quinta-feira, 30 de agosto de 2012

JOÃO BATISTA V E VI




JOÃO, O BATISTA – V


P – O sistema de perguntas e respostas torna muito mais suaves as explicações do Espírito da Verdade. Quais o sentido e o alcance das palavras “é avisado o homem que se põe em guarda contra o desconhecido”?
R – É de bom aviso não abraçar cegamente qualquer idéia nova, não acolher como boas todas as máximas pregadas, com mais ou menos eloqüência. Deveis sondar, sempre, cada fato, cada idéia; procurar ver tudo, não com os olhos do corpo, mas com os olhos da alma, da inteligência; escutar, não com os ouvidos materiais, mas com os ouvidos espirituais. O homem deve raciocinar, estudar, apreender bem todas as coisas. Por isso vos dissemos que não foi por haver duvidado que Zacarias ficou mudo. Que pedia ele? Uma prova de que a aparição do Anjo não era um erro, uma alucinação do seu Espírito. Recebeu, pois, uma prova, não um castigo. Poderia Deus considerar crime a ignorância do homem?

P – Tendo em vista as palavras de Zacarias (v. 18): “De que modo me certificarei disso, sendo eu já velho e estando minha mulher em idade avançada?”, como deve ser entendida a fala do Anjo (vs. 19-20): “por não teres acreditado nas minhas palavras, que a seu tempo se cumprirão”?
R – Zacarias pediu, já o dissemos, simplesmente uma prova, sem prevenções de dúvida ou de negação. Pedir uma prova era não querer acreditar, unicamente pelas palavras ouvidas, que o fato ocorresse como lhe fora dito.

P – Sobre a afirmativa “Elias seria João, João fora Elias”, que devemos entender por isto: “palavras repetidas e confirmadas mais tarde pela opinião e pela voz públicas”?
R – João era considerado geralmente, pelos Hebreus, como sendo o profeta Elias que voltara. Precisamente porque a opinião geral via em João o reaparecimento de Elias, é que tantas perguntas lhes foram dirigidas sobre esse ponto, no curso da sua missão, repetindo mais tarde os discípulos a Jesus o que, a tal respeito, diziam os fariseus.

P – Diante das palavras “Elias seria João, João fora Elias”, será lícito dizer que as do versículo 17: “Ele irá à sua frente com o Espírito e a virtude de Elias” são a prova da reencarnação?
R – Sim, as palavras do Espírito, ou Anjo, tinham por sentido oculto, e único e verdadeiro, indicar que o Espírito do profeta Elias viria reencarnar no corpo daquele menino que ia nascer de Isabel e de Zacarias.

P – Esse sentido oculto só mais tarde seria explicado pela Terceira Revelação, destinada em explicar em Espírito e Verdade a Lei Natural da Reencarnação, em seu princípio e suas conseqüências?
R – Certamente, mas esse sentido oculto fora entrevisto desde a origem.

P – Na frase “Os Espíritos do Senhor vestem, muitas vezes – para reerguer a Humanidade – uma libré que aos olhos dos homens é tida por ínfima de acordo com seus preconceitos no tocante às condições sociais. É que o devotamento desses espíritos sabe ser eficaz sob todas as formas”, que sentido se deve atribuir a estas palavras: “Uma libré, que aos olhos dos homens, é tida por ínfima, de acordo com seus preconceitos no tocante às condições sociais”?
R – Falávamos de João. Pensai na condição humílima de Jesus, do ponto de vista do vosso mundo. Que categoria social ocupava ele? Qual a que ocupavam os Apóstolos, os zelosos e fiéis discípulos do Mestre? Homens, não observais ainda hoje, nas classes mais abjetas, segundo o vosso ponto de vista, exemplos de abnegação, de nobreza dalma que o vosso orgulho desejaria ver somente nas classes elevadas da sociedade? No seio delas, entretanto, é que geralmente, para sua vergonha, menos se produzem esses exemplos.

P – Qual o sentido destas palavras (v. 15): “Ele não beberá vinho, nem bebida alguma espirituosa”?
R – Os homens consagrados ao serviço de Deus se obrigavam a uma existência especial. Entre os compromissos que assumiam, estava o da abstenção das bebidas espirituosas ou fermentadas. Os Hebreus ofereciam, muitas vezes, um filho ao Senhor, sobretudo se o tinham desejado durante muito tempo e quando se tratava do primogênito, exatamente como, entre vós, muitas mães oferecem seus filhos à Virgem Maria.



JOÃO, O BATISTA – VI


P – Foi providencial a criação do Centro Espiritual Universalista. Julgamos acertada a afirmativa de que, no CEU da LBV, só se aceitam os ensinos de Jesus através do Espírito da Verdade. Estamos desiludidos de “mestres” e instrutores que só querem projeção, dinheiro e cartaz literário. Como explica o Espírito da Verdade estas palavras sobre João (v. 15): “Será cheio do Espírito Santo desde o seio materno”?
R – A sentença é do único Mestre do vosso planeta: “Quem não é por mim é contra mim. Quem comigo não junta, espalha”. O divisionismo é a grande chaga aberta pelos egoístas, infiltrados em todas as boas causas. Só o Novo Mandamento poderá unir os que realmente colocam o Cristo acima de seus melindres e vaidades pessoais. Todos terão de dar o testemunho do Batista: “Importa que eu desapareça, para que Ele apareça”. Por isso estava, antes de renascer, cheio do Espírito Santo. As vozes de além-túmulo já vos revelaram as angústias por que passa o Espírito que vai encarnar de novo, para suportar as provações que lhe são necessárias; quais as suas inquietações, quanto ao resultado dessas novas provas; qual a perturbação que isso lhe cause, perturbação que aumenta continuamente até ao instante do nascimento, e que vai mais longe, ainda que enfraquecendo durante o primeiro período da infância material. Já o sabeis: o Espírito, depois de haver expiado, na erraticidade, as faltas ou crimes cometidos, experimentando sofrimentos ou torturas morais adequados e proporcionais a esses crimes ou faltas, entra na fase da reparação. Escolhe, então, as provações que julga mais apropriadas ao seu adiantamento. Depois, entretanto, essas provações se lhe afiguram sempre terríveis. Tão fraco se sente, examinando o passado, que duvida de suas forças no futuro. Aí começa a perturbação, o estado da ansiedade, a princípio bem nítido, mas que perde em nitidez o que ganha em intensidade, à medo da que no seio materno se forma o invólucro que lhe cumpre revestir e ao qual ele se acha ligado, desde o princípio da concepção, por um laço fluídico, uma espécie de cordão, que gradualmente se encurta, aproximando-o cada vez mais do seu cárcere. Consumado o nascimento, completa é a ligação entre o Espírito e o corpo, do qual aquele não pode mais separar-se. Principiam suas provações. Sofre logo o efeito da perturbação, que, entretanto, muda de caráter: já não é a angústia dos primeiros momentos, é o torpor produzido pela matéria, até que, desenvolvendo-se esta, lhe seja possível adquirir, pouco a pouco, relativa liberdade. Não suponhais, porém, que o mesmo aconteça com um Espírito elevado, que toma a veste carnal como se vestisse um uniforme, dentro do qual se achasse bem aparelhado, para prestar bons serviços à Pátria. É com alegria que esse recebe o amplexo da carne. E, mesmo no seio materno, enquanto não se apertaram inteiramente os laços que o prendem ao corpo, ele – sempre livre – apreciava a importância da obra que lhe foi confiada a extensão da confiança de que o Senhor, por essa forma, lhe dá prova, e daí tira motivo de grande júbilo. Não lhe sucede, desde a concepção, ficar subjugado pela carne: conserva, desde logo, certa independência. Sem sofrer as angústias que precedem a encarnação, sente apenas o entorpecimento que a matéria causa por ocasião do nascer, quando o corpo constringe completamente o Espírito, e que se prolonga até que com o desenvolvimento gradual da matéria aquele readquire sua liberdade. João era cheio do Espírito Santo desde o ceio materno porque, sendo o se Espírito elevadíssimo, atraia a si os que lhe eram iguais ou superiores, de mundos maiores, para assisti-lo na sua missão de Precursor do Cristo de Deus.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

João Batista III e IV




JOÃO, O BATISTA – III


P – Estamos maravilhados com as revelações do Espírito da Verdade, explicando a origem do Precursor de Jesus. E, qual é, segundo a Doutrina do CEU, a missão de Zacarias?

R – Zacarias, inconscientemente, era médium, como agora compreendeis muito bem: vidente, intuitivo pela consciência que tinha de sua visão, e audiente. Assim se explica ter visto o Anjo, ou Espírito Superior, e lhe tenha falado. Foi condenado ao silêncio não pela dúvida, porquanto é avisado o homem que se põe em guarda contra o desconhecido, mas para que sua mudez corroborasse as predições que lhe vinham de ser feitas. Insistimos nas palavras do Anjo a Zacarias, a respeito de Elias, palavras essas repetidas e mais tarde confirmadas pela opinião e pela voz públicas: sim, Elias seria João, João fora Elias. Os Espíritos do Senhor vestem, muitas vezes, com o fim de reerguer a humanidade, uma libré que, aos olhos dos homens, é tida por ínfima, de acordo com seus preconceitos no tocante às condições sociais. É que o devotamento desses Espíritos sabe ser eficaz sob todas as formas. São raras as manifestações dos grandes Espíritos, por meio de encanações ou de aparições conformes ao grau de elevação que já atingiram e à natureza espiritual que lhes é própria; mas há épocas de transição em que elas são necessárias no vosso planeta, como também nos outros. Muitos destes, mais adiantados que a Terra, recebem por sua vez Espíritos ainda mais elevados, com a missão de reavivar as aspirações do Bem e da Justiça, sempre que se enfraquecem. Podeis reconhecer a origem do Espírito pelo seu presente, como reencarnado: “Mácula alguma se lhe notará na vida; o amor a Deus e ao próximo presidirá todos os seus atos e dominará todos os seus pensamentos. Sua infância será tranqüila, isenta dos maus pendores que geralmente se manifestam nas crianças, juventude laboriosa, sobrepujando todos os instintos materiais com o amor ao trabalho e ao progresso. Na virilidade, será irrepreensível, pois nenhum abuso, nenhum excesso a conspurcará. Na velhice, será respeitado, venerado, adorado, no sentido humano da vossa linguagem. Essa velhice será o reflexo de uma vida sem mancha aos olhos do Senhor. Nele, encontrarão indulgência todas as fraquezas; amparo, auxílio, proteção, todos os desfalecimentos. Esperará serenamente a libertação pela morte”. São os sinais que vos fazem conhecer que um Espírito Superior desceu ao vosso meio, para ativar e dar novo impulso ao progresso espiritual do vosso orbe.

P – Pretendeu-se, de modo absoluto, que a ciência pode, mediante um tratamento humano, por termo a esterilidade. Que diz, a respeito, o Espírito da Verdade?

R – Não vedes que muitos doentes morrem, apesar de tratados pela ciência médica, e que outros recobram a saúde? Por que isso? Por que para uns soou a hora, enquanto outros têm de prosseguir na sua jornada. O tratamento que, para os homens, fez com que a mulher (até então estéril) concebesse, não falhou em tantas outras? Por que? Porque a hora de uma chegou, ao passo que a outra deve continuar estéril – ou por toda vida, ou até que chegue a época, e se verifiquem as condições e as circunstâncias de que resulte a cessação da esterilidade. Não vejais, nestes dois pontos de vista, nenhuma fatalidade; não imagineis, sobre os fatos, nenhuma idéia de fatalismo, de predestinação, de escravidão moral: reportais-vos à escolha, que o Espírito faz da natureza e duração das provas. Aqui, temos de repetir, para vosso entendimento: no que se refere à morte, nada há de fatal, senão o natural limite por essas leis fixado como sendo o momento irrevogável do fim humano. Assim, o instante da morte é fatal no sentido de que o livre arbítrio não pode prolongar o curso da vida além desse limite, natura e imutável estabelecido para sua duração. Entretanto, o livre arbítrio do homem pode deter o curso da sua própria vida em certo ponto, entre o nascimento e aquele limite natural e imutável, QUE SÓ RARAMENTE É ATINGIDO. As resoluções tomadas pelo Espírito antes de reencarnar, quanto ao gênero das provações, à extensão e ao término delas, quanto à duração da existência e aos atos que praticará durante a encarnação, assim como o emprego, o uso ou abuso que ele faz da vida terrena, QUASE SEMPRE O IMPEDEM DE ATINGIR ESSE LIMITE. Dentro da latitude que lhe é concedida, pode o Espírito mover-se à vontade. E, da maneira por que usa o seu livre arbítrio, quer antes da encarnação (ao fazer a escolha das provas), quer no decurso da existência terrestre, depende o soar para ele, no fim de determinado tempo, a hora da morte, sob o império das leis naturais que regem a vida. Portanto, para o doente, que morre apesar do tratamento médico, o momento chegou: ou porque tenha atingido o limite natural e imutável, estabelecido para a duração do homem; ou porque tenha atingido o limite restrito que ele próprio traçou, usando de seu livre arbítrio, seja ao tomar suas resoluções antes de voltar à Terra, seja na utilização que fez na existência terrena, isto é, pelos atos que praticou durante a encarnação, ou pelo não preenchimento das condições necessárias ao prolongamento da vida do corpo até o término das suas provas. Tudo isso foi tratado no exame do Quinto Mandamento da Lei de Deus, mas deve ser profundamente meditado, porque a maioria pratica o suicídio lento, sem o saber.



JOÃO, O BATISTA – IV


P – Foram muito oportunas as lições do CEU, da LBV, sobre o “mistério da morte”, que para nós não tem, agora, mistério algum. Quais as instruções da LBV sobre “o mistério do nascimento”?

R – Falam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos: – Quanto ao nascimento nada há de fatal senão o tempo e as condições determinadas para que ele se dê, segundo as leis naturais e imutáveis que regulam a reprodução em vosso planeta. Mas o livre arbítrio do homem, ou da mulher, pelas resoluções assentadas antes da encarnação, pode obstar ao nascimento em absoluto, ou temporariamente: em absoluto – subtraindo-se à lei de reprodução pela escolha da prova de esterilidade durante a vida toda; temporariamente – escapando ao influxo dessa lei durante um período de tempo determinado, pelas resoluções anteriores à encarnação, caso este em que a cessação da esterilidade ficará dependendo de atos, ou circunstâncias, que se hão de verificar, como conseqüência daquelas resoluções do Espírito. De modo que, quando a mulher (até então estéril) se tornou, no modo de pensar dos homens, capaz de conceber por efeito do tratamento da ciência, o que se deu foi a ação dos atos ou circunstâncias que haviam de fazer cessar a sua condição de estéril, de acordo com as resoluções que seu Espírito fixara, antes de reencarnar, objetivando passar pela prova da esterilidade temporária. Com relação àquela em que o tratamento da ciência nenhum resultado produziu, o que se deu foi que o momento não chegou, ou porque a esterilidade deva ser uma condição de toda a sua existência, de acordo com as resoluções tomadas pelo seu Espírito antes de reencarnar; ou porque, devendo a esterilidade ter uma duração limitada, não se verificaram os atos ou circunstâncias que, ainda como resultado dessas deliberações, lhe haviam de ocasionar a cessação. A CIÊNCIA DE QUE DISPÕES VOSSA HUMANIDADE MATERIAL NADA PODE PRODUZIR CONTRARIAMENTE ÀS LEIS DA NATUREZA, DA REENCARNAÇÃO, DA ESCOLHA E DURAÇÃO DAS PROVAS. Se o Espírito se submeteu, por provação, a uma esterilidade permanente, NADA será capaz de destruí-la. Se, porém, preferiu a alternativa – ou ficar estéril, ou tornar-se fecundo, de acordo com esta ou aquela circunstância, este ou aquele merecimento – então lhe será dado ver modificar-se o seu futuro humano. Figuremos um exemplo: certo Espírito negligenciou de seus deveres de chefe de família ou de mãe dedicada. Toma a firme resolução de reparar seus erros, mas não ousa entrar na esfera da família antes de estar seguro de ter a perseverança necessária; ou se condena a uma longa espera, que lhe torne ainda mais caro o nascimento do filho desejado. Dele, portanto, da sua resolução, dos seus progressos, depende seguir o caminho da constituição do lar. Só então lhe será possível empregar os meios capazes de determinarem a satisfação do seu desejo; só então poderá a ciência ajuda-lo na conquista do seu objetivo, uma vez que, sob as determinações que tomou antes de reencarnar, seus atos, ou uma circunstância, um acidente estranho (na aparência) à sua vontade, o colocam na hora propícia à cessação da esterilidade. Assim, em certos casos, o auxílio da ciência será eficaz, no sentido de concorrer para facilitar, no reencarnado, o desenvolvimento dos fluídos necessários à reprodução. MAS O CERTO É QUE, EM TAIS CASOS, A ESTERILIDADE CESSARIA SEM A INTERVENÇÃO DA CIÊNCIA. De sorte que os casos, nos quais a esterilidade tenha de cessar, constituem para ciência (cujo o auxílio não é indispensável, de modo algum) apenas motivo de estudo dos meios a empregar, com o fim de desenvolver os fluídos necessários à concepção. Não quer isto dizer que deveis renunciar às pesquisas da ciência: ela é um dos meios de realização dos desígnios providenciais. À ciência compete, pelas suas investigações, levar o homem à descoberta de tudo quanto, até hoje, se considerou como mistério ou segredo da natureza. Assim é que muitos reencarnados se apresentam, na marcha do tempo e do progresso, sujeitos a provas que confirmam os resultados obtidos, as conquistas realizadas. Compreendei bem o nosso pensamento quanto ao mistério da fecundação humana: ele vos será brevemente explicado, mas só a poder de provações, de estudos, de perseverança, chegará o homem a ler corretamente no livro misterioso. Ora, é exatamente para facilitar as indagações, animas os investigadores, que muitos Espíritos reencarnam, trazendo por missão servir de objeto de estudos, ou de experimentações, se o preferis. Daí vem que, alguns resultados imprevistos, encorajando o homem a tentar pesquisas mais profundas, o levarão – seguindo a marcha progressiva do vosso planeta e da sua Humanidade no caminho da purificação – a compreender as combinações fluídicas que formam a matéria. Então ele saberá materializar os fluídos; mais prudente, porém, e mais humilde, não procurará anima-los, deixando ao Criador o cuidado de lhes enviar a centelha vivificadora. Não vos equivoqueis sobre o sentido destas palavras: não se vos diz que o homem, como o oleiro que manipula a argila, para fazer uma imagem que se lhe assemelhe, manejará os fluídos para, à sua vontade, os condensar e formar corpos materiais idênticos aos vossos. O que se vos diz, apenas, é que ele saberá compreender, definir, atrair a si os fluídos, para atingir o resultado da formação dos corpos, como sucede em planetas mais adiantados que a Terra, onde os fluídos necessários são atraídos uns para os outros pela simples ação de um duplo e uniforme pensamento. Pois o mesmo acontecerá no vosso planeta, quando houver alcançado este grau de elevação.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

João Batista I e II



JOÃO, O BATISTA – I


P – Qual a interpretação que o CEU da LBV dá ao Evangelho de Jesus segundo Lucas, I: 5 a 25?

R – A mesma dos Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos. Vejamos esta passagem evangélica:

5 – Havia, sob o reinado de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da turma de Abias (a oitava das vinte e quatro que David sorteara para servirem no templo cada uma por sua vez); e sua mulher pertencia também à raça de Aarão e se chamava Isabel. 6 – Eram justos aos olhos de Deus e obedeciam a todos mandamentos e ordens do Senhor, de modo irrepreensível. 7 – Não tinham filhos, por ser Isabel estéril e estarem ambos avançados em anos. 8 – Ora, desempenhando Zacarias suas funções sacerdotais perante Deus, na vez da sua turma, 9 – sucedeu que, tirada a sorte, conforme ao que era observado entre os sacerdotes, lhe tocou entrar no santuário do Senhor, para oferecer os perfumes, 10 – enquanto a multidão, do lado de fora, orava no momento de serem os perfumes oferecidos. 11 – Um Anjo do Senhor apareceu a Zacarias, conservando-se de pé, à direita do altar dos perfumes. 12 – Vendo-o, Zacarias ficou todo perturbado e o pavor se apoderou dele. 13 – Mas o Anjo lhe disse: “não tenhas medo, Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida e Isabel, tua esposa, terá um filho ao qual darás o nome de João. 14 – Exultarás com isso de alegria, e muitos se rejubilarão com o seu nascimento; 15 – pois ele será grande aos olhos do Senhor, não beberá vinho nem bebida alguma espirituosa, será cheio do Espírito Santo desde o seio materno; 16 – converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; 17 – e irá à sua frente, com o Espírito e a virtude de Elias, para atrair os corações dos pais aos filhos e os incrédulos à sabedoria dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo perfeito”. 18 – Zacarias disse ao Anjo: “Como me certificarei disso, sendo já velho e estando minha mulher em idade avançada? 19 – O Anjo respondendo lhe disse: “Sou Gabriel, sempre presente diante de Deus, e fui enviado para te falar e te dar esta boa nova. 20 – Vais ficar mudo, e não podereis falar, até o dia em que estas coisas acontecerem, por não haveres acreditado nas minhas palavras, que a seu tempo se cumprirão”. 21 – O povo esperava Zacarias, e se admirava de que estivesse demorando tanto no templo. 22 – Mas, quando ele saiu sem poder falar, todos compreenderam que tivera uma visão no santuário, pois isso lhes dava a entender por sinais, e ficou mudo. 23 – Decorridos os dias do seu ministério sacerdotal, voltou para sua casa. 24 – Tempos depois, Isabel, sua mulher, concebeu. E se ocultou durante cinco meses, dizendo: 25 – “Esta é a graça que o Senhor me fez, quando se dignou de me tirar do opróbrio diante dos homens”.

O nascimento de João, como filho de Isabel, tinha por fim impressionar, desde logo, o espírito público. Isabel era estéril, isto é, não havia concebido até então, e tal se dera por ser da sua missão servir aos desígnios do Senhor. A esterilidade, aqui, se deve entender no sentido de que Isabel, que ainda não chegara, em idade, aos limites extremos além dos quais cessa a fecundidade, segundo as leis naturais da reprodução em vosso planeta, estivera sem filho até aquele momento. È o que verificais, pelas palavras do Anjo à Virgem Maria (versículo 36), falando de Isabel: “ela é chamada estéril”. De qualquer efeito, na humanidade, se deve procurar a causa nos antecedentes da vossa existência, visto que nenhum ato, praticado em precedente encarnação, deixa de ser conseqüência. O homem, como sabeis, nasce e morre muitas vezes, antes de chegar ao estado de perfeição, no qual gozará, em toda plenitude, das faculdades espirituais, isto é, em que possuirá a Caridade e o Amor perfeitos, o conhecimento de Deus e de suas obras, o conhecimento da Verdade sem véu na ordem física (material e fluídica) e na ordem espiritual (moral e intelectual), pela ciência adquirida de tudo o que vive, existe e se move na imensidade da criação. Tal sucede quando o Espírito atingiu a culminância da perfeição sideral, e ainda lhe deixa aberto e por percorrer, do ponto de vista da ciência universal, o caminho do infinito. Cada uma das existências, que se sucedem, é solidária com aquela que a precedeu. E, se os atos não foram culposos, muitas vezes o Espírito – aceitando missão no vosso planeta – também aceita uma série de fatos que hão de acontecer, apesar da repugnância que, à sua condição de reencarnado, devam causar e causem. Assim, Isabel – fazendo parte do grupo de Espíritos que pediram e obtiveram a missão de auxiliar Jesus na sua obra regeneradora – aceitara a condição de mulher, e mulher estéril, o que era tido por opróbrio entre os judeus, a fim de tornar MAIS RUIDOSO o nascimento de João. Assim, igualmente, Zacarias aceitara viver sem filhos: porque a libré da carne lhes tenha feito esquecer os compromissos tomados na vida espiritual, estes não se tornaram menos reais. E haviam de produzir as conseqüências inevitáveis.




JOÃO, O BATISTA – II


P – O Centro Espiritual Universalista da Legião da Boa Vontade, está prestando um grande serviço ao povo, sedento das verdades eternas. Como o CEU explica a missão de Isabel?

R – Diz o Espírito da Verdade: – Acontece com a fecundidade da mulher o que se dá com a fecundidade da planta. Os fluidos, que transportam o pólen para a flor, depositam o germe no seio materno. Mas assim como o pólen se perde no espaço, se não é chegada a hora da reprodução, também o germe humano se aniquila, sem produzir frutos. Não acrediteis que haja, para cada planta, para cada ser organizado, um Espírito especialmente incumbido de lhe comandar a reprodução. A ação espiritual existe, mas é geral, exercendo-se sobre a massa. Os fluidos que vos cercam são divididos conforme às necessidades – tanto da planta, presa ao solo, quanto do homem que procura elevar-se para o céu. O nascimento de cada novo ser se verifica a seu tempo, e só ao seu tempo. Quer com relação à planta, quer com relação aos animais, a formação dos corpos materiais e o nascimento se dão na hora certa, e obedecem às leis gerais. Ocorre o mesmo relativamente ao homem, com esta diferença: aí a formação do corpo e o nascimento são conseqüência de resoluções tomadas (antes da encarnação) pelo Espírito, cujo invólucro material terá de reproduzir ou não, ou reproduzir somente em certas épocas, de acordo com aquelas resoluções. Como sabeis, o Espírito escolhe suas provas. Não lhe cabe compor a matéria do corpo que há de revestir; mas, conforme as provações escolhidas, ele pede, antes de reencarnar, que esse corpo seja adequado às provas que lhe cumpre enfrentar. É, pois, o Espírito que, pela ação da sua vontade, congrega os elementos necessários e repele os impróprios ao fim visado. Quem prepara esses elementos são os Espíritos prepostos à formação dos corpos em geral. Eles atraem as matérias animais, para as condensar e formar os corpos, desempenhando assim, segundo as leis gerais, o encargo que lhes toca na parte humana dos reencarnados, a fim de que esses corpos sejam apropriados ao gênero de provas que os Espíritos terão de suportar: daí as diferentes posições no seio da Humanidade. Ora, o Espírito que vai continuar as suas provas pede, antes de reencarnar, seja a fecundidade material, seja a esterilidade durante todo o tempo da existência, seja ainda a esterilidade ou a fecundidade temporárias, que cessem em épocas determinadas, de acordo com o gênero das provações escolhidas. Resulta que o Espírito, desde os primeiros momentos da encarnação, atrai ou repele os fluídos favoráveis à procriação. Daí os nascimentos inoportunos ou a ausência da concepção: em tais casos, a influência e a ação espirituais apenas se verificam como resultado do pedido do próprio Espírito, isto é, da sua vontade, no momento em que escolheu as provas. Os Espíritos prepostos à formação dos corpos, em geral, agem desde o primeiro momento, para determinar a fecundidade ou a esterilidade, congregando ou dispersando os fluídos necessários à fecundação, até aquele instante em que as condições do reencarnado devam mudar. Uma vez disposto e preparado o corpo para o gênero de provas escolhido, quer se trate de esterilidade, quer da fecundidade, antes que o ocupe o Espírito para quem ele foi formado, submetidos os fluídos respectivos à direção dos Espíritos prepostos, este se limitam a exercer a vigilância precisa para que a prova siga o seu curso, para que os acontecimentos se realizem convenientemente. Assim, o Espírito que escolheu a prova da esterilidade temporária, tomando o corpo com que a suportará, repele, durante certo tempo, os fluídos que servem à fecundidade e, terminado esse tempo, passa a atrair os mesmos fluídos, sempre sob a vigilância dos Espíritos prepostos. Agora, procurai refletir: Zacarias, marido de Isabel, no uso de seus direitos, rogara muitas vezes ao Senhor que o libertasse do opróbrio que pesava sobre o seu lar, concedendo-lhe um filho. Isabel, por sua vez, tinha pedido – dentro das linhas da missão que escolhera e para servir aos desígnios do Senhor – a esterilidade temporária. Daí vem que as condições humanas não se mostraram de molde a favorecer a maternidade, até ao momento em que aqueles desígnios se haviam de cumprir. Aos olhos dos homens, a súplica de Zacarias foi ouvida, pois se verificou o nascimento desejado; mas, do ponto de vista espiritual, o que se deu foi a cessação da prova da esterilidade. Tendo soado a hora da concepção e do nascimento, veio ao mundo aquele que seria o precursor de Jesus.