATURAL, É A IGUALDADE, PERANTE DEUS, DE TUDO
O QUE EXISTE, NO VOSSO MUNDO E EM TODO O UNIVERSO. Deus, Pai igualmente bom
para todos os seus filhos, em todos os mundos, NÃO TEM PREFERÊNCIAS: todas
as criaturas são obras sua; nenhuma será deserdada. Compreendei bem tudo o
que há de profundo e elevado nessa cadeia sem fim, que liga todo o conjunto da
Natureza e exalta o amor do homem, mostrando-lhe O AMOR INFINITO DO SEU DEUS!
Não zombem mais os incrédulos e sofistas, os filósofos sem Filosofia. Estudai,
todos vós, homens sem fé, estudai! Com o coração cheio de amor a Deus e ao
vosso próximo, armados do amor à Ciência e ao desejo de progredir, procurai –
humildes e desinteressados – a Luz do Mundo! Procurai compreender, e
compreendereis; procurai ouvir, e ouvireis; procurai ver e, certamente, vereis.
Nada há de oculto que não venha a ser revelado, nada ignorado que não venha a
ser conhecido. A reencarnação dá ao homem a faculdade de retomar a obra incompleta
ou inacabada. Mas só mesmo os humildes, pela sua Boa Vontade, podem chegar
rapidamente ao conhecimento da Verdade, encerrada na Bíblia Santa, que é a
palavra de Deus. E, vivendo o Novo Mandamento do Chefe Planetário que os
protege, terão a segurança dos salvos da loucura, na hora apocalíptica do
Armagedon que se aproxima. Quem poderá sobreviver? Satanás está em desespero,
porque SABE QUE LHE RESTA POUCO TEMPO.
DEUS E A VIDA
UNIVERSAL – IX
P – Queremos uma explicação
importante do Espírito da Verdade, através do CEU da LBV: – Como é que,
chegando ao período de preparação para entrar na humanidade, na espiritualidade
consciente, o Espírito passa desse estado misto, que o separa do animal e o
apronta para a vida espiritual, AO ESTADO DE ESPÍRITO FORMADO, isto é, de
individualidade inteligente, responsável e livre? Outra pergunta que julgamos
da mais alta importância: – Uma vez de posse do livre arbítrio, da consciência
de suas faculdades, da sua vontade, da liberdade de seus atos, como é que lhe
sucede FALIR POR ORGULHO OU INVEJA?
R – Depois de haver passado
pela matéria animal, chegando a um certo grau de desenvolvimento, o Espírito,
antes de entrar na vida espiritual, precisa permanecer num estado
misto. Eis por que e como se opera essa “estagnação”, sob a direção e
vigilância dos Espíritos prepostos. Para entrar na vida ativa, consciente,
livre e independente, o Espírito tem necessidade de se libertar por completo do
contato forçado em que esteve com a carne, de esquecer as suas relações com a
matéria, isto é, de se depurar dessas relações. É NESSE MOMENTO QUE SE
PREPARA ATRANSFORMAÇÃO DO INSTINTO EM INTELIGÊNCIA
CONSCIENTE. Já bem desenvolvido no estado animal, o Espírito é, de
certo modo, restituído ao todo universal, mas em condições especiais: é
conduzido aos mundos ad hoe, às regiões preparativas, porque lhe cumpre
achar o meio onde se elaboram os princípios constitutivos do perispírito. Fraco
raio de luz, ele se vê lançado na massa de vapores que o envolvem por todos os
lados. Aí perde a consciência do seu ser, porque a influência da matéria tem de
se anular no período da estagnação, e cai num estado a que
chamaremos (para que todos possam compreender) letargia. Durante esse
período, o perispírito, destinado a receber o princípio espiritual, se
desenvolve e se constitui ao derredor daquela centelha de verdadeira vida. Toma, a princípio, uma forma instintiva, depois se aperfeiçoa
gradualmente como o germe no seio materno, e passa por todas as fases do
desenvolvimento. Quando o invólucro está pronto para contê-lo, o Espírito sai
do torpor em que jazia e solta o seu primeiro brado de admiração: nesse ponto, O PERISPÍRITO É COMPLETAMENTE FLUÍDICO,
MESMO PARA NÓS. Tão pálida é a
chama que ele encerra (a essência espiritual da vida) que os nossos sentidos,
embora sutilíssimos, dificilmente a distinguem. Esse é o estado de infância espiritual. É então que os altos Espíritos (que comandam
a educação dos que se encontram, assim, no estado de simplicidade, de
ignorância e de inocência), os encaminham para as esferas fluídicas, onde
deverão ficar durante o seu desenvolvimento moral e intelectual, até ao momento
em que se achem, no uso completo de suas faculdades, JÁ EM CONDIÇÕES DE ESCOLHER
O CAMINHO QUE DESEJEM TRILHAR.
Seguem-se as fases da infância. Os Guias ou Protetores ensinam ao Espírito o
que é o livre arbítrio que Deus
lhe concede, explicam o uso que
dele podem fazer e o concitam a se ter em guarda contra os escolhos que venha a
deparar. O reconhecimento e o amor devidos ao Criador constituem o objeto da
primeira lição que o Espírito recebe. Levam-no, depois, gradualmente, ao estudo
dos fluidos que o cercam e das esferas que descortina. Conduzidos pelos seus
prudentes Guias, passa às regiões onde se formam os mundos, a fim de lhes
estudar os “mistérios”. Desce, enfim, às regiões inferiores, para aprender a
dirigir os princípios orgânicos de tudo o que é, em qualquer dos reinos da
Natureza. Daí vai as esferas mais elevadas, onde aprende a dirigir os fenômenos
atmosféricos e geológicos, que todos vós observais SEM O COMPREENDER. Assim é
que, de estudo em estudo, de progresso em progresso, o Espírito adquire a
ciência que, infinita, o aproximará do Mestre Supremo. Mas, como já dissemos,
quando o livre arbítrio atinge um desenvolvimento completo, os espíritos fazem
dele bom ou mau uso, uns logo no início da vida espiritual consciente, outros
em ponto mais ou menos adiantado da carreira. Todos seguem os seus caminhos
entregues a si mesmos, como vos outros, isto é, não experimentando mais do que
a influência amiga de seus Guias, que eles veem à volta de si, como o
adolescente vê os membros da sua família se gruparem ao seu derredor, para o
preservarem dos perigos da vida. É
O TERRÍVEL APRENDIZADO, QUE LHE CUMPRE FAZER, DO LIVRE ARBÍTRIO. Tudo é tão belo nas regiões superiores, o
Espírito admira tão grandes coisas que fica maravilhado, deslumbrado! As
tendências, então, se desenvolvem. A ambição nobre de aprender, de crescer e de
subir, quase sempre se imiscui o orgulho ou a inveja. Neste ponto, sente a
influência paternal de Deus, cuja existência lhe é revelada, mas que ele não
vê. Só o que é perfeito pode
aproximar-se da Perfeição. Ora, o
Espírito independente e livre, está ainda ignorante e não experimentou, por si
mesmo, o seu valor.
DEUS E A VIDA UNIVERSAL – X
P
– Chegamos ao ponto que mais de perto nos interessa: por que, já na posse do
seu livre arbítrio, podem os Espíritos falir, por orgulho ou por inveja?
R
– Os Espíritos no estado infantil – já o dissemos – são confiados a
preceptores, que trabalham para o desenvolvimento moral e intelectual de seus
discípulos, dando-lhes ensinamentos e exemplos. É então – também já o dissemos
– que AS TENDÊNCIAS SE REVELAM.
Os Espíritos, já de posse do seu livre arbítrio, ou trilham laboriosamente o
caminho do progresso espiritual, planejado com amor, dóceis aos seus Guias, em
prol do próprio desenvolvimento, crescendo em sabedoria, pureza e ciência, e
chegam, SEM HAVER FALIDO,
ao ponto onde nenhum véu mais lhes oculta a luz central, ou – ao contrário – confiantes em suas forças, desprezam os conselhos que lhes são dados,
e inebriados pela visão dos esplendores que cercam os altos Espíritos – deixam
que a inveja e o orgulho os empolguem. Já tendo grande poder sobre as regiões
inferiores, cujo o governo aprendem a exercer no sentido de que (sempre sob as
vistas dos Espíritos prepostos à missão de educá-los e sob as do Protetor
Especial do planeta de que se trate) aprendem a dirigir a revolução das
estações, a regular a fertilidade do solo, a guiar os encarnados,
influenciando-os ocultamente, MUITOS ACREDITAM QUE SÓ AO
PRÓPRIO MERECIMENTO DEVEM O QUE PODEM e, desprezando todos os
conselhos, caem: e a queda pelo orgulho. Outros, por nem sempre compreenderem a
ação poderosa de deus, NÃO ADMITEM QUE HAJA UMA
HIERARQUIA ESPIRITUAL e acusam de injustiça Aquele que os criou,
porquanto é Deus quem cria, não o esqueçais: esses caem pela inveja. Não é o que acontece convosco, dentro da ínfima hierarquia humana?
Até o ateísmo – por mais incrível que pareça – até o ateísmo, não raro, se
manifesta naqueles pobres cegos colocados no centro mesmo da Luz! E jamais,
como aí, o ateísmo nasce tão diretamente do orgulho. Não vendo aquele de quem
tudo emana, negam-lhe a existência, já se considerando a base e a cúpula do
edifício! Nesse caso, sobretudo nesse caso,
mais severo é o castigo. É um dos casos de primitiva encarnação humana: preciso
se torna que os culpados sintam, em seu próprio benefício, o peso da força cuja
existência não quiseram reconhecer. Qualquer que seja a causa da queda, orgulho, inveja, ateísmo, os que caem (tornando-se,
por isso, ESPÍRITOS DAS TREVAS)
são precipitados nos tenebrosos lugares da encarnação humana, conforme ao grau
de culpabilidade, nas condições impostas pela necessidade de expiar e
progredir. Não vos enganeis quanto ao sentido das novas palavras relativas à
ação desses Espíritos em via de progresso, que ainda não
faliram e que se grupam nas regiões inferiores para
conduzir os encarnados, influenciando-os, a título de Guias, amigos e
simpatizantes. Nos mundos inferiores, os encarnados têm seus Anjos da Guarda,
que são Espíritos da categoria dos vossos, mais depurados (como dizeis) do que
os seus protegidos, e que também têm, por Guias ou Protetores, OUTROS ESPÍRITOS DE ORDEM MAIS ELEVADA.
Tudo se liga e encadeia, da base ao ápice, hierarquicamente, na unidade e na
solidariedade.
DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XI
P
– O Espírito da Verdade afirmou que os Espíritos destinados a ser humanizados, por terem cometido erros graves são lançados nas trevas exteriores –
mundos primitivos, virgens ainda do aparecimento do homem (do
reino humano), mas preparados e prontos para essas encarnações em substâncias
humanas, às quais não se pode dar propriamente nome de corpos, nas condições de
macho e fêmea, aptos para a procriação e para a reprodução. Quais as condições
dessas substâncias humanas?
R
– São corpos rudimentares. O homem aporta a essas terras, ou mundos primitivos,
no estado de esboço, como tudo o que se forma nas trevas exteriores. Aí, o
macho e a fêmea não são nem desenvolvidos, nem fortes, nem inteligentes. Mal se
arrastando nos seus grosseiros invólucros, vivem – como os animais – do que
encontram no solo e lhes convenha. As árvores e o terreno produzem,
abundantemente, para a nutrição de cada espécie. Os animais carnívoros não os
caçam: a previdência do Senhor vela sempre, pela conservação de todos. SEUS ÚNICOS INSTINTOS SÃO OS DA ALIMENTAÇÃO E OS DA REPRODUÇÃO.
As gerações se sucedem, desenvolvendo-se. E as formas se vão alongando,
tornando-se aptas a prover as necessidades que se multiplicam. Mas como não é
nossa tarefa traçar aqui a História da Criação, prossigamos: o Espírito vai
habitar corpos formados de substâncias contidas nas matérias constitutivas do
planeta. Esses corpos não são aparelhados como os vossos, mas os elementos que
os compõem se acham dispostos de maneira a que o Espírito os possa usar e
aperfeiçoar. Não poderíamos compará-los melhor do que a criptógamos carnudos.
Podeis formar idéia da criação humana estudando essas larvas informes, que
vegetam em certas plantas, particularmente nos lírios. São massas, quase
inertes, de matérias moles e pouco agregadas, que rasteja, ou antes desliza,
tendo os membros, por assim dizer, em estado latente. Eis aí, ó homem, a tua origem, o teu ponto
de partida, quando o ateísmo, o orgulho, a inveja, a indocilidade e a revolta
te fizeram falir, em condições que exigem A PRIMITIVA
ENCARNAÇÃO HUMANA! Não desvies, horrorizado, o olhar: agradece,
antes, ao Senhor, que te permite elevar os olhos para Ele e entrever a Imagem
da Perfeição nos Espíritos radiosos que o cercam! E cabe, aqui, dar aos homens
uma instrução séria, a fim de que não sejam levados a ver, nessas encarnações primitivas,
ou nas suas causas, uma “vingança feroz” da Divindade. DEUS NÃO SE VINGA. Que necessidade teria de se vingar? Apenas,
na sua previdência onisciente, coloca o Espírito orgulhoso, que se considera “o
centro do Universo”, em condições de reconhecer a
sua fragilidade. Procede como o chefe de família que, depois
de consentir que o filho presunçoso tente levantar o peso que viu o pai erguer,
exercita a força do menino, proporcionando-lhe meios de a desenvolver, pouco a
pouco, a fim de aprender a fazer dela O USO
CONVENIENTE. Tais encarnações, por mais horríveis que possam
parecer, são um benefício imenso para o Espírito. Tendo falido, convém que ele
se submeta ao jugo dessa matéria da qual se julgava o senhor, para compreender
a sua impotência e adquirir, pelo exercício e pelo combate, a força, a destreza
e, sobretudo, a experiência que lhe faltavam. Ora, aquilo que pune o Espírito
é, também, aquilo que o regenera:
sem essa terrível provação, ele ficaria vicioso, e seu poder – se fosse mantido
– se tornaria nocivo à HARMONIA UNIVERSAL, o que é
impossível, porque contrário à Lei de Deus. Assim, portanto, só
por uma paternal previdência do Criador – e unicamente no interesse do seu
desenvolvimento meritório – o Espírito se vê condenado a sofrer encarnações que
o seu zelo, o seu arrependimento e a sua docilidade podem abrandar e abreviar
ao infinito.
DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XII
P
– Disse o Espírito da Verdade que “a previdência do Senhor vela, sempre, pela
conservação de todos”. Poderia aprofundar o ensinamento e falar da paridade do
desenvolvimento em todos os reinos da Natureza?
R
– É que as espécies, incapazes de se defenderem, não são atacadas de modo positivo. Têm seus inimigos, mas entre seres tão
fracos quanto elas mesmas, nunca entre aqueles que a destruiriam completamente,
achando-as sem defesa ou meios de fugir. Cada espécie busca a alimentação que
lhe é apropriada, não procurando jamais a que seja estranha aos seus apetites.
O homem, no estado de encarnação primitiva, ou rudimentar, não tem que temer
mais inimigos do que os tem a esponja, que só é vítima dos insetos que dela se
nutrem, quando chega o têrmo da sua duração natural. Nem a carnívoros, nem a
herbívoros, nem a nenhuma das espécies de peixes ou de pássaros, serve ela de
alimento. Chegado, no seu desenvolvimento, ao período em que os carnívoros o
atacam para devora-lo, o homem já não se acha mais sem defesa e sem meios de
fugir. Dizemos os carnívoros e
não os herbívoros porque o caçador
não persegue a caça que não tenha atrativo para ele. Também afirmamos que o
homem, no estado de encarnação primitiva,
não é mais do que massa, quase inerte, de matérias moles e pouco agregadas, que
rasteja, ou antes desliza, tendo os membros,
por assim dizer, em estado latente.
Ainda mais: “As gerações se sucedem, desenvolvendo-se. E as formas se vão
alongando, tornando-se aptas a prover as necessidades que se multiplicam”. A matéria está sujeita a um desenvolvimento regular.
Os Espíritos, quando se elevam, transpõem o grau desse desenvolvimento, sem
neles tocarem: há sempre categorias de Espíritos em correlação com os graus das
encarnações. Desde o grau de encarnação primitiva até à forma humana, não á
outra coisa senão um tipo único em germe, a se
desenvolver. Tipo único, mas que se modifica, à medida que o seu
desenvolvimento se opera, de conformidade com os meios em que se vai
encontrando. E daí podeis tirar outras conclusões, relativamente à elaboração do Espírito nos diversos reinos da Natureza.
Efetivamente, o que se dá com a origem do tipo humano, que provém do limo
diluído e fecundado, se verifica também com o
principio das primeiras plantas e dos primeiros animais.
São, em começo, simples vegetações microscópicas, que se desenvolvem, crescem e
se estendem por sobre o solo, e produzem sementes que, transportadas a diversos
pontos, sofrem a influência da terra que as recebe, das águas que as regam, dos
calores que a fecundam e, enfim, dos fluidos que a desenvolvem. Surgem, depois,
os tipos animais, que passam pelas mesmas transformações, determinados pelas mesmas causas. Agora, é preciso
compreender como e por que chega o homem a ter a direção e a supremacia no
planeta, não obstante ser o desenvolvimento material das espécies animais, no
momento da encarnação humana primitiva, superior ao do Espírito humanizado, sob o ponto de vista do invólucro. O homem, nessas condições, não é um atrasado, mas um retardatário: o
que há, em tal caso, é uma retrogradação física. Nele, a inteligência tem de
despertar, ao passo que nos animais tem de se desenvolver.
Fique bem claro o seguinte: ao fundar-se um novo planeta, o princípio de
inteligência, o princípio espiritual que, em estado latente, ele encerra, tem
de se elaborar, desenvolver, individualizar e adquirir arbítrio. O princípio
espiritual, portanto, tem de passar por uma série inumerável de transformações,
para chegar a esse ponto. O Espírito que encarna, ao contrário, volta à matéria
para lhe sofrer a opressão, para se habituar a dominá-la, para aprender a se
dominar, podendo o princípio inteligente (que, então, já percorreu uma certa
categoria de estádios) ascender rapidamente, se o quiser,
da ínfima condição em que caiu até às esferas elevadas que lhe compete atingir.
Não se trata mais, aqui, de um progresso lento, insensível, mediante o qual,
por assim dizer, se cria o ser espiritual: trata-se de realizar um trabalho
raciocinado, cujos primeiros princípios já foram executados e se cuida de
aplicar. Façamos uma comparação, para maior clareza: o Espírito que se prepara
nos diversos reinos inferiores (mineral, vegetal, animal), é como a criança da
qual o germe, fecundado no seio materno, se desenvolve, nasce, se educa e chega
à adolescência. Nesse ponto, contrai uma enfermidade terrível, por efeito da
qual, na convalescença, não lembra sequer de uma letra dos seus primeiros
estudos. Não sabe mais equilibrar nas pernas o corpo cambaleante, nem ir de um
lugar a outro. Balbucia sons inarticulados e ininteligíveis. Estão mortos seus
escritores prediletos, seus talentos, suas recordações. Mas, a pouco e pouco, a
saúde lhe volta. Solícita, a mãe extremosa que lhe guia os passos, regulariza o
seu falar, mostra nos livros as palavras que ele esqueceu, e por fim o reconduz
à trilha das ciências que estudou. A inteligência se lhe desperta prontamente;
de tudo vai se lembrando e tudo vai reconhecendo. JULGA
APRENDER, QUANDO APENAS GRADUALMENTE RECORDA. E tanto mais
rápido é o progresso quanto mais a saúde se avigora. O mesmo acontece com o
Espírito que faliu:
seus progressos espirituais dependem dos cuidados que dispense à sua saúde moral. Esses cuidados lhe permitem avançar,
rapidamente, no campo da reminiscência dos progressos feitos no passado,
reminiscência que ele toma por um estudo novo, enquanto não galga a altura de
onde o passado pode, sem inconveniente, desenrolar-se aos seus olhos. Não lhe é
dado fazer progressos novos (e estes, sim, serão realmente fruto de novos
estudos) senão depois de atingir o ponto a que já chegara, quando caiu nas
trevas da encarnação humana.
DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XIII
P
– Desejamos que o Espírito da Verdade analise esta opinião, formulada nos
seguintes termos: “Do mesmo modo que, para o
Espírito em estado de formação, a materialização nos reinos mineral e vegetal e
nas espécies intermediarias (e, igualmente, a encarnação no reino animal e nas
espécies intermediarias), É UMA NECESSIDADE e não UM CASTIGO resultante de
falta cometida, TAMBÉM PARA O ESPÍRITO FORMADO, que já tem inteligência
independente, consciência de suas faculdades, responsabilidade dos seus atos
(livre arbítrio), e que se encontra no estado de inocência e ignorância – a
encarnação, primeiro em terras ou mundos primitivos, depois nos mundos
inferiores e superiores – ATÉ QUE HAJA ATINGIDO A PERFEIÇÃO – É UMA NECESSIDADE
e não UM CASTIGO”. Que devemos nós concluir de tudo isso?
R
– Responde o Espírito da Verdade: A encarnação humana NÃO É UMA NECESSIDADE, e
sim UM CASTIGO, diante das Leis Divinas que já analisamos. E o castigo não pode preceder a culpa. O
Espírito não é humanizado
(também já o explicamos) antes que a primeira falta o tenha sujeitado à
encarnação humana. Só então ele é preparado (como, igualmente, já o
demonstramos) para lhe sofrer as conseqüências. A opinião que submeteis à nossa
análise, na vossa pergunta de hoje, se fundamenta por esta maneira: “Segundo um
sistema que, à primeira vista, denota algo de especioso, os Espíritos não
teriam sido criados para encarnar materialmente;
a encarnação humana NÃO seria mais que o resultado de uma falta. Tal sistema
cai pela simples consideração de que, SE NENHUM
ESPÍRITO HOUVESSE FALIDO, NÃO HAVERIA HOMENS NA TERRA NEM SERES NOS OUTROS
MUNDOS. Ora, sendo a presença do homem necessária, como é,
para melhoria material dos mundos, visto que ele concorre – pela sua
inteligência e pela sua atividade – apara a execução da obra geral, claro esta
que o homem é um dos meios essenciais da Criação. Não podendo Deus subordinar o
acabamento de sua obra à queda eventual das suas criaturas, a menos que
contasse previamente com um número suficiente de culpados, para alimentar os
mundos criados e por criar, o BOM SENSO repele
semelhante modo de pensar”. A última frase deve ser riscada. O bom
senso, ao contrário, indica que a presciência de Deus lhe faculta saber que, NO NÚMERO DOS QUE ELE CRIA SIMPRES, IGNORANTES E FALÍVEIS, HAVERÁ
SEMPRE MUITO QUE – PELO MAU USO DO SEU LIVRE ARBÍTRIO – SUCUMBIRÃO AS SUAS
FRAQUEZAS CAUSADAS PELO ORGULHO, QUE SE ORIGINA NA IGNORÂNCIA E TEM POR
DERIVADOS A PRESUNÇÃO, O EGOÍSMO E A INVEJA. Seria, porventura,
mais sensato pensar que Deus (o Infinito de todas as Perfeições) cria seres
fracos expressamente para adquirirem força através dos sofrimentos, das
provações? Que os cria inocentes para lhes ensinar a prática da inocência no
assassínio, na indignidade, na multiplicidade dos vícios das encarnações
humanas primitivas, vícios que tanto se enraízam nas criaturas, e que milhares
de séculos passam sobre elas sem as polir? Sim, PORQUE AINDA
HOJE SÃO INÚMERÁVEIS AS BAIXEZAS QUE AFLIGEM O GÊNERO HUMANO!
Ora, se assim fosse poderíeis dizer que Deus concedeu ao Espírito o livre
arbítrio sob a condição de ficar submetido a uma lei única – a do pecado! Por
essa forma, teria Deus sujeitado a suplício igual (o da encarnação humana)
tanto o Espírito que, no estado de inocência e de ignorância, dócil a seus Guias,
segue o caminho que lhe é apontado para progredir, quanto o Espírito indócil,
orgulhoso, presunçoso, egoísta e invejoso culpado e revoltado, que faliu por
mau uso do seu livre arbítrio. Não! Deus é infinitamente grande, justo, bom e
paternal. Seus filhos nascem simples de coração (Ele assim o quis); têm a
liberdade dos seus atos (é Ele quem a concede). Se fazem mau uso do livre
arbítrio, é que – dando o Senhor toda a liberdade ao Espírito – dele se afasta,
por assim dizer, para deixá-lo entregue às suas próprias impressões e
tendências. É ENTÃO QUE O ESPÍRITO
ESCOLHE O RUMO QUE PREFERE SEGUIR. Então, e só então, sofre
as conseqüências da escolha que faz. Tudo virá ao seu tempo. É esta uma verdade
que abrirá caminho, como já o abriram estas duas outras – a anterioridade da Alma e a reencarnação.
Uma geração semeia, a segunda monda e a terceira colhe. A onisciência de Deus
lhe faculta saber, desde e por toda eternidade (pois o presente, o passado e o
futuro lhe estão patentes a todos os instantes) que jamais faltou nada, nem
falta, nem faltará à vida e a harmonia universais: que houve, há e haverá
SEMPRE Espíritos culposos para alimentar as terras primitivas, o vosso e os
outros mundos que Ele criou, cria e criará, destinados a servir de habitação
aos Espíritos que faliram, estão falindo e vão falir, todos esses que tiveram,
têm e terão que expiar e progredir nessas esferas e trabalhar pela melhoria
material delas. A onisciência de deus lhe faculta saber, desde e por toda a
eternidade, que também houve e sempre haverá Espíritos que, puros no estado de
inocência e de ignorância, dóceis aos seus Guias, se conservarão puros no
caminho do progresso, trilhando-o simples e gradualmente, conforme ao que lhe é
indicado; que sempre houve há e haverá Espíritos, como esses, que NUNCA IRÃO FALIR, PARA ALIMENTAR TODOS OS MUNDOS FLUÍDICOS QUE ELE
CRIOU, CRIA E CRIARÁ, apropriado às inteligências dos que os devem
habitar, e nos quais essas inteligências têm de progredir em invólucros
fluídicos.
DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XIV
P
– O autor da mesma opinião analisada pelo Espírito da Verdade, continua assim: “A encarnação humana é uma necessidade para o Espírito que,
desempenhando missão providencial, trabalha pelo seu próprio adiantamento, por
efeito da inteligência e da atividade que lhe cumpre empregar, para prover a
sua existência e o seu bem-estar. Mas a encarnação humana se torna um castigo
quando o Espírito, por não ter feito o que devia, se vê constrangido a
recomeçar a tarefa e multiplica suas vidas corporais, penosas por culpa sua. Um
estudante não chega a tomar o grau senão depois de haver passado pelas fileiras
de todas as classes. Percorrer essas classes constitui, porventura, um castigo
para ele? Não: é uma necessidade. Se, porém, por preguiça, o estudante é
obrigado a permanecer nelas o dobro do tempo, aí esta o castigo. Poder
livrar-se de algumas, ao contrario, representa bastante mérito. A verdade,
pois, consiste em que a encarnação na Terra só é, para muitos dos que a
habitam, um castigo, porque esses – podendo tê-lo evitado – duplicaram,
triplicaram, e até centuplicaram, por culpa própria, o números de suas vidas
terrenas, retardando desse jeito o momento de entrarem nos mundos melhores.
Assim, é errôneo admitir, em princípio, a encarnação humana como um castigo”.
Que devemos pensar de tais conclusões?
R
– Esclarece o Espírito da Verdade: – Errôneo, ao contrário, é admitir que a
encarnação humana seja UMA NECESSIDADE, tanto para o Espírito que, investido do
livre arbítrio no estado de inocência e de ignorância, jamais faliu, por não
fazer dele mau uso, pois, sempre dócil aos seus Guias, trilha o caminho que
eles indicam, para progredir; como para aquele que, indócil, rebelde e
obstinado, faliu pelo mau uso desse mesmo livre arbítrio. Sim, errôneo, ao
contrário, é admitir que a encarnação não seja, em princípio, UM CASTIGO, POR EFEITO DE UMA CULPA QUE O TORNOU NECESSÁRIO.
Os que formaram essa opinião errônea ainda não foram esclarecidos, ou não
refletiram bastante sobre a natureza e o objeto dos mundos que os encarnados habitam
como planetas de expiação e de progresso; sobre a origem do Espírito e sobre as
diversas fases por que ele passa no estado de formação. Sobretudo, ainda não
refletiram acerca destas duas situações bem marcadas e que devem ser
perfeitamente distinguidas: a situação em que, no estado de formação, o
Espírito segue a sua contínua marcha progressiva, até chegar à condição de
ESPÍRITO FORMADO, isto é, de inteligência independente, dotado de livre
arbítrio, cônscio de sua vontade, das suas faculdades, da sua liberdade e,
portanto, da RESPONSABILIDADE DOS SEUS
ATOS; e a situação em que, como Espírito formado, ele se
encontra num estado de inocência e de ignorância, podendo – ou usar o livre
arbítrio no sentido de trilhar constantemente o caminho que lhe é indicado para
progredir, ou fazer mau uso dele, sob a influência do orgulho, da presunção, da
inveja, e se tornar, por isso mesmo, indócil, culposo, revoltado, podendo, em
suma, falir ou não falir. A
encarnação é uma necessidade para o Espírito no estado de formação; é
indispensável ao seu progresso, ao seu desenvolvimento, como meio de lhe proporcionar
e ampliar gradualmente A CONSCIÊNCIA DE SER,
o que ele não conseguirá senão pelo contato com a matéria. É a união desses
dois princípios que dá lugar ao desenvolvimento intelectual. Fique, portanto,
bem claro: a encarnação é uma necessidade até ao momento em que, alcançando um
certo ponto de desenvolvimento intelectual, o Espírito está apto a receber o
precioso dom – mas tão perigoso – do livre arbítrio.
DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XV
P
– A Doutrina do CEU, da LBV, liquida a “magia” do materialismo dialético, que
ainda fascina tanta gente, no mundo inteiro. Agora, todos sabemos que a
VERDADEIRA IGUALDADE é muito diferente. Que diz o Espírito da Verdade?
R
– Um único é, originalmente, o ponto de partida PARA TODOS OS
ESPÍRITOS: formação primitiva e rudimentar pela quintessência
dos fluidos, substância tão sutil que por nenhuma expressão podem vossas
inteligências limitadas fazer idéia perfeita dela: quintessência que a vontade
de Deus anima para lhe dar o ser e
que constitui a essência espiritual (princípio de inteligência), destinada a se
tornar – por uma progressão contínua – Espírito. ESPÍRITO FORMADO, isto é,
inteligência independente, dotada de livre arbítrio, consciente de sua vontade,
de suas faculdades e de seus atos. Segue-se a encarnação, ou melhor – a
co-materialização dessas essências espiritual mediante a sua união íntima com a
matéria inerte, primeiro no reino mineral e nas espécies intermediárias que
participam do mineral e do vegetal; depois no reino vegetal e nas espécies
intermediarias que participam do vegetal e do animal. Desse modo, numa contínua
marcha progressiva, se opera o seu desenvolvimento, que a prepara e conduz às
raias da CONSCIÊNCIA DA VIDA.
Em seguida, vem a encarnação no reino animal, depois nas espécies intermediarias
que, do ponto de vista do invólucro material, participam do animal e do homem,
adquirindo assim aquela essência (ESPÍRITO EM ESTADO DE FORMAÇÃO ),
sempre em progressão contínua, a consciência da vida ativa exterior, da vida de
relação, o desenvolvimento intelectual que a levará aos limites do PERÍODO PREPARATÓRIO QUE PRECEDE O RECEBIMENTO DO LIVRE ARBÍTRIO,
da vida moral, independente, responsável, característica do livre pensador.
Chegados, quanto ao desenvolvimento intelectual, ao ponto em que recebem o dom
precioso (e perigoso) o livre arbítrio, os Espíritos, IGUAIS SEMPRE, TODOS NO ESTADO DE INOCÊNCIA E DE IGNORÂNCIA,
se revestem do perispírito que recobre a inteligência independente. Essa
operação de revestir o perispírito (que, do vosso ponto de vista material, se
deveria chamar envoltório)
constitui então, PARA TODOS, UMA ENCARNAÇÃO
FLUÍDICA. Todos, puros nessa fase de inocência e de
ignorância, igualmente submetidos a Espíritos encarregados de os guiar e
desenvolver, têm a liberdade dos seus atos e podem, no estado
fluídico, progredir sempre, até à Perfeição, mediante
conquistas espirituais contínuas e sucessivas. É o caso do estudante que,
sempre dócil e atento à voz, às lições e conselhos dos Guias, passa por todas
as classes e chega a tomar o grau. Eles podem, todavia, cometer uma falta e,
dessa forma, provocar e receber o castigo, a punição a que faz jus ao culpado, MAS SOMENTE AO CULPADO. Dá-se, então, o que
sucede com o estudante que, insubmisso, culposo e rebelde, pela sua própria
falta provoca e recebe a punição, o castigo do ser expulso e ir, noutro
estabelecimento de ensino, noutro meio e noutras condições, percorrer a fieira
de todas as classes, até alcançar o grau. A muitos Espíritos acontece falir –
já o dissemos – PORQUE QUASE TODOS FAZEM MAU
USO DO LIVRE ARBÍTRIO. Alguns, porém, dóceis aos preceptores
incumbidos de os guiar e desenvolver, seguem simples, gradualmente pelo caminho
reto. Os primeiros sofrem uma punição, UM CASTIGO QUE
TERIAM PODIDO EVITAR. É para experimentarem as conseqüências da
falta cometida que, conforme ao que explicamos, uma vez preparados, eles entram
na encarnação humana, de acordo com o grau de culpabilidade e nas condições
apropriadas, sempre, às exigências da expiação e do progresso – ora em terras
primitivas, ou em mundos já habitados por Espíritos que faliram anteriormente, exatamente o caso do vosso planeta, diluindo a tenda de Adão e Eva:
quando a raça adâmica surgiu entre vós, a Terra já possuía muitos habitantes de
outras raças. Pois, se houvesse em vosso mundo apenas um casal de brancos,
seria impossível explicar a existência dos negros.
DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XVI
P
– O que agrada na LBV é a sua Doutrina sem mistérios. Presta, assim, a Legião
da Boa Vontade O MAIOR SERVIÇO aos brasileiros que desejem libertar-se da
ignorância espiritual. Que diz o Espírito da Verdade sobre a multiplicidade dos
mundos e dos Espíritos?
R
– Em principio, a encarnação humana é apenas conseqüente à primeira falta,
AQUELA QUE DEU CAUSA À QUEDA. A reencarnação é a pena da reincidência, da
recaída, porque todas as vossas existências são solidárias entre si. O Espírito encarnado traz consigo a pena secreta, em que incorreu, na
sua encarnação precedente. Os Espíritos que, dóceis aos seus Guias, não
se transviam, continuam a progredir no estado fluídico. Os que faliram, como os
que venceram, trabalham, uns e outros, com a sua atividade e a sua inteligência,
pelo seu próprio adiantamento, desempenhando missão providencial na grande UNIDADE DA CRIAÇÃO, onde, para todos os Espíritos, em plano de absoluta
igualdade, tudo é reciprocidade e solidariedade, tendo por fim a integração de
TODOS EM DEUS, segundo as Leis Gerais do Progresso, mediante a ciência, a
sabedoria espiritual e o AMOR QUE REGE O UNIVERSO.
Desenvolvendo, como encarnados, atividade e inteligência, os que faliram não
cuidam somente de prover as necessidade da vida e do bem-estar: concorrem,
também, para a melhoria dos mundos que lhes servem de habitação. Isso constitui
o lado material da tarefa; mas ainda trabalham pelo seu próprio adiantamento,
moral e intelectual, e pelo desenvolvimento moral e intelectual das
“humanidades” que povoam esses mundos. A encarnação material (castigo
necessário à expiação e ao progresso) sucedem as ENCARNAÇÕES
CADA VEZ MENOS MATERIAIS, EM
MUNDOS CADA VEZ MAIS ELEVADOS
(porque a matéria acompanha o progresso espiritual) e que se tornam cada vez
mais fluídicos, desde que o Espírito, eximido de todo contato com a carne,
graças à elevação alcançada, reingressa nas regiões superiores, percorrendo as
camadas de ar e de mundos, aprendendo aqui, ensinando ali. Os que se conservam
puros também desenvolvem atividade e inteligência, a fim de progredirem, NO ESTADO FLUIDICO, por meio dos esforços espirituais que necessitam
fazer para, da fase de inocência, de infância e de instrução, chegarem, sem
falir, à Perfeição! O trabalho é grande, incessante e penoso,
debaixo do invólucro que constitui o Perispírito, invólucro que, para o
Espírito, é matéria, e que – servindo-lhe de instrumento e meio de progresso –
igualmente pode ser, a toda hora, como já foi para aquele que faliu,
instrumento e meio de queda (e talvez de recaída), sendo sempre, porém,
instrumento e meio de progresso, no curso das encarnações humanas. Ao mesmo
tempo desenvolvem, na medida da elevação alcançada, atividade e inteligência em
prol da vida e harmonia universais, estudando e trabalhando, sempre como Espíritos,
nos mundos que servem de habitações a seus irmãos encarnados, POR TEREM FALIDO, e nas esferas onde se encontram os Espíritos
no estado de erraticidade. Em suma – no espaço todo. Os mundos se multiplicam ao infinito. A MULTIPLICIDADE E A
MULTIPLICAÇÃO DELES VOS DESLUMBRARIAM! Dentro do quadro estreito da
inteligência humana, não há o que vos possibilite compreender sua extensão
numérica. AINDA MAIS NUMEROSOS, TODAVIA, SÃO OS ESPÍRITOS.
Estes, quer tenham falido, quer não, chegados a certo grau de adiantamento
moral e intelectual, são atraídos para o estudo dos mundos, de seus princípios
e suas organizações, e se entregam a esses estudos sob a direção de Espíritos
de pureza perfeita. Debaixo desse comando, eles trabalham na formação de
planetas, e os desenvolvem e os impelem, de esferas em esferas, para as regiões
que lhes são próprias. Esse o momento que muitos se transviam, dominados pelo
orgulho, que os leva a “desconhecer” a m~/ao diretora do Senhor, ou a duvidar
do seu Poder, duvidando de suas próprias forças. Soa, então, a hora da
encarnação humana correspondente ao delito. Em tal caso, o planeta, que não
pode ficar sujeito a perecer por lhe faltar o obreiro primitivo, continua sua
marcha progressiva SOB OS CUIDADOS E A AÇÃO DE
UM ESPÍRITO SUPERIOR, QUE VEM SUBSTITUIR AQUELE QUE FALIU.
Aludindo à formação dos planetas, acabamos de falar em Espiritos que alcançaram
certo grau de ciência. Mas, antes de chegarem lá, quantos se precipitam do éter
na matéria imunda! Quantos se desviam do caminho, ao entrarem nele! A quantos
falece a coragem para, ao menos tentarem os esforços necessários, ou para
perseverarem nesses esforços, uma vez tentados! Por isso é que Jesus advertia:
“Será salvo aquele que perseverar até ao fim”. Entretanto, não percais de vista
que TODOS OS ESPÍRITOS, tantos os que faliram como os que não faliram,
todos, iguais na origem, isto é, no ponto de partida, iguais virão a ser no
ponto de chegada, por isso que IGUAL É EM TODOS A PUREZA ,
DESDE QUE SE TORNARAM PUROS, seguindo embora caminhos diversos, diversidade
essa de rumos proveniente da circunstãncia de TER SIDO DADO A CADA UM DE ACORDO
COM SUAS OBRAS.
DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XVII
P
– Queremos saber quais o sentido e o alcance destas palavras ditadas pelo
Espirito da Verdade: “Maria, Espirito perfeito; José, Espirito perfeito,
menos elevado que a Virgem; ambos inferiores a Jesus”. Quais, na PERFEIÇÃO,
a causa e o motivo da inferioridade de uns com relação a outros?
R
– Deus é perfeito de toda a Eternidade, somente Ele tem a PERFEIÇÃO
ABSOLUTA: o amor universal infinito, a ciência universal infinita. Somente Deus
pode dizer: “não irei mais longe”. Porque, desde toda a Eternidade, está no
limite supremo (pobre linguagem humana!). DEUS É O ÚNICO QUE, TENDO SEMPRE
SIDO, TENDO SEMPRE SABIDO, NADA TEM DE APRENDER OU DE SER MAIS. Criador
incriado, Ele é ETERNO, e o ETERNO não tem causa. Ora, o Espirito criado
jamais o pode igualar; tudo, no Universo, na Imensidade, no Infinito, tende sempre
a progredir. Portanto, o Espirito – por mais adiantado que seja, moral,
intelectual e espiritualmente – não poderá nunca igualar-se a Deus: tem de
aprender sempre, atraves das “eternidades”, por toda a Eternidade! Para o
Espirito, qualquer que ele seja, o progresso intelectual é indefinido,
restando-lhe sempre aquisições a fazer em ciência universal, SEM QUE HAJA
LIMITE ALGUM PARA ESSE PERMANENTE PROGREDIR. A PERFEIÇÃO MORAL, COMO A
INTELECTUAL É RELATIVA. Um Espirito pode ser moral e intelectualmente perfeito
com relação a todos os mundos inferiores ao que ele habita. Pode ser muito
elevado relativamente a vós outros na hierarquia espiritual; perfeito, moral e
intelectualmente, relativamente AO VOSSO PLANETA, e não ter chegado ainda ao
ponto culminante da Perfeição. Cumpre-lhe, para atingí-lo, progredir muito em
ciência universal. São esses os Espiritos que designais superiores. Perfeito,
com relação a vós e ao vosso planeta, é o Espirito que se tornou senhor das
paixões e soube libertar-se delas; que se despojou de toda impureza de
pensamento e, por conseguinte, de ação; que vive animado do mais ardente e
devotado amor a todas as criaturas de Deus; que alcançou o apogeu do amor e da
caridade, MAS NÃO DA CIÊNCIA UNIVERSAL. O ponto culminante da Perfeição
é a PERFEIÇÃO SIDERAL, isto é, a perfeição moral e intelectual relativamente
aos mundos superiores e inferiores, materiais ou fluídicos, habitados por
Espíritos que faliram ou por Espíritos que não faliram, até chegarem aos MUNDOS
FLUÍDICOS PUROS, onde a essência do perispírito já está completamente
purificada, do que RESULTA NÃO SE ACHAR MAIS O ESPÍRITO SUJEITO A ENCARNAR EM PLANETA ALGUM ,
porque já é nula sobre ele a influência da matéria. A PERFEIÇÃO SIDERLA SÓ O
ESPÍRITO PURO A POSSUI; não possui, porém, o saber sem limites, do qual só
Deus dispõe. Nem mesmo os Espíritos mais aproximados dEle pela ciência
desfrutam desse saber sem limites, porquanto nenhum Espírito criado – é preciso
repetir – poderá JAMAIS igualar-se a Deus. Aquele que conquistou a infalibilidade
moral, não é infalível intelectualmente, senão de modo relativo e por efeito da
assistência de que goza, quando lhe falta alguma coisa da ciência para o
desempenho de qualquer missão. Perfeito moralmente, com relação a todos os
Espíritos, sejam quais forem, ele é sempre, porque Deus assim o quer, assistido
e sustentado pelos que lhe estão superiores em ciências. A hierarquia
que, no tocante à ciencia, existe entre os Espiritos Puros, não passa – dentro
da igualdade resultante da pureza que lhes é comum – de um princípio de
assistência que se origina de deus, Única Fonte de onde promanam e à qual
remotam todo o mérito e todo o poder. Continuaremos, antes de vos falarmos de
Jesus, Maria e José.
DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XVIII
P
– Já que o Epírito da Verdade apreciou a hierarquia dos Espíritos nos
diferentes mundos do Universo, poderia também falar das funções que lhes são
confiadas pelo Criador?
R
– Gravai bem: o Espírito Puro, embora tenha muito que fazer, ainda, para ganhar
os extremos limites da ciência universal no infinito, é sempre – moral e
intelectualmente – perfeito com relação a todos os planetas de que se aproxime.
Os Espíritos Puros são os mediadores entre a essência eterna de vida, a
Inteligência Suprema, o Criador Incriado, causa primeira onipresente,
onisciente e onipotente – DEUS – e os Espíritos Superiores, ministros das
Vontades Divinas, os quais, segundo a escala hierárquica, por intermédio dos
Bons Espíritos, as fazem chegar até vós. Eles trabalham, desempenhando a função
que o Senhor lhes confiou, concernente ao progresso universal, na preparação,
no desenvolvimento, na direção, no funcionamento, na realização da vida e da
harmonia universais, SEGUNDO AS LEIS NATURAIS E IMUTÁVEIS ESTABELECIDAS
DESDE TODA A ETERNIDADE, na Imensidade, no Infinito, em todos os mundos,
que se trate dos que são habitados pelos que faliram, quer dos que servem de
habitação aos que, sem falir, seguem a via de progresso que lhes é indicada. Cada
mundo, qualquer que ele seja, tem por PROTETOR E GOVERNADOR UM ESPÍRITO, UM
CRISTO DE DEUS, cuja Perfeição se perde na noite da Eternidade; infalível,
que não faliu jamais e que, tendo-lhe presidido a formação, está encarregado de
seu desenvolvimento e de seu progresso, assim como de todos os seus Espíritos
que o habitam, a fim de os conduzir à Perfeição. As missões desses Cristos de
Deus são relativas, conforme ao grau e ao desenvolvimento do planeta. As terras
ingratas, como a vossa, eles pregam o AMOR; aos mundos mais elevados levam as
GRANDES DESCOBERTAS, as ciências e as artes, desempenhando – em todos – as
funções de alavanca para soerguer os instintos adormecidos, sempre de acordo
com as capacidades e necessidades do planeta, cuja direção lhes cabe. Quaisquer
que sejam a inferioridade ou a superioridade dos mundos confiados ao seu
governo, é sempre com o máximo zêlo que desempenham as missões que lhes
couberam, seja em Marte, seja na Terra, em Vênus ou em Júpter. Os Espíritos
que, depois de terem falido, atingiram, purificando-se, a PERFEIÇÃO SIDERAL,
e se tornaram, assim, Espíritos Puros, olham sempre com uma espécie de respeito
e de amor para os que souberam manter-se invulneráveis, sem falir,
conservando-se constantemente puros na via de progresso, até chegarem àquela
Perfeição. Não acrediteis, porém, que haja uma linha de demarcação entre os que
faliram e os que se mantiveram puros. Não: entre eles há completa igualdade de
pureza, devotamento e amor. DEXAI AOS HOMENS DO VOSSO PLANETA A HIERARQUIA
DAS POSIÇÕES E A DESIGUALDADE DAS CONDIÇÕES SOCIAIS! PARA O SENHOR, É IGUAL
TUDO O QUE É IGUALMENTE PURO! Dissemos que os Espíritos Protetores e
Governadores de planetas eram infalíveis e nunca faliram. São infalíveis por
estarem EM RELAÇÃO
DIRETA COM DEUS, recebendo dele as vontades e as inspirações.
Não faliram nunca: são, portanto, superiores, em ciência universal, aos
que, depois de terem falido, se tornaram Espíritos Puros. Ninguém procure, aí,
vislumbrar qualquer pensamento ou ato de parcialidade: Deus que é a PERFEITA
JUSTIÇA, é incapaz de parcialidade. A hierarquia, como já sabeis, se
estabelece entre os Espíritos em conseqüência da elevação e do progresso deles.
Todos devem compreender: o Espírito que – desde a sua origem – progrediu
sem se afastar nunca do caminho traçado, ESTÁ SEMPRE MAIS ADIANTADO EM CIÊNCIA UNIVERSAL DO
QUE OUTRO QUE SE PURIFICOU DEPOIS DE HAVER FALIDO. Ora, naturalmente aos
mais adiantados devem caber as missões mais importantes do Universo. Maia e
José eram, ambos, Espíritos perfeitos quando encarnaram em missão: eram
perfeitos relativamente a vós, porque possuíam a perfeição moral e intelectual,
relativamente ao vosso planeta. Não o eram porém, com relação aos mundos
superiores que os dois já haviam habitado. Eram Espíritos Superiores, muito
elevados na hierarquia espiritual, com relação a vós outros, mas não tinham
ainda ascendido ao ponto culminante da Perfeição, a PERFEIÇÃO SIDERAL.
Eram Espíritos devotados e bons, mas que ainda precisavam progredir muito em
ciência universal, para chegarem àquela Perfeição. Por isso dissemos que eram
inferiores a Jesus.
DEUS E A VIDA UNIVERSAL – XIX
P
– Os ensinamentos do CEU (Centro Espiritual Universalista) da LBV estão
merecendo comentários especiais em nossos Postos familiares. Os relativos a José e
Maria nos levam a fazer mais uma pergunta que julgamos oportuna: – Eles
faliram, alguma vez?
R
– Sim: nenhum dos dois pertencia ao número dos que se conservaram sempre puros.
Ambos eram ESPÍRITOS PURIFICADOS. Maria sofreu uma encarnação
semi-material num planeta elevado. Encarnação semi-material porque o corpo era
fluídico: participava, por esse lado, da natureza do perispírito. A natureza
desses corpos fluídicos, nos mundos superiores, não vos será mais compreensível
do que a do perispírito, enquanto não estiverdes em estado de conhecer a natureza
dos fluídos que os compõem. O perispírito pode, com propriedade, ser
qualificado de semi-material pela simples razão de, sendo fluídico, poder
materializar-se à vontade. É, com relação à vossa matéria, o que é o vapor com
relação a água: matéria tênue, porém matéria, capaz de, em cada ocasião, tomar
a aparência de matéria compacta. Não conseguireis compreender a natureza dessa
parte do vosso ser, senão quando a vossa inteligência se houver desenvolvido
bastante, para sondar as profundezas do éter que vos cerca. Para vos
inteirardes das qualidades do ar que vos envolve, vós o descompusestes,
medistes e pesastes. O ar sempre esteve ao vosso alcance; contudo, quanto tempo
vos foi preciso para chegardes a conhecê-lo! Para compreenderdes os fluídos que
se encontram espalhados pelo espaço e que, por assim dizer, o compõem,
necessário é que chegueis – com espírito de ciência universal – às regiões onde
esses fluídos se despojem das partes heterogêneas. O homem, que já chegou à
Lua, precisará saber premunir-se contra as correntes pestilenciais para a vossa
humanidade. Há dificuldades bem grandes, mas a inteligência foi por deus dada
ao homem para que ele a exercite. O horizonte se distende a seus olhos para o
impelir, constantemente, a avançar. Que avance, pois, sem temor, mas com muita
humildade. Armado de amor à ciência universal, no desejo de progredir (SUSTENTADO
PELOS BONS ESPÍRITOS, PORQUE DEUS QUER QUE VOS AJUDEMOS, MAS QUE TRABALHEIS,
FAZENDO A VOSSA PARTE) o homem chegará, brevemente, ao fastígio dos
conhecimentos relativos à sua matéria. Então, essa matéria que o envolve se
modificará por sua vez, a fim de se prestar às NOVAS NECESSIDADES HUMANAS; e
ele, de estudo em estudo, de progresso em progresso, atingirá as venturosas
mansões onde estará na posse de toda a ciência referente ao vosso planeta a ao
turbilhão iluminado pelo Sol. Se quiserdes, para imaginar o que possam ser os
corpos fluídicos nos planetas elevados, uma comparação com a matéria que muda
de natureza sob as vossas vistas – se bem que sejam falhas todas as comparações
entre coisas do vosso mundo e as coisas dos mundos elevados – compararemos o
corpo humano na Terra à água, que vedes compacta, é o corpo igualmente humano,
de alguns outros planetas, ao vapor. Como no primeiro caso, neste também o que
temos diante dos olhos é água, mas num estado que lhe permite elevar-se nos
ares, confundir-se com as nuvens, em vez de se conservar pesada sobre um
suporte qualquer. Nas encarnações que se sucedem às vossas, o corpo perde,
pouco a pouco, a densidade e se torna CADA VEZ MAIS AERIFORME. Deixa de ter os
pés chumbados ao solo e se mantém em equilíbrio, qualquer que seja a sua
posição. Cerca as regiões que esses diversos planetas ocupam, uma atmosfera
adequada às necessidades da Natureza; e, assim como a água do mar sustenta,
mais facilmente que outra, o corpo que se lhe confia, do mesmo modo o ar dessas
regiões tem um peso superior ao dos corpos dos mortais que as habitam. Agora,
já vos podemos dizer: a queda de Maria foi muito leve, mesmo tendo-se em vista a
elevação que, SEM FALIR, ela havia alcançado; tão leve que não serieis capazes
de vislumbrar, no ato que a determinou, QUALQUER INDÍCIO DE FALTA, AINDA QUE
LEVÍSSIMA. A Virgem encarnou num desses mundos benditos, por que tanto anseais.
Para vós, tal encarnação seria INVEJÁVEL RECOMPENSA, que tudo deveis
fazer por conquistar. Mas, para a Virgem, foi uma punição, pois a privou de UM
ESTADO BEM MAIS BELO. Sirvamo-nos, ainda, de uma comparação humana. Um homem
que viveu na miséria mais abjeta, recebe, certo dia, uma herança; passa a ter
uma renda que lhe proporciona existência venturosa. Sem dúvida, isso é para ele
O CÚMULO DA FELICIDADE. Mas outro, ao contrário, que se embalou em berço de
ouro, que teve satisfeitos todos os seus caprichos, vê de súbito desmoronar-se
o alto pedestal (em que julgava manter-se SEMPRE) E COMPROMETER SUA FORTUNA.
Não é uma desgraça para ele? Mas é impossível, repetimos, qualquer comparação ENTRE
COISAS TERRESTRES E COISAS CELESTES. Atentai, pois, no sentido, não na
letra da comparação. Maria, purificada por essa encarnação, retomou sem mais
deslizes, o caminho simples e reto do progresso, e ainda o trilha, pois não
chegou ao cimo, isto é, à PERFEIÇÃO SIDERAL. Embora não se ache, ainda,
na categoria dos Espíritos Puros, suas atuais encarnações (empregamos o têrmo
para que possais compreender o seu estado perispirítico) tão acima se acham
das vossas inteligências QUE NÃO PODEIS FAZER IDÉIA DO QUE SEJAM! José,
cuja falta foi mais grave, teve a princípio muitas encarnações na Terra. Mas,
quando encarnou para auxiliar Jesus na sua missão terrena, já se havia
purificado, mediante sucessivas encarnações em mundos mais adiantados. Grande
é, presentemente, a sua elevação: é um Espírito Superior, porém menos elevado
que o da Virgem Maria em ciência universal. Ambos, José e Maria, são muito
inferiores a Jesus.
DEUS E AVIDA UNIVERSAL – XX
P
– Ficamos profundamente impressionados com as revelações do Espírito da Verdade
sobre José e Maria. Poderia dedicar um capítulo inteiro a Jesus?
R
– Nesta série de vinte capítulos, dedicamos um cada século, porque já o Mestre
se aproxima. Não podemos esconder a Verdade, e por isso vos dissemos que Maria
e José SÃO MUITO INFERIORES A JESUS. Perfeitos, moralmente e intelectualmente,
com relação a vós e ao vosso planeta, muito lhes resta por evoluir em
ciência universal, para chegarem à PERFEIÇÃO SIDERAL. Mesmo quando, por a
terem alcançado, forem Espíritos Puros, terão sempre de progredir nesta
direção, visto que o Espírito, seja ele qual for, jamais atingirá o limite
extremo da ciência divina. Tudo, na Natureza Universal, PROGREDIRÁ SEMPRE.
Isto, porém, está muito acima da compreensão das inteligências humanas. O
próprio Jesus, cuja pureza perfeita e imaculada se perde na Eternidade; que é a
maior essência espiritual depois de Deus, SEM SER A ÚNICA; de um saber tão
vasto que nem os Espíritos Superiores lhe podem apreciar a extensão; cuja a
grandeza é tal que multidões de Espíritos Puros a admiram e trabalham por
adquirí-las através das “eternidades” – o próprio Jesus, quando desceu à Terra,
embora já fosse O MODELO DO AMOR E DA CIÊNCIA, estudava e ainda estuda!
Estudava e estuda porque o progresso infinito é o objetivo único do Espírito.
Só Deus, repetimos, pode afirmar: “não irei mais longe”, porque Ele é a própria
Eternidade e o Infinito de todas as Perfeições; não concluais, daí, que Jesus
tenha tido, naquela época, ou possa ter de suportar, quaisquer provas!
Não: Ele, até então, não faliu NUNCA, e é INFALÍVEL POR ESTAR EM RELAÇÃO CONSTANTE E
DIRETA COM DEUS. Era, e é, o Verbo de Deus junto aos homens, qualificado de
deus relativamente a vós outros, no sentido de que era e é, para o seu e nosso
Deus, para o seu e nosso Pai, O VOSSO ÚNICO MESTRE! Era e é, para nos
servirmos de uma expressão humana, seu vice-rei e vosso rei, como Espírito
protetor e governador do vosso planeta. Tinha e tem O AMOR DO PROGRESSO,
e trabalha sem cessar por adquirir nosvos conhecimentos no LIVRO DO
INFINITO. Somente Deus nada tem de apreder. Jesus, que já era infalível
quando o vosso planeta lhe foi confiado, progrediu em ciência universal e fez a
Terra progredir, incessantemente. É que o Pai Celestial dá saber ao Espírito, POR
MAIS ADIANTADO QUE SEJA, na proporção e em recompensa do progresso que o
seu amor e o seu devotamento produzem. O PROGRESSO PESSOAL DE UM ESPÍRITO
CORRESPODE AOS PROGRESSOS QUE, GRAÇAS A ELE, SEUS IRMÃOS REALIZEM. O amor e
o devotamento de Jesus tornaram, e tornam, cada vez mais ardentes os seus
próprios esforços para vos conduzir ao ponto que deveis atingir – a Perfeição,
que alcançareis quando o vosso mundo (que – na fase de sua formação – saiu do
estado de incandescência dos fluídos impuros, e foi, progressivamente, passando
pelas etapas sucessivas das revoluções planetárias, ao período material) chegar
ao ESTADO FLUÍDICO PURO, depois de haver passado, atravessando os
períodos de outras revoluções, do estado material a novos estados CADA VEZ
MENOS MATERIAIS E, EM SEGUIDA, FLUÍDICOS. Então, o próprio Jesus que já era
Espírito de pureza perfeita e imaculada na época em que presidiu à formação da
Terra, terá subido em ciência universal, muito para cima do ponto em que se
encontrava há quase vinte séculos. Tudo o que foi, é e será, em todos os reinos
da Natureza, no vosso planeta, seguiu, segue e seguirá marcha contínua no
caminho do progresso físico, moral e material. Mas, ao completar-se essa
GRANDE OBRA DE PURIFICAÇÃO DA TERRA, bem como de sua Humanidade, nos tempos
predeterminados para a REGENERAÇÃO – o joio será separado do trigo; os
Espíritos que se mostrarem obstinados em culpa e rebeldia serão afastados para
planetas inferiores, onde – durante séculos – terão de expiar a sua obstinação
no mal. Maria e José, como todos nós, continua a auxiliar o Mestre na sua
gloriosa missaõ, ajudando-vos também, debaixo da sua direção a cumprir os
vossos destinos. Agora podeis compreender: quando estiverdes para alcançar a
Perfeição, os Espíritos que integraram o grupo de coadjuvantes de Jesus, no
desempenho da sua missão terrena, terão atingido a PERFEIÇÃO SIDERAL, colocados
pelo Pai entre os Espíritos Puros.
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