terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Informação



Caros amigos e leitores do blog.

Antes de mais nada, queríamos pedir desculpas pois os textos estavam sofrendo uma alteração de grafia por um deslize nas configurações, agora já fizemos as alterações necessárias e todos os textos e publicações estão corretos.
Queríamos também saber se vocês estão satisfeitos com a forma que tem sido trabalhada a publicação desta maravilhosa obra de Alziro Zarur, que é a “Doutrina do Céu”, que veio trazer um pouco mais de alento as nossas vidas, pois nos esclarece todas as dúvidas nos tirando da escuridão da  ignorância e nos colocando à luz do Novo Mandamento,  e nos torna sabedores do  porque Nascemos, Vivemos, sofremos e Morremos.
Queríamos a opinião principalmente de você que está fora do Brasil, pois nós aqui na boa terra e principalmente os Legionários que tiveram a honra de conhecerem o Irmão Zarur, nós já nos entendemos bem.
Ficamos no aguardo de seu comentário, e se tiver dificuldade de publicar no Blog, podem passas e-mail para:


Grato


Paulinho Cabral 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A OBRA DE REGENERAÇÃO



A OBRA DE REGENERAÇÃO

P – O Cristianismo do Cristo, à luz do Novo Mandamento, é tão diferente do cristianismo dos homens! Graças a Deus, a treva terá de dar vez à Verdade que salva e engrandece. Não é a próxima separação do trigo e joio?

R – Sim, Moisés e os profetas da Lei Antiga prepararam o advento da era da regeneração humana. Jesus, nosso Salvador e Mestre, que – como Protetor e Governador do vosso planeta, presidiu a sua formação e a da Humanidade que o habita, para conduzi-la a Perfeição – desceu ao meio dos homens para lhes abrir esta era e lançar as bases e fundamentos da Obra de salvação. Ele tem na mão a joeira, pois a obra de regeneração começou desde os primeiros dias da pregação do evangelho. Jesus fez, ainda faz e, breve fará a definitiva separação do trigo e do joio, do trigo e da palha. O trigo que juntou, junta e juntará no seu celeiro, são os Espíritos purificados que terminaram suas provas na Terra, tal qual é ela atualmente: mundo inferior, de expiação. Esses Espíritos se tornam seus missionários devotados e inteligentes: trabalham, quer na erraticidade, quer encarnados em missão, pelo vosso adiantamento moral e intelectual. A palha que Jesus queimou, queima e queimará, são os Espíritos culpados, rebeldes, que faliram nas suas provas e que Ele submete à expiação, depois à reencarnação, em condições tais que, se forem levadas a bom termo, as novas provações serão para esses espíritos um meio de expiação, de reparação e de progresso. O fogo em que a palha foi, é e será queimada, isto é, em que o Espírito culpado sofre a expiação na erraticidade, é a consciência culposa a gerar os remorsos, que são despertados ou intensificados, conforme à natureza da culpa e ao grau da culpabilidade, pelos quadros terrificantes ou dolorosos das faltas ou crimes cometidos, postos (como explicaremos mais tarde) aos olhos do Espírito, que em vão tentará fugir. Esses quadros, produzindo sofrimentos e torturas morais, sempre adequados e proporcionados àqueles crimes ou faltas, são o fogo que queima a palha. Esse fogo não se extingue nem se extinguirá nunca. É fogo eterno, porque DEUS CRIOU, CRIA E CRIARÁ, DESDE E POR TODA ETERNIDADE. Assim, haverá sempre Espíritos que, devendo vir do estado originário de simplicidade e ignorância até aos limites da Perfeição, caiam em erro, se tornem culpados e rebeldes, e sejam forçados a expiar e reparar suas faltas, para poderem progredir. É eterno esse fogo porque sempre haverá palha a ser queimada, Ito é, Espíritos culpados e rebeldes, necessitando sofrer a prova da expiação. Mas, para cada Espírito culpado, o fogo da geena eterna se extingue logo que a palha acabou de queimar-se, logo que o Espírito se humilha e pede perdão, animado de um arrependimento profundo e sincero, bem como o desejo ardente de reparar suas faltas. Então, cercado e ajudado pelos bons Espíritos, ele progride e se prepara, imediatamente, para enfrentar novas provações. Não vos enganeis: OS REMORSOS PERSEGUEM SEMPRE O CULPADO, ATÉ QUE ELE ENTRE NO BOM CAMINHO. Sim, sempre haverá Espíritos rebeldes e o fogo da eterna geena jamais se extinguirá, no sentido de que constitui como que uma herança, que passa de uns para outros. JESUS LIMPARÁ PERFEITAMENTE O SEU EIRADO. A obra de regeneração iniciada quando o Cristo apareceu entre vós, vai concluir-se agora, neste final de ciclo. A luz do Novo Mandamento se espalhará sobre toda a Terra. Os cegos pertinazes, como advertiu o Mestre, serão lançados nas trevas exteriores, e ali haverá pranto e ranger de dentes. Chamamos vossa atenção para estas palavras, a fim de vos fazermos entender o sentido figurado da época. Jesus, ESPÍRITO PURÍSSIMO, divino modelo da caridade e do amor, poderia condenar os Espíritos culpados ao pranto e ranger de dentes? Somente os insensíveis ao sofrimento físico. Por estas palavras, portanto, compreendei bem o sentido oculto de todos os ensinos do Cristo de Deus: O PRANTO E O RANGER DOS DENTES SÃO OS REMORSOS QUE BROTAM DAS CONSCIÊNCIAS DOS CULPADOS. Jesus limpará perfeitamente o seu eirado. Ao tempo determinado por Deus, em que a regeneração se tem de realizar tendo o Evangelho esparzido sua luz por todo o mundo nesse tempo, em que o vosso planeta se tornará mundo exclusivo dos bons Espíritos, se aqueles que, admitidos até então a reencarnarem na Terra, continuarem culpados, insensíveis e rebeldes, SERÃO LANÇADOS NAS TREVAS EXTERIORES, isto é, serão sucessivamente rechaçados, conforme ao grau de sua culpabilidade, para os mundos inferiores de provações e expiação, onde, por longos séculos, terão de se redimir da sua obstinação no mal e da sua voluntária cegueira. É chegada a hora da definição, entre o Bem e o mal, entre a Verdade e a mentira, entre o Cristo e o Anti-Cristo!



BATISMO EM ESPÍRITO SANTO


P – De acordo com os princípios básicos da LBV, o Centro Espiritual Universalista é, também, anti-sectário. Somente num CAMPO NEUTRO poderemos aprender toda a Verdade. Como o CEU explica o batismo com o Espírito Santo?

R – Diz o Espírito da Verdade: – O batismo em Espírito Santo é a assistência e a inspiração dos Espíritos purificados, ambas concedidas pelo Cristo, em nome do Senhor, aos homens que tenham esse merecimento. Estes, então, a recebem mediunicamente, e mesmo se comunicam com aqueles Espíritos, nas condições e na proporção das mediunidades que lhes são outorgadas. Essa assistência, essa inspiração e essa comunicação Deus só as concede aos Homens e Mulheres de Boa Vontade, para os sustentar e dirigir nas suas provas ou missões, para os ajudar na purificação de seus Espíritos, pelo progresso moral e intelectual. Jesus, pois, chamando o Espírito Santo para os discípulos, fez que descessem até eles os Espíritos elevados, que os haviam de amparar nos seus ásperos e perigosos trabalhos, e que, SOB A APARÊNCIA DE LÍNGUAS DE FOGO, se manifestaram por meio dos seus perispíritos luminosos. Ainda hoje, sob essa influência vos colocais quando, vencendo as paixões humanas, vivendo a vida que pertence a Deus e tudo lhe dando pela prática do trabalho, da humildade, da caridade e do amor, atrais os ESPÍRITOS PROTETORES DA HUMANIDADE. Disso, porém, não vos orgulheis, porque a queda é fácil, mesmo para o mais elevado, e os maus pensamentos assediam, sempre, o Espírito reencarnado. Recebei, portanto, a luz do Novo Mandamento do Cristo de Deus para reparti-la com aqueles que se queiram esclarecer. Mas recebei-a, sempre, com profundo sentimento de humildade e reconhecimento, rendendo graças a essa fonte de TODO O PODER, de que promana tudo o que é belo, tudo o que é grande, tudo o que é verdadeiro e eterno. A Terceira Revelação trouxe o conhecimento da Lei do Amor, que os homens, há tantos séculos, calcam aos pés. Se vossos corações dão frutos maus, sois, portanto, árvores más. O Senhor, porém, na sua infinita misericórdia, arranca a árvore que nada produz, ou que dá frutos maus, para deixar que cresça, livremente, aquela cujas ramagens hão de cobrir de sobra benfazeja a Humanidade inteira. Plantou-a o Cristo com as suas mãos e os homens não a cultivaram. Cercaram-na as plantas daninhas e a atrofiaram. O JARDINEIRO DIVINO, POR ISSO, AINDA SE VÊ OBRIGADO A VIR CULTIVAR A SUA VINHA, A FIM DE LIVRÁ-LA DOS PARASITOS QUE A SUFOCAM. A fé, árvore divina que dá sombra e alimento, que dessedenta o sequioso e convida ao repouso o viajante fatigado, vai crescer e estender seus ramos benditos sobre todo o vosso mundo. E a cada um daqueles, dentre vós (sejam quais forem os cultos exteriores em que a reencarnação os tenha feito nascer, vindos não importa de onde), que tiverem trabalhado na obra de regeneração – pela palavra e pelo exemplo – será concedida a graça de dizer, quando voltarem: “Ganhei bem o meu dia”. Deveis compreender o sentido oculto destas outras palavras, inspiradas ao Precursor e por ele proferidas quando falava do Cristo: “Traz na mão a joeira e limpará perfeitamente o seu eirado; juntará o trigo no seu celeiro, mas queimará a palha no fogo inextinguível”. O Senhor empregou desse modo, para atuar sobre homens animalizados, uma figura capaz de impressiona-los, gerando neles o temor. Bem sabeis que Deus nunca abandonou o ser humano, desde o seu aparecimento no vosso planeta. Suas Leis são, como ele mesmo, imutáveis e eternas: a Lei do Progresso (progresso físico da Terra e progresso físico, intelectual, moral e espiritual da Humanidade) ensina que tudo o que foi criado é perfectível. Ela está, portanto, no número dessas Leis. E ao mesmo número pertence a Lei da Reencarnação, como instrumento e meio de reparação e progresso. Desde todos os tempos, teve o homem junto de si proposto à sua proteção, o Espírito Protetor ou Anjo da Guarda, incumbido de guiar os seus passos na senda de redenção. Desde de todos os tempos, houve Espíritos em missão entre os homens, para faze-los avançar por esse caminho, a todos eles revelando ou relembrando a Lei Natural que é A LEI DE DEUS, na conformidade do meio, do estado das inteligências e das necessidades de cada época. Desde todos os tempos, investido no livre arbítrio, cercado de influências ocultas – boas umas, outras más – com inteligência para discernir o Bem do mal, na relatividade do seu desenvolvimento moral e intelectual, o homem, POR HAVER FALIDO, FOI TRAZIDO AO VOSSO PLANETA, que é um dos mundos inferiores de provação e expiação, a fim de reparar suas faltas e progredir. Desde todos os tempos, esteve submetido, após a morte, em seguida a cada uma de suas existências na Terra, a expiação por meio de sofrimento ou torturas morais, apropriados e proporcionados aos crimes ou faltas que praticou. Depois, está submetido à Lei da Reencarnação que, com a expiação precedente no estado de erraticidade e, simultaneamente, INFERNO, PURGATÓRIO, REPARAÇÃO E PROGRESSO, a escada que todos têm de subir, e cujos degraus correspondem às fases das diferentes existências que lhe cumpre percorrer, para atingir o cimo da montanha. Pois, como ensinou Jesus, para chegar a Deus, cada um dos seus filhos terá de nascer, morrer e renascer, até alcançar os limites da Perfeição.



BATISMO DE JESUS


P – Nos tempos modernos, ninguém mais aceita a Bíblia sob o véu da letra, que mata. No Brasil, muita coisa mudou desde que a LBV começou a pregar a Palavra de Deus sem “mistério”. Como o CEU explica o batismo de Jesus?

R – O Espírito da Verdade harmoniza os Evangelhos Sinóticos, para responder: Mateus, cap. III, vs. 13-17; Marcos, cap. I, vs. 9-11; Lucas, cap. III, vs. 21-22. São estas passagens:

MATEUS: 13 – Então Jesus veio da Galiléia ao Jordão, para ser batizado. 14 – Mas João protestava, dizendo: “Eu é que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?” 15 – Jesus lhe respondeu: “Isto é necessário por ora, pois convém cumprirmos toda a justiça”. João concordou. 16 – Uma vês batizado, Jesus logo saiu da água, e eis que os céus se abriram, e ele viu descer sobre si o Espírito de Deus em forma de uma pomba. 17 – Imediatamente uma voz ecoou no céu, dizendo: “Este é meu filho bem-amado, em que ponho a minha complacência”.

MARCOS: 9 – Eis o que sucedeu naqueles dias: Jesus veio de Nazaré, que fica na Galiléia, e foi batizado por João. 10 – Logo que saiu das águas do Jordão, Jesus viu os céus se abrirem e o Espírito de Deus descer em forma de uma pomba e pairar sobre ele. 11 – E uma voz do céu se fez ouvir, dizendo: “És meu filho bem-amado; pus em ti as minhas complacências”.

LUCAS: 21 – sucedeu que, ao tempo em que João batizava todo o povo, também Jesus foi por ele batizado. E, enquanto orava, o céu se abriu, 22 – e desceu sobre ele o Espírito Santo na forma corpórea de uma pomba. E ouviu-se do céu uma voz que dizia: “Tu és meu filho dileto; ponho em ti as minhas complacências.

Jesus, cuja origem espiritual agora conheceis, Espírito puro por excelência, Espírito Perfeito, não precisava de ser batizado com água por João, de receber um batismo de penitência para remissão de pecados, ele que nenhum pecado tinha, que nenhum pecado confessou, que não trazia, para ser lavado, um corpo de lama como os vossos. Não precisava, também, de receber o batismo em espírito Santo e em fogo, ele cujo o Espírito era de pureza perfeita e imaculada, ele que, ao contrário, vinha ministrar esse batismo – primeiro, aos Apóstolos incumbidos de pregar e ensinar, pelo exemplo, a sua moral sublime; depois, a todos os que se tornassem dignos de ser assim batizados, praticando a sua Lei de Amor, propagando-a pela palavra e pelo exemplo. POR QUE, ENTÃO, FOI JESUS RECEBER DE JOÃO, DIANTE DE TODOS, O BATISMO DA ÁGUA NO JORDÃO, como faziam o povo e quantos acorriam às margens daquele rio? Para – desde o momento em que entrava a desempenhar publicamente a sua missão, pregar pelo exemplo de humildade; para receber do próprio Deus – à vista de todos e em confirmação das palavras que, antes da sua chagada, proferiu a seu respeito o Precursor – a consagração da sua origem, do seu poder e da sua missão, como regenerador e SALVADOR DA HUMANIDADE; para receber esta confirmação por manifestação derivada do próprio Deus, produzida de modo a que os homens compreendessem que, FINALMENTE, DESCERA À TERRA O ESPÍRITO CUJA VINDA OS PROFETAS, DESDE MOISÉS, HAVIAM ANUNCIADO. E assim foi: Jesus desceu para pregar, dando de tudo exemplo marcante, para oferecer e deixar aos homens um tipo, um modelo que eles imitassem e em cujas pegadas caminhassem, para atingir a Perfeição. Durante a sua missão terrena, convinha que passasse, a vista dos homens, por ser um homem como os outros, sujeito a todas as provações da humanidade e delas triunfando, exemplificando-lhes a prática do trabalho, da justiça, da caridade e do amor, cujas leis ensinava, ministrando-lhes a luz e a verdade sob o véu da letra e o manto da parábola, a fim de que o brilho de uma e de outra não ofuscasse, não cegasse os olhos humanos de seu tempo. Cumprida essa missão, os homens – em virtude das interpretações que davam aos fatos, de acordo com o estado das inteligências, com as necessidades da época e com o que exigia a preparação dos tempos futuros – teriam de ver um Deus, o próprio Deus naquele que lhes viera trazer o tipo exato ou modelo da Perfeição Humana. Procurai seguir os passos de Jesus, em todo o curso da sua aparente vida de homem comum, desde o instante em que chega às margens do Jordão até aquele em que se consuma o sacrifício no Gólgota, e o vereis a dar em tudo o exemplo, sempre o exemplo da vida superior! Ao encetar essa missão sublime, Jesus se submete, como todos os que iam ter com João, ao batismo pela água. Mas observai que, antes de Jesus haver chegado ao Jordão, já o Precursor, falando ao povo, aos fariseus, aos publicanos e aos soldados, a quantos tinham acorrido para ouvi-lo (os quais, entre si, pensavam que bem podia ser ele o Cristo), dizia: “Eu, por mim, vos batizo com água; mas outro virá, mais poderoso que eu e de cujas sandálias não sou digno de desatar as correias, prosternado a seus pés, o qual vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo. Ele traz na mão sua joeira e limpará perfeitamente o seu eirado; juntará o trigo no celeiro, mas queimará a palha num fogo que jamais se extinguirá”. Estas palavras explicam por que, em resposta ao pedido que Jesus lhe faz, João se escusa de o batizar, dizendo: “Eu é que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?” E também explicam por que, respondendo-lhe Jesus: “Convém cumprirmos toda a justiça”, isto é, DEVEMOS PREGAR PELO EXEMPLO, João não opôs mais nenhuma resistência, tornando-se o primeiro a dar o exemplo de submissão e de obediência do Mestre. Para confirmação das palavras que João proferiu, diante de todos, antes da chegada de Jesus, é que, quando o Cristo saiu das águas do Jordão, após o batismo, se produziu – de conformidade com a época, as tradições hebraicas e o estado das inteligências – a manifestação destinada a esclarecer os homens sobre a origem e a missão do Salvador.



BATISMO E REENCARNAÇÃO


P – Na Cruzada do Novo Mandamento de Jesus no Lar, todos estão satisfeitos com a Doutrina do CEU (Centro Espiritual Universalista). Como devemos entender a aparição do Espírito Santo na forma corpórea de uma pomba?


R – Diz o Evangelho que, depois de ser batizado, Jesus saiu da água e, ao fazer a sua prece, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele na forma corporal de uma pomba, e se ouviu uma voz que dizia: “Tu és o meu filho bem-amado; ponho em ti a minha complacência”. O Senhor manifestou por esse modo o seu poder, dele dando um sinal aparentemente material. Aparentemente, frisamos, porque só o foi para os olhos humanos: sinal que bem como a voz ouvida, objetivando chamar a atenção dos homens e lhes confirmar que, finalmente, descera à Terra o Profeta que todos os profetas haviam anunciado. O Espírito, como sabeis, pode - com o auxílio do seu perispírito – tomar todas as formas, todas as aparências. Para os antigos, a pomba era o emblema da pureza: os hebreus a sacrificavam, nos altares, em resgate dos filhos de Israel. O Espírito Superior, encarregado da manifestação, teve de tomar a forma capaz de mais fortemente impressionar as inteligências, no momento mesmo em que aquela manifestação se produzisse, e de as impressionar ainda depois de cumprida a sua missão. A voz que se fez ouvir no céu, dizendo: “”Tu és meu filho bem-amado; ponho em ti a minha complacência”, não foi a voz de Deus Onipotente. Deus não se manifestou porque Ele não se comunica diretamente com os homens. Já vos dissemos: por mais puro que seja o Espírito encarnado, o invólucro que o reveste ergue uma barreira intransponível entre o homem e a Divindade. Mas o Pai transmite aos filhos suas vontades por intermédio dos Espíritos Puros (que dele recebem diretamente as inspirações), dos Espíritos Superiores e dos Espíritos Bons, os quais, na ordem hierárquica, se constituem seus instrumentos. Foi um Espírito superior que fez ressoar a voz que se ouviu, pronunciando aquelas palavras. Para o povo e para todos que tinham vindo ter com o Batista, em suma – para os hebreus, o próprio Deus falou naquela circunstância, como outrora falou aos profetas da Lei Antiga. O Espírito Santo, segundo eles, era a inteligência mesma de Deus, inspirando diretamente os homens, comunicando-se diretamente com os terrícolas. Assim, para eles, o próprio Deus foi quem tomou a forma de uma pomba e quem, por outro lado e ao mesmo tempo, fazendo ouvir sua voz, pronunciou aquelas palavras. Já sabeis que, sob a designação simbólica de espírito Santo, se compreende o conjunto de Espíritos do Senhor – órgãos de suas inspirações e ministros de suas vontades. O que houve, portanto, foram duas manifestações espirituais. E elas se produziram AO FAZER JESUS SUA PRECE: aí estão o primeiro exemplo e o primeiro ensino dados por Ele aos homens, mostrando-lhes que a prece (não a dos lábios, mas a do coração), atrai as bênçãos do Senhor, os testemunhos do seu amor, fazendo sobre eles descer a divina influência, por intermédio dos Espíritos Protetores da Humanidade. O batismo por meio da água, que João ministrou e Jesus recebeu para ensinar pelo exemplo, comprovando assim que esse batismo não passava de uma figura, era ao mesmo tempo material e simbólica: material pela ablução do corpo; simbólico pelo arrependimento e pala humildade que a ablução consagrava. E ainda tinham a proclamá-los a confissão pública (que cada um fazia diante de todos, em voz alta) dos seus pecados, das suas torpezas, de TODAS AS INFÂMIAS QUE PODEM GERMINAR NO CORAÇÃO HUMANO. O batismo pela água era, portanto, uma preparação para o batismo em Espírito Santo e pelo fogo – batismo este que vem de Deus e que o Cristo confere aos que dele se tornam dignos, concedendo-lhes a assistência e o concurso dos Espíritos purificados. Não é mau lembrar aos homens o batismo pela água, porque sempre lhes recorda os grandes acontecimentos ocorridos e as obrigações que lhes são impostas. A parte material era uma necessidade à vista dos tempos, para impressionar a homens materializados; MAS A PARTE SIMBÓLICA SE CONSERVA PARA VÓS, cristãos do Novo Mandamento. O verdadeiro batismo é o que vem do Senhor, é o batismo no Espírito santo e no fogo que purifica as almas, acima dos corpos perecíveis! A religião humana fez do batismo pela água o estandarte do seu próprio cristianismo, que está muito longe do CRISTIANISMO DO CRISTO. Ela esqueceu a essência divina, para atender só a matéria. A esta referiu tudo. E seus “fiéis” rebaixados, encerrados em tão estreitos limites acabaram por olvidar quase inteiramente que, saídos de uma essência espiritual, devem consagrar-se ao espírito, não mais à letra, que mata. A Igreja de Roma desvirtuou a natureza, o objeto, as condições e o fim do batismo pela água – derramando-a na cabeça da criança, que acaba de nascer, sob o pretexto de apagar, na pessoa dessa criança, dando-lhe o nome de pecado original, uma falta que ela não cometeu, porque foi cometida por outrem! E isso quando, segundo a mesma Igreja, a alma da criança foi criada por deus expressamente para o corpo que veio animar, alma que, pessoalmente devia ser pura e sem mancha, pois das mãos de Deus nada pode sair maculado! A Igreja de Roma não teria instituído deste modo o batismo pela água, se tivesse compreendido bem as palavras de Jesus a Nicodemos, proclamando a reencarnação como realidade, não como alegoria. Realidade por ser LEI EMANADA DE DEUS, DESDE DE TODA ETERNIDADE, como meio de purificação e progresso do Espírito culpado, meio único posto ao alcance do homem para entrar no Reino de Deus, isto é, para chegar à Perfeição que, só ela, lhe permitirá chegar ao centro da Onipotência. Cristãos de todos os rebanhos, lembrai-vos de que haverá, brevemente, UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR! Deixai de ter em conta somente a matéria, abandonai a letra que mata, para receberdes unicamente O ESPÍRITO QUE VIVIFICA. Do batismo pela água, no Jordão, conservai apenas o espírito. Praticai a parte simbólica – o arrependimento e a humildade. Preparai-vos, assim, para o batismo do Espírito Santo e do fogo, que purifica as vossas almas. Se dele vos tornardes realmente dignos, pelo trabalho, pela justiça, pelo amor e pela caridade, o Cristo vos ministrará esse batismo, enviando Espíritos Puros para vos assistirem, inspirarem e ajudarem, até à vitória final.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

PREGAÇÃO DE JOÃO, O BATISTA



PREGAÇÃO DE JOÃO, O BATISTA


P – Unificando as Quatro Revelações de Jesus, pelo Novo Mandamento, a LBV presta um grande serviço à Humanidade. Como o Centro Espiritual Universalista (CEU) explica a pregação e o batismo do Precursor de Jesus?

R – Responde o Espírito da Verdade, harmonizando estas passagens do Evangelho: Mateus, cap. III, vs. 1-6; Marcos, cap. I, vs. 1-5; Lucas, cap. III, vs. 1-5. Ler e meditar:

MATEUS: 1 – A esse tempo, veio João pregando pelo deserto da Judéia. 2 - Dizia: “Arrependei-vos, pois o Reino de Deus está próximo”. 3 – Eis aqui aquele de quem falou o profeta Isaías, dizendo: “Voz do que clama do deserto: preparai o caminho do Senhor; endireitai suas veredas”. 4 – João trazia uma veste de peles de camelo e um sinto de couro em volta da cintura; alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. 5 – Os habitantes de Jerusalém, de toda a Judéia e de toda a região circunvizinha do Jordão, iam ter com ele; 6 – e, confessando seus pecados, eram por ele batizados no Jordão”.

MARCOS: 1 – Princípio do Evangelho de Jesus, o Cristo, filho de Deus, 2 – como está no profeta Isaías: “Eis que envio à tua frente o meu Anjo, e ele preparará o teu caminho. 3 – Voz do que clama no deserto: “Preparai o caminho do Senhor; tornai retas as suas veredas”. 4 – João esteve no deserto, batizando e pregando o batismo de penitência para remissão dos pecados. 5 – Toda a Judéia e todos os habitantes de Jerusalém iam ter com ele e, confessando seus pecados, eram por ele batizados no rio Jordão”.

LUCAS: 1 – No décimo quinto ano do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia; Herodes, tetrarca da Galiléia; Felipe, seu irmão, tetrarca da Ituréia e da província de Traconites; Lisônias tetrarca de Abilene; sendo príncipes dos sacerdotes Anais e Caifás; o Senhor fez ouvir a sua voz no deserto a João, filho de Zacarias, 3 – e ele percorreu todas as cercanias do Jordão, pregando o batismo de penitência para remissão dos pecados, 4 – conforme está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: “Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor; endireitai suas veredas. 5 – Todo vale será aterrado; todas as montanhas e colinas serão arrasadas; os caminhos tortuosos se tornarão retos; os escabrosos ficarão planos; e toda a carne verá a salvação do Senhor”.

Os homens sempre se servem dos termos que lhe são compreensíveis, e os empregam como podem. A Palavra de Deus é o mesmo que A Inspiração Divina. DEUS NÃO SE COMUNICA DIRETAMENTE COM OS HOMENS. Por mais puro que seja o espírito encarnado, o invólucro carnal ergue intransponível barreira entre o homem e a Divindade. Mas o Senhor envia os grandes Espíritos e, inspirando-os diretamente, os constitui órgãos transmissores da sua vontade. Deus nunca falou a João, como nunca falou a Moisés e Elias, como jamais falou a nenhum dos profetas. Uns eram médiuns videntes e audientes, outros eram médiuns inspirados, de acordo com a elevação de seus Espíritos. João, no tempo certo, recebeu no deserto a inspiração do Senhor, para dar começo ao desempenho da missão que lhe fora confiada. Inspirado, ainda, pelos Espíritos Superiores foi que ele percorreu todas as cercanias do Jordão, pregando um batismo de arrependimento, e batizando nesse rio todos os que iam procura-lo para confessar os seus pecados. O Batista era um Espírito Superior em missão no vosso mundo, predestinado a abrir os caminhos e prepara-los, a fim de que mais facilmente a luz se pudesse fazer. Pelo seu caráter ríspido, pelos seus costumes e hábitos em contraste com os de seus contemporâneos, chamava sobre si a atenção de todos. Sua palavra, severa e rude, forçava os homens, a se penitenciarem seriamente. Preparava, assim, os caminhos do Senhor, preparando os do Cristo. Era a cabeça do rebanho, a caminhar à frente, agitando a campainha, para que todas as ovelhas perdidas percebessem de que lado podia vir a salvação. A confissão dos pecados nesse tempo, como mais tarde, nas primeiras horas do Cristianismo, SE FAZIA DIANTE DE TODOS, PUBLICAMENTE E EM VOZ ALTA. Despertava, assim, profundo sentimento de humildade, porque exige grande desprendimento o ousar alguém confessar, diante de todos, AS FALTAS, AS TORPEZAS, AS INFÂMIAS QUE PODEM GERMINAR NO FUNDO DO CORAÇÃO HUMANO. Era uma barreira oposta às recaídas, porque o homem que sabe serem conhecidos SEUS PENSAMENTOS MAIS SECRETOS, TODOS OS SEUS MAUS PENDORES, terá de refrear sua natureza animal, a fim de evitar as suspeitas em que poderia incorrer, ao menor desvio. E porque a confissão era pública, feita sempre em voz alta, Deus a ouvia. Estas palavras: “Todo vale será aterrado, todas as montanhas e colinas serão arrasadas, os caminhos tortuosos se tornarão retos e os escabrosos focarão planos” se aplicam a subversão moral, à renovação espiritual que a Doutrina de Jesus havia de operar – e opera até hoje – por intermédio do Espírito da Verdade por Ele prometido ao vosso planeta. Os vales serão aterrados e se elevarão; as “montanhas”, cuja fronte orgulhosa tenta deter a marcha do progresso, serão arrasadas. O “nível” passará pela natureza toda, erguendo os pequeninos, rebaixando os grandes, dando a cada um a medida exata do que lhe caiba, pelo seu merecimento. E toda carne verá a salvação do Senhor, isto é, todos os homens e mulheres, que praticarem a sublime moral do Novo Mandamento, se integrarão no Salvador.



A MENSAGEM E O TESTEMUNHO DO BATISTA


P – A grande virtude da LBV é restaurar o Cristianismo em sua pureza primitiva, e isso, realmente, só podia ser feito pelo Novo Mandamento revelado. Como é que o CEU (Centro Espiritual Universalista) da LBV interpreta a mensagem de João?

R – O Espírito da Verdade responderá, harmonizando as seguintes passagens do Evangelho de Jesus: Mateus, cap. III, vs. 7-12; Marcos, cap. I, vs. 6-8; Lucas, cap. III, vs. 7-18. Atenção para esses textos bíblicos:

MATEUS: 7 – Mas, vendo João muitos dos fariseus e saduceus que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que há de vir? 8 – Tratai de produzir frutos dignos de arrependimento, 9 – e não procureis dizer dentro de vós: “Temos Abraão por pai”, porque eu vos declaro que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. 10 – O machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore que não dá bom fruto será cortada e lançada ao fogo. 11 – Eu, na verdade, vos batizo com água, para vos levar à penitência; mas o que vem, depois de mim, é mais poderoso que eu, e não sou digno de levar-lhe as sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 12 – Traz na mão a sua pá, e limpará bem a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.

MARCOS: 6 – João vestia pele de camelo, usava uma tira de couro em volta da cintura e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre. Pregava dizendo: 7 – Aquele que é mais poderoso que eu virá depois de mim, e não sou digno de me abaixar diante de seus pés, para lhe desatar as correias das sandálias. 8 – Eu vos batizo com água; Ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.

LUCAS: 7 – João dizia ao povo, que acorria em bandos para ser batizado: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?” 8 – Daí, pois, frutos dignos do vosso arrependimento, e não comeceis a dizer dentro de vós: “Temos Abraão como pai”, porque eu vos declaro que Deus é poderoso para, destas pedras, fazer que nasçam filhos a Abraão. 9 – Já o machado está posto à raiz das árvores: toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo. 10 – O povo lhe perguntava: “Que havemos, então, de fazer?” 11 – João respondia: “Aquele que tem duas túnicas dê uma ao que não tem; aquele que tem comida faça o mesmo.” 12 – Foram, também, publicanos para o batismo, e lhe perguntaram: “Que havemos de fazer?” 13 – Ele respondeu: “Não cobreis mais do que está prescrito na lei”. 14 – Perguntaram-lhe, ainda, alguns soldados: “E nós o que havemos de fazer?” Respondeu-lhes: “Não pratiqueis violência contra ninguém nem façais denúncia falsa, e contentai-vos com o vosso soldo”. 15 – Estando o povo na expectativa, pensando consigo mesmo que talvez João fosse o Cristo, 16 – disse ele a todos: “Eu, na verdade, vos batizo com água, mas logo virá quem é mais poderoso que eu, e não sou digno de lhe desatar as correias das sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 17 – Traz na mão a sua pá, e limpará bem a sua eira, para recolher o trigo no seu celeiro; mas queimará a palha em fogo inextinguível. 18 – Assim João anunciava ao povo o Evangelho de Jesus.


João era o Precursor da Verdade, e ele mesmo o declarou. Suas aspirações não iam nem deviam ir além da missão que lhe cumpria desempenhar. Mediunicamente ligado aos Espíritos Superiores, a cujo número pertencia, os quais o assistiam e inspiravam, era dirigido em todas as circunstâncias pela intuição, e possuía a humildade que deveria guiar a todos vós na Terra. Tinha consciência do que aguarda o Espírito na sua volta à Pátria Espiritual; mas, acima de tudo, tinha absoluta consciência da sua missão de Precursor. Esta consistia, em preparar os homens para o arrependimento, servindo-se de um símbolo que lhes daria a compreender a purificação e de que necessitavam: LAVAVA SEUS CORPOS, A FIM DE OS DISPOR A LAVAREM SEUS CORAÇÕES. Purificava-lhes o invólucro material, para os compelir à purificação de sues Espíritos, exortando-os – em resposta às perguntas que lhe faziam – à prática da Justiça, da Caridade, do Amor. Sua missão, portanto, era preparatória: Jesus viria completá-la. João era a voz do que clama no deserto, até que as populações se reunissem para ouvir a pregação da Verdade. Estas palavras “Não comeceis a dizer, dentro de vós mesmos, TEMOS ABRAÃO POR PAI, porque destas pedras Deus pode fazer que nasçam filhos a Abraão; o machado já está posto à raiz das árvores; toda árvore que não dá bom fruto ele a corta e lança ao fogo”, se referem a todos os tempos – ao tempo em que o Batista falava, aos tempos que se seguirem, até ao fim dos tempos, isto é, até a volta do Cristo de Deus. Os sacerdotes judeus não reconheciam como filho do Senhor senão aqueles que viviam curvados ao seu jugo, da mesma forma que a Igreja de Roma não admite salvação para os que não lhe obedecem cegamente. Que representa Abraão para os hebreus? O chefe da família (ou povo) que vai herdar o Reino de Deus. Por aquelas palavras inspiradas ao Precursor, deus quer que fique bem claro serem seus filhos TODOS OS QUE VÃO A ELE, DE CORAÇÃO LIMPO. É como se dissesse: “Não entram no meu Reino os filhos de Abraão que desprezaram minhas leis e desfiguraram meus preceitos, como também os que, no futuro, as desprezaram e os desfigurarem. Todo aquele, porém, que ouve a minha voz e arranca a árvore má, produtora de maus frutos, e só deixa no coração a boa semente, que há de fertilizar a terra, este está no caminho que a mim conduz, esse é meu filho para sempre. Filhos de Abraão não são os que me dizem “Senhor! Senhor!”, mas tão somente aqueles que cumprem a minha Lei, quaisquer que eles sejam. Todos os limpos de coração é que olho como filhos, e só eles terão entrada no meu Reino!” E aí está o símbolo da árvore: a que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo. Já compreendeis o sentido oculto destas palavras que, apropriadas às inteligências daquela época, eram destinadas a despertá-las da ignorância. A árvore que não dá bons frutos é o Espírito encarnado que sucumbe nas suas provas. Depois da “morte”, quando o Anjo da Libertação lhe houver ceifado a existência, será lançado ao fogo, isto é, será – primeiro – ao entrar em expiação no mundo espiritual, submetido a sofrimentos ou torturas morais, proporcionados e apropriados aos crimes que haja cometido; depois – à reencarnação que, abrindo-lhe a caminho da reparação, e ao mesmo tempo, meio de purificação e de progresso.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A VIDA DE JESUS – I

A VIDA DE JESUS – I


P – Nosso Posto Familiar ganhou nova luz com a Doutrina do Novo Mandamento. Chegou na hora certa o Centro Espiritual Universalista da LBV! Como interpreta o CEU os versículos 41 a 52, Capitulo Segundo, do Evangelho de Jesus segundo Lucas?

R – Vamos ler com atenção:

41 – Seus pais iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. 42 – Quando ele tinha a idade de onze anos, foram até lá, como costumavam, no tempo da festa. 43 – Passados os dias destas, regressaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que eles dessem por isso. 44 – Pensando que o menino estivesse entre aqueles que os acompanhavam, caminharam durante um dia, e o procuraram no meio dos parentes e conhecidos. 45 – Não o achando, voltaram a Jerusalém, para procura-lo aí. 46 – Três dias depois, no templo, o encontraram sentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os. 47 – Todos os que o ouviam ficavam surpreendidos da sabedoria das suas respostas. 48 – Vendo-o, seus pais se encheram de espanto e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que procedeste assim conosco? Aqui estamos, eu e teu pai, que aflitos te procurávamos!” 49 – Jesus lhes disse: “Por que me procuráveis? Não sabeis ser preciso que me ocupe com o que respeita ao serviço de meu Pai?” 50 – José e Maria, porém, não compreenderam o que ele dizia. 51 – Em seguida, Jesus partiu com ambos e veio para Nazaré; e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas essas coisas no seu coração. 52 – E Jesus crescia em idade, em sabedoria e graça diante de Deus e diante dos homens.

Os fatos falam por si mesmos. Era preciso que Jesus ficasse em Jerusalém. Sua existência tinha de se dividir em três fases distintas, que podeis apreciar: o “nascimento”, comportando – pelos fatos e circunstâncias que o precedem, acompanham e seguem, até ao aparecimento no templo entre os doutores – as promessas de redenção, segundo à interpretação dada às profecias da lei antiga; o aparecimento no templo, preparando para a época mais conveniente, a afirmação da sua existência, principiando a era do progresso pela sua presença entre os doutores, sob a aparência de um menino de doze anos, no dia da solenidade da Páscoa, quando em Jerusalém se aglomeravam as multidões, vindas de toda parte; a pregação, abrindo o caminho por onde os homens tinham e têm de seguir. Era necessário – dos pontos de vista do passado, do presente e do futuro – que a vida de Jesus assim se dividisse. Era preciso que ele ficasse em Jerusalém, para assinalar a segunda fase dessa existência. Por isso dissemos: os fatos falam por si mesmos. Aqueles que nada sabem e confessam nada saber da infância de Jesus, acastelados numa presunçosa ignorância, tacham de “inverossimilhança moral” esses fatos, cuja razão e cujo fim – na grande obra preparatória da redenção humana – não compreendem nem conseguem explicar. Ninguém ainda perscrutara a vida privada (e ignorada) de Jesus. E aqueles que, buscando humanizar-lhe todos os atos, tentaram esquadrinha-la, não explicaram como podia ele, tão exposto aos olhares públicos, subtrair-se a esses olhares. Também NÃO EXPLICARAM PORQUE, da sua vida humana, somente alguns fatos se tenham perpetuado, e assim mesmo porque os Evangelistas (médiuns historiadores) os registraram, cada um no quadro que lhe coube na narrativa, apropriada (sob influência mediúnica) aos tempos e às inteligências, isto é, servindo ao presente e preparando o futuro. Falando-se de Jesus na época em que apareceu no templo, entre os doutores, e desde o seu “nascimento”, foi-vos dito: “E o menino crescia em idade, em sabedoria e graça diante de Deus e diante dos homens”. Ora, estas palavras refletem as impressões e apreciações humanas. Jesus crescia aos olhos dos homens, mas aos olhos de Deus era sempre o mesmo: Espírito, Espírito devotado, cumprindo sua missão. Sabeis, mas devemos repetir: ante o estado das inteligências e necessidades da época – e com o fim de preparar o advento da Terceira Revelação – a origem do “menino” ainda (e por muito tempo mais) não devia ser conhecida. Não o devia ser senão por meios de nova Revelação em nome do Senhor, através do Espírito da Verdade, uma vez que chegaram OS TEMPOS PREDITOS.


 

A VIDA DE JESUS – II


P – Compreendemos, hoje, que realmente “a letra mata, o espírito vivifica”. Sem o véu da letra é completamente outra a explicação do Evangelho! O Espírito da Verdade poderia dar novos ensinamentos sobre a “vida humana” de Jesus?

R – Jesus tinha de ser, aos olhos dos homens, primeiro – um homem tal como vós, revestido da libré material, exatamente como os profetas da lei antiga; depois – cumprida sua missão terrena, UM DEUS MILAGROSAMENTE ENCARNADO, em conseqüência da divulgação do que o Anjo segredara a José e Maria (revelação que se mantivera até então secreta), e em conseqüência também das interpretações humanas dadas a essa revelação, as quais prepararam o reinado da letra, transitoriamente necessário, como condição e meio de progresso; finalmente – um homem como qualquer um de vós quanto ao invólucro corporal e, ao mesmo tempo, quanto ao Espírito, um Deus: portanto, um Homem-Deus. Sendo a todos vós revelada, neste momento, a origem espiritual de Jesus (que se conservou oculta até hoje), também terá de ser conhecido tudo o que se manteve secreto. Trazemos, por isso, a missão de vos dizer qual foi a aparente vida humana de Jesus, desde o instante da sua aparição no vosso planeta (chamada, na linguagem humana, “seu nascimento”), até a época em que surgiu no templo entre os doutores; o que foi feito dele durante os três dias que passou em Jerusalém, tendo a aparência de um menino de doze anos; qual a sua vida aparente desde essa época até quando, às margens do Jordão, entrou em missão publicamente, aparentando ser um homem de trinta anos. Tudo, na “vida humana” de Jesus, foi apenas aparente, mas se passou em condições tais que, para os homens, houve ilusão, assim como para José e Maria, devendo todos acreditar na sua “humanidade”, quando ele tão somente revestia um perispírito tangível e, como tal, INACESSÍVEL ÀS NECESSIDADES FISIOLÓGICAS DA VOSSA EXISTÊNCIA MATERIAL. Quando Maria (sendo Jesus pequenino, na aparência) lhe dava o seio, o leite era desviado pelos Espíritos Superiores que o cercavam, de um modo bem simples: em vez de ser “sorvido” pelo menino, que dele não precisava, era restituído à massa do sangue por uma ação fluídica, exercida sobre a Virgem, inconsciente dela. Não vos espanteis de que o leite fosse assim restituído à massa do sangue. Não admitis que o químico possa, pela síntese compor e, pela análise, decompor, à sua vontade, um líquido qualquer, restituindo a cada parte heterogênea a natureza que lhe é própria? Então podeis admitir, também, que a ação fluídica dos espíritos Superiores – que conhecem todos os segredos da vossa organização e da vossa vida humana – possa decompor assim o leite derramado e restituir cada uma de suas partes componentes à fonte de origem. Que os incrédulos, ou materialistas, encolham desdenhosamente os ombros: nem por isso os FATOS serão menos reais. E a experiência já adquirida, por efeito dos trabalhos de síntese e análise, executados pela química sobre a matéria, não basta para vos explicar o fato (que se tornará evidente pela experiência, que em breve tereis) da PROPRIEDADE DOS FLUIDOS? Se um magnetizador, no interesse de uma doente, quiser deter a circulação e a emissão do leite, este não deixará de circular e de sair? Como podereis, então, pretender que a nossa influência sobre vós seja menor que a influência que vós mesmos exerceis, uns sobre os outros? Não estranheis, ainda, que Maria tivesse leite, só porque não sofrera a maternidade e era Virgem. A maternidade não é uma condição absoluta para que se produza o leite, que não passa de uma decomposição do sangue, determinável por diversas causas. Neste particular, há exemplos freqüentes, não só entre as mulheres, mas também entre animais. A virgindade nada influi em tais casos. Não vos detenhais neste ponto: são fatos conhecidos. Em Maria, a decomposição se operou porque o sangue, por efeito do magnetismo espiritual e de uma ação fluídica, foi lactificado. Depois, por ocasião da amamentação aparente, o leite que se formara, a seu turno, era decomposto e cada uma de suas partes restituída à massa do sangue. A amamentação da infância não era, então, o que é hoje: a mãe amamentava o filho por todo o tempo em que o leite se formava nela. Daí vem que isso se prolongava até contar a criança dois ou três anos, idade em que já vivia a correr, sobretudo naqueles climas. Lembrai-vos de que os homens daquela época, e principalmente, daqueles países, tinham costumes diferentes dos vossos: lá, ávida se passava tanto fora como dentro das habitações: as crianças, logo que sabiam equilibrar-se, iam correr aos bandos, onde bem lhes agradava; ou se isolavam, segundo seus gostos e caracteres. Durante tais ausências, comiam frutos ou mel silvestres, não constituindo mais o leite a alimentação exclusiva. A amamentação se adaptava às condições da natureza, e cessava quando o menino sabia, mais ou menos, prover a necessidade do seu sustento. Haveis de compreender que, nesse período do aparecimento de Jesus, diante da natureza perispirítica da sua aparente corporeidade humana, tudo se havia de realizar nas mais fáceis condições; tudo tinha de concorrer para o fim visado, e concorreu; aconteceu, exatamente, o que tinha de acontecer.



A VIDA DE JESUS – III


P – Só mesmo o Espírito da Verdade nos pode revelar tantas maravilhas da vida do Mestre! Poderia dizer como se processou a criação do “menino” Jesus?

R – Como é natural, Jesus se criou como todos os meninos precoces da sua idade, tendo falado e andado muito mais cedo que as outras crianças, revelando aos olhos dos homens, como os de Maria e de José, precocidade excepcional. Antes de chegada a época de cessar a amamentação ordinária, começou ele a ir para os campos, sozinho ou com os outros meninos. Mas, depois, passou a andar sempre sozinho, a separar-se das demais crianças, a se afastar de suas vistas, sem jamais pedir de comer ao voltar para casa. Acreditavam todos que se alimentara, como o faziam seus infantis companheiros, de fruto ou de mel silvestre. E, sendo a atenção da Virgem Maria desviada, para que não se preocupasse com os cuidados maternos, ninguém cogitava de “alimentar” o menino de modo diferente. Sem compreender o motivo, Maria não era a mãe humana que prevê todas as necessidades do filho e as previne. Ela sentia, instintivamente, que o seu não precisava dessa vigilância. Junto dele, cumpria muito pouco dos deveres que a maternidade impõe às mulheres. Não se conclua daí que fosse “mãe indiferente”. Isso quer dizer, apenas, que – guiada pelos Espíritos seus protetores e amigos – se abstinha de cuidados e atenções inúteis. Diante disso, podeis concluir que, ainda muito pequenino, Jesus – com a liberdade que os costumes dos pais lhe permitiam – estava sempre ausente da casa paterna. Por vezes, desaparecia no momento mesmo em que Maria preparava o repasto e deixava passar a hora da refeição. Quando José e Maria o procuravam, ou esperavam, ele dizia: “Não tendes por que vos inquietar e me procurar”. As solicitações, que lhe dirigiam, para com eles tomar parte na refeição, respondia: “Não tenho necessidade de coisa alguma”. Dessa resposta nascia a crença de que o “menino” se alimentava de frutos e mel silvestre. Assim principiou Jesus a se ausentar, desde que, de acordo com os costumes e usos do país, isso se tornou possível a um menino como ele, de precocidade muito superior à de todos os outros. E suas ausências se foram fazendo, pouco a pouco e sucessivamente, mais e mais longas, a fim de a elas habituar seus “pais”, para que estes não se preocupassem com a sua “alimentação humana”. Já o dissemos e repetimos: os Espíritos protetores de Maria a predispunham a estar de acordo com os desígnios de Jesus. A Virgem sentia, como José, também colocado sob as mesmas influências, que o “menino” tinha aspirações e tendências diversas das de todos aqueles que o cercavam, sem por isso admitirem que ele não fosse o que parecia ser. Aos olhos dos homens, os atos exteriores de Jesus não apresentavam nenhum cunho de singularidade. Gostava da solidão e seus hábitos eram tidos como “quase selvagens”, visto não conviver com os meninos de sua idade. Aos olhos dos pais, sua alimentação era frugal. Como não o vissem definhar, estavam certos de que lhe aprazia viver de frutos e mel silvestre, a exemplo do que faziam muitos pastores. Julgavam que ele podia viver assim; que as raras ocasiões que tinha, de se alimentar desse modo, lhe bastariam. Notai que não vos dizemos que ele se alimentava dessa maneira: dizemos, unicamente, que seus pais acreditavam que assim fosse. Notai, igualmente, que – falando das refeições de Maria supunha serem tomadas pelo “filho” – não vos dissemos que essas refeições fossem regradas como as vossas, porque as ausências de Jesus não eram regulares e periódicas. Maria não estranhava essa forma de viver, porque se lembrava da origem do filho, tida por ela e por José, como origem milagrosa. De tal modo impressionados de achavam seus corações, tão viva fé os animava, tal elevação moral dos dois, que em ambos tinham grande e fácil acesso às inspirações dos Espíritos Superiores, quando lhes “sugeriam” o pensamento e a resolução de não se preocuparem com aquele gênero de vida. Desde alguns anos antes de sua ida a Jerusalém, e do seu aparecimento no templo entre os doutores, Jesus, não raro, se ausentava por um ou muitos dias. Sempre que isso se dava, ele dizia: “Vou orar”, isto é, vou falar com meu Pai Celestial. As vezes, passava alguns dias com a família, sem participar das refeições, porque nele o corpo – dada a sua natureza perispirítica, sob a aparente corporeidade humana – ERA INACESSÍVEL A TODA E QUALQUER ALIMENTO MATERIAL.

A VIDA DE JESUS – IV


P – Concordamos com a diretriz fundamental do CEU da LBV: não se aceitam ensinamentos de homens, por mais iluminados que sejam ou se julguem. Do contrário, seria impossível unificar as Quatro Revelações de Jesus! Como o Espírito da Verdade explica as ausências, os jejuns, a aparição do menino Jesus no templo e o espanto de seus pais?

R – Para os hebreus, a abstinência e o jejum completo, durante um ou muitos dias, nada tinham de espantoso. Os mais zelosos praticavam essa abstinência e esse jejum completo, às vezes, por três dias. Ora, pesquise cada um de vós as suas reminiscências e achará, dentro ou fora da família, exemplo do que pode fazer a criatura humana ainda em vossos dias, nos quais a alimentação complicada e a frouxidão dos costumes amesquinharam as faculdades vitais. Por que havia de ser isso impossível a homens vigorosos, sóbrios, rijos, desde tenra idade habituados à abstinência e ao jejum? Lembrai-vos não só do costume antigos dos hebreus, mas também, dos árabes. Tendo em vista a origem espiritual de Jesus, a natureza fluídica do seu corpo, os fatos e circunstâncias relativos ao que a linguagem humana designa por “infância do filho de José e Maria” – vamos explicar o aparecimento do menino entre os doutores, no templo, durante os três dias que passou em Jerusalém. Jesus foi apresentado, no templo, pelo irmão de José e pelo próprio José, como um dos descendentes de David, segundo a linha da sua parentela e a descendência da sua tribo. Decorridos os dias da festa da Páscoa, José e Maria regressaram, mas Jesus ficou em Jerusalém, sem que eles o percebessem, supondo-o na multidão com alguns dos companheiros de viagem. Caminharam um dia procurando-o entre os parentes e conhecidos; não o encontrando, voltaram a Jerusalém. Será lícito tachar de incrível ou de “inverossimilhança moral” o fato de haverem Maria e José (que chegaram à cidade quando regurgitava de estrangeiros) perdido de vista Jesus, que aos seus olhos era um menino de doze anos, e o de terem (quando já de regresso) caminhado um dia inteiro, sem perceberem que o menino não ia com eles? Só mesmo a temeridade da ignorância se pode atribuir semelhante pecha de “inverossimilhança moral”. Jesus, já o dissemos, se afizera, desde muitos anos, a uma existência isenta dos vossos hábitos e relações. Acostumados à sua vida contemplativa (e um tanto selvagem, relativamente aos homens), seus pais não exerciam sobre ele a vigilância que exerceis sobre os vossos filhos. Qual a causa da solicitude dos pais para com os filhos? A fraqueza, a inconseqüência, a ignorância desses pequenos seres que lhe foram confiados. Mas, se admitirdes que reconheçam nos filhos – juízo, razão, faculdades incomuns, desenvolvimento moral e espiritual, que os ponham a salvo dos perigos da idade infantil, achareis natural que os pais se abstenham de uma vigilância inútil e, além disso, fatigante, para as crianças que são objeto dela. José e Maria pensaram, como dissemos, que Jesus estivesse com outras pessoas (com algum de seus parentes ou conhecidos) e, como fossem inúmeros os viajantes e caminhassem através de campos (porque, de certo, não vos vem à idéia que trilhassem uma estrada larga, traçada e aberta como as vossas), não tomaram o incômodo de levar suas pesquisas além dos limites que alcançavam com a vista. Só depois de terem perguntado a uns e a outros por Jesus, certificando-se de que ninguém o vira, é que resolveram procura-lo. Ao fim do dia, eles ganharam a certeza de que pessoa alguma o tinha visto. Durante a caminhada, pelo dia todo, nenhuma parada havia feito para se alimentarem. Para a maioria dos viajantes, e nesse número estavam Maria e José, os frutos das sebes das árvores eram os alimentos principais, no curso da viagem. Tendo voltado a Jerusalém, encontraram Jesus no templo, sentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Ao dar com ele, Maria não lhe perguntou: – “Meus filho, como viveste sozinho numa cidade onde és estrangeiro e desconhecido? – Quem te recebeu à sua mesa, para te alimentar? Onde te abrigaste, para refazer tuas forças pelo repouso e pelo sono?” Nada disso lhe perguntou. Manifestou apenas a inquietação que lhe causara, assim como a José, a ausência do filho que, sem o saberem (é claro), se deixara ficar em Jerusalém, quando – na companhia de ambos – devia regressar a Nazaré. Se Maria não perguntou a Jesus o que dele fora feito, naqueles três dias, não foi por saber que “seu filho” não era formado de matéria igual a dela, mas porque sabia que sua existência se distanciava muito dos hábitos e necessidades da infância. A experiência própria lhe demonstrara isso: ela o tinha visto praticar a abstinência ou jejum completo por um ou muitos dias, quando permanecia no seio da família, ausentar-se às vezes, também, por um ou muitos dias, sem que nessa alternativa (de estada em casa ou de ausência) houvesse qualquer coisa de regular e periódico.

A VIDA DE JESUS – V


P – Somos gratos ao Centro Espiritual Universalista (CEU) da LBV pelos esclarecimentos preciosos sobre a vida do “menino” Jesus. Que aconteceu com ele em Jerusalém? E na volta?

R – Os que lhe ignoram a origem espiritual e a natureza do corpo – não “fantástico e absurdo”, conforme a expressão dos doutores presunçosos – mas perispirítico, dizem: – “Que fez Jesus durante os três dias? Se aquele menino de doze anos não andou vagando sozinho na escuridão da noite, quem o recolheu?” Perguntas naturais, partindo dos que consideram Jesus um homem como vós outros. Entretanto, os que estudam as línguas e, por conseqüência, os costumes orientais, poderiam dar testemunho de que era freqüente ver, sob àqueles céus, homens, mulheres e crianças passando a noite ao relento, envoltos nas suas capas. Em face do conhecimento que vos demos da origem do cristo, do seu corpo fluídico inacessível a todas as contingências da matéria, podeis compreender que o “menino” não se atormentou por uma pousada, não teve de se afadigar em busca de um albergue. Os que propõem tais questões deviam propor-las com humildade, com o sentimento da sua ignorância, com o desejo sincero de se esclarecerem, jamais com a incredulidade insolente, negando as manifestações espirituais e as REVELAÇÕES PROGRESSIVAS, que trazem aos homens os segredos do além, a ciência das relações do mundo visível com o MUNDO INVISÍVEL, a Luz e a Verdade, as vias e meios da evolução moral e intelectual – pelo saber, pela caridade e pelo amor. Eis o que aconteceu com o “menino” nos seus três dias em Jerusalém: ao abrir-se o templo, ele entrava com a multidão e com a multidão saía, quando o templo se fechava. Uma vez fora, e longe dos olhares humanos, desaparecia, despojando-se do seu invólucro fluídico e das vestes que o cobriam, as quais, confiadas à guarda dos Espíritos prepostos a essa missão, eram transportadas para longe da vista e do alcance dos homens. Voltava para as regiões superiores, onde pairava e ainda paira, nas alturas dos esplendores celestes, COMO ESPÍRITO PROTETOR E GOVERNADOR DA TERRA. Ao reabrir-se o templo, reaparecia entre os homens, retomando o perispírito tangível e suas vestes, que o faziam passar por criatura humana, como outra qualquer. Quanto à resposta que deu à Virgem Maria, nem ela nem José a compreenderam, porque ambos, no momento, supuseram que ele se referia ao segundo como pai, e não ao Pai Celestial, cujo reinado viera preparar no vosso mundo. Os que acham perfeitamente claro o sentido destas palavras, tais como se encontram no Evangelho: “Não sabeis ser preciso que me ocupe com o que respeita ao serviço de meu pai?”, e entendem que devia ser claro, também, para Maria e José, uma vez que o Anjo lhes anunciara ser Jesus “Filho de Deus” – esses esquecem que em José e Maria, revestidos da carne, imperava a imperfeição das faculdades humanas. Desde o “nascimento” – já o dissemos – Jesus vivia, aos olhos de seus “pais”, uma vida ordinária, no sentido de que seus atos exteriores não apresentavam nenhum cunho de singularidade, relativamente aos homens, nada havendo neles que lhe caracterizasse a origem extra-humana. A impressão produzida pela revelação e pelos fatos que se lhe seguiram, até ao regresso do Egito, se havia apagado, pouco a pouco. A palavra pai, referida a José, foi o único ponto que, no momento, os impressionou, sem que, entretanto, o houvessem compreendido. TUDO O QUE É DE CARNE É OBTUSO. Se a existência de Jesus não causava espanto à Virgem Maria (nem a José), é que, quando ela pensava na origem do “filho”, a inteligência se lhe toldava, com tanto mais razão quanto era necessário que a natureza do “menino”, tal como a revelação o anunciara, não fosse ainda conhecida. Não vos admireis que Maria e José tenham referido ao último, como o pai, a resposta de Jesus, nem de que Maria, dirigindo-se a este, se exprimisse desta forma: – “Meu filho, aqui estamos eu e teu pai, que aflitos te procurávamos”. Não só a Virgem se acreditava mãe de Jesus, por encarnação humana, e ao mesmo tempo divina e milagrosa, como também Jesus lhe chamava mãe. E, devendo José passar, perante os homens, por ser o pai de Jesus, este até então lhe chamava pai. Não viste que – quando José pretendeu repudiar Maria – o Anjo lhe disse que a tomasse por esposa, sem lhe denunciar a gravidez? Ele, portanto, estava ciente de que devia passar por ser o pai do menino. E, com efeito, do momento em que – apesar do estado de gravidez, embora esta fosse aparente – a mulher foi aceita, José se reconheceu o pai do nascituro. Ele ignorava quanto tempo esse “erro” devia durar. Repetimos: no trato com José, Jesus lhe dava o título de pai, o que dirigiu para ele o pensamento de Maria, ao ouvir a resposta do “filho”: – “Não sabeis ser preciso que me ocupe com o que respeita ao serviço de meu pai?” Esta resposta do Cristo foi a primeira referência feita à missão que vinha desempenhar na Terra.

A VIDA DE JESUS – VI


P – Consideramos a Unificação das Revelações de Jesus A COISA MAIS IMPORTANTE DA NOSSA VIDA. É a grande devolução: AO CRISTO O QUE É DO CRISTO! Como devemos entender o que se segue à primeira referência de Jesus à sua divina missão?

R – Cumpria-lhe proferir aquelas palavras, que teriam de repercutir no futuro. Já vos foi revelado que Jesus, no templo, estava sentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os, e que todos aqueles que o escutavam FICARAM SURPRESOS DA SABEDORIA DE SUAS RESPOSTAS. Naquela idade de doze anos, que Jesus aparentava quando se mostrou no templo, os meninos se aplicavam à leitura, se informavam da tradição, se preparavam para estudar os comentários dos doutores, e por isso apresentavam suas dúvidas aos preceptores. Não é exato que nunca discutissem com os doutores. Dava-se o fato: o menino era provocado para uma discussão pública sempre que, relevando grande aptidão, podia fazer honra ao professor. Isso tinha de se dar – e se deu – com Jesus. Por ser estrangeiro em Jerusalém, e não estar sob a direção de nenhum “mestre”, nem por isso tomou ele assento, entre os doutores, como um desconhecido. Já dissemos que o irmão de José e o próprio José o haviam apresentado como descendente de David, segundo a linha da parentela ou descendência da tribo. Assim é que ele foi admitido a falar no templo. A princípio, teve de responder aos doutores, que eram levados a interroga-lo; depois, sentando-se, entrou a discutir, dando-lhes, por sua vez, a lição. Não acontece a vós, que não prestais atenção ao que dizem as crianças, ouvir atentamente as que vos parecem denotar uma inteligência e um adiantamento desproporcionados à idade que contam? Como pretendereis que, surpresos, maravilhados ante as primeiras respostas de Jesus às perguntas que lhe dirigiram, e ante as primeiras questões que ele propusera, não o impelissem a falar aqueles mesmos com quem viera discutir? Os doutores sabiam-no “descendente de David”, mas (e não é difícil, para vós, observar este ponto), quanto à sua identidade com o menino anunciado pelos magos, impossível seria verifica-la (ainda que tivessem pensado nisso), porque ignoravam em que família da tribo ele nascera e, com respeito ao Messias, estavam completamente tranquilos, graças ao morticínio das crianças, ordenado por Herodes. Depois da discussão pública no templo, depois que José e Maria ali o encontraram, depois de dar à Virgem a resposta que foi a primeira referência ao seu divino apostolado, Jesus partiu com eles e voltou para Nazaré. Aí permaneceu com Maria até a época em que, sob a aparência de um homem de trinta anos, começou a desempenhar sua missão publicamente, as margens do Jordão. José “morreu”, algum tempo depois desse regresso. Mas que fez Jesus, durante o período de dezoito anos decorridos desde que regressou a Nazaré até à época da sua vida pública? Sua aparente “vida humana” transcorreu dividida entre o labor manual e a prática do amor, isto é, da permanente caridade para com todos que o cercavam. Passava por viver retirado e buscar a solidão. Cumpria todos os deveres ostensivos da humanidade, do ponto de vista da família e das relações com os pais e os vizinhos, submisso à Lei do Trabalho, que ele viria fazer com que fosse considerada a maior e a mais justa das leis, adotada por homens que, como vós, se revoltavam contra o seu “jugo”. Tendo vindo para pregar pelo exemplo, Jesus SEMPRE DEU O EXEMPLO. Mas, é preciso repetir, sua vida exterior não era íntima e vulgar como a vossa, e o gosto que parecia ter pela solidão o isentava de todas e quaisquer exigências da vida comum. A Virgem compreendia e animava esse gosto, por isso que, sob a influência dos Espíritos seus protetores, ela tendia sempre a ajudar aquele modo de viver do “filho”. Durante o tempo que não consagrava à prática da Lei do Trabalho, à prática do amor e da caridade, ao cumprimento de todos os deveres comuns da humanidade, Jesus “se ausentava”, parecendo à Virgem (e aos homens em geral) que repartia assim o tempo entre os deveres humanos e a prece, sem que jamais o tivessem visto fazer qualquer refeição, tomar qualquer alimento, seja em casa com a família, seja em qualquer outro lugar. O que a esse respeito vos dissemos, relativamente ao período que decorreu desde o seu “nascimento”, em Belém, até apresentar a idade de doze anos, se aplica ao período posterior, que vai do seu aparecimento no templo até ao começo da sua missão, sob a aparência de um homem de trinta anos. Jesus viu tudo o que era preciso ver, nesses dezoito anos. E sua “mãe” se habituava a essa existência, como já vos foi descrito e explicado. Ele se ausentava, isto é, desaparecia, quando o julgavam em retiro, e voltava às regiões superiores, onde pairava e paira ainda, nas alturas dos esplendores celestes, como ESPÍRITO PROTETOR E GOVERNADOR DA TERRA.


A VIDA DE JESUS – VII


P – Visto que Maria e José nenhum perigo deviam recear para seu “filho”, pois o Anjo lhes anunciara ser ele “O FILHO DE DEUS”, como se explica a ansiedade de ambos, quando perceberam que Jesus não regressara com eles de Jerusalém?

R – Já vos dissemos que José e Maria, revestidos da carne, estavam necessariamente sujeitos à imperfeição das faculdades humanas; que Jesus, aos olhos deles, vivia uma vida comum, no sentido de que seus atos exteriores não apresentavam nenhum cunho de singularidade, relativamente aos homens, e nada lhe caracterizava a origem extra-humana; que o impacto produzido pela revelação e pelos fatos que se lhe seguiram, até ao regresso do Egito, se havia apagado, pouco a pouco, que tudo o que é de carne é, inevitavelmente, obtuso; que, se a vida de Jesus não causava espanto à Virgem, quando pensava na origem do “filho”, é que sua inteligência se encontrava, amiúde, turbada a esse respeito. É preciso não esquecer que Jesus, aos olhos de Maria e de José, tinha, como eles, um corpo carnal e uma vida frágil. Lembrai-vos de que o Anjo dissera a José que levasse o “menino” para o Egito, a fim de salva-lo da fúria de Herodes. Ora, a lembrança dessa revelação e desses fatos lhes acudiu quando o “menino” estava perdido, pois não voltara com ambos de Jerusalém. Que há de surpreendente em que, recordando-se da revelação e dos fatos, os dois ficassem, por isso mesmo, inquietos? A fuga para o Egito, aos olhos de Maria e de José, como aos olhos de todos, teve por fim A PRESERVAÇÃO DA VIDA DO MENINO JESUS. Na realidade, porém, considerando a utilidade, as condições e o desempenho da missão terrena do Cristo, e principalmente os frutos que devia produzir, aquela fuga não teve por fim, segundo os desígnios do Senhor, preservar a vida do “menino” (de outros meios dispunha Deus para consegui-lo, se o tivesse desejado), mas sim afastá-lo para o tornar conhecido. Jesus não devia aparecer senão em certas épocas, antes de começar PUBLICAMENTE SUA MISSÃO. A experiência humana deve bastar, para vos fazer concluir que, SE ELE ESTIVESSE CONTINUAMENTE EXPOSTO, AS ATENÇÕES SE TERIAM ESGOTADO, E A CONSEQÜÊNCIA SERIA (AO CHEGAR O TEMPO DETERMINADO) NÃO CONSEGUIR ATUAR TANTO SOBRE AS INTELIGÊNCIAS. Assim se explica o “mistério” dos “ignorados” dezoito anos da vida de Jesus (da aparição no templo, entre os doutores, até ao início do seu divino apostolado). Acabamos de vos dizer: “A fuga para o Egito não teve por fim preservar a vida do “menino”, pois de outros meios dispunha Deus para consegui-lo, se o tivesse desejado”. Nós falamos assim com relação aos homens, ao aspecto sob o qual encaram os fatos. Nenhum ato humano (vós o sabeis pela revelação que fizemos da origem do Cristo), podia atentar contra a sua aparente “vida humana”, dada a natureza perispiritual do seu corpo. E os fatos (entendei-o bem e nunca o percais de vista) nós o consideramos sempre com relação aos homens e lhes apropriamos à vossa linguagem.



A VIDA DE JESUS – VIII


P – Como pode Jesus parecer aos homens um menino recém-nascido e se desenvolver, crescer como criança terrena e, sucessivamente, percorrer, na aparência, as fases de desenvolvimento da infância, da adolescência e da idade viril em nossa humanidade?

R – Diz o Espírito da Verdade: – Esta é uma questão que podeis resolver, sem a formulardes. O perispírito, que servia de invólucro a Jesus, se desenvolvia aos olhos dos homens, de maneira a lhes dar a ilusão do crescimento humano. Não aprendestes que o perispírito é da mesma natureza do vosso corpo? Que impossibilidade podeis ver, aos olhos dos homens, em que o perispírito revista aparentemente as mesmas propriedades que tem o vosso corpo, e em que os fluídos que o compõem sejam, igualmente, aptos a se desenvolverem e aumentarem? Para vos darmos explicação completa a este respeito, teríamos de entrar em minúcias sobre a natureza dos fluídos, e isso ainda não é oportuno. Mas, por que haveis de achar impossível que os fluidos, reunidos pela ação da poderosa vontade do Cristo, tenham seguido marcha progressiva de aparente dilatação aos olhos humanos? Um Espírito, ainda que inferior, um Espírito da ordem dos vossos, pode (e não ignorais), com o seu perispírito, que constitui sua vida e sua individualidade, afetar, revestir, a qualquer instante, todas as aparências, todas as formas, MESMO TANGÍVEIS, sob a condição – única – de lhe ser dado tomar de empréstimo os fluidos animalizados, necessários à produção do efeito desejado. Um Espírito Superior, que tem o poder de assimilar os fluidos animalizados ambientes, espalhados na atmosfera, NÃO PRECISA DE SEMELHANTE EMPRÉSTIMO. Como pretender que um Espírito Superior, descendo das regiões mais elevadas até vós, mediante a assimilação do seu perispírito às regiões que tenha de percorrer, não possa – à vontade – figurar as fases do desenvolvimento de um ser humano, pela assimilação dos fluidos ambientes, que servem à formação dos vossos seres, e pela dilatação aparente dos fluidos do seu perispírito, ASSIM ADAPTADO E TORNADO TANGÍVEL? A vontade potente de Jesus, Espírito Perfeito, Espírito integrado na Divindade do Pai, reuniu em torno de si os materiais necessários à execução da obra e nas condições precisas a que a obra se executasse. Já explicamos que Jesus constituiu um perispírito de longa tangibilidade, humanizado com o auxílio dos fluidos ambientes que servem à formação dos seres terrestres, E QUE ELE, À SUA VONTADE, DEIXAVA E RETOMAVA. Ora, com esse perispírito, possível lhe era revestir, aos olhos dos homens, quando bem lhe aprouvesse as aparências da infância, da adolescência e da idade viril da vossa humanidade, e figurar a marcha progressiva, com as fases do desenvolvimento de uma criatura humana. Dissemos e repetimos: Jesus crescia aos olhos dos homens, MAS, AOS OLHOS DE DEUS, ERA SEMPRE O MESMO, ISTO É, ESPÍRITO, ESPÍRITO DEVOTADO, DESEMPENHANDO SUA MISSÃO.

P – Qual o sentido destas palavras do versículo 51: “Maria guardava todas essas palavras no seu coração”?


R – Tais palavras significam que, no pensamento e na inteligência da Virgem, cada vez mais penetrava e se confirmava a mensagem do Anjo sobre a missão do Cristo. Para ela, como para José, a época até então mais frisante fora a daquela separação por três dias, nas circunstancias em que se verificou, abrindo ensejo ao aparecimento de Jesus entre os doutores, no templo, onde lhe deu a resposta que a preparou para compreender que SUA TUTELA NÃO ERA NECESSÁRIA. Essa resposta, esclarecendo-os mais e despertando, nela e em José, a lembrança da origem do “menino”, origem que ambos tinham por “divina” e “milagrosa”, os preparou também para compreenderem o caráter e o fim da missão de Jesus, o Cristo de Deus.