quinta-feira, 25 de outubro de 2012

JESUS, O CRISTO – VII e VIII




JESUS, O CRISTO – VII


P – Na transmissão anterior da Doutrina do CEU da LBV, despertou nossa atenção este trecho: “Deixai que os materialistas envolvam o Mestre numa veste de carne igual à vossa; por mais que façam, não conseguirão nunca igualá-lo nesta desgraçada era apocalíptica”. Quais o sentido e o alcance destas últimas palavras?

R – Não há, nem haverá, por longo tempo ainda, um homem que possa viver a vida de Jesus. Tendes muitíssimo que fazer, para chegar lá, principalmente neste fim de ciclo. Podeis, entretanto, aproximar-vos dele. O homem de vosso planeta e todos os Espíritos, sejam quais forem – quer habitem os mundos inferiores para um fim de provação ou de expiação, ou ainda para o desempenho de suas missões, quer tenham alcançado os mundos superiores – participarão, já o dissemos e repetimos, da pureza de Jesus e da sua felicidade. Mas em que condições e por quais caminhos? Só mesmo adquirindo a perfeição, pela constante prática do AMOR que, através de todos os séculos, em todos os tempos da eternidade, é a fonte e o meio de todos os progressos: dá acesso à todas as ciências e conduz a Deus.

P – Nestas frases: “Deus é a única potencia criadora, que reina sobre todos os universos, é o único princípio universal, mas não divisível; cria, mas não pela divisão da sua essência”, que sentido se deve dar às seguintes palavras: “não divisível”, “não pela divisão da sua essência”?

R – Elas encerram a resposta ao dogma das três pessoas, mantido até hoje pela Igreja.

P – Estas palavras do Anjo (v. 28): “O Senhor está contigo, és bendita entre todas as mulheres”, tomadas ao pé da letra e confrontadas com os vs. 31, 32, 33, 34, 35 e 38, justificam a divindade atribuída a Jesus por efeito da encarnação do próprio Deus no seio de Maria?

R – O homem, como sempre, materializa tudo o que suas mãos tocam. Tirar semelhantes conclusões não é aviltar a divindade? O Senhor estava com Maria, mulher entre todas bendita, por ser ela, entre todas, Espírito muito puro no desempenho da sua missão na Terra. Eis tudo.

P – Qual, despojado da letra que mata, o espírito que vivifica, a significação destas palavras do Anjo à Virgem Maria (v. 30): “caíste em graça perante Deus”?

R – Estás em graça (ou caíste em graça) quer significar apenas o seguinte: – Obtiveste de Deus a missão que pediste.

P – Qual o motivo destas palavras do Anjo à Virgem (v. 31): “É assim que conceberás em teu seio e que de ti nascerá um filho, ao qual darás o nome de Jesus”, nunciativas de uma concepção material humana no ventre de uma virgem, contrariamente às leis imutáveis de reprodução do nosso planeta, com derrogação dessas leis, quando é certo que a vontade imutável de Deus jamais derroga as leis da Natureza, por Ele estabelecidas de toda a eternidade, dando isso causa a que aquela concepção fosse pelos homens considerada sobrenatural, miraculosa, divina, como obra do Espírito Santo?

R – Não era ainda conveniente que os homens erguessem o véu que lhes ocultava os segredos de além-túmulo. Convinha que acreditassem na matéria sensível e impressionável, NA DOR FÍSICA, para darem valor ao sacrifício. E também convinha, já o dissemos e repetimos, que acreditassem na origem divina de Jesus, exatamente para que se curvassem ao seu jugo, para que a missão do Mestre fosse aceita e suas leis obedecidas.

P – Qual a razão destas outras palavras do Anjo à Virgem Maria (v. 32): “O Senhor Deus lhe dará o trono de David, seu pai” e “ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob”?

R – Era necessário um fio que ligasse as promessas do Antigo Testamento – as interpretações que lhe tinham sido dadas às necessidades do momento – às promessas feitas para o futuro. Constituiu esse fio o aparente parentesco, por descendência de tribo. Eis por que José encarnou na tribo de David e não em outra. Tudo é concatenado nos desígnios do Senhor e nos acontecimentos sucessivos, que preparam e efetuam, em cada transição, o vosso progresso e a obra da regeneração humana.

P – Qual, tirado da letra o espírito, o significado destas palavras (v. 33): “E o seu reino não terá fim”?

R – Não terá fim porque o vosso Salvador vos há de levar à perfeição. Não é Jesus o emblema da perfeição? E o seu reino não estará eternamente firmado quando a houverdes atingido? Sem dúvida, seu reino não terá fim.



JESUS, O CRISTO – VIII


P – Em face destas palavras de Maria (v. 34): “Como sucederá isso, se não conheço varão?”, qual a significação da resposta do Anjo: “O Espírito Santo descerá sobre ti”?

R – O Espírito Superior anunciava assim à Virgem que seus olhos se abririam, que ela iria compreender um “mistério” que lhe parecia, então, impenetrável. Efetivamente, mais tarde, a tempo e hora, Maria – a exemplo dos homens e sob  a inspiração dos Espíritos do Senhor – atribuiu à ação divina, como convinha que o fizesse, aquela que lhe fora anunciada, tendo em vista as palavras do Anjo a José: “Aquele que nela se gerou foi formado pelo Espírito Santo”. Ela, então, percebeu a missão especial que Jesus viera desempenhar: lembrou-se.

P – “E a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra”. Qual é a significação das palavras do Anjo e como podia tal sombra fazer que Maria concebesse e desse à luz um filho?

R – A interpretação foi feita falsamente, de um ponto de vista material. Com aquelas palavras, o Espírito (ou Anjo) tinha por fim tranqüilizar Maria que, na sua condição humana, se atemorizava ante a idéia de ficar sua vida maculada por uma concepção ilegal aos dos homens.

P – E como devemos entender as palavras: “Eis por que aquele, que de ti há de nascer, será chamado o FILHO DE DEUS”?

R – Elas confirmam o que acabamos de dizer. Aquele que de ti há de nascer (por obra do Espírito Santo) será chamado O FILHO DE DEUS. Esse título, segundo o espírito que vivifica, só se aplica a Jesus em consideração à sua pureza. Mas todos vós podeis conquista-lo. É o que foi dito a João na Ilha de Patmos: “Disse-me ainda: – Tudo está feito. Eu sou o A e o Z, o princípio e o fim. A quem tem sede EU darei de graça da fonte da água da vida. O vencedor herdará estas coisas, EU serei seu Deus e ele será meu filho” (Apocalipse, XXI: 6-7). Do ponto de vista humano, o exemplo de Jesus serviria para que os homens se elevassem a seus próprios olhos e COMPREENDESSEM O AMOR DE DEUS. Não havendo divindade a que não se oferecessem sacrifícios sangrentos, qual não deveria ser, aos olhos dos homens, a grandeza de Deus, qual não se contentava senão com o holocausto do seu filho bem-amado e único (relativamente a vós outros), a qual não deveria ser, aos olhos de Deus, o valor dos homens, uma vez que, para os resgatar, era indispensável tamanho sacrifício?!... Homens, não esqueçais (dissemos e repetimos) que éreis criancinhas e quase ainda o sois; que a cada época se deve falar a linguagem conveniente, para ser compreendido e, sobretudo, escutado. Não vos deixeis levar pelos filósofos sem filosofia, que – não compreendendo os meios transitórios e necessários da Revelação, empregados para a efetivação do vosso progresso – negam a realidade e o objetivo das manifestações dos Espíritos do Senhor. Estas manifestações, sempre em obediência à vontade do Altíssimo se produzem para a vossa regeneração. Os Espíritos são instrumentos: preparam o caminho sem o saberem e, muitas vezes, sem o quererem. A entrada estava impedida: eles removeram os materiais que a obstruíam. Nós ergueremos o Edifício que o homem não tentará destruir, porque nele encontrará a paz, a esperança, a felicidade.

P – Qual o significado das seguintes palavras que o Anjo dirigiu à Virgem Maria (v. 37): “E nada será impossível a Deus”?

R – Refere-se, do ponto de vista do mundo espiritual, à manifestação, ao aparecimento de Jesus na Terra com um corpo fluídico; do ponto de vista de Maria, explica o que ela considerava um “milagre”, isto é, um fato impossível.