P
– Estamos ansiosos pela explicação do Espírito da Verdade sobre o início da
vida pública de Jesus. É chegada a hora?
R
– Sim. Vamos, pois, reunir as passagens necessárias dos Evangelhos Sinóticos:
Mateus, IV: 12-17; Marcos, I: 14-15; Lucas, IV: 14-21.
MATEUS: 12 – Tendo ouvido
dizer que João fora encarcerado, Jesus se retirou para Galiléia; 13 – e,
deixando a cidade de Nazaré, foi habitar a cidade de Cafarnaum, cidade marítima
dos confins de Zabulon e Néftali, 14 – a fim de se cumprirem as palavras do
profeta Isaías: 15 – “Terra de Zabulon e de Néftali, caminho do mar além do
Jordão, a Galiléia das nações, 16 – o povo, que jazia nas trevas, viu uma
grande luz; e a luz surgiu para os que jaziam na região das sombras da morte.”
17 – A partir daí, Jesus começou a pregar e a dizer: “Arrependei-vos, porque
está próximo o Reino de Deus!”.
MARCOS: 14 – Logo que João
foi encarcerado, Jesus veio para a Galiléia, pregando o Evangelho do Reino de
Deus, 15 – e dizendo: “Pois que o tempo se cumpria e o Reino de Deus está
próximo, fazei penitência e crede no Evangelho!”.
LUCAS: 14 – Então Jesus, pela
virtude do Espírito, voltou para a Galiléia, e sua fama se espalhou por toda
aquela região. 15 – Ensinava nas sinagogas e era por todos glorificado.
Aqui,
nenhuma explicação temos a dar. A missão do Salvador começou como devia
começar: ANUNCIANDO AOS HOMENS, PERDIDOS NAS TREVAS DA
MORTE, A BOA NOVA DO REINO DE DEUS. Jesus levaria a Luz da
Verdade até onde fosse mais necessária. E sua palavra tinha de ser ouvida por
todos.
LUCAS, IV: 16-21. 16 – Vindo a Nazaré, onde fora criado, Jesus
entrou na sinagoga, como era seu costume, num dia de sábado, e se levantou para
ler. 17 – Apresentaram-lhe o livro do profeta Isaías e ele, desenrolando-o,
chegou ao ponto em que se achavam escritas estas palavras: 18 – “O Espírito do
Senhor está sobre mim; por isso me ungiu para evangelizar os pobres; me enviou
para curar os de coração despedaçado; 19 – para anunciar aos cativos a sua
libertação; para dar vista aos cegos; colocar em liberdade os oprimidos;
apregoar o ano das graças do Senhor e o dia da retribuição”. 20 – Enrolando de
novo o livro, ele o entregou ao ministro e sentou. 21 – Estavam fixos nele os
olhos de todos. E Jesus lhes disse: cumpriu-se hoje esta palavra das
Escrituras, que acabais de ouvir.
Por
esse modo, o Cristo afirmou, no lugar mesmo onde se extinguiu sua vida humana
aparente, SE O Ungido do Senhor, mandado à Terra para desempenhar sua missão de
amor e caridade, devotamento e redenção, destinada a preparar – por meio da
pregação do Evangelho e, agora, também, do Apocalipse – a REGENERAÇÃO HUMANA, lançando-lhe as bases fundamentais.
AS NAÇÕES NADA VALEM PARA DEUS
P
– As lições do Centro Espiritual Universalista da LBV serão, brevemente, coisa
fácil de entender, inclusive o Apocalipse de Jesus! Como o Espírito da Verdade
interpreta a passagem do Evangelho segundo Lucas, capítulo IV, versículos 22 a 30?
R
– A passagem é esta:
22 – Todos lhe davam
testemunho e, tomados de admiração ante as palavras cheias de graça que lhe
saíam da boca, diziam: “Não é este o filho de José?” 23 – Jesus, então, lhes
disse: “Sem dúvida, me aplicareis o provérbio: “Cura-te a ti mesmo, ó médico!
Fase no teu país as grandes coisas que, segundo ouvires, fizeste em Cafarnaum!”
24 – Mas, em verdade vos digo que nenhum profeta é bem aceito em sua terra. 25
– Em verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel, ao tempo de Elias,
quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e uma grande fome assolou
a terra; 26 – entretanto, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma que
era viúva em Sarepta de Sidon. 27 – Havia, também, muitos leprosos em Israel,
ao tempo do profeta Eliseu e, no entanto, nenhum deles foi curado, só o sendo
Naaman, que era da Síria. “28 – Todos os que se achavam na sinagoga, ouvindo-o falar desse modo, se
encheram de ira 29 – e, levantando-se, o expulsaram da cidade e o levaram ao
cimo do monte (sobre o qual estava edificada a cidade) para o lançarem de lá de
baixo. 30 – Jesus, porém, passando entre eles, saiu dali.
Não
nos deve causar espanto a interrogação: “Não é este o filho de José?” Sabeis
que, para o povo da Galiléia, para os hebreus como para os outros homens, Jesus
– durante a sua missão terrena – era fruto da concepção humana, tendo Maria por
mãe e José por pai. Só depois de finda aquela missão e divulgada a revelação
(que se conservara até então
secreta) feita pelo Anjo a Maria e José, foi que Jesus passou a ser considerado
filho da Virgem e de Deus, mediante concepção e nascimento miraculosos,
divinos, por obra do Espírito Santo. Só então a crença na sua divindade
germinou na mente dos discípulos que interpretavam ao pé da letra as palavras
“meu Pai” ditas por Ele, referindo-se a Deus.. Em suma, achavam que somente a
origem divina do Mestre explicava os fatos chamados “milagres”. Aos que, na sua
orgulhosa incredulidade, se negavam a aceitá-lo como o Ungido do Senhor,
conforme declarou ao terminar a leitura do trecho de Isaias, cujas palavras
confirmara dizendo EM VERDADE VOS DIGO QUE NENHUM PROFETA É BEM ACEITO EM SUA TERRA ,
Jesus deu um ensinamento destinado (da mesma forma que todos quantos saíram de
seus lábios) a produzir frutos naquele momento e no futuro. Suas palavras, nos
versículos 26 e 27, visavam a fazer sentir aos judeus que AS NAÇÕES NADA VALEM PARA O SENHOR e que a seus olhos
só tem valor a Virtude; objetivavam tornar-lhes patente o tamanho do orgulho
que os impelia a se considerarem OS ÚNICOS A QUEM DEUS
DISPENSAVA SUAS GRAÇAS, o povo preferido, merecedor de todos os
privilégios. Que nenhum dos povos e nações da atualidade se deixe levar por
esse orgulho, porque Deus olha para todos os seus filhos com igual amor. Os
únicos privilegiados são os que tem maiores méritos, sejam quais forem seus
cultos e nacionalidades. Chamamos vossa atenção para os últimos versículos
(29-30). Admitis seja possível um homem qualquer desaparecer
das mãos de inimigos encarniçados, decidido a sacrificá-lo?
Podeis admitir que o caráter de Jesus se coadunasse com o emprego de algum
miserável subterfúgio, para alcançar a piedade ou o perdão de algozes dispostos
a precipita-lo do cimo da montanha a baixo? O CERTO, PORÉM, É QUE JESUS
DESAPARECEU DO MEIO DELES. Que conclusões tirais desse desaparecimento, fato
que muitas vezes se repete no curso da sua missão, da sua aparente vida humana,
antes e depois da época chamada ressurreição? Jesus, no instante mesmo em que
ia ser atirado da montanha a baixo, saiu dali, foi-se embora, passando por entre os que o haviam conduzido, por entre os que o
rodeavam, por entre a multidão! Fazendo cessar a
tangibilidade do seu corpo perispirítico, ele se libertou das mãos que o
seguravam fortemente, e desapareceu das vistas de todos. Ao mesmo tempo em que
fazia cessar aquela tangibilidade, os que o cercavam, impedindo-lhe a passagem
foram – por efeito de ação magnético-espiritual – TOMADOS DE
VERTIGEM. Aqueles que o agarravam LARGARAM-NO SEM SABER POR QUE MOTIVO O FAZIAM
e, notando o seu desaparecimento, acreditaram que se havia ocultado sob a
proteção de cúmplices! Ora, sabeis que influência pode o mundo invisível
exercer sobre a vossa organização. De que natureza é a influência que,
instantaneamente, vos força a ter só um pensamento, a só pensar num determinado
ato, sem que tenhais consciência do tempo decorrido enquanto estivestes assim
absortos? O cérebro, em tal caso, fica num estado de atonia, por efeito do
magnetismo espiritual e, também, da ação dos fluídos que o envolvem. Os Espíritos Superiores, que se
agrupavam em torno de Jesus e daqueles que o rodeavam atuaram sobre eles,
produzindo-lhes uma espécie de vertigem. Dizemos “vertigem” porque, naquele
momento, influenciados pelos fluidos que os Espíritos espalhavam sobre eles,
produzindo uma ação magnética, os que cercavam Jesus tiveram detido o curso de
seus pensamentos, e assim o viram desaparecer sem que, no primeiro instante, se
apercebessem de que o prisioneiro lhe escapava! Só se inteiraram dos fatos
depois que deixaram completamente de vê-lo. Sendo grande a multidão, a ação
espiritual se exerceu apenas sobre os que, por estarem mais próximos, podiam
observar a “saída” de Jesus. Dais muita importância a estas explicações, e elas
a têm, com efeito, porque EVIDENCIAM A NATUREZA DO CORPO DO CRISTO – humano na
aparência mas, na realidade, perispiritual, estranho à vossa humanidade. Tudo
tem sua razão de ser na aparente vida humana de Jesus, nos acontecimentos que
se encadeiam durante o curso da sua missão terrena, quer como exemplo ou lição,
quer para que os homens da época dessem crédito à sua humanidade corpórea ou
dela se convencessem, quer ainda para, ao mesmo tempo, deixar em germe, no seio
deles, COM VISTAS AO FUTURO,
os elementos das provas da natureza puramente perispirítico-tangível do seu corpo.
Efetivamente, só à luz do CRISTIANISMO DO CRISTO
(tão diferente do cristianismo fabricado pelos homens) a natureza perispiritual
do seu corpo poderia explicar (como explica), tornar compreensíveis e admitidos
fatos inexplicáveis por outra forma e que SERIAM
ABSURDOS, IMPOSSÍVEIS, ABSOLUTAMENTE INADIMISSÍVEIS, SE JESUS TIVESSE SOFRIDO A
ENCARNAÇÃO HUMANA TAL QUAL A SOFREIS, SE TIVESSE TIDO UM CORPO IGUAL AOS VOSSOS.
Não confundais a influência que acabamos de descrever e que os Espíritos
Superiores exerceram sobre os homens no alto da montanha de Nazaré, com a
influência que, em certos casos, os Espíritos podem exercer sobre algumas
pessoas, consistindo em
lhes PRODUZIR UMA ESPÉCIE DE CEGUEIRA OU DE MIRAGEM, com o
fim de lhes tirar a visão do que se passa e representar-lhes um outro fato.
Isto entra em uma ordem mais ou menos complicada de fenômenos que oportunamente
vos poderemos explicar.
A PESCA CHAMADA MILAGROSA
P
– Hoje, só entendemos o Evangelho e o Apocalipse de Jesus explicados em
Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento do Cristo de Deus. Como o
Espírito da Verdade nos transmite a realidade da pesca chamada milagrosa?
R
– Vamos reunir estas passagens do Evangelho de Jesus: Mateus, IV: 18-22;
Marcos, I: 16-20; Lucas, V: 1-11.
MATEUS: 18 – Andando Jesus
pela praia do mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão e André, que lançavam
suas redes ao mar, pois eram pescadores, 19 – e lhes disse: “Segui-me, e farei
que vos torneis pescadores de homens”. 20 – Logo os dois abandonaram as redes,
e o seguiram. 21 – Continuando a andar, viu dois outros irmãos, Tiago e João,
filhos de Zebedeu, que numa barca, com o pai, consertavam as redes, e os
chamou. 22 – No mesmo instante, deixando o pai e as redes, ambos o seguiram..
MARCOS: 16 – Passando pela
praia do mar da Galiléia, Jesus viu Simão e seu irmão André, que lançavam as
redes ao mar, pois eram pescadores, 17 – e lhes disse: “Segui-me, e farei de
vós pescadores de homens”. 18 – Logo os dois abandonaram as redes, e o
seguiram. 19 – Tendo caminhado um pouco mais, viu Tiago e João, filhos de
Zebedeu, que também, numa barca, consertavam suas redes. 20 – Jesus os chamou e
ambos, deixando na barca Zebedeu com os operários, o seguiram imediatamente.
LUCAS: 1 – Um dia, em que se
achava à margem do lago de Genezaré, Jesus, assediado pela multidão, que se
comprimia para ouvir a Palavra de Deus, 2 – viu duas barcas à borda do lago; os
pescadores tinham saltado para lavar as suas redes. 3 – Jesus entrou numa
delas, pertencente a Simão, e lhe pediu que a afastasse um pouco da praia e,
sentando-se, começou a pregar ao povo, de dentro da barca. 4 – Quando acabou de
falar, disse a Simão: “Faze-te ao largo e atira a tua rede para pescar”. 5 –
Simão lhe objetou: “Mestre, trabalhamos a noite toda e nada pescamos; mas,
obedecendo à tua ordem, lançarei a rede. 6 – E, tendo-o feito, pescaram tão
grande quantidade de peixes que a rede se rompia. 7 – Acenaram aos
companheiros, que estavam noutra barca, para que viessem ajuda-los; os outros
vieram, e as duas barcas ficaram cheias, de tal modo que quase se afundavam. 8
– Vendo isso, Simão Pedro se prostou aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor,
afasta-te de mim, porque sou um pecador!” 9 – Tanto ele, como os que o
acompanhavam, ficaram assombrados da pesca que haviam feito. 10 – Tiago e João,
filhos de Zebedeu e companheiros de Simão, partilhavam do mesmo assombro. Mas
disse Jesus a Simão: “Nada temas; daqui por diante, serás pescador de homens”.
11 – Tendo de novo conduzido as barcas à praia, eles abandonaram tudo e
seguiram Jesus.
O
ensinamento, aqui, decorre da submissão
dos primeiros Apóstolos, pois haviam assumido tal compromisso antes da
reencarnação. Inspirados pelos seus Anjos da Guarda, eles atenderam à voz que
os concitava à obediência. “Escolhidos” por Jesus, que lia em suas almas e lhes
conhecia os Espíritos, eles seguiram o Mestre imediatamente, cedendo à atração
que liga os Espíritos simpáticos. Com relação à pesca, não houve milagre algum, no sentido que o homem dá a esta
palavra, porque tal pesca não constituiu UM FATO QUE SE
HAJA PRODUZIDO COM DERROGAÇÃO DAS LEIS DA NATUREZA.
Já o dissemos mas insistimos sempre: a vontade de Deus jamais derroga as Leis
Naturais e Imutáveis, por Ele mesmo estabelecidas desde toda a Eternidade. NADA HÁ SOBRENATURAL. Na ordem física, tudo se
passa, sempre, conforme à vontade do Senhor, sob a ação espiritual, segundo
essas Leis Naturais e Imutáveis, e pela execução delas em todo o Universo. A
pesca havia de surpreender (e surpreendeu) extremamente aqueles homens, simples
e ignorantes COMO ENCARNADOS,
e até os encheu de temor. De coração humilde, eles – ignorando as causas do
fenômeno – o atribuíram a Deus, considerando-o um milagre, manifestação do
Divino Poder, sem cuidarem de lhe perscrutar o segredo. Que há de estranhável
na estupefação dos discípulos quando, ainda em vossos dias, A INCREDULIDADE, FILHA DO ORGULHO E DA IGNORÂNCIA, REJEITA ESSE MESMO
FATO POR NÃO O PODER EXPLICAR, negando sem estudo e sem
exame suficientes, teóricos e experimentais, os poderes dos Espíritos e os
efeitos magnéticos, que são as duas fontes de luz e verdade para o progresso
físico, moral e intelectual de toda a Humanidade?
OS FLUÍDOS E O MAGNETISMO
P – Já é tempo de extinguir
a crença no “milagre” como derrogação das Leis Divinas. O Espírito da Verdade presta
inestimável serviço à Humanidade, ainda tão afastada do CRISTIANISMO DO CRISTO!
Pode o CEU da LBV analisar a “pesca milagrosa” à luz do magnetismo e da Lei dos
Fluídos?
R – Sim, porque isto é
imprescindível ao conhecimento da Verdade. O magnetismo é o agente universal
que tudo aciona. Temos de insistir: TUDO ESTÁ SUBMETIDO A INFLUÊNCIA
MAGNÉTICA. A atração existe em todos os reinos da Natureza. Tudo no
Universo é atração magnética. Essa é a grande Lei que rege todas as coisas.
Tudo na Natureza é magnetismo, tudo é atração resultante desse agente
universal. Os fluídos magnéticos entrelaçam os mundos que povoam o
Universo, ligando os Espíritos, encarnados ou não. É o laço universal com
que Deus nos une a todos, para formarmos UM ÚNICO SER E SUBIRMOS ATÉ ELE, MAIS
FACILMENTE, PELA CONJUGAÇÃO DAS NOSSAS FORÇAS. Na ordem material, os
fluídos se reúnem sob a ação da vontade do Espírito e , na ordem espiritual,
constituem – por efeito dessa mesma vontade – o veículo do pensamento através
do Infinito. QUANDO O HOMEM SE TORNAR CAPAZ DE COMPREENDER TODA A EXTENSÃO
DA TRAÇÃO MAGNÉTICA, O MUNDO LHE ESTARÁ SUBMETIDO, PORQUE ENTÃO ELE TERÁ O
PODER DE DIRIGIR A AÇÃO DA GRANDE LEI. Mas, para chegar lá, lhe será
necessário longo e aprofundado estudo das causas e , sobretudo, muito respeito
e amor àquele que lhe confiou tão poderoso meio de agir. Será preciso unir o
trabalho da inteligência à prática perseverante. O estudo e a prática, feitos
com humildade de coração, desinteressadamente, levarão o homem a compreender a força
e utilidade desta alavanca formidável – a atração magnética. O homem, por meio
do magnetismo humano, que é a concentração dos fluídos existentes nele e na
atmosfera que o envolve dentro de determinado limite, operada por efeito da sua
vontade, atua sobre outro homem ou sobre as coisas, até a uma certa distância.
Por meio do magnetismo espiritual, resultado da concentração da vontade do
Espírito, este reúne em torno de si os fluídos de qualquer espécie, existentes
no homem ou no espaço, e os dispõe de modo a atuarem, conforme à sua vontade,
sobre o homem ou sobre as coisas, produzindo os efeitos que deseje. O poder da
vontade do homem e os efeitos magnéticos que lhe seja dado obter estão em
relação com o grau de pureza, de elevação moral e intelectual que ele tenha
atingido, na medida do conhecimento que adquiriu das causas, o que lhe permite
remontar à origem das coisas, compreender a força e a utilidade da atração
magnética. Ora a pesca chamada “milagrosa” resultou de uma ação toda natural;
foi obra exclusiva da vontade de Jesus, que possuía o perfeito conhecimento
daquele agente universal, daquela grande Lei a que tudo está sujeito, da
natureza dos fluídos, das causas, de tudo o que lhe facultava poder remontar à
origem das coisas, compreender e empregar a mesma alavanca poderosa. A CARNE
NÃO LHE OBSCURECIA A VISTA, como acontece convosco. Seu olhar penetrava o
seio das águas. Espírito sempre Espírito, num corpo que lhe deixava intacta e
completa a visão espiritual, ele percebeu, a massa líquida, os fluídos que
envolviam certas espécies de peixes: sua potente vontade, produzindo uma ação
magnética, atraía ao lugar em que se achava a barca os mesmos fluídos; E OS
PEIXES DAQUELAS ESPÉCIES, ARRASTADOS PELA CORRENTE DAQUELES FLUÍDOS, FORAM
LANÇAR-SE NAS REDES DOS PESCADORES. Infelizmente, os homens ainda não podem
compreender as causas, os meios e as leis a que recorreu Jesus para, pelo poder
de sua vontade, produzir o efeito visível de atrair os fluídos e com eles
determinar a corrente impetuosa que arrastou os peixes às redes. Atualmente
lhes é impossível entender tais causas, tais meios e tais leis. Não esqueçais
que Jesus era ESPÍRITO PURO ENTRE OS MAIS PUROS do Universo. O Grande
Pescador (Pedro) exprimiu a angústia dos homens, ao exclamar: “Senhor, afasta-te
de mim, PORQUE SOU UM PESCADOR!” Mas exatamente como Simão, todos os homens
poderão seguir o Mestre depois de alcançarem uma relativa pureza. O
Cristianismo (do Cristo, não das Igrejas) representa hoje a rede lançada por
Simão Pedro, nesta moderna pesca espiritual: atraídos pelos fluídos que os
Espíritos do Senhor espalham sobre toda a Humanidade, os homens virão – de
comum acordo – para esta rede imensa que é UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR! Tal
a sagrada missão do Novo Mandamento do Cristo de Deus.
P – Espíritos elevados
poderiam como Jesus, por meio do magnetismo espiritual, obter uma pesca
semelhante à chamada “milagrosa”?
R – Sim, com a permissão de
Deus, mediante (se preciso fosse) a assistência e o concurso de Espíritos
SUFICIENTEMENTE ELEVADOS. Nós nada fazemos sem motivo e sem um fim realmente
útil. O que foi feito se pode fazer ainda, e se faz muitas vezes, sem que o
saibam os homens. Nossa influência intervém OCULTAMENTE, em muitos fatos que
eles atribuem a uma “circunstância feliz”.
P – Por meio do magnetismo
humano, poderia hoje o homem, com os conhecimentos teóricos e práticos que já
possui, E AJUDADO POR ESPÍRITOS SUFICIENTEMENTE ELEVADOS, obter uma
pesca semelhante àquela que é chamada “milagrosa”?
R – Não. Tal como ainda hoje
é, o homem não poderia fazer. Cumpre-lhe atingir um grau de pureza que está
longe de possuir. DEUS NÃO CONCEDE SEUS PODERES SENÃO AQUELES QUE REALMENTE
SÃO DIGNOS DA PROTEÇÃO DIVINA.
OS MILAGRES DE JESUS
P
– Todos compreendem, agora, que é no campo da religião que podem achar as
soluções para os problemas que afligem os povos. O trabalho do Centro
Espiritual Universalista coloca o Brasil na vanguarda do mundo. Como o Espírito
da Verdade explica os “milagres” de Jesus?
R
– Vamos reunir as passagens necessárias dos Evangelhos Sinóticos: Mateus, IV:
23-25; Marcos, I: 21-28, e III: 7-12; Lucas, IV: 31-37.
MATEUS: 23 – E Jesus
percorria toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do
Reino de Deus, curando todos os males e enfermidades do povo. 24 – Sua fama se
espalhou por toda a Síria; à sua presença foram trazidos os que se achavam
doente e atormentados por dores e males diversos: possessos, lunáticos,
paralíticos; e ele os curou. 25 – Acompanhava-o grande multidão de gente da
Galiléia, de Decápole, de Jerusalém, da Judéia e do além-Jordão.
MARCOS: I: 21 – Vieram, em
seguida, a Cafarnaum onde, entrando na sinagoga aos sábados, Jesus os instruía.
22 – Todos se admiravam da sua doutrina, pois ele ensinava com autoridade, não
como os escribas ou doutores da Lei. 23 – Ora, sucedeu achar-se na sinagoga um
homem possuído de um espírito impuro, que exclamou: 24 – “Que queres conosco,
Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: és o santo de Deus!” 25 –
Jesus, em tom de ameaça, disse-lhe: “cala-te, e sai desse homem!” 26 – Logo o
espírito impuro, agitando-o em convulsões violentas e soltando um grito
estridente, saiu do homem. 27 – Tão grande assombro se apoderou de todos, que
uns aos outros perguntavam: “Que é isso? Que nova doutrina é esta? Ele manda
com império, mesmo aos espíritos imundos, e estes lhe obedecem!” 28 – Sua fama
se espalhou assim, rapidamente, por toda a Galiléia. III: 7 – Jesus se retirou
com seus discípulos para os lados do mar acompanhado por grande multidão de
gente da Galiléia e da Judéia, 8 – de Jerusalém, da Induméia e de além-Jordão,
tendo vindo juntar-se a eles, proveniente de Tiro e Sidon, entre grande
multidão, que ouvia falar das coisas que ele fazia. 9 – Disse Jesus, então, aos
discípulos que lhe arranjassem uma barca, onde pudessem ficar, para não ser
oprimido pela turba. 10 – É que, como curara a muitos, todos os que sofriam de
um mal qualquer se precipitavam sobre ele, para toca-lo. 11 – E os espíritos
impuros, quando o viam, se prosternavam, dizendo: 12 – “És o Filho de Deus!”
Ele, porém, com grandes ameaças, lhes proibia que o descobrissem.
LUCAS: 31 – Ele desceu a
Cafarnaum, cidade da Galiléia, e aí os instruía no sábado. 32 – E todos se
espantavam da sua doutrina, porque falava com autoridade. 33 – Ora, estava na
sinagoga um homem dominado por um espírito impuro, que exclamou em alta voz: 34
– “Deixa-nos, Jesus de Nazaré! Que tens tu conosco? Vieste para nos perder? Sei
quem és: és o santo de Deus!” 35 – Mas Jesus, ameaçando-os, disse-lhes:
“Cala-te e sai desse homem!” E o demônio atirando o homem ao chão, no meio da
sinagoga saiu dele, sem lhe ter feito mal algum. 36 – O terror de todos se
apossou, e uns aos outros diziam: “Que é isso? Ele ordena com autoridade e
poder aos espíritos impuros, e estes saem logo?” 37 – E a fama de Jesus se
espalhou por todos os cantos do país.
Que
ensinos, além dos que decorrem naturalmente dos Evangelhos, vos podemos dar,
sobre a aparente vida humana de Jesus e dos atos da sua missão terrena? Não o
vedes, sem cessar, praticando a caridade por todas as formas, atraindo a si, NÃO OS GRANDES E PODEROSOS, MAS OS DESGRAÇADOS E OS HUMILDES,
pregando o arrependimento e multiplicando as curas dos enfermos do corpo e da
alma? Homens, meditai com o coração nesses ensinamentos, e não teremos
necessidade de os comentar. Acompanhai o Cristo com
amor, e em vós se desenvolverá a inteligência do amor.
Para operar as curas materiais, ele usava do poder magnético, que a sua pureza
perfeita lhe conferia e do qual ainda não podeis fazer ima idéia precisa. Todavia pelo o que já tem obtido (e obtém)
sobre os doentes, em certos casos, o magnetizador, com o auxílio do magnetismo
humano, pelo que consegue o médium curador, consciente ou inconscientemente,
mediante ação magnética, sob a assistência, a intervenção, o concurso dos
Espíritos Superiores, podeis entrever qual era o PODER
MAGNÉTICO DE JESUS, quando a sua vontade atuava sobre os
fluidos regeneradores que ele dominava tão bem, por lhes conhecer a natureza, as combinações, os efeitos e as propriedades atuantes.
Não tendes por que vos admirardes das curas materiais que o Cristo realizou,
durante a sua missão terrena, uma vez que nenhum pormenor escapava à sua visão
espiritual: a vossa organização, a formação a priori
dos vossos corpos, as condições de vida, as funções vitais dos mesmos corpos,
as vossas doenças e enfermidades, suas sedes e causas, a visão espiritual do
Mestre não tinha a obscurece-la a carne, que vos constringe os Espíritos.
Debaixo do invólucro perispirítico, de que se revestia para tornar-se visível e
tangível aos homens, Jesus SEMPRE ESPÍRITO,
apenas figuradamente encarnado, conservava toda a
independência, toda a liberdade e, em toda a sua extensão incomensurável, O PODER DE AGIR NO ESPAÇO. Todos os que estavam com
algum mal, diz o Evangelista, se precipitavam PARA TOCÁ-LO,
porque “dele saia uma virtude que a todos curava” (Lucas, VI: 18). O Salvador
espalhava em torno de si o princípio magnético-vivificante que possuía,
aumentado pela força e pelo poder da sua vontade. COMO ESPÍRITO,
SE BEM QUE FIGURADAMENTE ENCARNADO, ELE TINHA A PRESCIÊNCIA E, ANTECIPADAMENTE,
VIA OS QUE IRIAM PROCURÁ-LO, NECESSITADOS DO SEU PODER CURADOR.
Sua vontade, então, agia para mais fortemente impressionar a homens que ficariam
impassíveis, e mesmo incrédulos, diante de curas apenas
morais ou espirituais, e que bradavam hosanas AO MENOR ALÍVIO DE UMA DOR FÍSICA.
Para operar as curas morais e espirituais, bastava-lhe mostrar-se aos espíritos
maus. E lhes mostrava, não o invólucro que o cobria, MAS O SEU PRÓPRIO ESPÍRITO. Só a sua vontade potente
bastava para afastar os obsessores. Então, como hoje, estavam e estão
submetidos à sua influência moral todos os mais elevados Espíritos que, sob o
seu comando, trabalhavam e trabalham pelo progresso da Terra e da sua
Humanidade. Ele tinha, então, como tem
agora, SOBRE TODOS OS ESPÍRITOS SUPERIORES, COMO SOBRE TODOS OS MAUS, IMPUROS E
IMUNDOS, UM PODER IMEDIATO, que os forçava a pronta obediência à sua
vontade, no mesmo instante em que esta se manifestava. E esse PODER IMEDIATO – graças sejam dadas ao Pai Eterno! – existe
e existirá sempre, para vossa felicidade!
SATANÁS E SUAS PRÊSAS
P – As explicações do
Espírito da Verdade sobre o espírito do mal – satanás, demônio ou diabo – são
de uma oportunidade singular: o mundo inteiro parece estar dominado por ele.
Poderia falar-nos sobre as vítimas do “adversário”?
R – Satanás, demônio, diabo,
e tantas outras designações do inimigo, significam OS ESPÍRITOS MAUS,
IMPUROSO OU IMUNDOS, que atacam os homens e as mulheres que lhes dão
brecha. Por possessos, ou possessos do demônio, devem-se entender os encarnados
subjugados, quer corporalmente, quer corporal e espiritualmente, por espíritos
maus. A possessão de que falam os Evangelistas, nos casos que relatam, não era
mais do que subjugação (e os lunáticos eram encarnados sujeitos a obsessões ou
subjugações momentâneas, que se repetiam com certa regularidade). Jesus se
servia, sempre, das expressões em uso, de acordo com os preconceitos e as tradições,
a fim de ser compreendido e, mais ainda, escutado. A subjugação consiste na
ação dominadora que o espírito mau exerce, sujeitando-o momentaneamente à
sua vontade, sobre outro espírito que,
mais fraco, SE DEIXA DOMINAR. Para produzir os efeitos corporais ou
físicos, atua fluidicamente sobre o encarnado, combinando com os deste os
fluídos do seu perispírito, utilizando-se de todos os elementos de mediunidade,
tanto sensitiva ou impressionável, quanto de efeitos físicos, que lhe ofereça a
organização da sua vítima. Faz-lhe sentir a sua presença e a atormenta,
provocando-lhe convulsões. Em suma: por meio da ação fluídica exercida segundo
a sua vontade dominante, dispõe do seu corpo a seu bel-prazer. Para produzir
efeitos corporais e espirituais, ou morais, o obsessor procede, também, como
acabamos de explicar. Serve-se dos elementos de mediunidade, audiente, falante,
vidente, psicográfica e outras, que possa encontrar na sua vítima, atuando
sobre os seus órgãos materiais aptos à manifestação que deseje obter. Faz que
lhe ouça a voz, que fale, que escreva, que tenha visões, etc. Resumindo:
atormenta corporal e espiritualmente o subjugado, por todos os meios que a
organização deste lhe ponha à disposição. E AINDA O INDUZ A TOMAR RESOLUÇÕES
ABSURDAS OU COMPROMETEDORAS, MESMO AOS ATOS MAIS RIDÍCULOS; OU, ENTÃO, PELA
AÇÃO FLUÍDICA QUE EXERÇA SOBRE O CÉREBRO DA VÍTIMA CHEGA ATÉ A PRODUZIR NELA –
MOMENTÂNEAMENTE – A ABERRAÇÃO DAS FACULDADES, O QUE (PARA OS IGNORANTES) É UMA
LOUCURA COMUM COM INTERVALOS DE LUCIDEZ. Desse modo se produziram todos os
efeitos, tanto corporais ou físicos, quanto morais ou espirituais, nos casos
que os Evangelhos relatam de subjugação de encarnados, que eles designam por
possessos ou possessos do demônio. Além da obsessão e da subjugação, quer
corporal apenas, quer corporal e espiritual ou moral, há os casos a que podeis
chamar possessão, em que o espírito do obsessor se substitui ao do encarnado no
seu corpo, a fim de servir-se deste COMO SE LHE PERTENCESSE. Tais casos, felizmente, são raros. Opera-se a
substituição da forma seguinte: pela ação da vontade dominadora do mau
espírito, o Espírito encarnado (ou reencarnado) é, por assim dizer. EXPULSO DO SEU CORPO, ao qual se conserva ligado
apenas por um cordão fluídico, com o auxílio do perispírito. Combinando os
fluídos do seu perispírito com os fluídos do perispírito do encarnado, o
espírito mau se introduz no corpo pertencente a este e lhe imprime a ação que é
o produto daquela combinação fluídica. O PERISPÍRITO DO ENCARNADO (OU REENCARNADO)
FICA SENDO O INSTRUMENTO E O AUXILIAR INDISPENSÁVEL AO OUTRO, PARA QUE, POR ATO
DA SUA VONTADE DOMINADORA, POSSA SERVIR-SE DO CORPO DE QUE APODEROU, COMO SE
FOSSE COISA SUA! Enquanto dura a substituição momentânea, o espírito do
encarnado, fora do corpo que lhe pertence e ligado a ele somente pelo cordão
fluídico, vê tudo o que este faz, sem poder impedi-lo, por se achar dominado e
submetido à vontade do outro. Tal substituição tanto se pode dar em estado de
vigília como no estado de sonambulismo do encarnado. No primeiro caso, a
ciência do vosso planeta diz que se trata de “um desarranjo do cérebro”.
Felizmente, repetimos, tais substituições são raras. Há, ainda, um caso
excepcional de substituição que, sempre com um fim útil e com a permissão dos
Anjos da Guarda, se produz voluntariamente. E aquele em que, no estado de
sonambulismo magnético, o espírito encarnado, cedendo à súplica de outro que se
quer manifestar, consente em deixar o seu corpo: empresta àquele, por assim
dizer, o instrumento necessário à manifestação. Ainda aqui, o processo de
substituição é o mesmo. Ela se opera exatamente como quando é obra da violência
de um espírito de que aqui há consentimento, há acordo de verdades para que o
fato se produza. As obsessões e subjugações são provocadas, sob a influência
atrativa dos fluídos similares, pelas disposições do encarnado, pela natureza
de suas más tendências, de seus pendores e sentimentos maus. São também, não
raro, uma provação e, muitas vezes, uma expiação de fatos de existência anterior.
Se constituem um mal para o encarnado, são um mal permitido, PORQUE LHE SERÁ
PROVEITOSO: tudo (inclusive a
punição ou castigo) tem sempre por fim o vosso progresso ou aperfeiçoamento
moral-espiritual. Nada ocorre sem ser pela vontade de Deus e, SOBRE AQUILO
QUE OCORRE SEGUNDO A VONTADE DIVINA, OS ESPÍRITOS SUPERIORES E OS BONS
ESPÍRITOS EXERCEM VIGILÂNCIA, PARA QUE AQUELE RESULTADO NÃO DEIXE DE SE
PRODUZIR. Os obsidiados e subjugados, entre vós, aparecem todos os dias, e
os ignorantes da Verdade os consideram atacados de enfermidades físicas, de
loucura ordinária, E TETAM INUTILMENTE CURÁ-LOS PELOS MEIOS HUMANOS, EM VEZ DE RECORREREM
A DEUS (PELA PRECE) E AO EXEMPLO MORAL!
CURA DAS OBSESSÕES
P – É impressionante a
realidade espiritual da vida, tal como está sendo apresentada pelo Espírito da
Verdade! O que os ignorantes da Lei de Deus consideram “irreal” é,
precisamente, o lado real e permanente da nossa existência! Que nos diz o
Espírito da Verdade sobre a cura das obsessões?
R – Recorrei à prece e ao
exemplo moral, vós que ainda não possuis a pureza perfeita de que promana o PODER
IMEDIATO, que só os Espíritos Puros
têm, do afastar ou expulsar os impuros, no mesmo instante em que manifesta a
vontade de faze-lo. Evangelizando e apocaliptizando as criaturas, trabalhai por
esclarece-las e melhora-las, dispondo-as a atrair os Bons Espíritos, seus
fluídos e seu socorro para o afastamento dos obsessores. Quando necessário,
lançai mão, também, da evocação praticada com muito critério, recolhimento e
fervor, cheios de caridade para com esses irmãos transviados, afim de os
trazerdes ao bom caminho pela prece, a que sai do coração e não somente dos
lábios; pelas exortações, feitas e repetidas com benevolência; e, ao mesmo
tempo, com a doçura, a bondade e a firmeza que, apoiadas na oração, acabam
sempre por convencer os mais rebeldes e endurecidos. Procurai, sempre, o apoio
dos Espíritos Superiores e dos Bons Espíritos que vos cercam, nesse trabalho de
redenção. Tende confiança, porque eles atendem sempre ao chamado de um coração
puro e de uma consciência reta, quando lhes solicitam o concurso para a
realização de uma obra de amor e caridade. HÁ, AINDA, E HAVERÁ ATÉ AO FIM DO
CICLO, MUITOS DEMÔNIOS ENTRE VÓS; O ESPIRITISMO, QUE É A CIÊNCIA DO
CRISTIANISMO RESTAURADO, VEIO DISSIPAR TODAS AS OBSCURIDADES, ILUMINAR TODAS AS
TREVAS, ENSINAR-VOS A DISCERNIR ENTRE “LOUCOS” E “OBSIDIADOS”. Sim,
repetimos, ele vos possibilita distinguir os que só na aparência sofrem de
loucura, os obsidiados, os subjugados, e os possessos (aos quais unicamente o
tratamento moral ou espiritual se deve aplicar) dos que realmente são loucos,
passíveis, portanto, de cura material pelos processos humanos. Em caso de
dúvida (se vos movem exclusivamente os sentimentos de humanidade, o
desinteresse, o amor e a caridade), tendes ao vosso alcance, na mediunidade
psicográfica e, ainda mais na mediunidade sonambúlica ou vidente, QUE REVELA
A PRESENÇA E A AÇÃO DO OBSESSOR, o meio de vos esclarecerdes, para
estabelecer a distinção. Aquele homem que estava na sinagoga “possuído de um
espírito impuro”, estava subjugado, corporal e espiritualmente, pelo maligno.
Observai bem o que agora voz dizemos: constrangido por aquela subjugação, SUBMETIDO
INTEIRAMENTE A VONTADE DO OBSESSOR, que o dominava pela ação fluídica, foi
que, AGINDO O MESMO OBSESSOR SOBRE OS SEUS ÓRGÃOS VOCAIS, ele, transformado
assim em médium falante, pronunciou estas palavras: “Deixai-nos, Jesus de
Nazaré! Que tens tu conosco? Vieste para nos perder? Sei quem és: és o santo de
Deus!” Foi, ainda, por efeito da ação fluídica do perispírito do obsidiado e da
ação da vontade do primeiro sobre a vontade do segundo, que o homem se agitou
em violentas convulsões e se atirou ao chão, soltando um grito estridente,
quando Jesus intimou o demônio a cessar toda a subjugação, exprimindo-se nestes
termos: “Cala-te e sai desse homem!” (termos apropriados as inteligências, aos
preconceitos e às crenças da época). Formulando a interrogação “VIESTE PARA
NOS PERDER?”, o obsessor aludia ao conhecimento que Jesus, se o quisesse,
podia dar aos homens, das causas e dos efeitos da subjugação, pondo-os em
condições de se libertarem dela. Mas não era chegado o momento de se desvendarem
os segredos de além-túmulo aos homens que, como na época de Moisés, eram (e
ainda por muito tempo seriam) incapazes de receber o conhecimento, que a
Terceira Revelação lhes viria dar, das relações do mundo visível com o mundo
invisível. Por isso é que Jesus retrucou ao obsessor, dizendo: “Cala-te e sai
desse homem!” Dizem os Evangelhos: “Quando viam Jesus, os demônios se
prosternavam, exclamando: - És o Filho de Deus!” Os que assim procediam eram
pessoas que, na multidão que se comprimia à passagem do Cristo, estavam
subjugadas, moral e corporalmente, pelos maus espíritos. Essas pessoas,
dominadas pelos obsessores que, a seu turno, eram subjugados por Jesus, é que
se prosternavam e, tornando-se médiuns falantes, proferiam aquelas palavras de
verdade, destinadas a atravessar os séculos e a levar luz às inteligências.
Compelidos pelos Espíritos Superiores, que cercavam o Mestre, os demônios
obrigavam os subjugados a se prosternarem diante de Jesus e dizerem “ÉS O
SANTO DE DEUS! ÉS O FILHO DE DEUS!”, porquanto assim eles provavam aos
homens a identidade do Cristo. Aos olhos desses espíritos maus, Jesus não era
um homem e sim um Espírito, ESPÍRITO MAIS PURO QUE TODOS OS OUTROS. Por
isso mesmo é que o Mestre lhes proibia “que o descobrissem”: ainda não soara,
para os homens, a hora de saberem que ele não pertencia à humanidade terrena.
Estas expressões – O SENHOR, O SANTO DE DEUS, O FILHO DE DEUS – são
designações respeitosas, indicativas da superioridade de Jesus com relação a
todos os Espíritos, quaisquer que sejam, com relação mesmo aos mais elevados,
que trabalham sob a sua direção pelo progresso da Terra e da sua Humanidade. A
essas expressões a nova Revelação, veio dar a significação exata e precisa,
desvendando a origem espiritual de Jesus. Cumpria-lhe abalar fortemente as
massas, impressionando os sentidos grosseiros dos homens POR MEIO DE FATOS
MATERIAIS QUE REVELASSEM O SEU PODER SOBRE A NATUREZA, SOBRE O “INFERNO” E
SOBRE OS DEMÔNIOS. Daí virem estes prostrar-se a seus pés, proclamando-o
“Filho de Deus”. Ignorantes, incapazes de compreender a causa e os efeitos
desses fatos, OS HOMENS OS TOMAVAM POR “MILAGRES”. Mas assim era preciso
naqueles tempos de ignorância, para que a Missão Messiânica fosse aceita, para
lhe assegurar o bom êxito e fazê-la frutificar no futuro. Eis por que
perguntamos: - Não nos vemos nós, ainda hoje, obrigados a medir o nosso ensino
pelo grau de inteligência e desenvolvimento, moral e intelectual, daqueles a
quem falamos?
JESUS E OS APÓSTOLOS
P – Todos os políticos
deviam estudar a Doutrina do Novo Mandamento de Jesus, antes de se iniciarem na
vida pública! De fato, POLÍTICA É A RELIGIÃO CIENTIFICAMENTE PRATICADA.
Agora, perguntamos ao Espírito da Verdade: - Como puderam os Apóstolos fazer o
que fizera o Mestre?
R – O que Jesus fizera,
durante a sua missão terrena, os Apóstolos tiveram de fazer depois,
sancionando-a perfeitamente. A encarnação nenhum obstáculo opôs a isso, pela
simples razão de que – COM O INCESSANTE APOIO DOS ESPÍRITOS PUROS, DOS
ESPÍRITOS SUPERIORES, QUE OS CERCAVAM, E DA VONTADE DAQUELE QUE LHES SERVIU DE
MODELO – eles agiam como se estivessem no estado de Espíritos livres.
Mediante a assistência, a intervenção e o concurso ocultos desses Espíritos e
dessa vontade, operavam curas materiais e espirituais, como o fizera Jesus, e
pelos mesmos meios. Assim, curavam as enfermidades pelo poder magnético, que
lhes era transmitido; expulsavam os obsessores e subjugadores dos homens pelo PODER
IMEDIATO, que lhes era dado sobre todos os Espíritos, errantes e
encarnados; e “ressuscitavam” os “mortos”, isto é, faziam voltar a vida aos
corpos inanimados, FAZENDO VOLTAR A HABITÁ-LOS OS ESPÍRITOS QUE, POR OS
TEREM ABANDONADO, CONSERVANDO-SE APENAS LIGADOS A ELES PELO CORDÃO FLUÍDICO,
LHES HAVIAM IMPRIMIDO TODAS AS APARÊNCIAS DOS CORPOS MORTOS. Desde os
tempos de Jesus e dos Apóstolos até aos vossos dias, os casos de curas
materiais e espirituais se têm sucedido com freqüência cada vez maior, ora de
modo apreciável para os homens, que então acreditam no “milagre”, ora
ocultamente, sem que os homens compreendam sua origem, por não terem deles
consciência. Toda época apresenta mudanças acordes com o espírito dos que nela
vivem. Atento o ponto a que chegou a Física, “milagres” materiais poderiam produzir-se,
e os incrédulos continuariam a duvidar, atribuindo-os à prestidigitação e ao
“compadrio”. Os homens cuja inteligência alcançou certo desenvolvimento, dentro
da Lei da Evolução, precisam de “milagres morais”, isto é, curas da Alma e não
do corpo. Ao que mais sofre cumpre se dêem os maiores cuidados. E, em vós, quem
mais sofre não é a Alma? Quem mais necessita de cura do que a parte mais doente
e, contudo, a mais preciosa do vosso ser? Hoje, graças à Terceira Revelação,
que vos fez conhecer as relações do mundo visível com o mundo invisível e os
segredos de além-túmulo, as curas que Jesus e depois os Apóstolos produziram,
tanto na ordem física quanto na ordem moral ou espiritual, (fatos que passaram
por “milagres” naqueles tempos de ignorância) hoje, para vós, os mesmos fatos
são apenas a conseqüência da depuração do Espírito encarnado, do seu
adiantamento espiritual e da proteção que lhe dispensam os Espíritos Puros, os
Espíritos Superiores e a vontade do Mestre; a conseqüência do poder da vontade
por efeito do poder magnético, poderes estes que lhe são transmitidos
ocultamente, ou mediunicamente, para a realização da cura material das
enfermidades humanas; a conseqüência, ainda, do PODER IMEDIATO, que
também de modo oculto lhe é dado para, instantaneamente, expulsar os demônios e
restituir a vida aos corpos “mortos”! QUANDO CHEGAR A HORA, TODOS VÓS
PODEREIS, COMO O FIZERAM OS APÓSTOLOS, CURAR AS DOENÇAS, EXPULSAR OS MAUS
ESPÍRITOS E DEVOLVER A VIDA AOS ORGANISMOS INANIMADOS! Na realidade, todos
esses fatos foram qualificados de milagres quando não se compreendia a sua
origem, não são mais que a conseqüência lógica da purificação dos Espíritos, UMA
PROVA DE QUE AQUELES QUE OS REALIZAM SÃO MAIS ELEVADOS DO QUE OS OUTROS, OU
MAIS PROTEGIDOS POR TEREM MAIOR MERECIMENTO. Nesta época, “milagres” de
curas materiais e espirituais ou morais, amiúde se operam entre os homens e PASSAM
DESPERCEBIDOS, pela única razão de que, se vós sempre vos interais deles,
os que não os compreendem ENCARAM OS FATOS DESSA ORDEM COM INDIFERENÇA OU
INCREDULIDADE, MESMO QUANDO LHES TRAZEM BENEFÍCIOS: No tempo da missão
terrena de Jesus, tais fatos = publicados e multiplicados – feriram mais
fortemente os sentidos grosseiros dos homens. Aos fariseus de hoje, que negam,
repelem e rejeitam COMO “OBRA DEMOVÍACA” as Revelações que os Espíritos
do Senhor, por sua ordem e em nome do Cristo, trazem à Humanidade (COMO OS
FARISEUS DE OUTRORA NEGARAM, REPELIRAM E REJEITARAM A REVELAÇÃO QUE JESUS LHES
TRAZIA PESSOALMENTE, ACUSANDO-O DE EXPULSAR OS DEMÔNIOS E AINDA LHE EXIGINDO
MILAGRES), respondei simplesmente mostrando os ateus que batem nos peitos,
ajoelhados diante do seu Deus ofendido, implorando em altos brados a herança
cuja existência, até então, haviam negado! Deixai-os falar e condenar. Novos
milagres vêm a seu tempo, MILAGRES MORAIS que refundirão a Humanidade
inteira e, do cadinho onde agora o deitamos, farão sair purificado o ouro
eterno, sob as bênçãos de Deus!
O SERMÃO DA MONTANHA
P
– Infelizmente, os ignorantes do Evangelho e do Apocalipse de Jesus dão valor
somente ao que não tem nenhum valor. O que realmente tem valor, para todo o
sempre, fica relegado ao desprezo total! Como o Espírito da Verdade interpreta
o Sermão da Montanha?
R
– Vamos reunir estas passagens: Mateus, V: 1-12; Lucas, VI: 20-26 do Evangelho
de Jesus.
MATEUS: 1 – Jesus, vendo a
multidão, subiu ao monte. Sentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos.
2 – E ensinava, dizendo: 3 – “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque
deles é o Reino dos Céus; 4 – Bem-aventurados os pacientes, porque eles
possuirão a Terra; 5 – Bem-aventurados os que choram, porque eles serão
consolados; 6 – Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles
alcançarão misericórdia; 8 – Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles
verão Deus, frente a frente; 9 – Bem-aventurados os pacificadores, porque eles
serão chamados filhos de Deus; 10 – Bem-aventurados os que sofrem perseguição
por causa da verdade, porque deles é o Reino de Deus; 11 – Bem-aventurados sois
vós quando vos perseguem, quando vos injuriam e, mentido, fazem todo mal contra
vós por minha causa! 12 – Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso
galardão nos céus; porque assim também perseguiram os profetas, que vieram antes
de vós”.
LUCAS: 20 – Jesus, dirigindo
o olhar para os seus discípulos, dizia: “Bem-aventurados vós, que sois pobres,
porque vosso é o Reino de Deus. 21 – Bem-aventurados vós, que agora tendes
fome, porque sereis saciados; bem-aventurados vós que agora chorais, porque
haveis de rir. 22 – Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, quando
vos separarem, quando vos carregarem de injúrias, quando rejeitarem como o mau
o vosso nome por causa do Cristo. 23 – Alegrai-vos nesse dia e exultai, porque
é grande a vossa recompensa no céu; porque era assim que os pais deles tratavam
os profetas. 24 - Mas ai de vós, ó
ricos, pois tendes a vossa consolação no mundo! 25 – Ai de vós, que estais
saciados, pois vireis a ter fome! Ai de vós, que rides agora, pois tereis de
gemer e chorar! 26 – Ai de vós, quando vos elogiarem, porque assim os pais
deles faziam aos falsos profetas!” .
A
humildade – a doçura que tem por companheiras a afabilidade e a benevolência; a
resignação nos sofrimentos morais, físicos e espirituais, que são sempre uma
expiação justa, porque derivam OU DE FALTAS E IMPRUDÊNCIAS
COM QUE O HOMEM AGRAVA SUAS PROVAÇÕES TERRENAS, OU DE EXISTÊNCIAS ANTERIORES,
TODAS SOLIDÁRIAS ENTRE SI, DE MODO QUE CADA UM TRAZ CONSIGO A PENA SECRETA DA
SUA PRECEDENTE ENCARNAÇÃO; o amor ardente, sério, perseverante, do
dever, por toda parte e sempre; a tolerância sempre, também por toda parte; a
indulgência para com os fracos e as faltas de outrem; a simpatia viva e
delicada pelos sofrimentos e angústias, morais e físicos, de seus irmãos; o
perdão, do íntimo da alma, para as ofensas e injúrias; o esquecimento, mas de
tal maneira que o passado fique morto, tanto no coração quanto no pensamento; a
caridade e o amor; a pureza de coração, que exclui não só todas as palavras e ações
más como, ainda, todos os maus pensamentos, e só existe quando há abstenção de TUDO QUE É MAL, de par com a prática ativa e abnegada DE TUDO QUE É BEM, tanto na ordem física quanto na ordem moral
e intelectual; a moderação, a brandura, a paciência, a obediência, a firmeza e
a perseverança na fé, na prática da justiça – qualquer que sejam as injúrias,
as perseguições morais e físicas que venham dos homens; o desinteresse e a
renúncia às coisas materiais como determinante do orgulho e do egoísmo, dos apetites
animais, das paixões e vícios que degradam a Humanidade; a aspiração da
felicidade celeste, o reconhecimento ao Criador, que reserva grande recompensa
aos que cumprirem esses deveres e praticarem essas virtudes – eis o que
encerram essas palavras de Jesus, no Sermão do Monte. Meditai-as, portanto, e
ponde-as em prática. Não
vos fieis na felicidade terrena; não descanseis nas “riquezas” do mundo; não
vos firmeis na vossa inteligência: CONFIAI UNICAMENTE EM DEUS,
DE QUEM RECEBEIS TODAS COISAS. Aquele que possui
riquezas (todas transitórias) use-as sempre em benefício dos pobres, e viva humildemente; aquele que tem inteligência faça como a
criancinha que espera ser guiada por seus pais, e ao mesmo tempo a partilhe com
todos os seus irmãos, dando-lhes conselhos salutares, SOBRETUTO PELO EXEMPLO; aquele que está saciado
pense nos que têm fome, divida com eles o pão material, que sustenta o corpo, e
o pão espiritual, que alimenta a alma; aquele que se acha alegre proceda como
se estivesse triste, para associar à sua alegria o irmão que chora, dando-lhe
consolação e tomando parte em suas dores. Nisto se resumem as palavras do
Mestre: prática do trabalho, do amor e da caridade, tanto na ordem física, ou
material, quanto na ordem moral e
intelectual.
OS POBRES
DE ESPÍRITO
P – A expressão “pobres de
espírito” tem servido de motivo à galhofa dos ignorantes da Palavra de Deus.
Através do CEU, da LBV, gostaríamos de receber – a respeito – a orientação do
Espírito da Verdade. É possível?
R – Sim. Os pobres de
espírito são os que só confiam no Senhor, jamais em si mesmos. São os que, RECONHECENDO
DEVER TUDO A DEUS, TAMBÉM RECONHECEM QUE NADA POSSUEM, MESMO QUANDO RICOS.
Despidos de orgulho, são como os pobres despojados das propriedades mundanas.
Podem caminhar livremente, pois não temem os ladrões nem “os golpes do
destino”. Apresentam-se nus diante do Criador, isto é, sem se julgarem donos de
coisa alguma, cônscios de que devem tudo à infinita bondade do Pai Celestial. A
humanidade lhes aplaina o caminho a percorrer, afastando os obstáculos que o
orgulho e o egoísmo fazem surgir de todos os lados. Por isso, diz o Cristo a
todos os homens: “ – Ó bem-amados, tende o coração simples e o espírito
humilde! A humildade, que é o princípio e a fonte de todas as virtudes e de
todos os progressos, abre aos filhos de Deus o caminho que os leva à luz das
moradas felizes, ao passo que o orgulho conduz às trevas e à expiação, ao
exílio em mundos inferiores!” Observai a profundidade destas palavras do
Mestre: “Bem-aventurados sois vós quando vos perseguem, quando vos injuriam, e,
mentindo, fazem todo o mal contra vós por minha causa; bem-aventurados sereis
quando os homens vos odiarem, quando vos separarem, quando vos carregarem de
injúrias, quando rejeitarem como mau o vosso nome por causa do Cristo!” Elas se
aplicavam tanto ao presente (ao momento em que ele se dirigia aos discípulos)
quanto aos tempos futuros. Eram e são dirigidas a todos os que pela sua fé em
Deus, se tornaram alvo de quaisquer perseguições, físicas e morais ou
espirituais; aos que, perseguidos pelo testemunho de suas crenças, sofrem pela
sua fé e triunfam das provações, por mais rudes que sejam. Efetivamente,
enquanto a Terra não se houver purificado, HAVERÁ HOMENS E MULHERES
PERSEGUIDOS POR CAUSA DA VERDADE. OS QUE VENCEREM PODERÃO CONSIDERAR-SE
BEM-AVENTURADOS, PORQUE – SOBRETUDO HOJE – A DESERÇÃO É REGRA. OS QUE
PERSEVERAREM ATÉ AO FIM RECEBERÃO A RECOMPENSA DE DEUS. Armai-vos,
portanto, de toda a vossa energia. Para o homem, a principal arma do inimigo –
a mais poderosa – é o ridículo. É a que ele mais teme, esquecido de que JESUS
TEVE DE ENFRENTAR O RIDÍCULO POR TODAS AS FORMAS; é, ainda hoje, a que
tendes de rebater. Sim, dolorosas são as feridas que causa. Mantende-vos,
portanto, em guarda e preparai de antemão o único bálsamo que as pode curar: A
FÉ NA PRESENÇA E NO PODER DE DEUS. Vossa fé vos sustenta, em todas as
provas da vida. Ela vos tornará surdos aos sarcasmos, e vos fará achar doçura
nos pérfidos processos que intentarem contra vós. A fé constitui a vossa égide:
abrigai-vos nela e caminhai sem medo. Contra esse escudo virão embotar-se todos
os dardos que vos lancem a inveja e a calúnia. Sede sempre dignos e caridosos
no vosso proceder, no vosso falar, no vosso ensino, dando o exemplo do que
pregais, e tereis sempre a nossa proteção. Compreendei, igualmente, estas
outras palavras do Redentor: “ – Mas ai de vós, ricos, que tendes a vossa
consolação no mundo!” A maldição, assim lançada pelo Bom Pastor, aplica-se aos
que – tudo sacrificando pela posse dos bens terrenos – se deleitam e confiam
unicamente no que é material: rejeitam as Verdades Divinas, repelem seus Guias
ou Protetores, fogem dos seus amigos e irmãos, e acabam nas garras dos maus
espíritos, ou demônios, que deles se apossam. Jesus disse AI DELES!,
porque terão de sofrer para resgatar as suas faltas, e O REMORSO LHES SERÁ
TANTO MAIS CRUEL QUANTO MAIS VOLUNTÁRIO TENHA SIDO O SEU ENDURECIMENTO. “
Ai de vós, que rides agora, pois tereis de gemer e chorar!” São os que acham
graça da Palavra de Deus, os que riem dos pregadores das Verdades Divinas:
lamentarão, brevemente, por tê-las negado e ridicularizado. Portanto, marchai
com Jesus. Tudo vem a seu tempo, na Lei do Retorno. Dia virá em que,
arrependidos, os que agora riem PEDIRÃO A DEUS PARA VOLTAR AO MEIO DE VÓS,
já agora como pregoeiros da Doutrina do Cristo: não rirão mais, nunca mais;
começarão a chorar o tempo perdido nas trevas da ignorância espiritual! Não vos
irriteis, portanto, com seus risos e deboches. Antes, compadecei-vos dos que
zombam de vós: bem grandes serão as suas penas! “Ai de vós (disse, ainda,
Jesus) quando os homens vos elogiarem, porque assim os pais deles faziam aos
falsos profetas!” Quando estas palavras foram dirigidas aos discípulos, os
falsos profetas tinham sido (eram e ainda são, neste momento) aqueles que,
impelidos por maus instintos, por más paixões, oriundas do orgulho, do egoísmo,
da cupidez, da intolerância religiosa, TRABALHAM POR INCUTIR SUAS IDÉIAS
GENOCIDAS NAS ALMAS SIMPLES E CONFIANTES DOS SEUS “FIÉIS”. São aqueles que – conhecendo a Verdade – a
ocultam do povo, a fim de o terem preso e submisso. São os que – cientes de
toda a Verdade – recusam submeter-se a ela e preferem viver no erro. Ai deles!
E ai de vós, quem quer que sejais, quando os que escutam a voz desses falsos
profetas e os bendizem, seguindo suas pegadas, vos louvarem e falarem bem de
vós, porque então sereis atraídos pelos seus elogios, e a vossa deserção já se
deu (ou está para se dar), arrastando-vos para os caminhos da mentira, da
hipocrisia e da perversão moral!
SAL DA TERRA, LUZ DO MUNDO
P
– No Sermão do Monte, Jesus disse aos seus discípulos: “ Sois o sal da terra,
aluz do mundo”. Disse, ainda, que “não há nada oculto que não seja revelado”.
Poderia o Espírito da Verdade explicar ambas as passagens do Evangelho, pelo
CEU da LBV?
R
– Harmonizemos os Evangelhos Sinóticos, nestes pontos: Mateus, V 13-16; Marcos,
IX: 49 e IV: 21-23; Lucas, XIV: 34-35; VIII: 16-17; XI: 33-36.
MATEUS: 13 – Vos sois o sal
da terra. Se o sal perder a sua força, com que se salgará? Para nada mais
servirá, senão para ser jogado fora e pisado pelos homens. 14 – Vós sois a luz
do mundo. Uma cidade situada sobre o monte não pode ficar escondida. 15 –
Ninguém acende uma lâmpada para coloca-la debaixo do alqueire, pois a coloca
num candeeiro, a fim de iluminar a todos os que estão na casa. 16 – Assim,
também, brilhe a vossa luz diante dos homens, para que eles vejam as vossas
obras e glorifiquem o Pai que está no céu.
MARCOS, IX: 49 – O sal é bom
mas, se ele se tornar insípido, com que haveis de temperar? Tende sal em vós
mesmos, e conservai entre vós a vossa paz. IV: 21 – Porventura a lâmpada é
posta debaixo do alqueire ou da cama, ou colocada no candeeiro? 22 – Nada há
secreto que não venha a ser manifesto, nada oculto que não venha a ser
revelado. 23 – Ouça quem tem ouvidos de ouvir.
LUCAS, XIV, 34 – O sal é bom,
mas, se ele se deteriorar, como restaurar-lhe o sabor? 35 – Não servirá mais
nem para a terra nem para a estrumeira: será lançado fora. Ouçam os que tenham
ouvidos de ouvir. VIII: 16 – Ninguém, depois de acender uma lâmpada, a cobre
com um vaso ou a coloca debaixo do leito, mas sim no candeeiro, a fim de que
vejam a luz todos aqueles que entrarem na casa. 17 – Porque nada há oculto que
não venha a tornar-se manifesto, nada secreto que não venha a ser conhecido e
tornar-se público. XI, 33 – Ninguém acende uma lâmpada e a coloca em lugar
escondido ou debaixo de uma alqueire, mas sim no candeeiro, para que todos os
que entrarem vejam a luz. 34 – Teu olho é a lâmpada do teu corpo; se teu olho é
puro, todo teu corpo será luminoso; mas, se for impuro, todo o teu corpo será
tenebroso. 35 – Toma cuidado, portanto: não seja treva a luz que está em ti. 36
– Se, portanto, todo o teu corpo for luminoso, sem que haja nele parte alguma
trevosa, todo ele luzirá e te iluminará, como lâmpada brilhante.
Temos
de vos explicar figuras que, entretanto, para vós não têm “mistérios”. O sal,
aqui, representa os ensinos que o homem traz consigo e que deve espalhar em
torno de si. Sua moralidade, seu amor ao Pai Celestial, sua submissão às Leis
Divinas e, por conseguinte, a observância dos Mandamentos de
Deus e do Cristo (não de homens nem de igreja qualquer), são
o sabor do cristão. Se arrastado por maus instintos, o homem deixa de ter
presente o fim que lhe cumpre atingir e os meios de conseguí-lo PERDE O SEU SABOR E É LANÇADO FORA. Quer dizer: O
Espírito culpado, que faliu nas suas provas terrenas, é submetido – primeiro à
expiação na erraticidade, mediante sofrimentos ou torturas morais apropriados e
proporcionais às faltas ou crimes cometidos, depois a reencarnação, conforme ao
grau de culpabilidade, quer no vosso mundo, quer em PLANETAS INFERIORES
À TERRA, onde – por meio de novas provações – terá de reparar aquelas faltas
para poder progredir. Será lançado fora; ouça o
que tem ouvidos de ouvir. Na época em que, tendo de se completar a OBRA DA REGENERAÇÃO HUMANA, a Terra será habitada
somente por Bons Espíritos, AQUELE QUE, ATÉ ENTÃO,
HOUVER PERMANECIDO CULPADO E REBELDE, SERÁ AFASTADO E LANÇADO NOS MUNDOS
INFERIORES, ONDE TERÁ DE EXPIAR – DURANTE SÉCULOS – SUA OBSTINAÇÃO NO MAL, SUA
VOLUNTÁRIA CEGUEIRA! Passemos, agora, à figura do sal da terra,
da luz do mundo e da lâmpada que ninguém coloca, depois de acesa, debaixo da
cama ou do alqueire, para os que entram na casa vejam a luz e sejam alumiados: AS PALAVRAS DE JESUS, A ESSE RESPEITO, SE APLICAM A TODOS OS TEMPOS E A
TODOS OS HOMENS QUE SE TORNAM APÓSTOLOS DAS REVELAÇÕES DO CRISTO, PARA
PROPAGA-LAS PELA PALAVRA E PELO EXEMPLO. Cristãos do Novo
Mandamento, sois hoje a luz do mundo e o sal da terra, como os Apóstolos o
foram para a Revelação que Jesus trouxe pessoalmente! Recebestes a LUZ, não para vosso uso exclusivo: tendes de reparti-la com todos os
vossos irmãos, sejam quais forem suas crenças religiosas! Esclarecei-os,
portanto, levando-lhes a VERDADE DE DEUS, jamais dos homens, por mais
iluminados que se julguem! Sede o facho portador da claridade nova, e
dizei-lhes que todos são naturalmente CRISTÃOS e que, também, naturalmente
CRISTÃS são as crenças que ainda abraçam, de acordo com o grau evolutivo em que
se encontram! Quanto às outras palavras do Mestre, referiam-se ao
futuro: “Nada há oculto que não venha a ser manifesto, nem secreto que não
venha a ser conhecido e tornar-se público; ouçam os que têm ouvidos de ouvir! O
Salvador apropriava aos homens da época os ensinos que lhes dava, e que eram
sementes destinadas a frutificar no porvir. Seus discursos velados teriam de
ser entendidos pelas gerações porvindouras. APENAS ALGUNS
HOMENS ESTAVAM, ENTÃO, EM
CONDIÇÕES DE LHES APREENDER O SENTIDO:
aqueles que não os tomaram ao pé da letra,
mas lhe procuraram o espírito,
pois compreenderam não ter Jesus por
missão opor uma barreira à inteligência humana, traçando-lhe determinados
limites, e sim abrir o espaço e o futuro diante dos Espíritos progressistas. O
Mestre falava por figuras e símbolos,
porque a inteligência humana ainda não dispunha de força bastante para suportar
o peso das revelações que se ocultavam sob o véu das parábolas: NADA DO QUE O HOMEM DEVA SABER PERMANECERÁ OCULTO; É QUE O HOMEM CHEGOU
AO PONTO EM QUE SUA
CIÊNCIA TERÁ DE CRESCER RAPIDAMENTE, NESTE FIM DE CICLO.
Quanto a vós, estudai muito a Doutrina do Redentor, não como as crianças
afoitas, que imprudentemente se aproximam do fogo e se queimam de modo cruel.
Cuidado: orai e vigiai! Aquecei-vos no fogo que o Cristo vos prepara, mas TENDE A PRUDÊNCIA DE MOISÉS: não vos aproximeis demais
da sarça ardente, para evitar o risco de serdes consumidos pelas chamas. Deus
prepara GRANDES ACONTECIMENTOS PARA A VOSSA
REGENERAÇÃO. Aguardai-os seguindo, a passo lento e firme,
sempre sem desvio, A ROTA QUE VOS TRAÇAMOS,
pois vos conduziremos ao ponto de onde parte a Luz Infinita; mas deixai que
estendamos ASAS PROTETORAS sobre os
vossos olhos, ainda muito fracos para lhe contemplarem os raios fortes.
Na consciência tendes o facho do vosso Espírito e do vosso coração. Se ela for
pura, tereis um e outro iluminados. Tudo neles será luminoso, pois sereis
assistidos, inspirados e protegidos pelos Bons Espíritos. Mas, se ela for
impura, de trevas encherá o vosso coração e o vosso Espírito, e vos tornareis
presas dos espíritos maus, que se comprazem no erro e na mentira. Acima de
tudo, entendei: CONSEGUIREIS A PAZ ENTRE VÓS
SE ENSINARDES PELO EXEMPLO O QUE PREGAIS.
JESUS E A LEI
P
– Hoje, todos compreendem por que a LBV é o CAMPO NEUTRO
em que se reúnem todos os cristãos, num só rebanho para um só Pastor. Não é
mais admissível o estudo da Bíblia por qualquer prisma sectário! Como o
Espírito da Verdade interpreta a posição de Jesus diante da Lei?
R
– Vamos aos Evangelhos de Jesus segundo Mateus e Lucas: Mateus, V: 17-19;
Lucas, XVI: 17.
MATEUS: 17 – Não penseis que
eu tenha vindo destruir a lei e os profetas; não os vim destruir, mas cumprir.
18 – Porque em verdade vos digo que, enquanto o céu e a terra não passarem, não
passará da lei um só iota ou um só ápice, sem que tudo seja cumprido. 19 –
Assim, aquele que violar um destes mínimos mandamentos, e ensinar os homens
viola-los, será chamado o menor no reino dos céus; mas aquele que os guardar e
ensinar será chamado grande no reino dos céus.
LUCAS: 17 – Será mais fácil
que passem o céu e a terra do que perder-se um til da lei.
Jesus
fala da LEI, não dos acréscimos ou aditamentos que lhe foram feitos, das tradições que a deturparam, das máximas e mandamentos humanos, dos dogmas que os homens decretaram e que,
como frutos de suas interpretações sectárias, alteraram e
falsearam o sentido e a verdadeira aplicação da Lei Divina.
Dizendo que não viera abolir a LEI,
mas cumpri-la, o Cristo mostrava aos homens não ser a Moral que ele pregava
diversa da que antes lhes haviam ensinado os emissários do Senhor, ESPÍRITOS EM
MISSÃO OU PROFETAS. Demonstrava que,
simplesmente, tudo tem de seguir a marcha do progresso da Natureza. A LEI,
que até então fora dada aos homens, lhes era proporcional ao desenvolvimento.
Trazia em si uma promessa a ser cumprida no futuro. Jesus veio cumpri-la. E,
cumprindo as profecias, profetizou por sua vez para os séculos vindouros. Hoje, manda o Paráclito, o anunciado Espírito da Verdade, DAR
CUMPRIMENTO ÀS PROFECIAS POR ELE ANUNCIADAS, no Evangelho e no Apocalipse.
Os Espíritos do Senhor – Patriarcas, Profetas, Apóstolos e Evangelistas – vêm
trazer aos homens o que podeis chamar A ÚLTIMA
PALAVRA DE JESUS, a um passo do fim dos tempos. Ele vos
dizem, como o Cristo disse outrora: “Não penseis que tenhamos vindo destruir A LEI E OS PROFETAS”. Não, nada do que está na LEI passará, porque a LEI É O AMOR,
que há de crescer continuamente, até que vos tenha levado ao Reino do Eterno
Pai. Viemos para lembrar e relembrar, aclarar e explicar,
tornando compreensível, EM ESPÍRITO E VERDADE , a Doutrina do Novo Mandamento
do Mestre, os ensinos velados que ele transmitiu aos homens,
as profecias veladas que fez durante a sua missão terrena. Não viemos destruir a LEI e sim cumpri-la, escoimando-a das adições e
interpolações, das tradições e dogmas que, ORIUNDOS DAS
FALSAS INTERPRETAÇÕES HUMANAS LHE TOMARAM O LUGAR, ENTRONIZANDO A BESTA NAS
ALMAS IGNORANTES. Viemos para reintegrar a LEI na VERDADE,
estabelecendo na Terra a unidade das crenças, conduzindo a todos – divididos e
separados pelos cultos exteriores – à FRATERNIDADES
SEM FRONTEIRAS, pela pratica da Justiça, da Caridade e do Amor,
recíprocos e solidários. O Espiritismo é a ciência do CRISTIANISMO DO CRISTO, não o cristianismo forjado pelas religiões
humanas, mas o CRISTIANISMO DO NOVO MANDAMENTO tal como Jesus o instituiu,
abolindo todos os sectarismos dissolventes. Ora, que é o CRISTIANISMO DO CRISTO senão a Religião de Deus, a Religião Universal,
que há de reunir todos os homens num só rebanho para um só Pastor, num círculo
único de Amor e Caridade? Portanto, nem um só iota da lei deixará de
ser cumprido. A Lei dos Hebreus foi o preâmbulo da Lei do Cristo; o Espiritismo
foi a confirmação do Cristianismo e, agora, o Cristianismo do Novo Mandamento
se completa na Revelação do Apocalipse. Ninguém pode
mais ignorar O LIVRO DAS PROFECIAS FINAIS, porque já estais a pouca distância
do próximo e ÚLTIMO ARMAGEDON. É por isso que, por ordem e inspiração do ÚNICO
MESTRE, unificamos as suas Revelações.
ENSINAR E EXEMPLIFICAR
P – Os Legionários de Jesus,
cujo distintivo é o Novo Mandamento, entendem agora sua imensa responsabilidade
no Brasil e no Mundo. Não basta ensinar, o mais importante é exemplificar. Que
diz o Espírito da Verdade?
R – Quem diz é o Mestre: - Aquele
que violar qualquer um (mesmo dos menores) MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS, esse
será o último no reino dos céus. Vede bem que nos referimos ao Decálogo que
Jesus entregou a Moisés, aquele que está nas Sagradas Escrituras, não o outro
“aperfeiçoado” pelas conveniências humanas. O transgressor, depois de sofrer a
expiação na erraticidade, terá ainda de reencarnar (conforme ao grau de sua
culpabilidade) na Terra ou em outros planetas inferiores. Aquele, porém, que
fizer e ensinar o que a LEI DE DEUS determina, em Espírito e Verdade,
sempre à luz do Novo Mandamento, será chamado grande no reino dos céus, isto é,
se elevará, na medida do seu adiantamento moral, aos planetas superiores,
engrandecendo-se pela humildade, pela caridade, pelo amor e pela CIÊNCIA
UNIVERSAL, ainda muito acima compreensão dos homens julgados sábios no
vosso orbe. Aquele que recebeu o encargo de ensinar, e não pratica o que
ensina, é culpado NÃO SÓ DO MAL QUE FEZ, COMO TAMBÉM DO MAL QUE CAUSOU PELA
CONTRADIÇÃO ENTRE SEUS ATOS E SUAS PALAVRAS. Cristãos do Novo Mandamento,
não façais como os chefes das antigas sinagogas, como os escribas e fariseus de
ontem e de hoje! Sereis os maiores culpados, porque recebestes a LUZ para
clarear os vossos e os passos dos vossos irmãos. DEVEIS, ANTES DE TUDO,
PREGAR PELO EXEMPLO. Esta é a única pregação que dá frutos bons.
Lembrai-vos das palavras do Redentor: “Eles vos colocam pesado fardo sobre os
ombros, mas nele não querem tocar, sequer, com a ponta do dedo!” Se quereis
marchar segundo a LEI DE DEUS e chegar a Ele, gloriosamente acompanhados
por todos aqueles que houverdes resgatado, começai por tomar sobre os ombros o
fardo que impondes aos outros; mostrai-lhes o meio de o tornarem leve, e então
podereis exigir que eles o carreguem. Na realidade, tudo se reduz a isto: PREGAR
PELO EXEMPLO, COMO JESUS PREGAVA. Pregai, portanto, assim: que as vossas
palavras nunca deixem de ser a conseqüência das vossas ações. Para que as
massas se deixem conduzir, precisam antes COMPREENDER O BEM QUE PODEM
AUFERIR DE UM ACONTECIMENTO QUALQUER. Demonstrai-lhes, pois, pelo vosso
proceder, a obediência e o amor ao vosso Deus, com o amor e a caridade que
consagrais aos vossos irmãos, sejam quais forem as suas convicções religiosas!
E nunca vos julgueis “modelos” mas sempre servos inúteis, como deseja o vosso
Mestre. Usai de benevolência para com os que repelem a VERDADE TOTAL:
esperai que seus olhos se abram para a LUZ e a possam suportar. Meditai:
porventura, ao tirar a venda espessa, que ocultava a claridade do dia ao pobre
cego, o oculista lhe permite contemplar imediatamente aquela luz? Não, o doente
ficaria ofuscado. Forte demais para os seus órgãos enfraquecidos, ela o faria
mergulhar novamente numa noite profunda, da qual talvez não saísse nunca mais.
Gradual, sempre, o brilho da VERDADE TOTAL para os olhos dos cegos
espirituais, ainda sectarizados pelos preceptores humanos! Iluminai-os com
prudência, lançando em seus corações a semente que não deixará de germinar. É
um trabalho de longa paciência: se os frutos que devam colher dela não amadurecerem
sob as vossas vistas, dia virá, certamente, em que tais frutos lhes serão
proveitosos. Na hora da morte material, vossos ensinamentos estarão patentes
aos seus olhos e a luz da Verdade os banhará. E, assim, o tereis ajudado A
TRANSPOR UM PASSO DIFICÍLIMO para a matéria, não choqueis os incrédulos,
não deis importância as zombarias, sede calmos e dignos em vossa fé,
perseverantes nas boas obras. Basta que lanceis a semente, QUE NUNCA SE
PERDE, apesar de todas as aparências contrárias. Um dia, ela encontrará a
terra fértil, e aí se enraizará. Cultivai-a então, com amor, para que um grão
produza trinta, outro sessenta, mais outro cem. Assim será porque CADA UM DOS QUE TIVERDES COMQUISTADO PARA A FÉ
a espalhará, por sua vez, em torno de si. E, quais essas espigas maduras,
carregadas de grãos, cujas sementes o vento, sacudindo-as, dispersa em longa
extensão. A VERDADE SE ESPALHARÁ E PRODUZIRÁ FRUTOS DE SALVAÇÃO!
JUSTIÇA
E RECONCILIAÇÃO
P – Graças à LBV, sabemos
hoje que PERDOAR É TRANSFERIR A DEUS O JULGAMENTO, porque – como ensina o
Apóstolo Paulo – “o homem terá de colher aquilo que semear”. Como o
Espírito da Verdade explica as passagens evangélicas de Mateus, V: 20-26 e
Lucas, XII: 54-59?
MATEUS: 20 – Em verdade eu
vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo
algum entrareis no reino dos céus. 21 – Ouvistes o que foi dito aos antigos:
“Não matarás, e quem matar será condenado em juízo”. 22 – Pois eu vos digo que
todo aquele, que se irar contra seu irmão, será condenado em juízo. E o que chamar
“raça” a seu irmão será condenado no conselho. E o que lhe chamar “louco” será
condenado ao fogo da geena. 23 – Portanto, se estás para fazer a tua oferta
diante do altar, e te lembrares aí de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 – deixa a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com ele,
e depois, sim, vem fazer a tua oferta. 25 – Reconcilia-te o mais depressa
possível com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para não
suceder que te entregue ao juiz, este ao ministro e sejas posto na prisão. 26 –
Em verdade vos digo que dali não sairás enquanto não tiveres pago o último
ceitil.
LUCAS: 54 – Jesus dizia ao
povo: Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: “Aí vem
tempestade”, e assim acontece; 55 – quando sentis soprar o vento do sul dizeis
que vai fazer calor, e assim ocorre. 56 – Hipócritas, sabeis distinguir os
aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente?
57 – E por que, por vós mesmos, não reconheceis o que é justo? 58 – Quando,
pois, fores com o teu adversário à presença do magistrado, livra-te dele
durante a viagem, para evitares que te leve ao juiz, e o juiz te entregue ao
esbirro, e este, afinal, te encerre na cadeia. 59 – Digo-te que dali não
sairás, enquanto não pagares o último quadrante.
Estes
versículos têm por objetivo dar a compreender aos homens QUE LHES CUMPRE DISTINGUIR SEMPRE O QUE É JUSTO, MORAL E MATERIALMENTE,
NAS RELAÇÕES COM SEUS IRMÃOS. Estava próximo o tempo
em que a justiça seria praticada de forma bem diversa da “justiça” de escribas
e fariseus, isto é, SEM ORGULHO E SEM HIPOCRISIA.
As palavras do Mestre objetivavam, ainda, fazer compreender aos homens COMO
DEVEM OBEDECER AOS MANDAMENTOS DE DEUS: não passivamente, abstendo-se de
cometer as faltas indicadas, pelo temor do castigo, mas praticando as virtudes
que lhes são opostas, demonstrando amor, reconhecimento, submissão àquele que
nos traçou a todos UMA LINHA DE CONDUTA PARA
CHEGARMOS A ELE. Bem-aventurados os que sabem seguir, sem
nenhum desvio! “Raça”, o juízo, o conselho, o fogo da geena – são
expressões simbólicas: DEUS JULGA O HOMEM PELOS
SEUS ATOS. Se o homem não trata com indulgência o seu
próximo, e ainda o insulta, será punido por Aquele que quer que todos se tratem
como irmãos. Por isso os vocábulos juízo, conselho, geena,
que aparecem nos Evangelhos de Jesus, são emblemáticos: mostram aos homens que suas ações serão submetidas a um julgamento; que eles terão de
sofrer o castigo que houverem merecido; castigo proporcional à falta cometida,
de acordo com a natureza e o grau da culpabilidade.
As palavras de Jesus, no versículo 22 de Mateus, são aplicáveis a todos os
tempos e a todos aqueles que transgredirem a LEI DO AMOR
UNIVERSAL. O cristão do Novo Mandamento, que a infringir,
será punido com maior severidade do que outro que ainda não viu a LUZ ou que, tendo-a visto, não quis aceita-la “por
escrúpulos de consciência”, o que não constitui falta punível, ocasionando
apenas um retardamento no progresso do Espírito, que
aliás se verá suficientemente castigado PELO PESAR QUE ISSO LHE CAUSARÁ.
As palavras do Mestre, nos versículos 23 e 24 de Mateus, indicam,
primeiramente, ao homem que deve usar de indulgência para com aquele que o
ofendeu, indo estender-lhe a mão, a fim de o chamar a si. Indicam, em seguida,
ao que cometeu uma falta, o DEVER DE REPARÁ-LA
IMEDIATAMENTE. Fazei, portanto, ó bem-amados, o que o Divino
Mestre fez e faz todos os dias. EFETIVAMENTE, JESUS NÃO VEM
A VÓS SEM CESSAR, ELE QUE EM TUDO É TÃO GRAVEMENTE OFENDIDO?
Não estende, continuamente, os braços para vos receber? Não vos convida ao
arrependimento POR TODOS OS MEIOS
POSSÍVEIS? E não vides, muitas vezes multiplicarem-se os seus
benefícios a um que vos parece o mais indigno deles, unicamente com o fim de
salva-lo? Quanto às palavras do versículo 25, do mesmo Evangelista, elas
compõem imagens materiais, destinadas a fazer que o homem compreenda a maneira
por que deve proceder com seus irmãos, TENDO EM VISTA O JUÍZO DE
DEUS. Dai-vos pressa em perdoar aos vossos inimigos, em
vos reconciliar com o vosso adversário ENQUANTO
JUNTOS PERCORREREIS O CAMINHO DA VIDA, POIS IGNORAIS QUANDO A MORTE VIRÁ DETER
OS VOSSOS PASSOS PARA VOS LEVAR À PRESENÇA DO SOBERANO JUIZ QUE TUDO LÊ NOS CORAÇÕES , E AÍ
ENCONTRA O FERMENTO DE PAIXÕES MAS, QUE PROCURAIS ENCOBRIR! RECONCILIAI-VOS,
PORTANTO, COM TODOS A QUEM HOUVERDESOFENDIDO, E PERDOAI-LHES COMO QUEREIS, COMO
PRECISAIS QUE O PAI CELESTIAL VOS PERDOE! Frisou o Mestre:
“Dali não sairás, enquanto não tiveres pago até o último ceitil”. Deveis
entender bem estas palavras: O HOMEM É O DEVEDOR DE DEUS,
QUE LHE OFERTOU TODAS AS COISAS PARA QUE FAÇA BOM USO DELAS. ORA, SE O HOMEM
NÃO PRATICA AS VIRTUDES QUE LHE SÃO ENSINADAS, SE REPELE SEUS IRMÃOS, TAMBÉM
SERÁ REPELIDO: É UMA CONSEQÜÊNCIA DA LEI DO AMOR E JUSTIÇA NA OBRA DA ETERNA
HARMONIA!
FAZER PENITÊNCIA
P
– Se Karl Marx conhecesse a Lei da Reencarnação, certamente reformaria a sua doutrina da igualdade, que pretende igualar os
desiguais. É o que deduzimos da passagem do Evangelho de Jesus segundo Lucas,
XIII: 1-5. Poderia pronunciar-se a respeito o Espírito da Verdade?
R
– Eis aqui a citada passagem evangélica:
1 – Por esse mesmo tempo,
vieram dizer a Jesus o que aconteceu a alguns galileus, cujo sangue Pilatos
misturou com o sangue do sacrifício que eles faziam. 2 – Em resposta, disse o
Cristo: “Pensais, acaso, que esses galileus, por terem sido tratados assim,
fossem os maiores pecadores da Galiléia? 3 – Eu vos declaro que não; e vos digo
que, se não fizerdes penitência, morrereis todos do mesmo modo. 4 – Acreditais,
igualmente, que os dezoito homens sobre os quais caiu a torre de Siloé, e os
matou, fossem mais devedores do que todos os habitantes de Jerusalém? 5 – Eu
vos declaro que não, e que, se não fizerdes penitência, morrereis todos do
mesmo modo.
Para
os judeus, as calamidades, as dores morais e os males físicos eram outras
tantas provas de que a ira de Deus pesava sobre as vítimas; concluíam, daí, que
estas eram culpadas. Jesus destruiu esse erro, SEM ENTRAR EM EXPLICAÇÕES
CONCERNENTES AS VIDAS ANTERIORES, porque
segundo a crença, meio apagada, que ainda existia a tal respeito, A REENCARNAÇÃO SÓ ERA CONCEDIDA A ALGUNS PRIVILEGIADOS,
isto é, só os grandes emissários do Senhor – almas de escol – mereciam o favor
de reencarnar. Os hebreus acreditavam na reencarnação ou repetição da
existência; entretanto, criam que isso só se dava com os maiores missionários,
como Elias, que reconheceram no Precursor – João, o Batista. A Lei Natural da
Reencarnação, transmitida veladamente a Nicodemos pelo próprio Jesus, só
poderia ser amplamente explicada pela Terceira Revelação, quando os homens se
houvessem tornado capazes de recebe-la. O Espiritismo, a ciência do CRISTIANISMO DO CRISTO, levantou o véu sob o
qual a palavra do Mestre sancionava o ensino dessa Lei Divina, base da IGUALDADE REAL, acima das fantasias dialéticas dos homens. SEM REENCARNAÇÃO NÃO HÁ, NEM PODERIA HAVER, IGUALDADE ABSOLUTA DE TODOS
OS HOMENS DIANTE DE DEUS. Por isso é que Jesus lembrou, a quantos ali
o ouviam, que era necessário FAZER PENITÊNCIA,
expiando suas faltas, não unicamente as que lhes eram conhecidas mas,
sobretudo, AS FALTAS QUE LHES ERAM
IGNORADAS. Ensinou, ainda, que nem só os atingidos pelas
desgraças merecem o labéu de culpados: TODOS DEVEM
FAZER PROFUNDO EXAME DE CONSCIÊNCIA, VERIFICAR SE NÃO MERECEM O MESMO CASTIGO.
Daí sua conclusão categórica: “Eu vos declaro que, se não fizerdes penitência,
morrereis do mesmo modo”. É a LEI.
A FIGUEIRA ESTÉRIL
P
– Temos compaixão dos jornalistas que só se preocupam em denegrir a honra
alheia, em vista da sua total ignorância das conseqüências, diante da Lei do
Retorno. São verdadeiros suicidas, que muito terão de gemer e chorar. Por isso
pedimos ao Espírito da Verdade que analise, para todos, a passagem da figueira
estéril. É possível?
R
– Sim. Vejamos o Evangelho de Jesus segundo Lucas, XIII: 6-9:
6 – Jesus também lhes contou
esta parábola: – Um homem havia plantado uma figueira na sua vinha, e – vindo
colher os seus frutos – nenhum achou. 7 – Disse, pois, ao seu vinhateiro: há
três anos que venho buscar os frutos desta figueira e não acho nenhum. Trata de
corta-la: por que há de estar, inutilmente, na terra? 8 – O vinhateiro
retrucou: Senhor, deixa a figueira mais este ano, a fim de que eu lavre a terra
em torno dela e lhe ponha estrume. 9 – Depois, se der fruto, muito bem; mas, se
não der, eu a cortarei.
Claro,
para todos, é o espírito desta parábola. Ela exprime, simbolicamente, a
longanimidade do Senhor e A DEDICADA INTERVENÇÃO DOS
ESPÍRITOS PREPOSTOS À GUARDA DE TODOS OS HOMENS,
em favor do seu progresso. O homem que – natureza árida e ingrata, que nenhum
conselho é capaz de abrandar, deixa (rebelde às inspirações do seu Anjo da
Guarda) escoa-se sua existência terrena fora das Leis
de Deus, sem dar os frutos que prometeu ANTES DE REENCARNAR – é, como a
figueira estéril, uma árvore má. Ora, nada produzindo
para o Bem, apesar dos cuidados do agricultor, do auxílio do estrume e da
cultura, TEM DE SER CORTADA, isto é, AFASTADA DO MEIO
ONDE SUA EXISTÊNCIA SÓ PODE SER NOCIVA. O homem mau, depois de
sofrer a expiação na erraticidade, pecador empedernido e insensível, volta
(reencarnando em mundos inferiores) a retomar – mediante novas e terríveis
provações – a via da reparação, da expiação e do progresso numa nova
existência, TRAZENDO CONSIGO A PENA
SECRETA DA ENCARNAÇÃO PRECEDENTE. Aquele, porém, que –
afinal! – abre o coração aos conselhos dos Bons Espíritos que o cercam, é como
a figueira que, tardiamente embora, tira proveito da cultura a que o submeteram
E COMEÇA A PRODUZIR FRUTOS BONS. Esta “figueira” não será mais cortada: será
apenas mondada e sustentada, amorosamente, pelos que lhe fortaleceram a seiva
entorpecida. Dissemos “será apenas mondada”.
Sim, porque aquele que se compenetra de seus erros é submetido às expiações
necessárias à reparação deles; mas não será mais relegado a mundos inferiores, COMO SUCEDE AO CULPADO INSENSÍVEL A TUDO.
É a Lei de Deus, justa e sábia, controlando todos os destinos humanos!
MULHER DOENTE
P
– A Doutrina do Novo Mandamento, que nos traz o CEU da LBV, reformou a
conceituação de DOENÇAS E DOENTES.
Doentes são todos aqueles que vivem fora da Lei de Divina; doenças são criações
da ignorância espiritual. Como o Espírito da Verdade interpreta a passagem da
mulher curvada?
R
– Eis o trecho do Evangelho de Jesus: Lucas, XIII: 10-13.
10 – Certo sábado, em que Jesus ensinava nas
sinagogas deles, 11 – surgiu uma mulher possessa de um espírito de enfermidade,
que a subjugava, havia dezoito anos. Tão curvada era que, absolutamente, não
podia olhar para cima. 12 – Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: “Mulher, estás
livre da tua doença”. 13 – E, impondo-lhe as mãos ela se endireitou no mesmo
instante, rendendo graças a Deus.
Os
judeus atribuíam a Satanás, isto é, aos espíritos maus, tudo o que não podiam
compreender e explicar. Por isso empregavam o termo possessão, falando das
curas feitas por Jesus, quando o Mestre dizia simplesmente: DOENÇA. Notai bem: ao passo que, segundo o modo de ver dos
homens, de acordo com as crenças hebraicas, se diz que a mulher tinha consigo
um espírito de enfermidade, o que Jesus lhe disse foi: “Mulher, estás livre da
tua doença”. E lhe impôs as mãos, o que só fazia nos casos de curas materiais,
em vez de ordenar ao espírito que se afastasse, como fazia nos casos de
“possessão”, isto é, de obsessão, de subjugação. Na verdade, a mulher sofria de
um AMOLECIMENTO DA MEDULA ESPINHAL E, PORTANTO, DE UM
ENFRAQUECIMENTO DA COLUNA VERTEBRAL: daí a impossibilidade de
se empertigar. A ação espírito-magnética, exercida por Jesus, restituiu ao
órgão enfraquecido a força de que carecia: eis por que a mulher “se
endireitou”. Não pergunteis QUAL A NATUREZA DOS FLUIDOS
DE QUE O MESTRE SE SERVIU, para operar aquela cura, nem QUAIS ERAM as propriedades atuantes
desses fluidos. Para que pudésseis perceber uma explicação a este respeito,
seria preciso conhecerdes A NATUREZA DOS FLUIDOS QUE
VOS CERCAM E SEUS EFEITOS. Ainda não chegou a hora de uma explanação sobre este
ponto. Contentai-vos com esta convicção: houve ação espírito-magnética, a
saber, A AÇÃO DO MAGNETISMO ESPIRITUAL QUE SE ASSOCIA À AÇÃO DOS VOSSOS PRÓPRIOS
FLUIDOS. Todas as vezes que empregais com fé o magnetismo (visando,
exclusivamente, obter alívio para a humanidade sofredora), VOSSOS GUIAS VOS
AJUDAM, PELA AÇÃO DO MAGNETISMO ESPIRITUAL, PARA VÓS IMPERCEPTÍVEL.
E tal ação se desenvolve mais ainda, quando lhes suplicais, com fé, a
assistência poderosa. Bem-amados irmãos, praticais com ardor, com desinteresse
e perseverança, esta CIÊNCIA CELESTE QUE JESUS
VOS CONFIA AGORA, e também vós fareis que se empertiguem os
que se acham curvados, que os surdos ouçam, que os mudos falem, que os cegos
vejam! Vós também (quem o diz é Jesus) podeis cauterizar as chagas, sustar as
perdas de sangue, levantar os coxos e fortalecer os fracos. Não dizemos que
basta a vossa vontade, nessa direção: AINDA NÃO VOS
DESPRENDESTES SUFICIENTEMENTE DA MATÉRIA, PARA QUE SEJA ASSIM.
Lembrai-vos da advertência do Cristo: “SEM MIM, NADA
PODEREIS FAZER”. Mas a vossa perseverança, auxiliada PELA ASSISTÊNCIA OCULTA DOS VOSSOS GUIAS, obterá com o tempo O QUE
UNICAMENTE A VONTADE DO MESTRE CONSEGUIA NUM INSTANTE. Eis por que repetimos:
não desprezeis o tesouro que Jesus vos confia. Só a prática séria e
perseverante desenvolverá os vossos poderes!
O DIA E O CULTO DO SÁBADO
P
– O admirável, na orientação da LBV, é que o Centro Espiritual Universalista
não admite ensinamentos de homens. Por isso, temos confiança absoluta na
Doutrina do Novo Mandamento. Com referência à cura da mulher curvada, num
sábado, que diz o Espírito da Verdade?
R
– Vejamos a passagem do Evangelho de Jesus segundo Lucas, XIII: 14-17.
14 – O chefe da sinagoga,
instigado por haver Jesus feito uma cura em dia de sábado, disse ao povo: “Há
seis dias destinados ao trabalho; vinde num desses dias para serdes curados,
não no sábado”. 15 – Mas Jesus lhe disse: “Hipócritas, qual de vós deixa de
soltar o seu boi ou o seu jumento, ou de tirar do estábulo para lhes dar de
beber, em dia de sábado? 16 – Por que, então, não se devia libertar, em dia de
sábado, esta filha de Abraão, há dezoito
anos presa nos laços de Satanás?” 17 – Ouvindo-lhe estas palavras, seus
adversários ficaram envergonhados. E todo o povo se alegrava de ver Jesus
praticar tantas coisas, gloriosamente.
O
sábado foi instituído por Deus, por intermédio de Moisés, como medida contra os
abusos do poder. Para aqueles povos de coração endurecido, era necessário o
Quarto Mandamento, QUE OS PROTEGIA DE SI MESMOS.
Do contrário, os escravos teriam sucumbido ao jugo que se tornava insuportável.
Nem mesmo os animais poderiam sobreviver! A Lei do Sábado, portanto, refreando
os arbítrios do poder, evitou que os mais fortes, pela violência das exações,
sacrificassem os mais fracos – homens e animais. O sábado era, por isso mesmo,
de REPOUSO FORÇADO, OBRIGATORIAMENTE IMPOSTO À CUPIDEZ
E A AVAREZA, QUE DESSE MODO DESCANSAVAM, DANDO TEMPO ÀS SUAS VITIMAS DE
RECOBRAREM ALENTO. Ao homem material – leis materiais; ao
homem inteligente – leis inteligentes. A Lei do Sábado estava certa, e por isso
o Cristo a respeitou. Mas advertiu: “O sábado foi feito para o homem, não o
homem para o sábado”, como vemos no Evangelho segundo Marcos, II: 27. Sim, o
sábado foi instituído para dar repouso ao homem, para por freio aos seus
excessos contra si mesmo e, principalmente, contra os outros. Era, pois, uma
lei de proteção, em seu próprio benefício. Em suma: O SÁBADO
ESTAVA SUBMETIDO ÀS NECESSIDADES DO HOMEM, NÃO ESTE A UMA OBSERVÂNCIA
INSENSSATA DO SÁBADO. Como já vos dissemos, no estudo da Primeira
Revelação, Jesus não revogou o sábado: veio faze-lo
cumprir dentro da Lei Divina. Portanto, repousai os
vossos corpos dos trabalhos que os fatigam; mas que os vossos corações nunca
repousem, deixando de praticar o Bem que lhes cumpre fazer. Não vos admireis de
que Jesus, operando naquela mulher uma cura material (a cura de sua doença como
declarou) tenha dito respondendo ao chefe da sinagoga: “Por que, então, não se
devia libertar, em dia de sábado, esta filha de Abraão, há dezoito anos presa
nos laços de Satanás?” O Mestre apropriava sempre sua linguagem às
inteligências, às tradições, às crenças e preconceitos dos homens a quem
falava, a fim de ser compreendido, mas RESERVANDO
PARA O FUTURO A COMPREENSÃO, PELO ESPÍRITO, DO VERDADEIRO SENTIDO DA LETRA DE
SUAS PALAVRAS. Se Jesus tivesse dito que apenas havia curado uma
doença, ninguém lhe daria crédito. Daí vem que, dirigindo-se ao chefe da
sinagoga e aos que o cercavam, empregou as expressões habituais “filha de
Abraão” e “Satanás”, entendei bem, para não ferir as crenças dos judeus e para
que o fato fosse aceito, disse: “Por que, então, não se devia libertar, em dia
de sábado, esta filha de Abraão, há dezoito anos presa nos laços de Satanás?”
Satanás, aqui, significa “espírito de doença”. Entretanto, voltando-se para a
mulher curvada, deixou bem claro: “Estais livre da tua doença”. Para encerrar: Jesus respeitou o SÁBADO DE DEUS, o Quarto Mandamento do Decálogo dado
a Moisés. Não o revogou. Nenhuma igreja, portanto o poderia fazer em seu nome.
ADULTÉRIO NO CORAÇÃO
P
– Lemos no Evangelho de Jesus, segundo Mateus, esta sentença de Jesus: “Quem
olhar para uma mulher, cobiçando-a, já cometeu adultério no seu coração”. Como
o Espírito da Verdade interpreta estas palavras do Mestre?
R
– Esta é a passagem evangélica: Mateus, V: 27-30.
27 – Aprendestes que aos
antigos foi dito: “Não cometerás adultério”. 28 – E eu te digo: quem olhar para
uma mulher, cobiçando-a, já cometeu adultério no seu coração”. 28 – Se o teu
olho direito te for motivo de escândalo, arranca-o e lança-o fora de ti,
porquanto melhor te é que pereça um dos membros do teu corpo do que ser todo
ele atirado na geena. 30 – Se a tua mão direita te for motivo de escândalo,
corta-a e lança-a longe de ti, porquanto melhor te é que pereça um dos membros
de teu corpo do que ir todo ele para a geena.
São
simbólicas as palavras de Jesus, constantes destes versículos; portanto não
devem ser tomadas no sentido que lhes é próprio. Tem uma acepção geral, visando
a fazer que os homens compreendam o dever de se absterem, NÃO SÓ DE TODAS AS MÁS PALAVRAS, DE TODAS AS MÁS AÇÕES, MAS AINDA DE
TODOS OS MAUS PENSAMENTOS. No que ele diz “do olho direito” e “da mão
direita”, que forem para o homem “motivo de escândalo e de queda”, só há
imagens inteiramente materiais, adequadas aos espíritos da época (são
decorridos quase dois mil anos) e DESTINADAS A IMPRESSIONAR
FORTEMENTE A HOMENS ANIMALIZADOS. Tais assertivas reforçam
os ensinos do Cristo: não basta ao homem abster-se
do mal, cumpre-lhe praticar o Bem. Ora, para chegar a isto,
é preciso que ele destrua no seu ego TUDO O QUE É
MAU E CAUSA DE SOFRIMENTO; não olhar a sacrifício algum para purificar
seu coração. A falta cometida por pensamento, embora não
exista para os seus semelhantes, é falta patente aos olhos do Senhor
que, no homem, vê o Espírito em
prova. A cobiça foi comparada ao adultério porque é uma falta
que o Espírito comete.
CASAMENTO E JURAMENTO
P
– Só mesmo o Espírito da Verdade nos pode orientar, nesta época apocalíptica,
rigorosamente de acordo com a vontade do mestre. Como devemos encarar os
problemas do casamento e do juramento, diante do Evangelho de Jesus?
R
– Vamos ver Mateus, V: 31-37, e Lucas, XVI: 18.
MATEUS: 31 – Também foi dito
aos antigos: “Quem abandonar sua mulher dê-lhe carta de repúdio”. 32 – Eu,
porém, vos digo que quem repudiar sua mulher, salvo em caso de adultério, a
torna adúltera; e aquele que tomar a mulher repudiada por outro, comete
adultério. 33 – Ouvistes ainda, que aos antigos foi dito: “Não farás juramento
falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos”. 34 – Eu, porém, vos
digo que não jureis de forma alguma: nem pelo céu, que é o trono de Deus; 35 –
nem pela terra, que é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, que é a cidade
do grande rei. 36 – Não jureis, tampouco, pela vossa cabeça, porque não podeis
tornar branco ou preto um só de seus cabelos. 37 – Seja o vosso falar sim-sim,
não-não; pois o que passar disto procede do maligno.
LUCAS: 18 – Quem quer que
deixe sua mulher, e tome outra, comete adultério; e quem desposar a mulher, que
o marido abandonou, também comete adultério.
O
ensino de Jesus sobre o divórcio tinha por objetivo IMPEDIR QUE OS
HOMENS MULTIPLICASSEM, DIVORCIANDO-SE, O NÚMERO DE MULHERES ABANDONADAS SOB OS
MAIS ABSURDOS PRETEXTOS. Não foi em vão que, embora figuradamente, as
Escrituras disseram ter feito Deus, no princípio, um homem e uma mulher para origem da Humanidade. O homem não deve
nivelar-se ao bruto, considerando a mulher “um meio”. Deve compreender que
sendo a mulher, também, UM ESPÍRITO CRIADO PELO
SENHOR, ESPÍRITO IGUAL AO SEU EM TUDO, cumpre-lhe suportar com
ela as dores e alegrias da vida humana tão breve, se a mulher, pela sua
constituição física, se mostra mais fraca, necessitada de certa proteção do
homem mais se justifica o princípio divino de AMPARO DO
FRACO PELO FORTE (e será, mesmo, o homem mais forte que a
mulher?), porque – no seio da Humanidade – tem de prevalecer a LEI DO AMOR. Pois não sabeis que ESPÍRITO NÃO TEM SEXO? Por que o homem levado,
muitas vezes, a deixar a companheira que escolheu, não culpeis as Leis da
Natureza: culpai, antes, as leis humanas, a vossa própria “civilização”, que
ainda faz da união do homem e da mulher uma operação mercantil ou interesseira
de toda espécie, quando deve ser A APROXIMAÇÃO DE DOIS
ESPÍRITOS SIMPÁTICOS, FELIZES DE SUPORTAREM JUNTOS AS PROVAÇÕES HUMANAS.
Quando o homem se houver despojado dos maus instintos, quando compreender o fim exato e verdadeiro da sua existência,
não lutará mais pela lei do divórcio. Saberá que Deus divorcia os que não devem
continuar juntos, além do limite certo. Aguardai maiores esclarecimentos, sobre
casamento, adultério e divórcio (explicações que vos daremos depois, incumbidos
que estamos pelo Mestre de transmiti-las a todos vós) quando tratarmos do
Evangelho de Jesus segundo Mateus (XIX: 1-9) e Marcos (X: 1-12). Quanto às
palavras do Cristo relativas ao juramento, tinham por fim POR TÊRMO AO ABUSO QUE DELE FAZIAM OS JUDEUS.
O juramento é inútil para o homem de coração puro, pois nunca lhe virá o
pensamento de negar ou faltar à sua palavra. Jesus falava aos que queriam e
deviam caminha nas vias do Senhor mas, para o homem, tal como é ainda hoje, o
juramento constitui um freio que a “civilização” lhe impõe. E sabeis que SÃO MUITO POUCOS OS QUE RESPEITAM SEUS JURAMENTOS! A
obrigação do juramento desaparecerá brevemente, na etapa final deste ciclo,
quando já estará em todas as consciências o CRISTIANISMO
DO CRISTO. Sim, quando os homens se tiverem despojado de suas
paixões miseráveis, alimentadas pelo homem velho, O HOMEM NOVO,
O HOMEM NASCIDO DA LUZ DO NOVO MANDAMENTO DO CRISTO DE DEUS, NÃO PRECISARÁ
DIZER MAIS QUE: SIM-SIM, NÃO-NÃO. Lutem todos firmes no
bom combate, por que disse o Mestre: – Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos
libertará.
OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE
P
– Os ensinos dos homens sempre nos deixam confusos, porque eles se contradizem
de todos os modos imagináveis. Por isso mesmo, o CEU da LBV chegou na hora
certa, para nos aclarar o entendimento espiritual. Como o Espírito da Verdade
analisa o “olho por olho, dente por dente” face ao Novo Mandamento de Jesus?
R
– Vejamos estas passagens do Evangelho: Mateus, V: 38-42 e Lucas, VI: 29-30.
MATEUS: 38 – Sabeis que foi
dito aos antigos: “Olho por olho, dente por dente”. 39 – Eu, porém, vos digo:
não resistais ao que é mau; se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe
a outra; 40 – àquele que quiser tomar a vossa túnica entregai, também, a vossa
capa. 41 – Se alguém vos forçar a caminhar mil passos, marchai com ele dois
mil. 42 – Daí a quem vos pedir e não recuseis empréstimo a quem o solicitar.
LUCAS: 29 – Se alguém te
bater numa face, apresenta-lhe a outra; se alguém quiser tua capa, dá-lhe
também a túnica. 30 – Dá a todo aquele que te pedir, e não reclames contra o
que levar os teus bens.
O
sentido destas palavras, encaradas segundo o espírito, jamais segundo a letra,
se torna claro desde que, de um lado, nos reportemos à ÉPOCA EM
QUE JESUS DESEMPENHAVA SUA MISSÃO E TENHAMOS EM CONTA OS HOMENS A
QUEM FALAVA; e, de outro lado, consideremos o objetivo daquela
missão, de amor e caridade – objetivo que consistia na
implantação do Novo Mandamento. O Mestre teria de
espalhar, como espalhou, doutrinando e exemplificando, as sementes que haviam de frutificar
para o futuro. Os preceitos da lei antiga
ERAM DE MOLDE A ATEMORIZAR HOMENS QUE SÓ PODIAM SER
GOVERNADOS PELO TEMOR; HOMENS CUJA NATUREZA, VIOLENTA E CRUEL, NÃO ENTENDIA UMA
LEI DE AMOR E DOÇURA. O próprio Deus, através do Pentateuco,
falava de um povo “de dura cerviz”. Para que Moisés fizesse respeitar os
direitos individuais, preciso foi que o convencesse de que, COMO CASTIGO, SOFRERIA TANTO OU MAIS DO QUE FIZERA SOFRER.
Jesus teve, portanto, de combater o extremo com o extremo, o exagero do mal com
o exagero do Bem: daí resultaria, com o tempo, o necessário equilíbrio às
relações humanas. Na realidade, a Lei do Cristo punha em relevo o amor, a
paciência, a abnegação que todo homem devia confessar, não só para com seus
(parentes ou amigos) mas até mesmo para com os que lhe queriam mal e procuravam
prejudica-lo. Não podia o Mestre falar, com a clareza necessária, sobre a Lei
de Causa e Efeito; a reencarnação, por sua vez, era apenas (para aqueles
ignorantes) um privilégio dos grandes emissários de Deus. O recurso eram
aquelas palavras que – através dos séculos- deram motivo a tantas explorações
dos ateus e livres-pensadores: para eles, Jesus pregava
a covardia, o desfibramento, a insensibilidade moral; estimulava o crime e
ainda recompensava o criminoso! Vós, entretanto,
compreendeis por que o Cristo opôs o AMAI-VOS à
truculência humana do “olho por olho, dente por dente”. Meditemos: “Sabeis que foi dito aos antigos: “olho por olho, dente por dente”. Eu,
porém, vos digo que não resistais ao mal que vos queiram fazer”, isto é, o
homem deve, antes de se revoltar contra a injúria, lançar mão de todos os meios
possíveis para atrair a si aquele que o injuria; deve, mesmo, por de parte todo o orgulho e humilhar-se, se
preciso for, para salvar aquele que se transviou; não deve, NUNCA, fazer
justiça pelas próprias mãos, PORQUE A DEUS PERTENCE JULGAR e a cada um será
dado de acordo com suas obras. Ninguém transgride, impunemente, as Leis Divinas que regem o vosso mundo e
todos os mundos do Universo. Mas, ainda hoje, muitos
espiritualistas não aceitam a Doutrina do Mestre, porque o orgulho e o egoísmo
se revoltam contra ela! Quanto as leis humanas, que controlam vossos passos,
embora imperfeitas (espiritualmente falando), são necessárias à maturação da
vossa segurança. Acatai todas essas leis, porque tudo é apropriado aos tempos e
à inteligências. Deixai que tais leis sejam
executadas, quando tiverdes inutilmente empregado os meios, que a caridade vos
faculta, diante daqueles que vos caluniam, prejudicando os vossos justos
interesses. Meditemos um pouco mais: “Aquele que
quiser tomar a vossa túnica entregai, também, a vossa capa; se alguém quiser
tua capa, dai-lhe também a túnica”. Nestas palavras, Jesus
mostra aos homens que A BOA VONTADE, DEMONSTRADA A
UM IRMÃO CULPADO, PODE SERVIR PARA A SUA CORREÇÃO. Ninguém
pensará, certamente, que Jesus tenha pretendido animar o roubo ou a violência,
prescrevendo que o homem ceda a este ou aquele, perdoando todas as extorsões.
Bem sabeis que, para atingir inteligências obtusas, foi preciso falar assim:
Jesus teve de figurar tais exemplos de amor e de abnegação para que, procurando
seguir-lhe os preceitos, ainda que de longe, os que o ouviam enveredassem pelo
caminho do Bem. Bastante compreensível, também, deve ser o sentido destas
palavras: “Se alguém vos forçar a caminhar mil passos,
marchai com ele dois mil”. Significa: sendo-vos possível, não recuseis
nunca atender a um apelo de vosso irmão. Ao contrário: adiantai-vos e
ultrapassai, cativando-o, os limites por ele próprio traçados à vossa BOA VONTADE. Não vos contenteis com o serviço prestado:
tratai de ver se por detrás do apelo, não há uma necessidade maior. Examinai a
situação do vosso próximo e prestai-lhe OS FAVORES QUE
GOSTARIEIS DE RECEBER, SE ESTIVESSEIS NO SEU LUGAR.
Não menos compreensível deve ser o sentido caridoso, moral e materialmente
falando, destas outras palavras do Cristo: “Daí a quem
vos pedir e não recuseis empréstimo a quem o solicitar”. Jamais
negueis a esmola da vossa bolsa, da vossa inteligência ou do vosso coração, na
medida de vossas possibilidades. Não penseis em despojar os que tenham obtido
de vós alguma coisa, ainda que hajam usado de meios vergonhosos, mesmo da
violência. Tratai, pelo contrário, de fazer com que redunde em proveito de quem
o tirou aquilo que vos foi tirado: a Lei restitui a cada um,
que age assim, O QUE LHE PERTENCE POR DIREITO DIVINO.
Mas não alenteis o vício: trabalhai por desviar dele o vosso irmão, usando os
remédios do Cristo Eterno. No estado atual da sociedade humana, inegáveis são –
a necessidade e o dever da resistência (pelos meios que as leis e a justiça
prescrevem) à injustiça, ao ultraje, à espoliação, a fim de impedir que o
próximo, por atos delituosos ou criminosos, pratique o mal, sucumbindo nas suas provas, ou para trazer um
irmão, que deste modo transgride a Lei, à condição de não mais falir,
futuramente, DA PARTE DOS HOMENS, PORÉM,
A PENA E O CASTIGO DEVEM TER POR FIM (COMO TÊM DA PARTE DE DEUS) A MELHORIA
MORAL DO CULPADO E SEU PROGRESSO.
O APOCALIPSE E A REVOLUÇÃO DO PLANETA
P – Para que se escutem os
desígnios do Evangelho e do Apocalipse de Jesus, a revolução moral, lenta e
sempre progressiva, será acompanhada de uma revolução física (também lenta e
sempre progressiva, atingindo toda a Humanidade pelo surto de novas raças,
trazendo corpos diferentes dos nossos, cada vez menos materiais e, depois,
fluídicos) e que abranja igualmente a constituição da Terra e todos os reinos
da Natureza. Que diz o Espírito da Verdade?
R – A revolução física, que
se vai operar acordemente com a revolução moral (explicaremos TUDO mais
adiante, quando chegar a hora), foi predita, por Jesus durante a sua missão
terrena: essa predição se encontra velada na sua palavra evangélica e na
revelação por ele feita a João, na Ilha de Patmos. Sim, o progresso físico será
realizado AO MESMO TEMPO com o progresso moral. AS NECESSIDADES DA
NATUREZA MUDARÃO QUANDO AS DA ALMA SE HOUVEREM DEPURADO. Pouco a pouco, por
uma transição que nem todos poderão apreciar, a constituição física do planeta
( que já se modificou e transformou progressivamente, como o atestam as fases
geológicas já percorridas) se irá apurando, melhorando gradualmente, tornando-o
HABITAÇÃO APROPRIADA A ESPÍRITOS LIBERTOS DE TODAS AS FRAQUEZAS E DE TODOS
OS VÍCIOS. No mesmo passo do homem, também se empenharão nessa marcha ascendente
– pela via do progresso – os animais, os vegetais, os seres de todos os reinos
da Natureza, a fim de que a harmonia se mantenha em todo o orbe. Depois do
próximo e último Armagedon, vereis o novo céu e a nova terra, profetizados por
Jesus no Apocalipse. TUDO SERÁ DIFERENTE DO QUE AGORA VÊDES E CONHECEIS.
Já podeis verificar que os animais tidos
por ferozes, ou indomáveis, começam submeter-se ao jugo do homem. Da mesma
forma, o homem começa a aceitar o jugo suave do Cristo de Deus. Tudo terá de
tomar parte nessa ascensão para o bem, longa e penosa. Poupai, portanto, as
vossas forças. Concentrai-as, para poderdes atingir a meta, no seio amoroso do
Pai Celestial, depois de tudo dardes, moral e intelectualmente, em prol da vida
e harmonia universais. Todos vós passastes pelo crivo do “olho por olho, dente
por dente”: estas palavras (despojado da letra, que mata, o espírito que
vivifica) sempre se aplicaram à Justiça de Deus, da qual (veladamente) fala o
Antigo Testamento: ela sempre se exerceu, segundo a lei de talião, sobre o
Espírito culpado, para sua purificação e seu progresso, primeiro – mediante a
expiação na erraticidade, depois – mediante a reencarnação, para novas
provações decisivas. Observai que TODOS OS FATOS REFERIDOS NO ANTIGO
TESTAMENTO TÊM UM CARÁTER ALEGÓRICO, AGORA MAIS ACESSÍVEL AO VOSSO ENTENDIMENTO.
Somente os que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir poderão aceitar a Unificação
das revelações de Jesus, principalmente a do Apocalipse, atualmente o mais
importante de todos os livros da Bíblia Sagrada. Por tudo isso, como adverte o
Mestre, ore e vigie! Os CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO, seguindo os
exemplos de Jesus e palmilhando as suas pegadas, podem – individual e
excepcionalmente – dar na prática esses frutos vivos de humildade, abnegação,
renúncia, caridade e amor, com o fim de melhorar os bons e despertar os maus
para o Bem. Compreendendo a Lei de Deus também os homens alcançarão o valor de
tais preceitos. E, UM DIA, QUE JÁ VEM PERTO, DEUS SERÁ O ÚNICO JUIZ A
SENTENCIAR NAS CONTENDAS ENTRE OS HOMENS: O TRIBUNAL DE DEUS SERÁ O ÚNICO AO
QUAL TUDO ESTARÁ SUJEITO. A
consciência do homem estará nas condições que lhe permitam apreciar o
seu próprio proceder e todos os seus sentimentos, vendo claro dentro de si
mesmo. Ele ouvirá, então, essa voz sublime, tantas vezes desatendida – a da sua
consciência! Não praticará mais nenhum ato sem a consultar previamente. Não
chegastes, ainda, à ÉPOCA DOS DESÍGNIOS FINAIS DO EVANGELHO E DO APOCALIPSE,
COMO MOISÉS NÃO CHEGOU, DO MESMO MODO QUE OS PROFETAS, A DO CUMPRIMENTO DA LEI
DE DEUS. Preparai-vos para a revolução moral, aguardai-lhe os efeitos
redentores! Se não os puderdes observar com os olhos do corpo, dado vos será
acompanha-los em espírito e trabalhar, com mais eficácia, pelo cumprimento de
todas as palavras de Jesus. Meditai: a época da execução dos sagrados desígnios
– evangélicos e apocalípticos – será aquela em que, com o tempo e as últimas
reencarnações, com o concurso dos Espíritos encarnados EM MISSÃO, e
mediante a influência oculta e permanente dos Espíritos do Senhor, a Terra
estará totalmente iluminada pelo Novo Mandamento do Cristo de Deus. Aquela em
que o vosso mundo se terá tornado – feita a separação dos bons, retirados para
planetas inferiores os Espíritos culpados e rebeldes – MORADA EXCLUSIVA DE
ESPÍRITOS BONS, MORADA DE PAZ E AMOR, DE UMA FELICIDADE ABENÇOADA PELO PAI DE
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, NOSSO PAI E VOSSO PAI! Sim, será ao tempo em que
o homem tiver despido suas vestes impuras e revestido a túnica da inocência,
que amorosamente lhe tecemos. Exatamente como ensinou o Mestre aos seus
discípulos: - Quem perseverar, até o fim, será salvo.
SÓ
A DEUS CABE JULGAR
P – Os estudiosos da Palavra
de Deus compreendem agora, graças à LBV, que PERDOAR NÃO É ESTIMULAR O CRIME
E PREMIAR O CRIMINOSO, MAS ENTREGAR A DEUS O JULGAMENTO. Como o Espírito da
Verdade interpreta as palavras de Jesus, quanto aos inimigos?
R – Vamos analisar o
Evangelho segundo Mateus, V: 43-48, e Lucas, VI: 27-28 e 32-36.
MATEUS: 43 – Sabeis que foi
dito aos antigos: “Amarás o teu próximo e odiarás teu inimigo”. 44 – Eu, porém,
vos digo: amai aos vossos inimigos; fazei bem àqueles que vos odeiam; orai
pelos que vos perseguem e caluniam, 45 – a fim de serdes filhos de vosso Pai
que está no céu, que faz nascer o sol para os bons e para os maus, e faz chover
para os justos e os injustos. 46 – Porque, se amardes somente aos que vos amam,
que recompensa tereis? Não fazem o mesmo os publicanos? 47 – Se saudardes
somente os que vos amam, que é que fazeis mais do que os outros? Não fazem o
mesmo os gentios? 48 - Sede, pois,
perfeitos como é perfeito o vosso Pai Celestial.
LUCAS: 27 – Eu, porém, digo a
todos vós que me escutais: amai aos vossos inimigos; fazei bem aos que vos
odeiam; 28 – abençoai aqueles que vos amaldiçoam; orai pelos que vos caluniam.
32 – Se não amardes senão àqueles que vos amam, que merecimento tereis, se os
pecadores também amam aos que os amam? 33 – Se fizerdes o bem somente aos que
vos fazem bem, que mérito tereis, se os pecadores procedem do mesmo modo? 34 –
Se só emprestardes àqueles de quem esperais receber, que mérito tereis, se os
pecadores também emprestam a pecadores, contando receber outro tanto? 35 –
Amai, portanto, aos vossos inimigos; fazei bem a todos e emprestai, sem esperar
retribuição. Então, vossa recompensa há de ser muito grande e sereis filhos do
Altíssimo que é benevolente para com os ingratos e os maus. 36 – Sede, pois,
misericordiosos, como é misericordioso o vosso Pai Celestial.
Praticai
a Lei do Amor e da Caridade, sempre e em toda parte, para com todos, conhecidos
e desconhecidos, amigos e inimigos. Nisto se resume o Novo Mandamento do
Mestre, que assim pôde dizer: “NINGÉM TEM MAIOR AMOR DO
QUE ESTE – DAR SUA VIDA POR TODOS”, inclusive Judas
Iscariotes, que o traiu. Pois se Deus concede os benefícios da Natureza a toda
a Humanidade, POR QUE HÁ DE O HOMEM
NEGAR-SE A DIVIDIR COM SEUS IRMÃOS O QUE RECEBE DO PAI COMUM? SÓ DEUS CABE
JULGAR, PORQUE SÓ O SEU JULGAMENTO É ÍNTEGRO E ISENTO DAS PREOCUPAÇÕES
INTERESSEIRAS, QUE TANTAS VEZES POLUEM OS VOSSOS JULGAMENTOS. Portanto,
sede bons para com todos os vossos irmãos em Humanidade: deixai a Deus o
encargo de julgar os que saíram de suas mãos e cujos corações e pensamentos só
Ele pode sondar. Nada façais nunca tendo em vista apenas a recompensa. Vossas
ações, qualquer que sejam, devem subordinar-se tão somente ao amor do dever, ao
amor e ao reconhecimento de Deus. Se elas não forem mais do que um “empréstimo”
feito a Deus, objetivando unicamente a recompensa que Ele vos queira dar, estareis praticando a usura para com a Eternidade! Enquanto
vos mantiverdes sob a influência desse sentimento de egoísmo, não sereis filhos
do Altíssimo. A RECOMPENSA DEUS A CONCEDE
AOS ATOS QUE, PELO PENSAMENTO E PELO CORAÇÃO, NASCEM DO AMOR
DESINTERESSADO. A
verdade é que a vossa fraqueza se assusta, e o vosso orgulho se revolta, ante
as palavras do Mestre: amai até mesmo aos vossos
inimigos! Para se praticar este amor, não basta a isenção de
ódio, de rancor ou desejo de vingança contra os “inimigos”, não basta a
abstenção de palavras, de atos, de tudo o que lhes possa ser nocivo ou
desagradável; não basta perdoar-lhes e esquecer o mal que fazem ou fizeram. É
preciso pagar-lhes, em tudo, por toda parte e sempre, o mal com o Bem, por
todos os meios, sob todas as formas e em todas as circunstâncias, com
sinceridade no pensamento e no coração. É preciso trabalhar, assim, sem cessar,
por salva-los para Deus.
É preciso que, sinceramente e possuídos do sentimento do AMOR UNIVERSAL (que deve crescer continuamente no coração
do homem, para aproxima-lo cada vez mais de Deus), sim –
insistimos, para o vosso bem – é preciso que façais o Bem àqueles que vos
odeiam! É preciso que, não com os lábios mas com o coração,
abençoeis todos aqueles que vos amaldiçoam, oreis pelos que vos perseguem e
caluniam. Aquele que, deste modo, FAZ O BEM, abençoando
e orando, ESTÁ NA POSSE DO AMOR AOS INIMIGOS. Não
há outra forma de ser feliz. Tratai, pois, de vos libertar das influências
inferiores – pela prece, pela prática da Lei do Amor e da Caridade. Vereis
então desenvolver-se, cada vez mais, sob
a influência e ação da vossa depuração moral, a bondade, a misericórdia, a
benevolência de que usa o vosso PAI
para com os ingratos, pois faz o sol nascer para os bons e maus, faz chover
para justos e injustos. Por isso, disse Jesus: SÊDE PERFEITOS
COMO É PERFEITO O PAI CELESTIAL. Isto quer dizer: exercei,
praticai sinceramente todas as virtudes que o Mestre vos ensinou, PARA VOS CONDUZIREM AQUELE QUE É PERFEITO! Agindo
de acordo com os ensinos do Cristo, através da Nova Revelação, alcançareis a
vitória final. O caminho é tortuoso, cheio de escolhos e dificuldades, mas
finaliza num sítio pleno de claridades e delícias: a Jerusalém celestial!
O SEGREDO DAS BOAS OBRAS
P
– Antes nós tínhamos medo das opiniões alheias; agora, com a Doutrina do CEU da
LBV, sabemos da grande verdade: BASTA QUE DEUS SAIBA,
pois Ele conhece tudo! Como o Espírito da Verdade explica o ensino de Jesus
sobre a prática das boas obras?
R
– Tais palavras estão no seu Evangelho segundo Mateus, VI: 1-4:
1 – Tende cuidado em não
praticar as boas obras diante dos homens, para que eles as vejam e vos louvem;
porque assim não tereis recompensa do vosso Pai que está nos cèus. 2 – Quando,
pois, derdes esmola, não mandeis tocar trombeta à vossa frente, como fazem os
hipócritas nas sinagogas e nas praças públicas, para serem honrados pelos
homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. 3 – Mas, quando
derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a direita, 4 – a fim de
que a esmola fique secreta; e vosso Pai que vê o que se passa em segredo, vos
recompensará..
Para
vós, Cristãos do Novo Mandamento, estas palavras não precisam mais de
explicação. Aos homens, ainda presos nas trevas do mundo, é que temos de dizer:
praticai o Bem PELO DEVER DE PRATICÁ-LO, JAMAIS
VISANDO AOS ELOGIOS HUMANOS. Não procureis, sequer, o
proveito espiritual que possais tirar das vossas obras. Esforçai-vos por seguir
os passos de Jesus; ele nada tinha a ganhar
dedicando-se aos homens. Entretanto, foi bom e caridoso no máximo
grau, objetivando unicamente ser útil a criaturas que não o mereciam! Procedei
sempre assim, evitando os louvores humanos: estes
trazem – quase sempre – um veneno sutil que, cedo ou tarde, produz devastações
na alma de quem os recebeu com prazer. BUSCAI SOMENTE OS APLAUSOS DA VOSSA
CONSCIÊNCIA! E quando ela vos disser no íntimo – Está bem! –
ide, cheios de alegria, agradecer ao Pai Celestial o ter-vos concedido meios de
obter a sua aprovação e a sua benção. QUANTO A
RECOMPENSA, ESPERAI-A SEMPRE E SOMENTE DO SEU AMOR. Os Espíritos
Bem-aventurados poderão dizer-vos o que ela significa.
Portanto, que nunca a vossa mão esquerda saiba o que a direita faz, isto é, praticai em segredo tanto a CARIDADE MATERIAL QUANTO A CARIDADE
ESPIRITUAL, com as habilidades da inteligência e as delicadezas
do coração, tento por sentimentos exclusivos o desinteresse, a sinceridade, a
humildade, o devotamento e o amor. E, sobretudo, lembrai-vos: segundo o
Espírito, no pensamento de Jesus, a palavra esmola,
que entre vós tem um sentido humilhante, significa, acima de tudo, CARIDADE MATERIAL COMPLETADA PELA CARIDADE ESPIRITUAL.
O “PAI NOSSO”
P
– Graças à Doutrina do Novo Mandamento de Jesus, entendemos o valor da FÉ
RACIOCINANTE, que é a substância das coisas desejadas, como escreveu o
Apóstolo Paulo. Como nos explica o Espírito da Verdade a maravilha que é a
prece do “Pai Nosso”?
R
– Vejamos o Evangelho segundo Mateus, VI: 5-15, e Lucas, XI: 1-4.
MATEUS: 5 – Do mesmo, quando
orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas
e nos cantos das praças públicas, para serem vistos pelos homens. Em verdade
vos digo: já receberam a sua recompensa. 6 – Quando quiserdes orar, entrai no
vosso quarto e, fechada a porta, orai ao vosso Pai em segredo; e Deus, que vê o
que se passa em segredo, vos recompensará. 7 – Quando orardes, não faleis
muito, como fazem os gentios, pensando que serão ouvidos por falarem demais. 8
– Não sejais como eles, porque Deus sabe de que precisais, antes que façais o
pedido. 9 – Orai assim: “Pai Nosso, que estás no céu, santificado seja o teu
nome; 10 – venha a nós o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra
como no céu; 11 – o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; 12 – perdoa as nossas
ofensas, como nós perdoamos aos nossos ofensores; 13 – e não nos deixes cair em
tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o reino, e o poder, e a glória
para sempre. Assim seja”. 14 – Porque, se perdoardes aos homens as suas
ofensas, o Pai Celestial também perdoará as vossas ofensas; 15 – se, porém, não
perdoardes aos homens, Deus também não vos perdoará as vossas ofensas.
LUCAS: 1 – E sucedeu que
depois de orar, um dos discípulos lhe disse: “Senhor, ensina-nos a orar, como
João ensinou aos seus discípulos”. 2 – Então, Jesus lhes disse: “Quando
orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome e que venha o teu reino; 3 –
dá-nos hoje o pão nosso de cada dia; 4 – perdoa as nossa ofensas, como
perdoamos aos que nos ofendem, e não nos deixeis entregues à tentação.
A
explicação quanto à prece é idêntica à que demos sobre a esmola: nada façais, NUNCA,
tendo em vista obter a aprovação dos homens; tudo fazei procurando unicamente
render ao Senhor as honras que lhe são devidas e que consistem, simplesmente,
na sincera observância das Leis Perfeitas que Ele vos impôs, para o vosso
próprio bem. Prescrevendo o segredo, o silêncio e o recolhimento para a prece
(como para a esmola), proibindo a multiplicação das palavras, Jesus proscrevia,
de então e de futuro, as pompas e cerimônias exteriores, COM LONGAS PRECES,
pronunciadas pelos lábios mas não saídas do coração. Vamos à prece que o Mestre
formulou para os homens, a fim de vos fazermos compreender, em espírito, o
sentido e o alcance que ela tem: PAI NOSSO – nosso Criador de quem todos
provimos; QUE ESTÁS NO CÉU – que estás tão acima de todas as criaturas,
tão elevado, que tens por morada o Infinito, dentro do qual não te podem
descobrir olhos impuros; SANTIFICADO SEJA O TEU NOME – que todas as
criaturas te bendigam o nome; que, por pensamentos, palavras e atos, todas
demonstrem até que ponto honram a poderosa fonte de onde vieram; que em seus
corações nada exista capaz de ofender Aquele que é a pureza absoluta; VENHA
A NÓS O TEU REINO – que todos os homens se submetam à tua Lei; que todos
conheçam e abençoem o manancial que lhes deu a existência; que haja na Terra a
mesma felicidade do Reino Celeste; SEJA FEITA A TUA VONTADE, ASSIM NA TERRA
COMO NO CÉU – que todos os homens, obedientes às tuas Leis Eternas e
Imutáveis, as pratiquem com amor e reconhecimento, para honrar-te e
glorificar-te, da mesma forma que os Espíritos Bem-Aventurados se submetem à
tua vontade, felizes por serem delas instrumentos e executores humildes; O
PÃO NOSSO DE CADA DIA DA-NOS HOJE – não o alimento material, que este
ganhamos com o nosso trabalho, mas o Pão transubstancial, que está acima
de toda e qualquer substância, porque é o alimento celestial para as nossas
Almas; PERDOA AS NOSSAS OFENSAS, COMO NÓS PERDOAMOS AOS NOSSOS OFENDIDOS
– que a tua misericórdia se estenda sobre nós, ínfimas criaturas, sempre
rebeladas contra teus desígnios superiores; perdoa-nos, a nós que sempre
falimos, tangidos pelo egoísmo e pelo orgulho; sim, Pai Eterno, suplicamos que
nos perdoes sempre que perdoarmos aos nossos irmãos em falta; NÃO NOS
DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO – dá-nos força, Senhor, para resistirmos aos maus
instintos da natureza animal; fortalece-nos a coragem e revigora as nossas
energias tantas vezes abatidas; que o teu poderoso Pensamento erga
intransponível barreira entre o pecado e
os teus servos inúteis, desejosos de merecerem tuas graças, graças sobre
graças; LIVRA-NOS DO MAL, PORQUE TEU É O REINO, E O PODER, E A GLÓRIA PARA
SEMPRE – permite, Senhor, que – cercados pelos Bons Espíritos, submissos
aos seus conselhos, ensinamentos e inspirações – consigamos, pela BOA
VONTADE DE CRISTO-JESUS, afastar os maus espíritos, que nos arrastam ao
precipício das trevas; dá, ó Pai de Amor Infinito, que possamos entender a beleza
do teu reino, a majestade do teu poder, a magnificência da tua glória; ASSIM
SEJA – porque somente tu és grande, pois estás sempre acima de tudo; porque
és o Criador Único e Eterno de tudo o que se move no espaço; porque és
onipotente, onisciente e onipresente, no Infinito e na Eternidade; porque és o
Soberano Juiz de todos os juízes; são tuas as honras dos nossos corações, os
cânticos de gratidão dos nossos Espíritos são teus para sempre; faze, Senhor,
que bem cedo nos seja dado unir as nossas vozes às dos Espíritos
Bem-Aventurados que celebram a tua glória, o teu poder e o teu reino de
caridade infinita! É este, Pai Nosso, o voto que ousa exprimir o mais humilde
dos teus filhos.
O JEJUM
MORAL
P
– O Evangelho em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento, é
totalmente oposto ao que aprendemos nas igrejas dos homens. Por isso,
formulamos mais uma pergunta ao Espírito da Verdade: como devemos entender aos
palavras do Cristo segundo Mateus, VI: 16-18?
R
– Vamos a essa passagem do Evangelho:
MATEUS: 16 – Quando
jejuardes, não vos ponhais tristes como os hipócritas, que desfiguram o
semblante, para que todos vejam que eles estão jejuando. Em verdade vos digo:
já receberam a sua recompensa. 17 – Vós, quando jejuardes, lavai o rosto e
perfumai a cabeça, 18 – a fim de que o vosso jejum não seja visível aos olhos
dos homens, mas sim aos olhos do vosso Pai que vê em segredo; e vosso Pai, que
tudo vê em segredo vos recompensará.
O
jejum era, entre os judeus, um costume material e físico. As palavras de Jesus
tinham por fim EVITAR QUE TAL JEJUM CONSTITUISSE, PARA OS QUE PRATICAVAM,
MEIO E OCASIÃO DE HIPOCRISIA OU DE ORGULHO, pois o que é feito com o
intuito de chamar a atenção e obter a aprovação dos homens perde, aos olhos de
Deus, o mérito da pura e reta intenção. Portanto, não tomeis aqui o termo jejum
no sentido material da letra, mas sim – segundo o espírito – no sentido
simbólico. Portanto, quando praticardes UM ATO QUALQUER, TENDO EM VISTA AGRADAR A
DEUS, PRESTANDO-LHE A HONRA QUE LHE É DEVIDA, quando vos sujeitardes a uma
privação qualquer, capaz de mortificar os vossos instintos animais, não o
façais de modo que os homens vejam e vos louvem. Do contrário, qual seria o
vosso merecimento diante de Deus? Compreendei bem o sentido das nossas palavras,
quando falamos de UMA PRIVAÇÃO QUALQUER, CAPAZ DE MORTIFICAR OS VOSSOS
INSTINTOS ANIMAIS, à qual vos submeteis para agradar a Deus. Não dizemos
que vos imponhais privações e macerações atentatórias da vida animal, mas que
não destroem nada do que há de mau no Espírito. NA MEDIDA DO QUE LHE É
NECESSÁRIO, DEVE O HOMEM, COM FRUGALIDADE, TEMPERANÇA E SOBRIEDADE, USAR DA
ALIMENTAÇÃO HUMANA (E DE TUDO O QUE FOR HIGIÊNICO) PARA CONSERVAR A SAÚDE E AS
FORÇAS PRECISAS AO CUMPRIMENTO DA LEI DO TRABALHO EM TODOS OS SEUS DEVERES. Não
vos inflijais, por conseguinte, privações que serão totalmente inúteis, pois
não servirão nem a vos purificar o Espírito nem a aliviar os vossos irmãos em Humanidade. AOS
OLHOS DE DEUS, SÃO ÚTEIS SOMENTE AS PRIVAÇÕES QUE
TRAGAM BENEFÍCIO AOS VOSSOS SEMELHANTES! Se vos privardes de alguma coisa,
que seja em proveito dos outros, por sentimento e propósito de Caridade.
Tirai do que vos seja necessário, mas para dá-lo aos que precisam. Modificais
os vossos instintos animais PRIVANDO-VOS DE TODOS OS GOZOS SUPÉRFLUOS OU
INÚTEIS, NÃO VOS ENTREGANDO A EXCESSOS DE ESPÉCIE ALGUMA. Eis o que tendes
de salvar, o que tendes de purificar: vossa Alma! Limpai-a, pois, de suas
faltas, cobrindo-a por todos os meios que a razão vos indicar, à luz da
GRANDE FÉ RACIOCINANTE. Ocupai-vos com ela: que as privações corporais que
vos impuserdes, sejam APENAS UM MODO DE REEDUCAR VOSSAS TENDÊNCIAS PARA OS
EXCESSOS ou de dar o necessário àquele que não tem. Fostes Espíritos
decaídos, e estais na marcha da redenção. Cuidai, portanto, da vossa Alma, para
que, da herança, ela reconquiste a parte de que se haja privado. Convirjam
todos os vossos esforços para liberta-la, desde agora, dos laços que a prendem
à animalidade dos brutos. NADA, PORÉM, DE EXCESSOS, QUER SE TRATE DO
ESPÍRITO, QUER SE TRATE DO CORPO!
O VERDADEIRO
TESOURO
P – Queremos a interpretação
das palavras do Mestre: “Não junteis tesouros na terra”. Que diz o Espírito da
Verdade, através do CEU da LBV?
R – Reunamos os Evangelhos
de Jesus segundo Mateus, VI: 19-23, e Lucas, XII: 32-34.
MATEUS: 19 – Não queirais
acumular tesouros na terra, onde as traças e a ferrugem os destroem, onde os
ladrões desenterram e roubam. 20 – Preparai-vos tesouros no céu, onde não há
traças nem ferrugem que os possam destruir, onde não há ladrões que os
desenterrem e roubem, 21 – porquanto, onde estiver o vosso tesouro, aí estará,
também, o vosso coração. 22 – Vossos olhos são a lâmpada do vosso corpo; se
vossos olhos forem simples, todo o vosso corpo será luminoso. 23 – Mas, se vossos
olhos forem maus, todo o vosso corpo será tenebroso. Se, pois, a luz que está
em vós não for senão trevas, que grandes trevas serão!
LUCAS: 32 – Pequenino
rebanho, nada temais, porque aprouve a Deus dar-vos o seu Reino! 33 – Vendei o
que possuis e transformai-o em esmolas. Tratai de vos prover de bolsas que o
tempo não estrague: amontoai no céu tesouro que não se esgote nunca, do qual o
ladrão não se aproxime e que as traças não roam. 34 – Porque, onde estiver o
vosso tesouro, aí estará, também, o vosso coração.
Aqui tendes NOVAS IMAGENS
MATERIAIS. Buscai-lhes o espírito, e encontrareis o verdadeiro sentido e
todo o alcance do pensamento de Jesus: não procureis o que possa fazer a
felicidade do homem na Terra, quando isso estiver em oposição à felicidade
do Espírito na Eternidade. Não procureis com ardor senão o que vos possa
aproximar de Deus. A todos os vossos “atos humanos” deve animar a idéia de que
não sois do mundo; de que, estando nele apenas como viajantes, tendes de
suportar, da melhor forma possível, as provações que vos couberam; desempenhar
a missão de que fostes incumbidos, a fim de regressardes à Pátria Celestial
e PODERDES PRESTAR BOAS CONTAS DE VOSSOS ATOS AQUELE QUE VOS ENVIOU. Não
vos deixeis preocupar pelos bens perecíveis, salvo quando forem as armas de
que precisais para a luta contra o mal; do contrário, qualquer que seja a
luz que os cerque, serão fonte de trevas para o vosso Espírito! Tal luz
desaparecerá com eles, e ficareis perdidos na escuridão de uma existência
inútil, completamente sem abrigo diante do Senhor. Não esqueçais que O VOSSO
TESOURO SE ENCONTRA JUNTO DE DEUS, DETENTOR DE TODAS AS GRAÇAS. Convictos
desta idéia, de acordo com os ensinos do Mestre, vossos sentimentos se
inclinarão sempre para Deus, e o vosso coração estará junto do vosso
verdadeiro tesouro – perto do vosso Deus, a fonte infinita de todos os
bens. Quanto às palavras – PEQUENINO REBANHO, NADA TEMAIS, PORQUE APROUVE A
DEUS DAR-VOS O SEU REINO – foram endereçadas aos primeiros discípulos,
poucos em número, atenta a mesma tarefa a desempenhar, mas Espíritos devotados,
que marchavam segundo os desígnios do Senhor. Dirigem-se, também, aos pioneiros
da Nova Revelação, que ainda são a minoria, mas também marcham devotadamente,
como aqueles, segundo OS MESMOS DESÍGNIOS DO SENHOR. Sabeis que,
infelizmente, os salvos se reduzem no Apocalipse a 144.000 – número simbólico,
a indicar “a minoria dos que sobreviverão ao dilúvio de fogo do Armagedon”.
Tais palavras vos concitam, como concitavam aos primeiros discípulos, a TER
CONFIANÇA EM DEUS, FIRMES NA ESPERANÇA DO CUMPRIMENTO DE SUAS PROMESSAS. Dignas
de meditação, por sua vez, são estas palavras do Cristo: “Vendei o que possuís
e transformai-o em
esmolas. Tratai de vos prover de bolsas que o tempo não
estrague: amontoai no céu tesouro que não se esgote nunca, do qual o ladrão não
se aproxime nunca e que as traças não roam”. Não significam que devais
despojar-vos de todos os bens humanos e que, somente assim, podereis chegar a
Deus. Não: tal interpretação, conforme à letra, mas não conforme ao espírito,
vos levaria a conseqüências absurdas, ao mesmo tempo contrárias aos
ensinamentos do Mestre, com referência às provas determinadas pela LEI DE CAUSA
E EFEITO. Elas significam que a posse e uso, pelo homem, dos bens terrenos,
DEVEM SER ISENTOS DE EGOÍSMO E SANTIFICADOS PELA CARIDADE; que as boas obras de
ordem material, de ordem intelectual e espiritual, ou moral, assim praticadas,
constituem AS ÚNICAS RIQUEZAS IMPERECÍVEIS, isto é, que as RIQUEZAS ESPIRITUAIS
são as únicas que, como elementos de progresso moral e caminho para a
Perfeição, religam a criatura ao Criador.
RICOS EM DEUS
P – Positivamente, não há
educação sem Evangelho e sem Apocalipse. O que se chama “educação” não passa de
“instrução”. Daí tantos mal-entendidos que infelicitam a Humanidade. Como o
Espírito da Verdade explica o Evangelho segundo Lucas, XII: 13-21.
R – Vamos ao trecho
indicado:
LUCAS: 13 – Disse-lhe, então,
um homem, do meio da multidão: “Mestre, manda a meu irmão que divida comigo a
herança!” 14 – Jesus, porém, respondeu: “Homem, que me constituiu vosso juiz ou
partidor?” 15 – Depois, acrescentou: “Cuidado, preservai-vos da avareza, porque
a vida de cada um não está na abundância dos bens que possua”. 16 – Em seguida,
lhes propôs esta parábola: “Havia um homem riquíssimo, cujas terras produziram
abundantes frutos; 17 – e pensava consigo mesmo: que hei de fazer, não tenho
onde guardar tantos bens? 18 – Disse, afinal: já sei, vou demolir os meus
celeiros, construirei outros maiores, e ali aumentarei toda a colheita e todos
os meus bens; 19 – então, direi à minha alma: tens muita riqueza para os teus
longos anos; repousa, come, bebe e regala-te!” 20 – Mas disse Deus a esse
homem: “Insensato, esta noite pedirei tua alma. E as coisas, que entesouraste,
de quem serão?” 21 – Assim acontece àquele que entesoura para si mesmo, e não é
rico em Deus.
Jesus não veio para reinar
sobre o mundo perecível, nem para promulgar leis materiais transitórias. Qual
era o objetivo da sua missão? Desprender da matéria homens materiais, quebrar
os seus ídolos carnais PARA ELEVAR OS SEUS ESPÍRITOS. Cumpria-lhe,
portanto, bater com força, pois suas “pancadas” ainda repercutiam francamente.
Tal o sentido segundo o espírito, desta parábola. Os homens estão, hoje, mais
adiantados; entretanto, quantas vezes nos vemos obrigados a repetir com Jesus:
“– Amontoai vosso tesouro lá onde a ferrugem não corrói, onde os vermes não
devoram, onde os ladrões não roubam!” Pois quantos ainda – apesar de lhes ser
pregado, todo dia, o Evangelho de Jesus, de forma bem martelante – só confiam
em suas riquezas, amontoando tesouros de lama e se enterrando neles até aos
olhos! Pensai na vossa Alma, porque AINDA ESTA NOITE A MORTE PODE CHEGAR.
Sede, no momento em que a Alma vos seja arrebatada, RICOS EM DEUS, pela
prática do Amor e da Caridade! Tratai de libertar o vosso Espírito, a todas as
horas, a todos os instantes, das influências da matéria animal, dos apetites
materiais com que vos tentam o orgulho e o egoísmo, a avareza e a sensualidade
desenfreada – fatores de perdição dos ricos da terra, que não são RICOS EM
DEUS!
A VIDA ETERNA
P – A Igreja em casa é uma
feliz criação da LBV. O Centro Espiritual Universalista veio consolidar essa
grande iniciativa. Agora compreendemos por que o Posto Familiar é tão
importante quanto um Núcleo, no final deste ciclo! Como o Espírito da Verdade
interpreta a VIDA ETERNA?
R – Vamos harmonizar estas
passagens do Evangelho de Jesus segundo Mateus, VI: 24-34; Lucas, XVI: 13-15, e
XII: 22-31.
MATEUS: 24 – Ninguém pode
servir a dois senhores: ou odeia a um e ama ao outro, ou se submete a um e
despreza o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamon. 25 – Em verdade vos digo:
não vos inquieteis como que haveis de comer, para sustento da vossa vida, nem
com que vestireis o vosso corpo. A vida não é mais que o alimento, e o corpo
muito mais do que a roupa? 26 – Vede as aves do céu: não semeiam, NÃO CEIFAM,
NÃO ENCHEM CELEIROS; ENTRETANTO, VOSSO Pai Celestial as alimenta. Não valeis
muito mais do que elas? 27 – Qual de vós pode, por seu próprio engenho,
acrescentar um côvado à sua estatura? 28 – E com as vestes, por que vos
inquietais? Olhai os lírios do campo: não trabalham, não tecem nem fiam. 29 –
Eu vos digo, porém, que nem o rei Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como
qualquer um deles. 30 - , pois, Deus cuida de vestir assim o feno dos campos,
que hoje existe e amanhã será lançado ao forno, quanto mais a vós, homens sem
fé? 31 – Não vos preocupeis, portanto, dizendo: que é que vamos comer: Ou: que é que vamos beber? Ou, ainda: com que nos
vamos vestir? 32 – Assim fazem os gentios, mas Deus sabe de que precisais. 3 – Buscai, primeiro, o reino de Deus e sua
justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas. 34 – Assim, não
vos inquieteis pelo dia de amanhã, pois o dia de amanhã cuidará de si mesmo. A
cada dia basta a sua própria aflição.
LUCAS: 13 – Nenhum servo pode
servir a dois senhores, porque odiará a um para amar ao outro, ou se dedicará a
um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamon. 14 – Os fariseus,
que eram avarentos, ouvindo Jesus dizer essas coisas, zombavam dele. 15 – Jesus
lhes disse: – Pondes grande cuidado em parecer justos aos homens, mas Deus
conhece os vossos corações, pois o que é elevado aos olhos do mundo é
abominação aos olhos do Pai. XII: 322 – Então, disse aos seus discípulos: – Em
verdade vos digo: não vos inquieteis pela vossa vida, cuidando do que comereis,
nem pelo vosso corpo, cuidando do que vestireis. 23 – A vida é mais que o
alimento e o corpo mais do que a roupa. 24 – Considerai os pássaros: não
semeiam nem ceifam, não têm despensa nem celeiro, e Deus os susteta. Não valeis
mais do que eles? 25 – Mas qual de nós pode aumentar um côvado à sua estatura?
26 - Se as menores coisas estão acima do
vosso poder, por que vos inquietais pelas outras? 27 – Olhai como crescem os
lírios do campo: não trabalham nem fiam; entretanto, eu vos digo que nem
Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como qualquer um deles. 28 –
Ora, se Deus veste assim o feno que hoje está no campo, e amanhã será lançado
ao forno, quanto mais a vós, homens sem fé? 29 – Não vos aflijais, portanto,
pelo que haveis de comer ou beber; não fique em suspenso o vosso espírito. 30 –
Os gentios é que procuram todas essas coisas; vosso Pai sabe que tendes
necessidade delas. 31 – Buscai, primeiramente, o reino de Deus e sua justiça, e
todas aquelas coisas vos serão dadas de acréscimo..
Estas palavras do Cristo têm
por objetivo libertar da matéria o homem, leva-lo a encarar de frente a meta
que lhe cumpre atingir e que ele deve colocar acima de tudo: A VIDA ETERNA,
ISTO É, A VIDA DO ESPÍRITO PURO, DO ESPÍRITO QUE, TENDO CONCLUÍDO TODAS AS SUAS
PROVAS, CHEGA AO SUPREMO GRAU DE PUREZA, DE ONDE COMEÇA A COMPREENDER QUEM É
DEUS E A GOZAR A VIDA ESPIRITUAL NA ETERNIDADE, aproximando-se cada vez
mais do centro da onipotência, sem que, entretanto, chegue jamais a se igualar
à Divindade. Jesus falava a homens maculados por instintos grosseiros; tinha de
combater naturezas rebeldes, animalizadas. Era, assim, obrigado a vibrar golpes
que, só sendo violentos, poderiam repercutir em suas almas endurecidas. NINGUÉM
DEDUZA, DAS SUAS PALAVRAS, QUE O HOMEM DEVA ENTREGAR, INTEIRAMENTE SUA VIDA E
SEU FUTURO HUMANOS AOS CUIDADOS EXCLISIVOS DE DEUS! Trabalhador que é,
cabe-lhe o dever de dar conta da sua tarefa. Sujeito, na sua condição de homem,
às necessidades do gênero humano, está na obrigação de conseguir PELO
TRABALHO os meios de manter a sua existência humana, lembrando-se de que DIA
VIRÁ EM QUE FALTARÃO
AS FORÇAS AO OPERÁRIO. Aquele, portanto, que puder
armazenar lealmente, sem quebra da sua integridade moral aos olhos do Senhor,
os grãos com que, na velhice, possa fazer o seu alimento, deve faze-lo sem
temor, enquanto a idade lhe permite esse objetivo; mas faze-lo com cuidado, sem
desperdiçar a menor parcela, POIS TERÁ DE PRESTAR CONTAS AOS IRMÃOS QUE NÃO
CONSEGUIRAM MAIS DO QUE CATAR ALGUMAS ESPIGAS PARA O SUSTENTO DIUTURNO E QUE
VÃO NECESSITAR DE UMA PARTE DOS GRÃOS QUE O SENHOR LHE PERMITIU COLHER
ABUNDANTEMENTE. Deus abençoa os corações generosos, que se lembram sempre
dos desgraçados do mundo.
NÃO SERVIR A
DOIS SENHORES
P – Disse Jesus: “não podeis
servir a Deus e a Mamon”. Como o Espírito da Verdade explica isso?
R – Mamon era uma
“divindade” que os povos antigos adoravam, feita de prata ou de ouro,
representando, mais ou menos, o que representava Júpiter, dos romanos, isto é,
os vícios da humanidade com todo o seu cortejo, o que explica o pensamento do
Mestre: NÃO PODEIS SERVIR A DOIS SENHORES AO MESMO TEMPO! Não PODEIS
VIVER A VIDA QUE AGRADA AO VOSSO Deus, praticando os desregramentos a que vos
arrasta a vida mundana. Isto é: não podeis ter, ao mesmo tempo, em vossa alma –
o amor e o egoísmo; a caridade e a avareza; o desprendimento e a hipocrisia; a
humildade e o orgulho; o trabalho e a preguiça; o estudo e a ignorância; a Boa
Vontade e a violência; o Novo Mandamento e o sectarismo farisaico. “Ou
amareis a um e odiareis a outro, ou servireis a este e enganareis aquele.” Quem
se consagra (ou escraviza) aos bens terrenos NÃO PODE PRATICAR O
DESPRENDIMENTO QUE O PROGRESSO ESPIRITUAL EXIGE. Aos fariseus dos vossos
dias – abastados, orgulhosos, avarentos – que zombam das vossas palavras,
dizemos o que disse Jesus aos fariseus de outrora: “PONDES MUITO CUIDADO EM PARECER JUSTOS DIANTE
DOS HOMENS, MAS DEUS CONHECE OS VOSSOS CORAÇÕES; O QUE É GRANDE AOS OLHOS DOS
HOMENS É ABOMINÁVEL AOS OLHOS DE DEUS”. Quer dizer: geralmente, a riqueza,
a glória, o orgulho, por eles endeusados, são o que os homens consideram
elevado, mas vós sabeis que Deus ama os de espírito humilde, os de coração
simples e bom. As palavras do Cristo, constantes dos versículos 25-26 e 28-34
de Mateus e dos versículos 22-24 e 28-30 de Lucas, na linguagem oriental
apropriada às inteligências da época, eram particularmente dirigidas aos
que, totalmente preocupados com as
riquezas materiais, nada vêem além delas e nada fazem senão o que lhes possa
melhorar o comodismo e aumentar a fortuna; aos que cultivam o corpo como planta
preciosa e descuram da alma, o bem eterno que deveriam vigiar atentamente.
Jesus falava a homens cúpidos, materialíssimos, que nada entendiam da VIDA
ETERNA. Precisava ser enérgico para que, em suas consciências, alguma coisa
ficasse do que ensinava. SEUS ENSINAMENTOS ATINGIAM, SEMPRE, A CHAGA QUE ELE
QUERIA CAUTERIZAR. Por aquelas palavras, o Mestre reconduz o homem ao seu ponto
de partida – Deus, o Criador de todos os seres e de todas as coisas, que vela,
com igual solicitude, por tudo o que lhe saiu das mãos, dando a cada um o que lhe é necessário. Assim é que
dá à matéria o alimento material, ao Espírito o alimento espiritual. Convém,
entretanto, acentuar bem aqui (tal a disposição constante no homem para
ultrapassar a meta que lhe é indicada), que JESUS NÃO ACONSELHA AOS SERES
DOTADOS DE RAZÃO QUE ESPEREM, INATIVOS, QUE DEUS VENHA ALIMENTÁ-LOS, COMO
ALIMENTA OS PÁSSAROS, E VESTI-LOS COMO VESTE OS LÍRIOS DO CAMPO. É dever do
homem confiar no Senhor, certo de que Ele proverá o que lhe for preciso, o que
for para seu bem; mas cumpre, ao mesmo passo, que empregue suas faculdades, sua
atividade, sua energia, em ALCANÇAR, PELO TRABALHO, A PROTEÇÃO DE DEUS.
O lírio aguarda no seio da terra que o Senhor, desenvolvendo-o, lhe prepare a
roupagem que o fará brilhar aos olhos humanos; o homem deve esperar que a
vontade de Deus, nele, desenvolva as virtudes que o farão brilhar aos olhos de
seus irmãos. Mas deve faze-lo em plena atividade, porque DEUS AJUDA A QUEM
TRABALHA. Ninguém procure nas palavras de Jesus um pretexto para a
imprevidência, para a incúria ou para o fatalismo irracional. Aprendei bem,
igualmente, o sentido destas outras palavras do Cristo: “Não vos inquieteis,
pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo; a cada
dia basta a sua própria aflição”. O que se deve concluir delas – conforme
ao espírito que vivifica, não conforme à letra que mata – é que JESUS
CONDENA O EXCESSO DE CUIDADOS COM A VIDA E NÃO A NECESSIDADE. Importa que o
homem cuide de manter sua existência. Ele não pode, nem deve, ser menos
previdente do que certos animais no tocante ao futuro, mas também não deve
concentrar todos os seus pensamentos e desejos na acumulação dos bens mundanos.
Cumpre-lhe ser previdente mas nunca ambicioso. Se, apesar da sua previdência, o
futuro lhe fala, confie sempre em Deus, fazendo sua parte: o Senhor sabe O
QUE CONVÉM A CADA UM e permite que a provação purifique a criatura,
tornando-a digna do Criador.
BUSCAI O REINO
DE DEUS
P – Graças a Deus, tudo
melhora em nossa casa com a CRUZADA DO NOVO MANDAMENTO NO LAR.
Preocupa-nos cumprir a máxima do Mestre: “Buscai, primeiro, o Reino de Deus e
sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas”. Como o
Espírito da Verdade a interpreta?
R – Perguntou Jesus: “Qual
de vós poderá, com toda a sua inteligência, com todos os seus cuidados,
aumentar de uma polegada a altura do seu corpo? Se, pois, as menores coisas
estão acima do vosso poder, por que vos afligirdes pelas outras?” Eis, em
espírito e verdade, o sentido e o alcance destas palavras: o homem não deve
pretender, à viva força, mudar a face dos acontecimentos que Deus prepara.
Deve, ao contrário, fazer tudo o que estiver ao seu alcance para torna-los
úteis à sua salvação. Jamais deverá desnatura-los. Uma vez realizados, não tem
que dizer: “Se eu tivesse procedido desta ou daquela maneira, isto não
sucederia”. É preciso ver no fato ocorrido uma conseqüência da sua posição na
terra, um efeito das suas provações ou um corolário das suas fraquezas, que
causaram a falta, a negligência ou a imprudência, e reconheça que Deus
governa, visando sempre ao bem do Espírito encarnado. Agora, já se torna
mais compreensível a máxima do Cristo: “Buscai, primeiro o Reino de Deus e
sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas”. O dever
primordial do homem é VIVER DE ACORDO COM A LEI DE DEUS, porque – uma
vez integrado na vida de pureza – atrai sobre si as bênçãos do Pai Celestial,
bênçãos que receberá na sua significação real. Não se trata de bênçãos
materiais, úteis unicamente ao que há de perecível em vós, ao que mais vos
inquieta, e sim de benção que vos purificam mais e mais, fazendo-vos
compreender que os sofrimentos, as dores corporais são outras tantas bênçãos do
Senhor, pois vos depuram o Espírito, rompem os laços que o escravizam à carne e
lhe permitem – mesmo durante a miserável existência terrena – encaminhar-se
para as regiões da felicidade eterna. Quando a Humanidade tiver chegado ao grau
de pureza moral, que há de adquirir, as questões relativas às Leis Morais –
de adoração, trabalho, conservação, destruição, sociedade, progresso,
igualdade, liberdade, justiça, amor e caridade – se resolverão facilmente.
Sim, porque os bens (tanto materiais quanto morais e intelectuais) NÃO MAIS
PERTENCERÃO A ESTE OU AQUELE, porque em será por todos e todos serão por
um. Quer isto dizer que os filhos do Pai Celestial viverão, unidos pelo desejo
de se ajudarem uns aos outros DENTRO DA LEI DIVINA. Será a vivência
humana do Novo Mandamento de Jesus! Mas essa maravilha não é para já –
lembrai-vos do Armagedon – porque será precedida de todas as coisas preditas
por Jesus no seu Evangelho e no seu Apocalipse. Assim, não tenteis introduzir,
prematuramente, em vossos costumes e leis, MUDANÇAS QUE HÃO DE SER FRUTO DA
QUE SE OPERA NOS VOSSOS CORAÇÕES, trazendo consigo, pela prática diária da
Boa Vontade, o desenvolvimento das inteligências, da instrução, da educação
real, da ciência e do amor, o bem-estar espiritual e, por conseqüência, o
bem-estar material. Então, sim, TUDO VOS SERÁ ACRESCENTADO PELO PODER DE
DEUS. Disse, ainda, Jesus: “A cada dia basta o seu labor, a sua
aflição”. Cristãos do Novo Mandamento, lavradores de almas, conduzis a
charrua por terrenos ingratos! Nós preparamos a semente, e somos obrigados a
escolhe-la com muito cuidado, porque em poucos lugares pode germinar. Esperai,
porém, que chegue a hora da colheita. O Senhor chamará, então, seus verdadeiros
trabalhadores. Dos quatro cantos do vento retumbará a trombeta, e os obreiros
fiéis poderão admirar as incontáveis espigas que semearam nos sulcos feitos
pelo arado. Jesus marcha, o tempo marcha, nós marchamos convosco!
O RICO E O LÁZARO
P – Hoje, só aceitamos o Evangelho de Jesus, em
Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento. O CEU da LBV, unificando
as Quatro Revelações do Cristo de Deus, coloca o Brasil na vanguarda espiritual
de todos os povos e nações da Terra! Como o Espírito da Verdade explica a
parábola do Rico e de Lázaro, o mendigo?
R – Eis o Evangelho segundo Lucas, XVI: 19-31.
LUCAS: 19 – Havia um homem
rico, que se vestia de púrpura e finíssimo linho, e se banqueteava,
magnificamente, todos os dias. 20 – Havia, também, um pobre mendigo chamado
Lázaro, que jazia, coberto de úlceras, à porta do rico, 21 – esperando saciar
sua fome com as migalhas que caíam da mesa deste, mas ninguém lhe dava essas
migalhas; e os cães vinham lamber-lhe as chagas. 22 – Ora, aconteceu que, morto
o mendigo, foi transportado pelos anjos ao seio de Abraão. O rico morreu,
também, e teve o inferno por sepultura. 23 – Quando este, no seu tormento,
levantou os olhos e ao longe viu Lázaro no seio de Abraão, 24 – disse, em
gritos, estas palavras: Pai Abraão, tem piedade de mim, e manda que Lázaro
molhe na água a ponta do seu dedo para refrescar a minha língua, pois eu sofro
os tormentos destas chamas! 25 – Mas Abraão lhe respondeu: Meu filho, lembra-te
de que recebeste bens em tua vida, enquanto Lázaro só recebeu males; por isso,
ele agora é consolado e tu és atormentado; 26 – além disso, grande abismo
existe entre nós e vós, de modo que os que querem passar daqui pra lá não o
podem, como também não se pode passar de lá pra cá. 27 – Disse o rico: Eu,
então, te suplico, Pai Abraão, que o mandes à casa de meu pai, 28 – onde tenho
cinco irmãos, para lhes dar testemunho destas coisas, a fim de que eles não
venham a cair neste lugar de tormentos! 29 – Abraão lhe retrucou: Eles têm
Moisés e os profetas, que os ouçam! 30 – Não, Pai Abraão, disse o rico, mas se
algum dos mortos for até eles, certamente farão penitência! 31 – Abraão
respondeu: Se eles não ouvem nem Moisés, nem os profetas, do mesmo modo não
acreditariam, mesmo que algum dos mortos ressuscitasse.
O rico, de coração duro e
egoísta, sofre o castigo das suas faltas (é o que significa o inferno por
sepultura); ao passo que o desgraçado, resignado e paciente, recebe a
recompensa de suas dores. O castigo tem de seguir seu curso: SÓ O
ARREPENDIMENTO LHE PODE ABREVIAR A DURAÇÃO. Por mais esforços que faça não
consegue o justo deter a Justiça de Deus, enquanto o culpado não se houver
arrependido. E no caso, o rico sofria, mas não se arrependera. A SOLICITUDE,
QUE MANIFESTAVA PARA COM OS IRMÃOS, PROVINHA DO DESEJO DE QUE ESTES EVITASSEM A
CAUSA DAQUELE CASTIGO: NÃO ERA FRUTO DO ARREPENDIMENTO! No apelo que fez
houve um pedido, mas não houve pesar. Lázaro, no seio de Abraão, continua a
ser, para ele, o pobre, o mendigo, o homem do povo, “servo nato” do rico, até
mesmo no inferno, isto é, mesmo quando o rico está sofrendo o seu castigo!
Repassado de infantil simplicidade, bem apropriado àquele tempo, composto em
termos imaginosos, de molde a ferir e impressionar as inteligências da época, o
diálogo da parábola visava aos que estavam em condições de compreende-lo; mas
é, também, dirigido AOS QUE JULGAM SUA INTELIGÊNCIA MUITO ACIMA DE TAL
LINGUAGEM. Por esse diálogo, também se lhes diz: “Homens, não caveis um
abismo entre vós e o pobre a quem repelis; porque, se ele suportar o vosso
desprezo resignadamente, com fé e coragem, terá a sua recompensa, ao passo que
vós tereis de pagar pelo egoísmo, pelo orgulho, pela dureza do vosso coração!
E, enquanto permanecereis insensíveis, nesse endurecimento, intransponível será
para ambos o abismo que vos há de separar.SÓ O ARREPENDIMENTO SINCERO,
DIANTE DE DEUS QUE TUDO VÊ, LANÇARÁ SOBRE ESSE ABISMO UMA PONTE PROVIDENCIAL,
PELA QUAL VOS PODEREIS REUNIR, PARA A ALEGRIA DA RECONCILIAÇÃO!”
COMUNICAÇÃO DE VIVOS E MORTOS
P – A parábola RICO
E LÁZARO, além de nos apresentar um diálogo entre “mortos no mundo
invisível, também nos mostra a possibilidade da comunicação entre mortos e
vivos, nos versículos 27 a
31. Como explica o assunto o Espírito da Verdade?
R – A linguagem do
rico na parábola – versículos 27, 28 e 30 – é a prova e, ao mesmo tempo, a
sanção da crença dos judeus na comunicação dos homens com as “almas dos
mortos”, isto é, com os Espíritos. As duas respostas de Abraão ao rico
mostram ser ABSOLUTAMENTE INÚTIL, PARA DEMOVER OS SISTEMATICAMENTE
INCRÉDULOS, TODA E QUALQUER COMUNICAÇÃO DE ALÉM-TÚMULO! Efetivamente, que
valor a aparição, a do pobre, teria para os irmãos daquele rico, imbuídos das
mesmas opiniões e do mesmo egoísmo que ele, como se depreende da
parábola?^Talvez o acusassem de continuar a importuna-los, até depois de morto.
Tratariam de varrer do pensamento a aparição, do mesmo modo que da vista
repeliam o homem, sobretudo sendo aquela ainda mais aborrecida. Acresce que, de
par com a incredulidade nascida do coração endurecido leva o homem a negar as
comunicações do Além, porque ESTAS LHE TRAZEM REVELAÇÕES AMEAÇADORAS DA
“SEGURANÇA” EM QUE ELE
JULGA ESTAR, E LHE IMPÕEM REFORMAS URGENTES, QUANDO O QUE LHE
APRAZ É SEGUIR O CURSO DAS SUAS PAIXÕES. Que esses procurem, primeiro,
aplicar a si próprios a Lei de deus, antes que seja tarde! Outra pergunta que
nos confiam, para resposta: “Em nome do Catolicismo se diz: tendes o Evangelho
e a Igreja, por que procurar outra coisa?” Os que falam assim parodiam o que
disse Jesus (versículos 29 e 31), quando pôs na boca de Abraão estas palavras:
“Eles têm Moisés e os profetas, que os ouçam!” O que o Mestre dizia era TENDES
A LEI E OS PROFETAS, ISTO É, TENDES O AMOR UNIVERSAL PARA VOS GUARDAR; TENDES,
PARA VOS GUIAR, O EXEMPLO DOS QUE O PRATICARAM. Os que vos concitam a
reportar-vos ao Evangelho, dele sempre fizeram letra morta. Ele deixou de ser a
Lei, porquanto – da prática a que submeteram os que assim falam – desapareceu o
amor imenso que se estende sobre todos, indistintamente: o amor que a ninguém
persegue, que dá alento a todos os fracos e arrebanha todas as ovelhas
desgarradas, sem lhes perguntar de que religiões vieram. O AMOR, EIS A LEI.
O EVANGELHO; A PRÁTICA DO AMOR UNIVERSAL, EIS OS PROFETAS. OS QUE DO AMOR SE
AFASTAM NÃO OBEDECEM À LEI QUE PRETENDEM IMPOR AOS OUTROS. Por terem (os
que vos apontam o Evangelho) dele feito letra morta e que, nos tempos preditos
por Jesus, QUANDO A ABOMINÁVEL DESOLAÇÃO IMPERA NO LUGAR SANTO, EXATAMENTE
ONDE NÃO PODERIA EXISTIR, o Senhor envia o Espírito da Verdade para, pela
unificação da Revelações do Cristo de Deus – sempre em espírito e verdade, à
luz do Novo Mandamento – reconduzir os homens à prática do amor, à simplicidade
e a pureza da Moral sublime do Mestre, exatamente para os conduzir à VERDADE
RESTAURADA, depois do próximo e último Armagedon.
CRISTIANISMO E RIQUEZA
P – Tomando ao pé da
letra a parábola do Rico e Lázaro, dizem alguns comentadores: “Todo o
pensamento desta parábola está no versículo 15 da capítulo XVI: “o que é
elevado aos olhos dos homens é abominação aos olhos de Deus”. Com efeito, o
rico tem o inferno por sepulcro (versículo 22); Deus o abomina unicamente por
ser ele grande perante o mundo, e o pobre é amado por Deus, “está no seio de Abraão”, unicamente por ser
pequeno perante o mundo. Não se diz ali que o rico fez mau uso da sua riqueza,
nem que o pobre fez bom uso da sua pobreza, mas que o rico recebeu os seus bens
em vida e que ao pobre Lázaro somente males couberam. É o que, implicitamente,
se nos depara nestas palavras do Evangelho segundo Lucas, no começo do Sermão
do Monte: “Ai de vós, ricos, que tendes a vossa consolação neste mundo! Ai de
vós, que estias saciados, porque tereis fome! Ai de vós, que rides agora,
porque tereis de gemer e chorar!” (VI: 24-25). Este sentimento de animosidade
contra a riqueza, essa reprovação do rico se desenvolveu no Cristianismo, ao
mesmo tempo sempre que se alargou sua luta contra o mundo, mas o pensamento
mesmo do seu fundador é diferente: “Buscai, primeiro, o Reino de Deus e sua
Justiça e todas as coisas vos serão dadas de acréscimo” (Mateus, VI: 33). Qual,
sobre isso, a opinião do Espírito da Verdade?
R – Os que usam
desta linguagem, tendo razão do ponto de vista das falsas interpretações dadas
às palavras do Cristo, se enganam redondamente QUANTO AO SENTIDO E AO
OBJETIVO, SEGUNDO O ESPÍRITO, SEGUNDO O PENSAMENTO DE JESUS INTENCIONALMENTE
VELADO PELA LETRA, QUER DA PARÁBOLA, QUER DOS TEXTOS QUE CITAM, e que já
vos explicamos em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento. A falsa
interpretação das palavras do Mestre produziu bons frutos a seu tempo. A
violência mesma dessa interpretação concorreu para que os prevaricadores, os
avaros e os egoístas se despojassem dos seus bens, com o propósito de evitarem
o castigo e darem exemplos de desprendimento, que mais tarde seriam bem mais
compreendidos. Quando se tem de abater uma árvore secular, não é de um canivete
que se lança mão, mas de um machado movido por vigoroso pulso. Quando se tem de
destruir paixões más, profundamente enraizadas, não é com palavras brandas e
sem alcance que se há de consegui-lo: SERÁ PRECISO VIBRAR GOLPES VIOLENTOS
QUE REPERCUTAM NO CORAÇÃO. As palavras de Jesus eram sempre medidas para o
efeito de produzirem frutos imediatos e prepararem as colheitas vindouras.
Mesmo o que esses comentadores consideram DESVIOS, RESULTANTES DE FALSAS
INTERPRETAÇÕES, não foi mais que o profundo trabalho da charrua em terras
duras, forçando-as a produzir, a fim de que – ao cabo de certo tempo – a
cultura as possa amolecer, destorroar e tornar férteis em frutos mais doces e
mais saborosos. Reportem-se (os que formulam aquelas objeções) à explicação, conforme
ao espírito, que vos demos da parábola. Atendam a que A LETRA MATA, O
ESPÍRITO VIVIFICA; a que as palavras de Jesus são ESPÍRITO E VIDA, e que se
encadeiam formando um conjunto harmonioso. Só assim, dentro do equilíbrio
das Leis Eternas e Imutáveis, compreenderão o seu sentido e o seu alcance.
P – Diz Abraão:
“Grande abismo existe entre nós e vós; de modo que os que querem passar daqui
para lá não o podem, como também não se pode passar de lá para cá” (versículo
26, capítulo XVI, do Evangelho de Jesus segundo Lucas). Qual o seu sentido
real, segundo o espírito?
R – Alusão clara à
impossibilidade que há, para o Espírito (por mais elevado que seja), de deter o
curso da Justiça Divina. Deus é bom, mas também é JUSTO: a cada um de acordo
com suas obras.
P – As palavras
desse versículo 26, veladas pela imagem material e pela letra, significarão que
os Bons Espíritos não se podem acercar dos Espíritos culpados, enquanto não há,
da parte destes, arrependimento? E reciprocamente, que os Espíritos culpados
não se podem elevar às regiões em que se acham os Bons Espíritos e aproximar-se
deles?
R – Não. Os
Espíritos Superiores não entram em contato com os Espíritos Inferiores que
sofrem punição. Mas os Bons Espíritos, de menor elevação, os cercam,
conservando-se, entretanto, invisíveis. E, quanto aos Espíritos inferiores,
esses não podem elevar-se NUNCA às regiões ocupadas pelos Bons
Espíritos, SEM QUE UM ARREPENDIMENTO SICERO OS PONHA EM CONDIÇÕES DE
EXPERIMENTAREM A INFLUÊNCIA DIRETA DE SEUS PROTETORES E SEM
QUE LHES SEJA PERMITIDO ACOMPANHAR OS BONS ESPÍRITOS, COM O PROPÓSITO DE SE
INSTRUIREM E PROGREDIREM, NO CAMINHO DO BEM E DA VERDADE.
QUEM JULGA SERÁ JULGADO
P – Não há, para os
brasileiros de Boa Vontade, maior tesouro espiritual que a DOUTRINA DO NOVO
MANDAMENTO DE JESUS. Como o Espírito da Verdade interpreta o “não julgueis”
do Mestre?
R – Vamos harmonizar
estas passagens dos Evangelhos Sinóticos: Mateus, VII: 1-7; Marcos, IV: 24;
Lucas, VI: 37-38 e 41-42.
MATEUS: 1 – Não julgueis para
não serdes julgados, 2 – porquanto sereis julgados como tiverdes julgado os
outros; com a medida com que medirdes também sereis medido. 3 – Como é que vês
o argueiro no olho do teu irmão e não percebes a trave no teu? 4 – Ou como é
que dizes a teu irmão: 5 – Deixa-me tirar um argueiro do teu olho, quando tens
uma trave no teu? 6 – Hipócritas, primeiro tira a trave do teu olho, e então
poderás tirar o argueiro do olho do teu irmão. 7 – Não deis aos cães as coisas
santas, nem lanceis vossas pérolas aos porcos, para não suceder que as pisem, e
ainda se voltem contra vós, e vos estraçalhem.
MARCOS: 21 – E Jesus lhes
disse: – Atentai no que ides ouvir: sereis medidos com a mesma medida com que
medirdes os outros, e ainda se vos acrescentará..
LUCAS: 37 – Não julgueis, e
não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis
perdoados. 38 – daí e se vos dará, e no vosso regaço será derramada uma boa
medida, cheia, atestada, a extravasar; porquanto, para vos medir, servirá a
mesma medida com que houverdes medido os outros. 41 – Como é que v~es o
argueiro que está no olho do teu irmão e não percebes a trave que está no teu
olho? 42 – Como é que podes dizer a teu irmão: “deixa-me tirar o argueiro que
está no teu olho”, tu que não vês a trave que está no teu? Hipócritas, primeiro
tira a trave que está no teu olho, e então verás como tirar o argueiro que está
no olho do teu irmão.
O ensino que resulta
destas palavras de Jesus facilmente se apreende: não reclama longos
comentários. Penetre o homem no seu íntimo, antes de proferir juízo sobre seus
irmãos: faça exame de consciência; compenetre-se do seu próprio valor; inquira
de si mesmo O QUE RESPONDERIA SE TIVESSE DE IR A PRESENÇA DO JUIZ. Só
então a sua indignidade lhe mostrará a indulgência de que deve usar para com os
seus semelhantes. Lembre-se do verdadeiro sentido que Jesus deu às palavras do
“Pai Nosso”: PERDOAI-NOS CONFORME PERDOARMOS.Daí a advertência do
Mestre: “Atentai no que ides ouvir: sereis medidos com a mesma medida com que
medirdes os outros, E AINDA SE VOS ACRESCENTARÁ.” Dirigindo estas
palavras a seus discípulos (e a todos os homens) Jesus os exortava a se examinarem
com rigor, para não julgarem levianamente. QUEM FOR IGNORANTE, E QUISER JULGAR
SEUS IRMÃOS, PROCEDA SEMPRE COM SEVERIDADE, POR NAÕ COMPREENDER A CAUSA DOS
ATOS DESTES E NÃO SER CAPAZ DE OS PESAR DIANTE DE DEUS. Ora, aquele que
julgar com severidade será julgado do mesmo modo. As palavras E AINDA SE VOS
ACRESCENTARÁ querem dizer: QUANTO MAIS ESFORÇOS FIZERDES PARA VOS
APROXIMAR DO MESTRE, TANTO MAIS O MESTRE SE DIGNARÁ DE DESCER ATÉ VÓS. Elas
não se ligam às palavras que as precedem. Não se ligam significando: aquele que
julgar severamente seus irmãos será julgado com severidade maior. Não
foi para exprimir esse pensamento que Jesus as pronunciou. A interpretação
exata é esta: sereis medidos, isto é, julgados pela maneira por que houverdes
julgado os vossos irmãos; mas, também, graças vos serão dadas com relação aos
esforços que houverdes feito PARA MERECE-LAS. Tais palavras, portanto,
só se referem às graças que o homem pode merecer ou não, de acordo com os
esforços que faça, para alcançá-las, ou a negligência que ponha em progredir. Deveis
ser caridosos: deveis perdoar aos vossos irmãos as ofensas que vos tenham
feito, como quereis que Deus perdoe as vossas ofensas. Se não perdoardes, como
podereis ser perdoados? Sim, É SEMPRE MELHOR TRANSFERIR A DEUS O JULGAMENTO.
JULAGAR, PERDOAR E PREGAR
P – Vários irmãos,
que estão assistindo à nossa Cruzada do Novo Mandamento no Lar, fazem estas
perguntas ao Espírito da Verdade: – Por que não julgar? Por que perdoar? Por
que não pregar A TODOS?
R – O ensinamento é
do próprio Jesus: se não perdoardes, se não usardes de indulgência para com os
vossos semelhantes, como podereis esperar que o vosso Pai, que está no céu, use
de indulgência para convosco? Tereis merecimento bastante? Não tereis transgredido
sua Lei? Não vos terá faltado a caridade que sem cessar vos pregamos, e que
constitui a base única sobre a qual deveis edificar? Se quiserdes ser
perdoados, perdoai. Não julgueis os vossos irmãos, porque TAMBÉM TEREIS DE
SER JULGADOS POR UM JUIZ ÍNTEGRO, QUE LÊ NO FUNDO DOS VOSSOS CORAÇÕES E VÊ TODAS AS
PAIXÕES MISERÁVEIS QUE AÍ SE AGITAM. Sim, não julgueis vossos irmãos, vós
que não vedes mais que a superfície, porquanto – se a superfície nele vos
parece turbada – o fundo pode estar puro aos olhos de Deus, AO PASSO QUE, EM
VÓS, JULGADORES INCLEMENTES, TALVES ESTEJA IMPURO. Lembrai-vos da
advertência do Cristo: “Tira, primeiro, a trave do teu olho, e então verás como
tirar o argueiro do olho do teu irmão”. Sim, começai por expurgar as vossas
Almas de todos os vícios, de todos os maus instintos que as devoram. TORNAI
VOSSOS CORAÇÕES PUROS AOS OLHOS DE DEUS. Depois, então, quando fordes
perfeitos, podereis censurar. Podereis, mas não o fareis, porque a Perfeição
das vossas Almas vos terá aproximado daquele que, PERFEIÇÃO IMACULADA,
afirmou: ATIRE A PRIMEIRA PEDRA O QUE ESTIVER SEM PECADO! Aquele que,
isento de qualquer pecado, disse à pecadora: VAI, E NÃO PEQUES MAIS!
Agora, a parte final, inspirada nestas palavras de Jesus: “Não deis aos cães as
coisas santas, nem lanceis vossas pérolas aos porcos, para não suceder que as
pisem, e ainda se voltem contra vós, e vos estraçalhem”. Compenetrai-vos
bastante, em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento, destas palavras que
o Mestre dirigiu AOS QUE, ENTÃO, ERAM SEUS APÓSTOLOS, como também
àqueles que o seriam no futuro, no tocante ao ensino e à pregação pública da
Palavra de Deus. Nesta é que encontrais as pérolas do amor e as coisas santas.
Portanto, as circunstâncias em que vos achardes e o meio em que falardes é que
vos deverão inspirar A CONDUTA A SEGUIR. Sondai o terreno, preparai-o e,
se descobrirdes um sinal de fertilidade, por menor que seja, lançai a semente
divina com prudência e precaução. Depois cultivai-a cuidadosamente,
auxiliando-lhe o desenvolvimento. Se, ao contrário, o terreno vos parecer árido
e ingrato, encerrai-vos no silêncio: as Almas ainda não estão preparadas para
receber as pérolas, as coisas santas da Palavra de Deus. Se vos interpelarem,
dizei que não quereis falar. A recusa, em tal caso, desperta a curiosidade em
certas naturezas e nelas desenvolve O DESEJO DE SABER. Acontecendo isso,
devotai-vos à obra do Semeador, pregando aos que, a princípio, agiram como
porcos e cães. Estendei os braços às ovelhas desgarradas. Ide em socorro das
que estiverem perdidas. Tratai de reconduzir ao Senhor o pequeno rebanho que
conseguirdes reunir. O Mestre recompensa, generosamente, os Obreiros de Boa
Vontade, os Homens e Mulheres da BOA VONTADE DE DEUS. Nada se compara à
alegria de salvar vidas e salvar Almas para o Senhor. A FORTUNA DE HAVERDES
SALVO IRMÃOS VOSSOS DA INCREDULIDADE, DO DESÂNIMO, DA NEGAÇÃO E DO ATEÍSMO VOS
RECOMPENSARÁ, ABRINDO-VOS AS PORTAS DO PARAÍSO PERDIDO. Veja quem tem olhos
de ver, ouça quem tem ouvidos de ouvir!
O PODER DA ORAÇÃO
P – Jesus, no Sermão
do Monte, destaca o valor da prece de maneira impressionante. Por isso, o CEU
da LBV nos recomenda o cultivo persistente da oração. Como o Espírito da
Verdade analisa as palavras do Redentor da Humanidade?
R – Vamos encontra-las
nestas passagens: Mateus, VII: 7-11; Lucas, XI: 5-13.
MATEUS: 7 – Pedi e se vos
dará; buscai e achareis; batei e se vos abrirá; 8 – porquanto quem pede recebe,
quem procura acha, àquele que bate a porta se abre. 9 – Qual de vós dá uma
pedra ao filho, quando este pede pão? 10 – Ou, se pedir um peixe, lhe dará uma
serpente? 11 – Ora, se vós, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos
filhos, com mais forte razão vosso Pai, que está no céu, boas coisas dará
àqueles que as pedirem.
LUCAS: 5 – Disse-lhe ainda:
se alguém que tiver um amigo e for procurar, alta noite, dizendo: “meu amigo,
empresta-me três pães, 6 – pois um de meus amigos, que estava viajando, acaba
de chagar à minha casa e nada tenho para lhe dar”. 7 – e o amigo lhe responde,
de dentro de casa: “não me importunes, minha porta já está fechada e meus
servos deitados, assim como eu; não posso levantar-me para te dar o que pedes”;
8 – se, apesar disso, o primeiro insistir em bater, eu vos digo que, quando o
segundo não se levante para dar o que lhe é pedido por ser seu amigo o que
pede, se levantará, pelo menos por causa da importunação, e dará ao outro tudo
o que lhe seja necessário. 9 – Eu vos digo: pedi e vos dará; procurai e
achareis; batei e se vos abrirá; 10 – porque quem pede recebe, quem procura
acha e a porta se abre àquele que bate. 11 – Se algum de vós pedir pão a seu
pai, este lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente?
12 – Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará escorpião? 13 – Ora, se maus como sois,
sabeis dar boas coisas a vossos filhos, com mais forte razão vosso Pai, que
está nos céus, dará um bom espírito àqueles que o peçam.
Com estas palavras,
Jesus punha seus discípulos em guarda contra o desalento que, muitas vezes,
nasce de um aparente insucesso. Elas se aplicam, portanto, a todas as gerações,
porque a perseverança deve caber a todos. É a perseverança que vos fortifica as
resoluções, vos aperfeiçoa as obras, vos dá segurança na fé e vos torna dignos
da atenção do Mestre, que concederá aos vossos reiterados esforços o que não
vos poderia dar ENQUANTO NÃO ESTIVESSEIS, AINDA, SEGUROS DE VÓS MESMOS.
O homem nada pode nem deve fazer, nem empreender, sem primeiro implorar ao
Senhor, do fundo do coração, a sua assistência e a sua proteção. Pois o Senhor,
na sua infinita bondade, sabe o que convém a seus filhos, E SEMPRE LHES DÁ
FARTAMENTE O QUE CONVENHA, se bem que estes, ingratos e cegos, só muito
raramente entendem os desígnios da Divina Providência. Um pai não dá uma
serpente ao filho que lhe pede pão. Vosso pai não vos recusa, nunca, os favores
que vos são necessários. Sabeis, entretanto, O QUE REALMENTE VOS É
NECESSÁRIO? Estais em condições de decidir, por vós mesmos, o alimento que
convém ao vosso estômago? E podeis compreender o gênero de provação que deveis
enfrentar? Não. Vosso pai, porém, o sabe, e vos alimenta de acordo com a vossa
constituição. Quanto mais a luz se espalhar por entre vós, mais aptos estareis
a compreender estas palavras: O PAI DE FAMÍLIA NÃO DÁ PEDRAS AO FILHO QUE
LHE PEDE PÃO. Portanto, tratai de pedir ao vosso pai o pão da vida, e ele
vos facultará fartos meios de o adquirirdes pelo vosso merecimento. Concentrai
o pensamento na recomendação de Jesus: PEDI E SE VOS DARÁ; PROCURAI E
ACHAREIS; BATEI E VOS ABRIRÁ: PORQUE QUEM PEDE RECEBE, QUEM PROCURA ACHA E A
QUEM BATER A PORTA SE ABRIRÁ. Compreendei bem estas palavras, mas – como
sempre – segundo o espírito que vivifica, jamais segundo a letra que mata.
Suplicai ao Senhor que vos torne compreensíveis as suas verdades, e o vosso
entendimento se abrirá. Batei à porta da Eternidade, e certamente chegareis ao
santuário. Encaminhai-vos ao Dispensador de todas as graças divinas; dirigi-vos
a Ele com pureza de coração, pedi-lhe a Luz que esclareça os vossos irmãos, e
colocará nas vossas mãos o facho cujos raios iluminarão o mundo!
É PRECISO SABER PEDIR
P – Graças ao Centro
Espiritual Universalista da LBV, entendemos que muitos – quando fazem suas
preces – não sabem pedir o que devem. Há, por exemplo, os que rezam, ou oram,
com ódio no coração, sem a mínima demonstração de arrependimento. Que diz o
Espírito da Verdade?
R – Que o caminho é
o arrependimento, completado pelo perdão. Se puderdes, por um ARREPENDIMENTO
SINCERO, apagar as faltas recentes, podereis pela prece – rogando a graça
de não mais cometerdes – alcançar (se deles vos fizerdes dignos, tornando-os
possíveis, quer por inspiração, quer por comunicação) o amparo e os conselhos
que vos guiarão e sustentarão, esclarecendo-vos acerca das provas que
escolhestes E SOBRE A MANEIRA DE CONSEGUIRDES VENCÊ-LAS, COM FELICIDADE, AOS
OLHOS DO SENHOR. Quando o Cristo diz “pedi e se vos dará”, não quer dizer
que possais pedir a Deus que mude as provas escolhidas por vós mesmos, e que
detenha – de súbito – o curso dos acontecimentos CUJA REALIZAÇÃO SUA
ONISCIÊNCIA DECIDIU. Significa isso que o Senhor vos concederá a
compreensão das “vistas secretas” da Divina Providência; que vos concederá
entrar, assim, em comunhão de pensamento com Ele E COMPREENDER O BEM QUE, NA
ETERNIDADE, VOS ADVIRÁ DOS SOFRIMENTOS FÍSICOS OU MORAIS, QUE VOS ATORMENTAM NA
EXISTÊNCIA TERRENA, E QUE, AFINAL, FORAM DETERMINADOS PELOS VOSSOS ABUSOS DAS
VIDAS PRECEDENTES. O livre arbítrio do homem pode mudar a face dos
acontecimentos da sua existência, mas o fundamento sério destes será sempre o
mesmo. Não vos podem ser contadas como provações as mil contrariedades oriundas
da existência em comum, e da vossa civilização ainda bárbara, sob tantos pontos
de vista. São particularidades ínfimas, que não têm importância alguma NO
CONJUNTO DAS PROVAS QUE VOS CUMPRE SUPORTAR. Afirmou o Mestre: “Vosso Pai,
que está nos céus, dará um bom espírito àqueles que o pedirem”. O Senhor não se
mantém surdo NUNCA – bem sabeis – às vozes angustiadas de seus filhos,
quando se dirigem a Ele COM FÉ E CONFIANÇA. O pai da grande família nem
sempre concede as graças como lhe são pedidas porque, em vez de
constituírem um bem, resultariam em confusão para o homem. Aquele, porém, que SABE
FALAR COM DEUS, com humildade real e profunda sinceridade, Ele abre o
entendimento que dá O BOM ESPÍRITO, isto é, O AMOR A DEUS, A INTELIGÊNCIA
DAS COISAS DA VIDA ETERNA, PERMITINDO QUE SEUS MENSAGEIROS O CERQUEM, PARA
ESCLARECÊ-LO E CONFORTÁ-LO. O homem a quem o Pai Celeste concedeu bom
espírito é aquele que entende as palavras do Mestre, que se aplica em
praticá-las e nunca desespera do SEU AMOR E DA SUA JUSTIÇA. Por isso,
disse Jesus: “Sem mim, NADA podereis fazer. Será salvo aquele que persevera até
ao fim”. É a Lei do Merecimento, dando a cada um de acordo com suas obras!
JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE
P – Jesus nos deu a
“regra áurea” no sermão do Monte. Como o Espírito da Verdade a interpreta
através do CEU da LBV?
R – Ela está contida
nestes dois trechos do Evangelho: Mateus, VII 12 e Lucas, VI: 31.
MATEUS: 12 – Tudo o que
quereis que os homens vos façam, fazei-o, também, a eles: pois é nisto que
consistem a lei e os profetas.
LUCAS: 31 – Fazei aos homens
o que quereis que eles vos façam.
Ama a teu próximo
como a ti mesmo. Teu próximo, qualquer que ele seja, conhecido ou desconhecido,
amigo ou inimigo, é teu irmão, pois é filho do mesmo Pai, que está no céu. Por
toda parte e sempre, em todas as circunstâncias, coloca-te no seu lugar, a fim
de procederes com ele como desejarias que procedesse contigo. ASSIM, NUNCA
DIGAS OU FAÇAS O QUE NÃO QUEIRAS QUE ELE DIGA OU FAÇA COM RELAÇÃO A TI. Ao
contrário, dize ou faze – do ponto de vista do que for justo e bom, na ordem
material, moral e intelectual – tudo o que desejarias que, invertidas as
posições ele dissesse ou fizesse por ti, praticando a caridade material e
espiritual, em toda a extensão do teu poder, de teus meios e de tuas
faculdades, pela palavra e pelos atos, e sob todas as formas: com o coração,
com a boca, com os braços, com a inteligência. Com o Novo Mandamento revelado,
em Espírito e Verdade, o cristão não se limita a uma regra que substituiu o “OLHO
POR OLHO, DENTE POR DENTE” da truculência da lei antiga. Vai muito além,
seguindo os passos do Salvador, que colocou os homens acima de si mesmo. Ele
pode dizer: “NINGUÉM TEM MAIOR AMOR DO QUE ESTE – DAR A PRÓPRIA VIDA PELOS
AMIGOS (E PELOS INIMIGOS)”. Conhecendo a Lei do Amor Universal, o Cristão
do Novo Mandamento entende perfeitamente as palavras do Mestre. Sabe que,
brevemente, haverá um só Rebanho para um só Pastor, que é Jesus. Portanto,
entra em vigor a REGRA ETERNA do Cristianismo do Cristo: – AMA-TE A
TI MESMO TANTO QUANTO AMAS A TEU PRÓXIMO!
A PORTA ESTREITA
P – A revisão geral das Revelações de Jesus chegou na
hora certa, para liquidar a confusão dos espiritualistas sectários: O CRISTO
TEM DE PERMANECER ACIMA DE TODOS OS CHEFES DE RELIGIÕES E FILOSOFIAS! Como
o Espírito da Verdade explica os versículos 13 e 14 do sétimo capítulo do
Evangelho Segundo Mateus?
MATEUS: 13 – Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e
espaçoso o caminho que levam à perdição; e grande é o número dos que entram por
ela. 14 – Quão estreita é a porta, quão apertado o caminho que conduz à vida,
quão poucos o encontram!
R – A porta estreita e o caminho difícil indicam os
esforços que o Espírito encarnado tem de empregar (e as penas que tem de
suportar) para chegar à vida eterna, isto é, para se despojar de seus vícios,
para marchar pela estrada do Bem, fazendo nascer no seu íntimo os sentimentos
opostos aos vícios de que se for libertando. Os que encontram a porta estreita
e o caminho apertado são os que praticam o trabalho, o amor, a caridade, e,
portanto, a humildade, a tolerância, o desinteresse, o devotamento a todos; são
os que desse modo, sabem enfrentar e cumprir as suas provas, resistindo aos
maus instintos, às tendências más que tem de ser vencidas, pois TORNAM
INDISPENSÁVEIS AS REENCARNAÇÕES SUCESSIVAS, PARA A PURIFICAÇÃO E O PROGRESSO DO
ESPÍRITO. A porta larga e o caminho espaçoso, que conduzem à perdição e pela
qual os homens entram, em tão grande número, são o orgulho, o egoísmo, a
ambição com todos os seus derivados, a avareza, a cupidez, a inveja, a luxúria,
a intemperança, a cólera, a preguiça, o materialismo, a incredulidade, a
intolerância, o fanatismo sectário,a predominância da matéria sobre o Espírito,
ou mesmo a sujeição do Espírito à matéria animalizada, e – de modo geral – a
maldade pela palavra ou pelos atos, sob todas as formas e em todas as
gradações.
OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS
P – Toda a Bíblia
Sagrada devia ser difundida por todo mundo à luz do Novo Mandamento. Seria a
salvação dessa pobre Humanidade, subjugada pela treva internacional! Como o
Espírito da Verdade explica os versículos 23 a 30 do capítulo XIII do Evangelho de Jesus
segundo Lucas?
R – Vamos ler estes
versículos:
23 – E alguém lhe perguntou:
Senhor, são poucos os que se salvam? Ele respondeu: 24 – Esforçai-vos por
entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e
não poderão.
Muitos tentam
percorrer a estrada que leva à Casa do Pai; mas, aborrecidos com os obstáculos
a vencer, com os esforços a empregar, com os sacrifícios a suportar, param e
não vão adiante: SÃO OS QUE NÃO PODEM PASSAR PELA PORTA ESTREITA.
Aquele, porém, que segue a estrada que a sua consciência lhe traçou (não lhe
suplantando os conselhos por meio de sofismas e subterfúgios) passará
facilmente pela porta, POR MAIS ESTREITA QUE PAREÇA. Quando se aproximar
dela, estará aberta e pronta a lhe dar passagem. Mas dizemos com o Mestre:
“Muitos procurarão entrar e não poderão”: SÃO OS QUE TENTAM, MAS NÃO
PERSEVERAM. A muitos “que são, ou julgam ser, os primeiros”, na sua
sofreguidão, se aplicam essas palavras de Jesus. Vendo entreaberta a porta,
eles se encaminharam para ela, mas com o passo incerto, levando consigo o
cortejo das impurezas, das fraudes e dos velhos vícios que não largam. Por
mais que ouçam a Palavra de Deus, não avançam espiritualmente: julgam caminhar,
mas a estrada sempre se renova diante deles, e a porta novamente se fecha
diante de seus olhos. Portanto, aos que hoje vos querem acompanhar, dizei
claramente – Antes de entrardes nesse caminho árido e pedregoso, despojai-vos
de tudo quanto possa estorvar a vossa marcha. Não chegareis nunca, se não
fordes conduzidos por uma consciência pura e desinteressada de qualquer
proveitos materiais!
25 – E, quando o pai de
família houver entrado e fechado a porta, se – do lado de fora- começardes a
bater, dizendo: “Abre-nos, Senhor”, este responderá: “Não sei de onde sois”.
A longanimidade de
Deus também tem “seu termo”. Quando o Espírito, chamado a progredir na Terra,
se obstina permanecer estacionário, repetindo suas faltas indefinidamente, sem
querer seguir a marcha ascensional da Natureza, não chega ao mesmo tempo que seus
irmãos: não pode mais entrar com eles nas esferas dos felizes. Assim, se a
obstinação e o endurecimento persistem, o Senhor repele o culpado teimoso para
planetas inferiores, ONDE TERÁ DE RECOMEÇAR TUDO, ATÉ COMPREENDER A
NECESSIDADE DO SEU PROGRESSO. Não dizei, entre vós, que a dor ensina a
gemer? Tudo tem um limite nas contingências humanas.
26 – Se, então, disserdes:
“Senhor, bebemos e comemos na tua presença, e ensinaste em nossas praças
públicas”, 27 – ele vos responderá: “Não vos conheço. Afastai-vos de mim, todos
vós que praticais a iniqüidade”..
Jesus se refere,
claramente, a todos os que, SOB A CAPA DO CULTO QUE PROFESSAM, CONTINUAM A
VIVER DE MODO CONDENADO PELA LEI DE DEUS. Não basta intitular-se fiel de
uma religião qualquer: é imprescindível praticar as regras da Moral Divina. Não
basta dizer “Senhor! Senhor!” – completa o Mestre: é preciso fazer a vontade do
Pai que está no céu.
28 – Haverá pranto e ranger
de dentes, quando virdes que Abraão, Isac e Jacó estão no reino de Deus,
enquanto sois repelidos de lá.
Estas palavras do
Cristo, apropriadas – pela forma da linguagem – aos homens a quem falava, não
são alegorias, sob o ponto de vista dos sofrimentos e torturas morais,
simbolicamente figurados pela expressão pranto e ranger de dentes. Terão
de experimenta-los os Espíritos que, por permanecerem culpados, obstinadamente
rebeldes, NO MOMENTO DA DEPURAÇÃO DO VOSSO PLANETA E DA VOSSA HUMANIDADE,
serão enviados para mundos inferiores. Tais Espíritos não vão para o
degredo sem conhecerem a causa da sua condenação. Porventura condenais alguém
sem julgamento? Sim, eles saberão que o endurecimento de suas almas é a CAUSA
ÚNICA DE SUAS AFLIÇÕES. Verão o desastre da queda e a extensão da perda que
sofreram. Entretanto, a palavra do Mestre lhes dará a esperança, e a visão dos
bem-aventurados lhes despertará o desejo de chegarem a ser desse número. Haverá
entre eles pranto e ranger de dentes, MAS NUNCA ETERNAMENTE, como
ensinam aqueles que se julgam representantes de Deus: o Senhor jamais condena
sem deixar a porta aberta à reabilitação dos condenados. Dirigindo-se aos
judeus, Jesus falava a Espíritos encarnados dentre os quais ALGUNS
PERMANECERÃO CULPADOS NA ÉPOCA DA GRANDE DEPURAÇÃO. Pertencer ao número dos
selvagens da Oceania, carecer de inteligência ou de ciência, não é o que
constitui motivo para ser expurgado. A esses o Senhor concede tempo. O
MOTIVO CONSISTE EM SER
HIPÓCRITA , CALCULISTA, TRAIÇOEIRO, ORGULHOSO, EGOÍSTA,
INVEJOSO, MATERIALISTA, causando a perda das massas populares,
arrastando-as para falsos caminhos, caracterizados pela corrupção moral e
mental. Sim, dos que cercavam Jesus, alguns há que estão entre vós, e que terão
de progredir em ciência e inteligência, mas que, DESGRAÇADAMENTE PARA ELES,
NÃO PROGREDIRÃO EM
HUMILDADE E SIMPLICIDADE DE CORAÇÃO. Acreditam possuir
tudo, na sua lamentável auto-suficiência; mas, quando chegar a hora da razão,
que está próxima, verão a triste nudez das suas almas.
29 – Do Oriente e do
Ocidente, do Setentrião e do Meio-dia, virão os que poderão sentar-se à mesa,
no reino de Deus.
Esta é uma alusão
nítida feita pelo Cristo, à COMUNHÃO DE PENSAMENTOS E DE CRENÇAS, QUE SE
ESTABELECERÁ ENTRE OS HOMENS, NA ÉPOCA DA REGENERAÇÃO. Refere-se, ainda,
aos Espíritos que virão de diversos planetas para a Terra, NA ÉPOCA EM QUE JESUS , O ESPÍRITO DA
VERDADE, APARECERÁ ENTRE VÓS. Lembrai-vos de que as palavras do Mestre
alcançam, sempre, o presente e o futuro.
30 – E disse Jesus: eis que
serão os últimos os que eram os primeiros, e os primeiros serão os que eram os
últimos..
Muitos que se
colocaram na frente, entre os primeiros, serão OS ÚLTIMOS A CHEGAR AO FIM,
POR NÃO TEREM MARCHADO COM PERSEVERANÇA. Os que confiam em si mesmos, os
que julgam marchar com mais segurança e crêem passar adiante de seus irmãos, se
verão obstados pela sua própria vaidade e terão, igualmente, retardada a sua
marcha. Para o Senhor, nada vale a duração da existência do Espírito. O
ARREPENDIMENTO SINCERO E AS VIRTUDES É QUE SÃO TUDO. Assim, o Espírito que
tardiamente entrou no caminho do Bem, mas caminha com humildade e perseverança,
pode – NÃO SÓ ATINGIR, MAS ULTRAPASSAR O ESPÍRITO ORGULHOSO - que nenhum esforço faz, mesmo tendo começado
mais cedo a sua rota ascensional. E, assim, os primeiros serão os últimos,
os últimos serão os primeiros, no reino de Deus!
FALSOS PROFETAS
P – Jesus ensinou:
“Uma árvore má não pode dar frutos bons”. Como o Espírito da Verdade explica a
referência do Mestre aos falsos profetas?
R – Mateus, VII:
15-20; Lucas, VI: 43-45.
MATEUS: 15 – Acautelai-vos
dos falsos profetas, que vêm ter convosco sob a capa das ovelhas, mas por
dentro são lobos vorazes. 16 – Vós os conhecereis pelos seus frutos. Porventura
se colhem uvas nos espinheiros, ou figos nas sarças? 17 – Assim toda árvore boa
dá frutos bons, e toda árvore má dá frutos maus. 18 – Uma árvore boa não pode
dar frutos maus, como a árvore má não pode dar frutos bons. 19 – Toda árvore
que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo. 20 – Pelos seus frutos
os conhecereis.
LUCAS: 43 – A árvore que produz
maus frutos não é boa, a árvore que dá bons frutos não é má; 44 – cada árvore
se conhece pelo seu fruto; não se colhem figos nos espinheiros nem uvas nas
sarças. 45 – O homem bom tira o bem do bom tesouro do seu coração; o homem mau
tira o mal do seu mau tesouro, porquanto a boca fala do que está cheio o
coração .
Que aquele que prega
com os lábios COMECE POR PREGAR PELO EXEMPLO eis tudo. Pela obra é que
se conhece o obreiro. Os falsos profetas são os que pregam a moral QUE NÃO
PRATICAM. Aquele que não mostra aos outros os frutos da moral que prega é
uma árvore má. Se sois árvore boa, daí frutos bons. Se, portanto, pautardes os
vossos atos pela MORAL DO CRISTO, sintetizada no seu NOVO MANDAMENTO, os
vossos frutos serão bons. Se, porém, vos afastais dessa Moral, sejam quais
forem as vossas palavras, não estando de acordo com os vossos atos, sois árvore
má, que serão cortadas e lançadas no fogo, isto é, destinadas à expiação e à
reencarnação, ao fogo do sofrimento. Aos que vos chamam “falsos
profetas” mostrai os frutos da Moral que pregais. OS CEGOS NÃO ENTENDEM QUE
POSSA EXISTIR A LUZ: ABRI-LHES OS OLHOS, E ELES VERÃO ALUZ DA VERDADE DO CRISTO
DE DEUS!
DEUS JULGA PELAS OBRAS
P – Um homem é
conhecido pelos seus atos, pelas suas obras, à luz do Evangelho em Espírito e
Verdade, atualizado pelo Novo Mandamento de Jesus. Como devemos entender a
parte final do Sermão do Monte, na interpretação do Espírito da Verdade?
R – Mateus, VII:
21-29; Lucas, VI: 46-49.
MATEUS: 21 – Nem todo aquele
que me diz “Senhor! Senhor!” entrará no reino de Deus; aquele, porém, que fizer
a vontade de meu Pai, que está no céu, esse entrará no reino de Deus. 22 –
Muitos me dirão naquele dia: “Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em
teu nome não expulsamos os demônios? E não fizemos tantos prodígios em teu
nome?” 23 – Eu, então, lhes direi: – Nunca vos conheci; afastai-vos de mim, vós
que praticais a iniqüidade! 24 – Aquele que ouve as minhas palavras, e as
pratica, é comparável ao homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha.
25 – Veio a chuva, transbordaram os rios, os ventos sopraram e se abateram
sobre essa casa, e ela não caiu por estar edificada sobre a rocha. 26 – Aquele,
porém, que ouve as minhas palavras, e não as pratica, se assemelha ao insensato
que construiu sua casa na areia. 27 – Veio a chuva, os rios transbordaram,
sopraram os ventos e se precipitaram sobre essa casa, e ela desabou, e grande
foi a sua ruína. 28 – Terminando Jesus o seu discurso, a multidão se admirou da
sua doutrina, 29 – porque ele falava com autoridade, não como os escribas ou
doutores da lei.
LUCAS: 46 – Mas porque me
chamais “Senhor!, Senhor!” e não fazeis o que vos digo? 47 – Vou mostrar-vos a
quem é semelhante àquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica.
48 – É semelhante a um homem que edifica uma casa e, cavando fundo, lhe
constrói os alicerces na rocha; um rio, transbordando suas água, se arremessou
contra a casa e não a conseguiu abalar, por estar edificada sobre a rocha. 49 –
Mas aquele, que escuta as minhas palavras e não as pratica, se assemelha a um
homem que edificou sua casa sobre a areia, sem lhes dar alicerces. E o rio se
lançou contra ela, e a casa ruiu, e foi grande a sua ruína.
Nem todos os que
dizem “Senhor! Senhor!” entrarão no reino de Deus: AS PALAVRAS MORREM NO
ESPAÇO, SEM CHEGAREM A DEUS, QUANDO NÃO TEM O APOIO DOS ATOS. Portanto,
praticai sempre o que ensinais. Não basta que admireis a Doutrina de Jesus e
digais que ela é perfeita, se nada fazeis por vive-la, aperfeiçoando vossas almas.
NÃO BASTA DIZERDES “SOMOS CRISTÃOS”, SE TRABALHAIS CONTRA O CRISTO. Não
basta dizer “somos médiuns”, se os que assim falam não usam suas faculdades
para a formação de UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR. As mediunidades ou
carismas não podem ser, absolutamente, sectarizados, porque Deus os distribui
por seus filhos de TODAS AS RELIGIÕES E DE NENHUMA RELIGIÃO: lembrai-vos
de que médiuns podem ser os livres-pensadores e os ateus, quando EM MISSÃO
acima de qualquer controvérsia religiosa, para o bem da Humanidade. Hoje,
sobretudo aos CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO, a prática é indispensável.
Quem quer que haja entrado nesse caminho FIQUE CERTO DE QUE NÃO PODE MAIS SE
DETER NEM SE DESVIAR, porque mais se pedirá a quem mais se concedeu. Não
terá desculpa, porque não mais o protege o espesso véu da ignorância, que a Luz
do Mestre rompeu. Sim, bem amados irmãos: não basta dizer que esta Moral é
sublime: cumpre seja posta em prática! Não basta ser cristão quando não se vive
o Cristianismo do Novo Mandamento. É urgente que TODOS COLOQUEM O CRISTO
ACIMA DE TODOS OS SEUS EMISSÁRIOS, POR MAIS ILUMINADOS QUE SEJAM; que todos
obedeçam com submissão, zelo e confiança às instruções dos Espíritos Guias, na
grave transição deste fim de ciclo. Perseverai no caminho que trilhais e tende
fé – a fé que remove montanhas – porque o Senhor estenderá suas mãos
onipotentes sobre vós, para destruir os obstáculos dos filhos da treva que
julgam fácil deter a vossa marcha!
A LEPRA FÍSICA E A LEPRA MORAL
P – Achamos divina a
missão do CEU da LBV, devolvendo ao Cristo o que é do Cristo. Realmente é
uma ignomínia tentar dividir o REBANHO ÚNICO de Nosso Senhor e
Mestre Jesus! É a lepra moral, que ainda infelicita os que fazem da religião um
campo de batalha! Por falar nisso, como o Espírito da Verdade explica a
“milagrosa” cura do leproso?
R – Harmonizemos
estas passagens dos Evangelhos Sinóticos: Mateus, VIII: 1-4; Marcos, I: 40-45;
Lucas, V: 12-16.
MATEUS: 1 – Tendo Jesus
descido do monte, grande multidão o acompanhou. 2 – Aproximando-se dele, um
leproso se pôs a adora-lo, dizendo: “Senhor, se quiseres, bem me podes limpar!”
3 – Jesus, estendendo a mão, tocou o leproso e disse: “Quero, estás curado”. E,
no mesmo instante, a lepra desapareceu. 4 – E Jesus acrescentou: “Não fales
disto a ninguém, mas vai mostrar-te aos sacerdotes e fazer a oferenda prescrita
por Moisés, a fim de que lhes sirva de testemunho”.
MARCOS: 40 – Aproximou-se
dele um leproso e, de joelhos, implorava, dizendo: “Se quiseres, podes
limpar-me!” 41 – Jesus teve pena dele e, estendendo a mão, o tocou, e lhe
disse: “Eu o quero, fica limpo!” 42 – Assim que pronunciou estas palavras, a
lepra deixou o homem, ficando este curado. 43 – Mandando-o embora, Jesus lhe
proibiu, terminantemente, a divulgação do fato, dizendo: 44 – “Não fales disto
a ninguém, mas vai mostrar-te aos príncipes dos sacerdotes e oferece, pela tua
cura, o que Moisés ordenou, para que lhes sirva de testemunho”. 45 – O homem,
porém, logo que saiu dali, começou a falar da sua cura e a anunciá-la por toda parte,
de modo que Jesus não podia mais aparecer ostensivamente na cidade; permanecia
fora, nos lugares desertos; mas de toda parte o povo ia ter com ele.
LUCAS: 12 – Sucedeu que
achando-se Jesus em certa cidade, um homem coberto de lepra o viu, dele se aproximou
e, prostrando-se com o rosto em terra, implorou, dizendo: “Senhor, se quiseres,
podes curar-me!” 13 – Estendendo a mão, Jesus o tocou, dizendo: “Eu o quero,
ficarás curado”. A lepra desapareceu, no mesmo instante. 14 – Jesus lhe ordenou
que não falasse a ninguém, e lhe disse: “Vai mostrar-te aos sacerdotes, e
oferece pela tua cura o que Moisés determinou, a fim de que lhe sirva de
testemunho”. 15 – Sua fama cada vez mais se espalhava, e a ele acorria grande multidão de pessoas, que
vinham aos bandos para o ouvir e curar as suas enfermidades. 16 – Ele, porém,
se retirava para o deserto e orava.
Jesus conhecia e
recompensava a fé, mas também sabia não serem chegados os tempos de publicar
abertamente as graças que prodigalizava. AINDA HOJE ASSIM É: O SENHOR VOS
CONCEDE O SEU APOIO E SE DIGNA DE CURAR A LEPRA DE VOSSAS ALMAS; MAS NEM TODOS
SE ACHAM EM
ESTADO DE COMPREENDER A GRAÇA QUE RECEBEM. Eis por que
dizemos: procedei com prudência. Na indiscrição e na desobediência do leproso
tendes um sinal de que os benefícios do Senhor serão conhecidos, façam o que
fizeram as forças contrarias. A cura instantânea daquele homem (efeito da
vontade poderosa de Jesus e do seu domínio sobre os fluidos apropriados) se
operou pela CONCENTRAÇÃO MAGNÉTICA DESSES FLUIDOS. O magnetismo humano
pode operar curas que ainda não compreendeis. Quanto mais o homem se aproxima
da vida espiritual, mais se depura, mais em relação se põe com os fluidos que o
cercam, E TANTO MAIS FACILMENTE OS DOMINA E EMPREGA COMO MEIOS CURATIVOS.
Ainda não sabeis o que pode o homem com o magnetismo e, sobretudo, O QUE
PODERÁ DAQUI A ALGUM TEMPO. A cura instantânea do leproso não foi,
portanto, mais que um fato natural, mais do que uma concentração dos fluidos de
que Jesus podia dispor e que, PENETRANDO A PELE DO DOENTE, DEVORARAM,
ANIQUILARAM AS MATÉRIAS IMPURAS NELA CONTIDAS, IMPEDINDO FOSSEM INTERIORMENTE
LANÇADAS NO ORGANISMO E NA CIRCULAÇÃO GERAL. Entendei, portanto: a
purificação dos fluidos sanguíneos destruiu o princípio interno da lepra. O tecido
da pele foi instantaneamente limpo e o enfermo se achou curado. Nisso
consistiu aos olhos dos homens, o “milagre”, PELA RAZÃO DE QUE AO HOMEM AINDA
NÃO É POSSÍVEL CONSEGUIR SEMELHANTE EFEITO, EM VIRTUDE DA SUA
IMPUREZA OU LEPRA MORAL. Quando, por essa forma, for capaz de produzir a
cura física, sua cura moral estará realizada. Com a prática permanente do Novo
Mandamento, a submissão e a fé expulsarão de vossas almas as influências
impuras que as corroem, tornando-as LIMPAS AOS OLHOS DE DEUS.
COMO VENCER A LEPRA
P – A Unificação das Quatro Revelações deste ciclo de
2000 anos, a trinta anos do fim dos tempos, há de merecer do Governo a
divulgação que merece, para o bem do Brasil. Ninguém mais apto a esse trabalho
que o CEU da LBV, que liquida todos os sectarismos religiosos. É a UNIÃO DE
TODOS PELO BEM DE TODOS! Agora, perguntamos ao Espírito da Verdade: que
deve o homem fazer para curar a lepra?
R – Repetimos: quanto mais o homem se aproximar da
vida espiritual, pelo conhecimento do Evangelho e do Apocalipse de Jesus, tanto
mais se purificará, tanto mais se porá em relação com os fluidos magnéticos que
o cercam, TANTO MAIS OS DOMINARÁ E PODERÁ EMPREGAR COMO MEIOS CURATIVOS.
A depuração do homem, no físico e no moral, há de se operar mediante uma REVOLUÇÃO
LENTA E PROGRESSIVA, de modo (por assim dizer) insensível àqueles que a
testemunharem; MAS A REVOLUÇÃO MORAL TERÁ DE PRECEDER DE MUITO A REVOLUÇÃO
FÍSICA. Afinal, que fazem os médicos para chegarem a purificar a pele de um
leproso? Tratam da massa do sangue, procurando despojá-la de tudo o que a
corrompe. O mesmo trabalho nos cabe: ANTES QUE O VOSSO ORGANISMO MATERIAL SE
TORNE DE NATUREZA ELEVADA, TEMOS DE LIMPAR A FONTE DAS VOSSAS IMPUREZAS, QUE
CONSTITUEM A LEPRA MORAL. O corpo ainda mantém cativa a alma. Entretanto,
está próximo o tempo em que vossas almas se libertarão, elevando-se às regiões
dos fluidos mais puros e mais poderosos. Dizendo ao leproso “VAI MOSTRAR-TE
AOS SACERDOTES, E OFERECE PELA TUA CURA O QUE MOISÉS DETERMINOU, A FIM DE QUE
LHES SIRVA DE TESTEMUNHO”, Jesus o fez para que aquele homem pudesse voltar
à vida comum, pois os leprosos eram excluídos do convívio de seus irmãos. Os
sacerdotes dispunham, senão da ciência, pelo menos do direito de julgar se o
homem atacado de lepra estava curado e podia voltar para o meio dos seus. Não
vos admireis de que o leproso tenha podido ir, por entre a multidão, à presença
de Jesus, para provocar e obter a sua cura. Jesus percorria os campos, indo
constantemente de um ponto a outro. Não podeis comparar a vossa organização
civil à daqueles tempos. Os leprosos eram expulsos das cidades, mas os campos
não lhes ficavam interditos. Eles se viam afastados dos seus, mas não
encarcerados. Ainda não havia asilos, ou colônias, para as misérias e os
sofrimentos dos pobres. Quanto à oferenda que devia ser feita, atendei a que
tudo era emblemático na Lei de Moisés. Assim como se sacrificavam as primícias
dos rebanhos, imitando-se a consagração do primogênito das famílias, assim como
se degolava a vítima propiciatória para resgatar as faltas dos povos, assim
também aos leprosos se impunha a obrigação de levarem sua oferenda ao Senhor, a
título de penhor da purificação alcançada e de gratidão pelo benefício
recebido. Nenhuma Lei inevitável dispunha sobre a natureza do penhor: podia ser
(conforme à posição social do leproso) um pássaro, um cordeiro ou frutos. Cada
um oferecia o que estava ao seu alcance, e o que mais oferecia era pelos homens
(como ainda hoje) considerado limpo. NÃO SE VÊ ENTRE VÓS, DIARIAMENTE, O INTERESSE
DO JULGADOR INFLUINDO NO JULGAMENTO? Quando os Evangelistas dizem que, em
conseqüência de haver o leproso divulgado por toda parte o que lhe sucedera,
Jesus se viu impossibilitado de aparecer mais na cidade (sendo forçado a se
conservar nos lugares desertos, porque de todos os lados iam ter com ele),
significa isso que AS MULTIDÕES, MAIS CURIOSAS DE MILAGRES MATERIAIS DO QUE
DESEJOSAS DO REINO DE DEUS, O ASSALTAVAM, FORÇANDO-O A PROCURAR SÍTIOS
ESPAÇOSOS. Das palavras “ELE SE RETIRAVA PARA O DESERTO E ORAVA”, já
vos demos a explicação: Todas as vezes que Jesus desaparecia das vistas de seus
discípulos, eles acreditavam que o Mestre se retirava para algum lugar secreto,
a fim de se entregar ao jejum e a oração.
RELIGIÃO E CIÊNCIA
P – Hoje, compreendemos por que a Ciência, serena e
imparcial diante dos FATOS que
analisa, despreza todos os sectarismos religiosos: cada crença se julga A VERDADEIRA, nos seus arroubos
realmente infantis. Graças à LBV,
tudo começa a mudar, em benefício do Brasil e de toda a Humanidade. Como o
Espírito da Verdade interpreta a passagem evangélica do centurião?
R – Vejamos Mateus, VIII: 5-13 e Lucas, VII: 1-10.
MATEUS: 5 – Tendo Jesus
entrado em Cafarnaum, veio ter com ele um centurião e lhe fez esta súplica: 6 –
“Senhor, meu servo esta de cama em minha casa, atacado de paralisia, e sofre
extremamente”. 7 – Jesus lhe disse: “Irei lá e o curarei”. 8 – Mas o centurião
lhe ponderou: “Senhor, não sou digno de que entres na minha casa; dize apenas
uma palavra, e o meu servo ficará curado; 9 – pois sou homem sujeito à
autoridade e tenho soldados sob as minhas ordens, e digo a um: vai lá, e ele
vai, e digo a outro: vem cá, e ele vem; e digo a meu servo: faze isto e ele
faz”. 10 – Ouvindo estas palavras, Jesus se admirou e disse àqueles que o
seguiam: Em verdade eu vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé.
11 – Também vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente e sentarão à
mesa com Abraão, Isac e Jacó no reino dos céus, 12 – ao passo que os filhos do
reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá pranto e ranger de
dentes”. 13 – E, voltando-se para o centurião, disse Jesus: “Vai, pois te será
feito conforme a tua fé”. Nessa mesma hora, o servo ficou curado.
LUCAS: 1 – Acabando de falar
tais coisas ao povo, Jesus entrou em Cafarnaum. 2 – Um centurião tinha em sua
casa, doente, quase à morte, um servo que lhe era muito caro. 3 – Tendo ouvido
falar de Jesus, o centurião lhe mandou suplicar, por intermédio de alguns
anciões judeus, que viesse curar o seu servo. 4 – Falando a Jesus, com
insistência lhe suplicaram, dizendo: “É um homem que merece lhe faças esta
graça, 5 – pois ama o nosso povo e construiu a nossa sinagoga”. 6 – Jesus se
pôs a caminho com eles; mas, quando chegaram perto da casa do centurião, este
lhe mandou dizer por seus amigos: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno
de que entres na minha casa, 7 – como não me achei digno de ir ter contigo:
dize uma só palavra, e meu servo ficará curado; 8 – porque também sou homem
sujeito à autoridade; tenho soldados sob as minhas ordens e, se digo a um: vai
lá, ele vai; a outro: vem aqui, e ele
vem; a meu servo: faze isto, e ele faz”. 9 – Ouvindo isso, admirado, Jesus se
voltou para o povo, que o acompanhava, e disse: “Em verdade eu vos digo que
ainda não vi em Israel, tão grande fé”. 10 – E, quando para casa do centurião
voltaram os que este mandara a Jesus, encontraram curado o servo que estava
doente.
A grande lição é esta: TENDE FÉ, PORQUE PARA DEUS NÃO HÁ DIFERENÇA ENTRE SUAS CRIATURAS,
sejam quais forem as leis a que estejam submetidas. São seus filhos TODOS OS HOMENS DE BOA VONTADE, sem
qualquer discriminação religiosa. Ide, pois, a Ele com absoluta confiança,
qualquer que seja o humano jugo que suporteis. Ide, e Ele vos aliviará.
Mostrai-lhe vossas angústias, vossos sofrimentos, vossas misérias, e Ele vos
curará. É o exemplo do centurião, educado no paganismo! Quanto a cura do servo,
JESUS A OPEROU PELO MESMO PRINCÍPIO DE
SEMPRE: O MAGNETISMO. Todos os fatos de curas materiais, qualificados de milagrosos
ou sobrenaturais, emanam da mesma fonte. A
paralisia é um resfriamento dos fluidos animalizados que circulam no organismo
humano. A vontade poderosa do Cristo mudou esses fluidos, revitalizando-os.
Assim como a pilha galvânica pode, momentaneamente, dar movimento aos músculos
e aos nervos de um cadáver, também a concentração, por efeito magnético, de
certos fluidos espalhados na atmosfera, pode operar sobre o organismo vivo um
abalo violento, capaz de regenera-lo. NA
FORÇA DAQUELE QUE, PELA AÇÃO EXCLUSIVA DA SUA VONTADE, OBTINHA TAIS EFEITOS É
QUE O HOMEM PODERIA VER UM MILAGRE; MAS A EXPLICAÇÃO FAZ VER QUE ESSA FORÇA É
NATURAL. Do mesmo modo que juncou o solo, que pisais, de benéficas plantas,
cujas propriedades curativas ainda não conheceis inteiramente, o Senhor também
carregou a atmosfera, que vos envolve, de propriedades regeneradoras,
purificadoras e revitalizantes, que nem sempre percebeis e para a maioria ainda
são letra morta. Para vos servirdes delas eficazmente, tendes de fazer os estudos
necessários: ESTUDOS ESPIRITUAIS, OS
ÚNICOS QUE VOS PODEM ELEVAR A ALTURA DA CIÊNCIA UNIVERSAL. Sim, religião e
ciência se completam, formando a verdadeira política ainda ignorada pelos
homens.
A CIÊNCIA PERANTE O EVANGELHO
P – Só os cegos espirituais não entendem que POLÍTICA,
RELIGIÃO E CIÊNCIA SÃO TRÊS ASPECTOS DA MESMA VERDADE, PORQUE POLÍTICA É A
RELIGIÃO CIENTIFICAMENTE PRATICADA! Como o Espírito da Verdade explica o
destino da ciência à luz do Evangelho do Novo Mandamento?
R – Os estudos espirituais, que vos darão o
conhecimento da CIÊNCIA UNIVERSAL, são os que, elevando vossas almas,
vos libertarão completamente dos instintos animais. Quanto mais o homem se
purificar, na vivência do Novo Mandamento de Jesus, mais senhor será das suas
forças, dos seus instintos, da sua vontade. Mais se aproximará da Perfeição que
lhe cumpre atingir, multiplicando os seus poderes. Só a purificação moral lhe
tornará possíveis os estudos necessários ao conhecimento dos fluidos magnéticos
DOTADOS DE PROPRIEDADES REGENERADORAS E REVITALIZANTES; ao conhecimento
da natureza e da maneira de atuar de cada um deles; das aplicações a que se
prestam, sob o ponto de vista curativo, conforme a moléstia. Sim, à medida que
o Espírito se desprender da matéria, seus conhecimentos a respeito de TUDO
QUANTO AINDA LHE É OBSCURO OU DESCONHECIDO se ampliarão e desenvolverão.
Entretanto, muito antes de conhecer os fluidos, o homem se servirá deles com
bom resultado GRAÇAS AO AUXÍLIO DOS ESPÍRITOS PROTETORES DA HUMANIDADE,
os quais – mediante o magnetismo espiritual – intervindo ocultamente, se
sentirão felizes de os colocarem ao alcance de sua mão, A FIM DE QUE OS
EMPREGUE DE ACORDO COM AS NECESSIDADES, DENTRO DA LEI DIVINA. Repetimos: O
conhecimento desses fluidos será progressivo, acompanhando o progresso do
estado moral. Segue-se que só será completo quando o homem houver alcançado a
Perfeição que pode esperar na terra. O magnetismo humano ainda tem de progredir
muito para chegar ao apogeu, isto é, A ÉPOCA EM QUE A VONTADE DO
ESPÍRITO BASTARÁ PARA REUNIR OU DISPERSAR OS FLUIDOS SOBRE OS QUAIS DESEJE
ATUAR. A ciência adquirida, porém, já produziu bons frutos e preparou para
o futuro um bem imenso, pondo-vos em condições de ler através de todos os
obstáculos e de perscrutar o seio da terra, para descobrir as riquezas que ela
contém. Não falamos aqui das riquezas que o homem deve desprezar, como
geradoras do orgulho, do egoísmo e da sensualidade, mas daquelas que Deus lhe
concede para recobrar a saúde e a força, quando diminuídas ou aniquiladas.
Aludimos ao sonambulismo lúcido, produzido e revelado pelo magnetismo humano;
às faculdades da visão espiritual e aos instintos que possui o sonâmbulo
(perfeitamente lúcido) pelo desprendimento sob a ação magnética; e às
descobertas que, do ponto de vista curativo, ele pode e há de proporcionar à
Humanidade nos reinos mineral, vegetal e animal, e no seio mesmo da Terra,
entre os produtos e detritos aí sepultados. ATÉ QUE SE ULTIME A DEPURAÇÃO
MORAL E, COMO CONSEQÜÊNCIA, A DEPURAÇÃO FÍSICA DO HOMEM, A AÇÃO MAGNÉTICA
HUMANA NÃO BASTARÁ POR SI SÓ, A MAIOR PARTE DAS VEZES, PARA A CURA DAS
ENFERMIDADES. Na maioria dos casos essencialmente físicos, ou orgânicos,
serão necessários o auxílio e o concurso tanto da ciência médica quanto do
sonambulismo magnético, das propriedades curativas já conhecidas e das que
virão a ser descobertas, nas substâncias minerais, vegetais e animais. Ficai
sabendo: os auxílios estranhos aos fluidos magnéticos podem servir,
combinando-se com estes. Há simpatia entre as plantas que curam e os fluidos
que, para esse fim, se assimilam. Aquelas se saturam destes fluidos e os levam
ao organismo! Atraindo-os em seguida, por meio do magnetismo humano, obtereis
duplo resultado. Eis por que os sonâmbulos realmente lúcidos, livres (pelo
desprendimento magnético) de quaisquer influências, se mostram aptos a escolher
as plantas curativas. NÃO DESPREZEIS NENHUM DOS MEIOS QUE O SENHOR VOS
CONFIOU PARA ATINGIRDES O FIM: a
medicina não deve ser um sistema, e sim um meio de restabelecer no organismo o
equilíbrio desfeito, de restaurar (quando perturbada) a harmonia das forças
vitais. E os homens quaisquer que sejam, que se consagram ao tratamento físico
da Humanidade, devem entregar-se a profundos e perseverantes estudos, teóricos
e experimentais, VALENDO-SE DA CIÊNCIA MÉDICA, destinada a progredir
sempre; do magnetismo humano e do sonambulismo magnético, lançando mão de todos
os meios e recursos que tais estudos necessariamente facultam, recursos e meios
tirados – pela observação e pela experimentação – das propriedades curativas
das substâncias minerais, vegetais e animais (sobretudo dos vegetais); e, ao
mesmo tempo, dos fluidos de que se acha carregada a atmosfera que vos cerca. Já
dissemos e agora repetimos: ATÉ QUE SE COMPLETE A PURIFICAÇÃO MORAL (E, POR
CONSEGUINTE, A PURIFICAÇÃO FÍSICA) DO HOMEM, A AÇÃO MAGNÉTICA HUMANA NÃO
BASTARÁ POR SI SÓ, NA MAIORIA DOS CASOS, PARA A CURA DAS ENFERMIDADES FÍSICAS
OU ORGÂNICAS. Haverá, porém, casos excepcionais, em que Deus permitirá ao
homem adiantar-se; em que um privilegiado (privilegiado em virtude da elevação
e pureza alcançadas) com o auxílio oculto dos Espíritos Superiores, produzirá –
por ato de sua vontade e pela ação magnética – fenômenos de cura julgada
impossível, fenômenos de cura dos que se chamam MILAGRES!
ALOPATIA E HOMEOPATIA
P – Alguns estudiosos, em nosso Posto Familiar ,
querem saber o que se dará com os sistemas médicos, que, do ponto de vista
terapêutico, dividem os homens, notadamente com os sistemas chamados “alopatia”
e “homeopatia”, sendo este último o que, por meio de experiências no homem são,
determina os sintomas morais e os sintomas físicos e mórbidos. O Espírito da
Verdade pode esclarecer o assunto?
R – Todos os sistemas médicos terão de se unir PARA
FORMAR UM ÚNICO, o qual se aliará ao magnetismo humano e ao sonambulismo
magnético, prestando-se os três mútuo apoio, constituindo o arsenal onde o
homem irá buscar suas armas para combater a doença e restituir a saúde a seus
irmãos. O princípio dos contrários, o princípio dos semelhantes, o magnetismo
humano e o sonambulismo magnético são do domínio das Leis da Natureza. Compete
ao homem saber, depois de estudos teóricos e experimentais, O CASO EM QUE DEVE EMPREGAR
ESTE OU AQUELE MEIO. A esses estudos é que tem de se aplicar para
restabelecer, no organismo, o equilíbrio desfeito e a harmonia das forças
vitais, quando perturbada: REMONTE ELE A ORIGEM DO MAL; SOBRETUDO, PROCURE
SEMPRE A CAUSA MORAL EM
TODAS AS DORES FÍSICAS. Nos inúmeros males, que afligem a
Humanidade, pesquisai bem o fundo das consciências e dos corações, e
encontrareis a raiz dessa árvore que se estende por todos os membros. A alma e
o coração quase sempre estão atacados: daí A PERTUBAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO,
FONTE DE TODAS AS ENFERMIDADES E DE TODOS OS SOFRIMENTOS. Perscrutai os
antecedentes do que sofre e, muitas vezes, descobrireis o remorso oculto de uma
ação má, um acontecimento que interessou a saúde, viciando o sangue que devia
circular puro nas veias. Médicos, isto é, todos vós que vos consagrais a aliviar
os males de vossos irmãos, sede clarividentes: não apliqueis o remédio na chaga
do enfermo à guisa da criança que “medica” um boneco!
A IGREJA DO CRISTO
P – Disse Jesus, no versículo 10 de Mateus e no
versículo 9 de Lucas: “Em verdade vos digo que em Israel não encontrei tão
grande fé”. No versículo 11 de
Mateus, disse o Mestre: “Também vos digo que muitos virão do Oriente e do
Ocidente e sentarão à mesa com Abraão, Isac e Jacó, no reino dos céus”. O
Espírito da Verdade pode aclarar o sentido e o alcance destas palavras, tanto
com relação à época em que
Jesus falava quanto em relação à nossa época?
R – Estas palavras encerravam profundo ensinamento,
visando a destruir, no espírito dos judeus, A IDÉIA DE QUE SÓ ELES ERAM
FILHOS DE DEUS E TINHAM DIREITO AS GRAÇAS DIVINAS. Dessa forma, Jesus lhes
ensinava que, seja qual for o homem, venha de onde vier, SE TIVER FÉ (OU
MERECIMENTO), É VERDADEIRAMENTE FILHO DE DEUS. E mais: que, ao contrário,
os que pertenciam à grande família judaica, acreditando-se privilegiados,
seriam repelidos se não seguissem o caminho que o Senhor traçou e Moisés lhes
havia mostrado, chamando-os à prática do amor a Deus e do amor ao próximo. O
mesmo ensino podeis aplicar à Igreja de Roma, que repele quem não curva a
cabeça ao jugo da sua lei. Habituou-se à grandeza e às honras humanas, servindo
mais a Mamon que ao próprio Deus. Cheia de orgulho, persegue impiedosamente os
que tentam abrir-lhe os olhos, porque se julga a Igreja de Jesus. Mas a
Igreja do Cristo tem por templo o vosso planeta; por fiéis todos os Homens de
Boa Vontade que vivem o Novo Mandamento; por sacerdotes todos os corações
puros, que arrebanham os Espíritos transviados para os reconduzir ao BOM
PASTOR DO ÚNICO REBANHO. Lembrai-vos destas outras palavras de Jesus, no
versículo 12 de Mateus: “Os filhos do reino serão lançados nas trevas
exteriores, onde há pranto e ranger de dentes”. Os que receberam a Palavra de
Deus, e dela não fizeram o uso que deviam fazer, serão expurgados da Terra:
tardiamente compreenderão o erro em que caíram. QUANTOS JÁ HOUVE NO PASSADO,
E, QUANTOS HÁ NO PRESENTE, QUE CHORAM AS FALTAS COMETIDAS! ELES SE ACREDITAVAM
SALVOS, PELA SIMPLES RAZÃO DE SE JULGAREM COM O DIREITO DE ABSOLVER OU CONDENAR
AS ALMAS. É que foram pesados na
mesma balança em que pesaram os outros. Quanto às palavras “pranto e ranger de
dentes”, sabeis que se referem, alegoricamente, aos sofrimentos e torturas
morais, às expiações que – visando exclusivamente ao seu aperfeiçoamento moral
– o Espírito tem de sofrer na erraticidade, de modo proporcional e apropriado
às faltas e crimes que cometeu. Evidentemente, falando-se de sofrimentos,
sempre se devem entender OS SOFRIMENTOS MORAIS DO ESPÍRITO CULPADO E
ARREPENDIDO, INEVITAVELMENTE SEGUIDOS DA REENCARNAÇÃO.
O ESPÍRITO E O CADÁVER
P – Há muito que se impunha, a nosso ver, a revisão
das Revelações de Deus com a sua devida ATUALIZAÇÃO.
Afinal, são vários milênios de evolução humana! Agora, todos podem compreender
por que HAVERÁ UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ
PASTOR, QUE É JESUS. Como o Espírito da Verdade explica o interessante caso
do filho da viúva de Naim?
R – Está no Evangelho segundo Lucas, VII: 11-17.
LUCAS: 11 – No dia seguinte,
Jesus se dirigiu a uma cidade chamada Naim, acompanhado de seus discípulos e de
grande multidão. 12 – Ao se aproximar da porta da cidade, aconteceu-lhe ver que
levavam a enterrar um morto, que era filho único de sua mãe viúva, acompanhada
de grande número de pessoas da cidade. 13 – Vendo-a, Jesus compadeceu-se dela e
lhe disse: “Não choreis”. 14 – Aproximou-se e, tocando o esquife, ordenou:
“Moço, levanta-te!” 15 – No mesmo instante, aquele que estava morto se sentou e
começou a falar. Jesus o restituiu à sua mãe. 16 – Todos os presentes foram
tomados de espanto e glorificaram a Deus, dizendo: “Um grande profeta surgiu
entre nós! Deus visitou o seu povo!” 17 – O rumor desse milagre se espalhou por
toda a Judéia e circunvizinhanças.
Conheceis a relação que existe entre o Espírito e o
corpo quando este, num estado de repouso a que chamais sono, fraqueza, catalepsia, se encontra separado da inteligência
que o anima. O ESPÍRITO RETOMA UMA
LIBERDADE MOMENTÂNEA MAS RESTRITA, PERMANECENDO LIGADO AO CORPO, DO QUAL SE
SEPAROU, POR UMA CADEIA ELÉTRICA, QUE É O LAÇO FLUÍDICO DO PERISPÍRITO, laço
que o conduz ao invólucro material, logo que o ordenam as necessidades humanas.
A MORTE REAL NÃO TEM DESPERTAR MATERIAL,
POIS A VONTADE IMUTÁVEL DE DEUS JAMAIS FORÇA O ESPÍRITO A SE UNIR A PODRIDÃO. Dizemos
“podridão” porque, uma vez quebrado o laço perispirítico, tem início o
apodrecimento da matéria, ainda mesmo que a vida orgânica não se tenha
extinguido aos olhos dos homens. A
ciência humana, por enquanto, é incapaz de comprovar os primeiros efeitos e
indícios da decomposição; entretanto,
eles existem. Portanto, com relação ao filho da viúva de Naim, como também
em relação a Lázaro, à filha de Jairo e a todos os outros “mortos” (aos olhos humanos, bem entendido) não
se havia quebrado o laço que une o Espírito ao corpo. A MORTE, POIS, ERA APENAS APARENTE, MAS FOI CONSIDERADA REAL PELOS
HOMENS. Que aconteceu, então, em Espírito e Verdade? Jesus chamou o
prisioneiro que se afastara do seu cárcere carnal e ele, submisso à ordem do
Cristo, voltou imediatamente. NÃO TEM
OUTRA CAUSA OS FATOS DESTA NATUREZA, REFERIDOS TANTO NO VELHO QUANTO NO NOVO
TESTAMENTO DA BÍBLIA SAGRADA. Acabamos de dizer, falando do filho da viúva
de Naim, que o Espírito voltou, incontinenti, à sua prisão carnal. Para que
ocorressem todos os fatos que se haviam de produzir pela ação de Jesus,
deixando nos Evangelhos traços e lembranças entre os homens, os Espíritos que –
por pertencerem ao GRUPO DOS
PARTICIPANTES DA OBRA DO MESTRE – deviam concorrer para a produção desses
fatos, se colocavam voluntariamente, nas condições precisas, ao longo do
caminho que ele percorria e desempenhavam, assim, a missão que trouxeram quando
encarnaram. O fato ocorrido com o filho da viúva de Naim (como os que se deram
com Lázaro e com a filha de Jairo) estava no número daqueles. O Espírito da
viúva, portanto, obedecia com submissão e devotamento à potente vontade de
Jesus. O ESTADO REAL EM QUE SE ENCONTRAVA O JOVEM ERA O
DE CATALEPSIA COMPLETA, ÚNICO ESTADO SINCOPAL QUE PODE APRESENTAR POR LONGO
TEMPO AS APARÊNCIAS DA MORTE, DE MODO A SER CONSIDERADO MORTE REAL. Jesus
tocou o corpo e não o esquife, que os judeus não usavam para enterrar os
mortos, e o fez com o fim de deter a marcha do cortejo. Sua vontade, expressa
na ordem “LEVANTA-TE”, reconduziu o
Espírito ao “cadáver”, que despertou do seu prolongado sono, e imediatamente
readquiriu, pela vontade do Espírito e pela influência benéfica do Mestre, a
força e a lucidez que havia perdido. Esse espírito – já o dissemos – submisso e
devotado, estava pronto a voltar, por ordem do Cristo, ao seu corpo inerte. Mas
este, não estando sustentado pela vitalidade da matéria, porque – em virtude do
afastamento do Espírito – o laço fluídico se distendera cada vez mais e se
tornara assim muito fraco, necessitava da ação poderosa de Jesus para
readquirir de súbito, GRAÇAS AOS FLUÍDOS
QUE O PENETRAVAM, a força e a vitalidade. A restituição da vitalidade ao
corpo foi devida àquela potência
magnética, que restabeleceu a harmonia entre as forças vitais. Repetimos: UMA VEZ MORTO REALMENTE, PELA RUPTURA DO
LAÇO QUE UNE O ESPÍRITO AO CORPO, ISTO É, POR SE HAVER O ESPÍRITO, COM O
PERISPÍRITO, SEPARADO COMPLETAMENTE DO CORPO, JAMAIS PODE O HOMEM READQUIRIR A
VIDA CORPORAL HUMANA, PELA VOLTA DE UM E OUTRO A PODRIDÃO CHAMADA “CADÁVER”.
Nesse caso, desde que o Espírito volveu à sua vida primitiva, à vida
espiritual, não lhe é mais possível retomar a ida corporal humana senão pela
reencarnação, de acordo com as Leis Naturais e Imutáveis da reprodução vigente
na Terra. Insistimos: A VONTADE IMUTÁVEL
DE DEUS JAMAIS FORÇA O ESPÍRITO A SE UNIR A PODRIDÃO; JAMAIS DERROGA, EM QUALQUER DOS MUNDOS
HABITADOS, AS LEIS QUE ELE MESMO PROMULGOU DESDE TODA A ETERNIDADE.
O MISTÉRIO DAS RESSURREIÇÕES
P - É irrespondível a explicação dada ao caso da “ressurreição”
do filho da viúva de Naim. Como devemos entender todas as outras
“ressurreições” de que fala a Bíblia? E como o Espírito da Verdade encara o
fato de as terem relatado os Evangelistas?
R – Em todas as “ressurreições” de mortos segundo os
homens, operadas na Terra em todas as épocas, especialmente aquelas de que
falam os Testamentos Velho e Novo da Bíblia, não houve mais do que A VOLTA
DO ESPÍRITO A UM CORPO QUE ELE NÃO ABANDONARA INTEIRAMENTE, ISTO É, A QUE SE
CONSERVOU LIGADO E PRESO PELO LAÇO FLUÍDICO DO PERISPÍRITO. ASSIM, NÃO HAVIA
CESSAÇÃO DA VIDA, MORTE REAL, NEM CADÁVER. Não havia mais que a suspensão
da vida, morte apenas aparente, um estado de catalepsia completa, que passava
aos olhos dos homens por um estado de morte real. Tais as “ressurreições” de
Lázaro, da filha de Jairo e do filho da viúva de Naim. Quanto a este último, o
cortejo seguia silenciosamente sua marcha; Jesus o fez parar, e disse à mãe do
jovem o mesmo aos que choravam e se lamentavam na casa de Jairo: “Não choreis”.
Tendo todos parado, ordenou “Moço, levanta-te!”, a mesma ordem que deu à filha
de Jairo: “Menina, levanta-te!” E, em seguida, se afastou. Ninguém proferiu
palavra na presença de Jesus, diante de seus discípulos, da multidão que os
acompanhava, compondo o cortejo fúnebre. Ninguém afirmou, referindo-se ao filho
da viúva de Naim: “Ele está morto”. Jesus, portanto, nada tinha a dizer, para
salvaguardar a interpretação futura, EM ESPÍRITO E VERDADE ,
do ato que acabava de praticar. Pelo seu silêncio, deixou intencionalmente
sujeito às explicações futuras aquele fato, tido por milagroso pelos que o
presenciaram e pelos outros que dele ouviram falar. Assim procedeu porque o
caso em questão tinha de contribuir para tornar aceita sua missão, e para que
esta produzisse frutos naquele momento e no futuro, CABENDO AO ESPÍRITO DA
VERDADE, PELO CRISTO PREDITO E PROMETIDO, EXPLICÁ-LO PELA ATUAL REVELAÇÃO.
Os que formavam o cortejo, os discípulos, a multidão que os seguia, os que
ouviram narrar o fato – acreditavam todos na morte real do filho da viúva e na
sua ressurreição. Para todos eles, o jovem estava morto e Jesus o ressuscitou
no sentido que davam a esta palavra, de acordo com seus preceitos e tradições.
Tal crença era fruto exclusivo das opiniões, das apreciações humanas, porque
Jesus não dissera nada sobre o estado real do rapaz. OS EVANGELISTAS,
NARRADORES DO FATO, TIVERAM, COMO SEMPRE, DE O RELATAR, E O RELATARAM
REGISTRANDO O ATO E AS PALAVRAS DE JESUS, SEGUNDO AS OPINIÕES, APRECIAÇÕES E
INTERPRETAÇÕES HUMANAS A QUE O MESMO FATO DERA CAUSA E QUE ELES ESPOSAVAM.
De modo que, conforme haveis de notar, relataram o fato como foi compreendido
por todos. Assim é que eles dizem, falando do jovem: “um morto”
(versículo 12), “aquele que estava morto” (versículo 15). A resposta a
esta pergunta: “o rapaz estava morto, ou não?” tinha de ser confiada às
interpretações humanas ATÉ AOS VOSSOS DIAS. A Revelação atual, que vem
explicar EM
ESPÍRITO E VERDADE a situação real daquele que estava
“morto” no entender dos homens, a natureza e o caráter reais do ato que Jesus
praticou, responde a essa pergunta. E O FAZ QUANDO OS PROGRESSOS REALIZADOS
PELA CIÊNCIA HUMANA, OS ESTUDOS E AS OBSERVAÇÕES SOBRE O MAGNETISMO E O
SONAMBULISMO MAGNÉTICO, COMPLETADOS PELA CIÊNCIA ESPÍRITA, VOS PUSERAM EM CONDIÇÕES DE COMPREENDER
A RESPOSTA. Quando chegar a hora, também vos explicaremos os fatos
relativos à Lázaro e à filha de Jairo, narrados pelos Evangelistas.
LÁZARO E A FILHA DE JAIRO
P – Recebemos com prazer à promessa de que também
serão fartamente analisados, quando chegar a hora, os fatos relativos à
morte e ressurreição de Lázaro e da filha de Jairo. Mas não pode o Espírito da
Verdade falar deles, por alto, completando a explicação referente ao filho da
viúva de Naim?
R – Seja. A título de nota, vos dizemos o seguinte:
primeiro, quanto à filha de Jairo. Os servos, que levaram ao chefe da sinagoga
a notícia da morte da menina, lhe disseram, na presença de Jesus, dos
discípulos e da multidão: “Tua filha morreu, não dês ao Mestre o incômodo de
ir vê-la”. Jesus, porém, foi. E, chegando à casa de Jairo, disse aos que
choravam e se lamentavam: “Não choreis, porque a menina dorme, apenas; não está
morta”. Aos tocadores de flauta e ao grande número de pessoas que lá se
encontravam, fazendo alarido, igualmente declarou: “Retirai-vos, porque a
menina não morreu, apenas dorme”. Como sabeis, pelo Evangelho, estas
palavras foram acolhidas por todos com zombeteira incredulidade, por saberem QUE
ELA ESTAVA MORTA. E essa opinião, da massa ignorante, prevaleceu sobre as
declarações expressas e contrárias do Mestre. OS DISCÍPULOS NÃO VIRAM SENÃO
UM MILAGRE NO FATO QUE JESUS PRODUZIRA, E QUE ELES NÃO PODIAM NEM EXPLICAR NEM
COMPREENDER. Tal opinião tinha de durar séculos, como realmente durou. Até
aos vossos dias, em que a incredulidade por sua vez a atacou e recusou admitir
o fato, POR NÃO O SABER EXPLICAR NEM CRER EM MILAGRE, o que os homens
daquele tempo acreditaram é o que a Igreja ainda ensina: a morte real da filha
de Jairo e a sua ressurreição, NO SENTIDO DA VOLTA DO ESPÍRITO (OU ALMA) A
UM CADÁVER. Mas não censureis: tudo tem sua razão de ser. Essas crenças
constituíam condição e meio de progresso para a Humanidade. Jesus conhecia o
estado das inteligências, as necessidades e aspirações da época, e SABIA QUE
AQUELA OPINIÃO HUMANA IA PREVALECER. Por isso mesmo, salvaguardou o futuro,
ao dizer: “A menina não está morta; apenas dorme”. Deixou à Revelação
atual o encargo de, ante a narração evangélica, explicar EM ESPÍRITO E VERDADE
o suposto milagre. Agora, quanto ao fato relativo à morte e ressurreição de
Lázaro, Jesus apropriou sua linguagem à situação, ao que devia ser, e dispôs
tudo de maneira a servir ao presente e preparar o futuro, reservando aos tempos
(então vindouros) da atual Revelação, os elementos e os meios de explicar
aquele fato EM
ESPÍRITO E VERDADE. Como no caso da filha de Jairo, disse o Mestre:
“Esta enfermidade não é mortal, não chega a causar morte; vosso amigo Lázaro
dorme. Vou despertá-lo”. É verdade que também disse: “Lázaro está morto”, mas
só o disse respondendo à pergunta dos discípulos: “ Mas, se Lázaro está
dormindo, poderá ser curado?” LÁZARO ESTAVA MORTO AOS OLHOS DOS HOMENS, PARA
TODOS ESTAVA MORTO, MENOS PARA JESUS, que o sabia apenas adormecido e que,
assim, o ia despertar, não ressuscitar no sentido em que os homens empregam
esta palavra. A enfermidade de Lázaro não era mortal, não chegava a lhe causar
a morte. Ele, portanto, não morrera, NÃO ESTAVA REALMENTE MORTO. (no momento
oportuno, explicaremos quais são, em Espírito e Verdade, o sentido e o “por
que” das palavras “LÁZARO ESTÁ MORTO”, ditas por Jesus como resposta
àquela pergunta dos seus discípulos. Nos comentários à própria narração
evangélica, não só explicaremos o fato ocorrido com Lázaro como, também, a
origem da opinião humana de Marta que, como as demais pessoas, acreditava na
morte real do seu irmão chegando a dizer: “Ele cheira mal, pois está aí há
quatro dias”). No desempenho da sua missão terrena, Jesus tudo dispunha
TENDO EM VISTA A
ÉPOCA EM QUE
FALAVA PESSOALMENTE AOS HOMENS E OS SÉCULOS AINDA MUITO
DISTANTES. Tinha, por isso, o cuidado de estabelecer as bases, de preparar
os elementos e os meios para a explicação futura, em Espírito e Verdade, dos
seus atos e palavras, de modo que recebesse cada um o que sua inteligência
pudesse suportar. NÃO CONFUNDAIS, NUNCA, NOS EVANGELHOS, AS PALAVRAS E OS
ATOS DE JESUS COM O QUE REFLETE E REPRODUZ AS OPINIÕES, APRECIAÇÕES E
INTERPRETAÇÕES HUMANAS, QUE TRAZEM O CUNHO DA ÉPOCA E DO MEIO EM QUE ELE CUMPRIU
SUA MISSÃO. E, QUANTO ÀS SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS, NÃO LHES DEIS, JAMAIS –
QUERENDO APREENDER-LHES O VERDADEIRO SENTIDO, QUERENDO PENETRAR O PENSAMENTO A
QUE SERVEM DE ROUPAGEM, QUERENDO APRECIAR E DETERMINAR A NATUREZA E O CARÁTER
DE SEUS ATOS – UM SENTIDO LITERAL QUE AS PONHA EM CONTRADIÇÃO CONSIGO
MESMAS.
Interpretai-as conforme ao espírito e compreendei-as, como é necessário,
sem as isolar umas das outras, de modo que, consideradas na íntegra, em vez de
se contradizerem, formem um TODO HARMONIOSO E VERDADEIRO.
CURAS FÍSICAS E
ESPIRITUAIS
P - Se os homens não se colocarem no CAMPO
NEUTRO em que Jesus
se encontra, diante de todas as religiões e filosofias instituídas pelas mentes humanas,
certamente não entenderão a Verdade do Evangelho e do Apocalipse, apresentada
pelo CEU da LBV. Como o Espírito da Verdade explica a emocionante cura da sogra
do Apóstolo Pedro?
R - Harmonizemos Mateus VIII: 14-17; Marcos, I: 29-34 e Lucas, IV: 38-41.
MATEUS: 14 – Tendo ido a casa de Pedro, Jesus encontrou aí de cama
e com febre, a sogra dele. 15 – Tocou-lhe a mão e a febre desapareceu: ela se
levantou imediatamente e se pôs a servi-lo. 16 – Pela tarde, apresentaram-lhe
muitos possessos, e de todos expulsou com sua palavra os maus Espíritos e curou
os que estavam doentes, 17 – a fim de se cumprirem estas palavras do profeta
Isaías: "Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou as nossas
doenças".
MARCOS: 29 – Saindo da sinagoga, vieram com Tiago e João à casa de Simão e André,
" 30 – Ora, estando a sogra de Simão de cama com febre, logo falaram dela
a Jesus. 31 – Este, aproximando-se, lhe pegou a mão e a fez levantar-se; no
mesmo instante a febre a deixou e ela se pôs a servi-lo. 32 – Ao cair da tarde,
quando já o sol se escondia, trouxeram-lhe muitos doentes e possessos, 33 –
aglomerando-se à porta da casa todos os habitantes da cidade, 34 – E ele curou
muitas pessoas atacadas de diferentes moléstias e expulsou muitos demônios, aos
quais não permitia que falassem, porque
o conheciam.
LUCAS: 38 – Saindo da sinagoga, entrou Jesus na casa de Simão,
cuja sogra estava com muita febre e lhe pediram que se compadecesse dela. 39 –
Inclinando-se, Jesus ordenou à febre que a deixasse e a febre a deixou; ela se
levantou imediatamente e começou a servi-los, 40 – Ao pôr do sol, todos os que
tinham doentes atacados de diversas moléstias os traziam, e ele, pondo as mão
sobre cada um, os curava. 41 – Os demônios saíram de muitos, gritando e
dizendo: "Es o Filho de Deus!" Mas Jesus os ameaçava, não lhes
permitindo que falassem, pois sabiam ser ele o Cristo.
São sempre doenças e enfermidades físicas
a curar; subjugações (tanto corporais quanto espirituais) a fazer cessar; e os
meios empregados - quer para a cura das moléstias, quer para a libertação dos
subjugados - são sempre os mesmos, para edificação dos incrédulos. Sim, tanto a
cura da sogra de Pedro, como as dos outros doentes que se apresentaram ao pôr
do sol, TODAS SE OPERARAM PELO MESMO
PROCESSO: PELA AÇÃO MAGNÉTICA. Aproximando-se da sogra de Pedro, Jesus lhe
tomou da mão e a sua vontade imprimiu a esse contato magnético a força
necessária a determinar o desaparecimento da moléstia. Não se pense que Jesus
precisasse usar e usa-se, se, para obter cada uma das curas que operou, de fluidos
diferentes, especialmente apropriados a cada moléstia; Não: os fluidos, mais ou
menos, se assemelham. FLUIDOS
PURIFICADORES E REGENERADORES, quando se trata de um organismo viciado; FLUIDOS FORTIFICANTES, quando se trata
de restabelecer a ação dos músculos, dos nervos, do mecanismo vital – os DOIS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS FLUIDOS.
Jesus aplicava o remédio adequado ao mal, qualquer que fosse a sua
natureza, Não concluais, porém, que o magnetizador, por não ter consciência nem
conhecimento daqueles fluidos e dos efeitos que devam produzir, se ache
impossibilitado de agir com segurança, do ponto de vista da cura, na medida de
sua elevação, de sua pureza, de suas faculdades magnéticas, UMA VEZ QUE TENHA FÉ E 0 IMPULSIONE A
VONTADE DE FAZER 0 BEM. Não: pelo seu próprio poder vital ele atrai os
fluidos, mas nunca age sozinho; Os Espíritos Protetores da Humanidade (que o
assistem) escolhem os fluidos e os dispõem para que produzam o efeito desejado.
DENTRO DOS LIMITES DO QUE E PERMITIDO,
LEVANDO EM CONTA 0 MERECIMENTO DE CADA UM. Ajudam a Boa Vontade do
operador, conforme aos desígnios do Mestre. Este sabia do merecimento da sogra
do Apóstolo Pedro. Pelo que respeita às curas espirituais, que operou afastando
dos subjugados os obsessores, fazendo cessar a subjugação, JESUS EXPULSAVA OS MAUS ESPÍRITOS PELO PODER SUPERIOR A QUE OS DEMÔNIOS
NÃO PODEM RESISTIR, QUANDO É POSTO EM AÇÃO. Ele não permitia que os subjugadores dissessem que o
conheciam, isto é, que sabiam ser o Cristo quem os expulsava, porque cada coisa
tinha de vir a seu tempo» Se o Mestre fosse reconhecido mais cedo, os fariseus,
os escribas, os príncipes da igreja teriam começado prematuramente a
persegui-lo. Não esqueçais que ele tinha a presciência dos acontecimentos; que
os Espíritos inferiores eram ignorantes; portanto, cumpria dar-lhes ordens de
acordo com o fim a que visava. Jesus
não se mostrava aos obsessores na glória que cerca o Santo de Deus, o Senhor do
vosso planeta e da vossa humanidade MOSTRAVA-LHES APENAS 0 SEU
ESPÍRITO; MAS A FORÇA DA SUA
VONTADE BASTAVA PARA LHES DEMONSTRAR 0 SEU IMENSO PODER. Quando, ao se afastarem, bradavam pela boca dos
subjugados, então médiuns falantes, "ÉS 0 FILHO DE DEUS!", os
obsessores, reconheciam nele os sinais marcantes dos Espíritos Superiores, e
estes (como todos nós e também vós) são filhos do Onipotente ou filhos do
Altíssimo, Chamando-lhe "Filho de
Deus", não lhe davam dessa filiação título diverso do que Jesus se atribuía diante dos homens,
quando os tratava de "meus
irmãos", quando lhes ensinava a dizer, referindo-se a Deus: "nosso Pai"! Os que se apóiam
nessas palavras bem sabem quanto é frágil o apoio, tanto que só a tremer
descansam nele a mão, não havendo um só que
creia firmemente no princípio que apresenta como "artigo de
fé". Jesus, pela sua vida humana aparente e pelo desempenho da sua missão
terrena, tendo uma e outra por objeto ENSINAR
E EXEMPLIFICAR, deu pleno cumprimento às
palavras do profeta Isaías: "Ele
tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças".
Desceu ao meio dos homens para lhes ensinar a sofrer A FIM DE SE REGENERAREM. Curou
os inales que encontrou no seu caminho e, unicamente a título de lição e de
exemplo, suportou, AOS OLHOS DOS HOMENS,
os males de que fala o Evangelho.
COMO SEGUIR O MESTRE
P – Os ateus costumam citar certas passagens do
Evangelho, em que Jesus
parece desumano e cruel. Analisam esses pontos ao pé da letra, que mata, esquecendo que só o espírito vivifica. Mas
que diz, a respeito, o Espírito da Verdade?
R – Harmonizemos Mateus, VIII: 18-22 com Lucas, IX:
57-62.
MATEUS: 18 – Vendo-se Jesus
cercado por grande multidão, resolveu atravessar o lago. 19 – Um escriba
aproximou-se e lhe disse: “Mestre, eu te seguirei aonde quer que fores”. 20 –
Jesus respondeu: “As aves do céu têm seus ninhos, as raposas têm seus covis,
mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. 21 – Outro discípulo lhe
disse: “Senhor, permite que eu, primeiro, vá enterrar meu pai”. 22 – Jesus lhe
retrucou: “Deixai que os mortos enterrem seus mortos”.
LUCAS: 57 – Quando iam a
caminho um homem lhe disse: “Senhor, eu te acompanharei para onde fores”. 58 –
E Jesus lhe disse: “As raposas têm seus covis, as aves do céu têm seus ninhos, mas
o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. 50 – E disse a outro:
“Segue-me”. Ele respondeu: “Senhor, primeiro permite que eu vá sepultar meu
pai”. 60 – Mas Jesus lhe disse: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos;
tu, porém, vai e anuncia o reino de Deus”. 61 – Disse-lhe outro: “Eu te
seguirei, Senhor, mas permite que, antes, eu vá dizer adeus aos de minha casa”.
62 – Jesus lhe retrucou: “Aquele que, tendo posto a mão no arado, olha para
trás, não serve para o reino de Deus”.
O Cristo, por essas palavras, não pretendeu prescrever
aos homens que, para trilharem o caminho por ele indicado e anunciarem o Reino
de Deus, renunciassem às necessidades e exigências da vida humana, relativas
tanto à habitação quanto ao vestuário e aos alimentos; que renunciassem ao
cumprimento dos deveres para com os despojos mortais daqueles a quem prendiam
os laços de sangue ou da amizade; que rompessem as ligações da família, que a
repudiassem ou deixassem de cumprir os obrigações que ela lhes impõe. Devendo
sempre buscar o espírito, o homem
sempre esbarrou na letra. O erro dos
que comentam as palavras do Mestre consiste em admitirem, para umas, o símile,
a figura oriental, que recusam às outras; em lhes falsearem ou modificarem o
pensamento de acordo com os tempos, desfigurando-o ao sabor das conveniências,
atribuindo assim ao Cristo ABSURDOS DE
QUE O PRÓPRIO HOMEM SE ENVERGONHARIA. PROCURAI NAS PALAVRAS DE JESUS O ESPÍRITO
SOB O VÉU DA LETRA, E ENCONTRAREIS SEMPRE UMA LIÇÃO DE JUSTIÇA, DE AMOR, DE
DEVOTAMENTO, DE CARIDADE IMENSA, UMA LUZ SEMPRE NOVA NA ESTRADA DO PROGRESSO.
Tratai, pois, de compreende-las todas em Espírito e Verdade, sempre à luz do
Novo Mandamento, segundo o espírito que ilumina, jamais segundo a letra que
obscurece. O conjunto das lições de hoje ensina que O HOMEM DEVE CUMPRIR, ANTES DE TUDO, AS OBRIGAÇÕES QUE O MESTRE LHE
IMPÔS. Cada uma de suas palavras comporta uma explicação à parte. Cada qual
encerra um preceito, um ensinamento especial. O que ele disse ao escriba mostra
o pouco caso que os homens devem fazer das voluptuosidades da vida terrestre,
se querem realmente segui-lo, para conhecer as excelências da pátria celestial AINDA NESSE VOSSO PLANETA DE TREVAS. Importa
que não se iludam com as doçuras materiais e um repouso suicida; a atividade, a
energia, a confiança permanente em Deus – eis os fatores da vida
espiritualizada e triunfante. Por isso lhes ensinava a serem desprendidos de
tudo, a nunca se preocuparem demasiadamente, mais do que seja preciso, com seus
interesses particulares. Exatamente o que disse no Sermão do Monte: – BUSCAI PRIMEIRO O REINO DE DEUS E SUA
JUSTIÇA, E TODAS AS COISAS MATERIAIS VOS SERÃO ACRESCENTADAS.
QUE OS MORTOS ENTERREM OS SEUS MORTOS
P - Disse Jesus: “Deixa aos mortos o cuidado de
enterrarem os seus mortos”. Muita gente ensina isso das maneiras mais
contraditórias. Qual a orientação do Espírito da Verdade?
R – Por estas palavras “Deixa que os mortos enterrem
os seus mortos” e “Quanto a ti, vai e anuncia o reino de Deus”, dirigidas ao
que pedia permissão para ir, antes de segui-lo, enterrar o pai, entendei: Jesus
não lhe disse “ABANDONA AS AVES DE RAPINA, AOS CÃES FAMINTOS, OS DESPOJOS
MORTAIS DAQUELES A QUEM AMASTE, DAQUELES A QUEM ESTIVESTE UNIDO PELOS LAÇOS DO
SANGUE OU DA AMIZADE, OS DESPOJOS MORTAIS DE TEUS IRMÃOS”. Jogaríeis fora,
por acaso, as roupas que eles tivessem usado, os objetos que lhes fossem caros?
Não. Pois fazei com os corpos mortos o que fazeis com esses nadas que vos
lembram aqueles que tanto amastes. Não os profaneis porque, se o Espírito não
está mais aí, já esteve. Sepultai os mortos; que a profanação não os
conspurque; que suas emanações não empestem o ar; MAS NÃO FAÇAIS DO
ENTERRAMENTO UM CULTO, NEM – O QUE É PIOR – OBJETO DE LUXO E OSTENTAÇÃO. A
quantos, dentre vós, importa mais o estrépito de um enterro brilhante do que a
lembrança daqueles cujos corpos são, assim, pomposamente levados à sepultura!
Deixai que os mortos enterrem os seus mortos, e dispensai ao envoltório
material a atenção devida a um objeto que o falecido amou. Amai, porém, AMAI
COM TODO O VOSSO AMOR AQUELE QUE SE AUSENTOU DESSE CORPO INANIMADO! Para
este, sim, todos os vossos cuidados. Consista o vosso luxo em orações íntimas,
saídas do coração. E não deixeis que arrefeça o vosso zelo por aquele que
abandonou o corpo, como arrefece com relação a esse corpo, entrai num desses
recintos povoados de cadáveres e observai a progressão decrescente do afeto e
da lembrança. Contemplai as flores que fenecem, pouco a pouco, e das quais não
resta o mais leve sinal ao cabo de alguns anos. Vede quanto o musgo e os
parasitos progridem na pedra, tanto como os vermes no corpo! Compreendereis,
então, não ser a morte material o que atrai o homem. Que são, afinal, os seus
despojos mortais? Matéria que os vermes decompõem, um composto tirado ao TODO
UNIVERSAL e que a ele tem de voltar, subdividindo-se. Não deis, portanto,
valor pueril a esses restos que a terra reclama. SÓ O ESPÍRITO, QUE OS
ANIMAVA, NÃO PERECE, SÓ ELE VÊ, SENTE, AMA E SOFRE. Agora, podem todos
entender: os mortos de que Jesus falava são os que vivem exclusivamente para o
corpo, não para o Espírito e pelo Espírito. São aqueles para quem o corpo é
tudo e o Espírito nada; aqueles que, tendo ouvidos para ouvir e compreender,
não ouvem nem compreendem – são incapazes de ouvir e compreender; aqueles que,
tendo olhos para ver, não vêem – são incapazes de ver! Abandonai, portanto, os
mortos. Que os mortos pelo Espírito e para o Espírito, vivos para o corpo, aos
quais falecem outras consolações, se agarrem a esses amontoados de podridões.
Deixai-os, isto é, deixai que enterrem os seus mortos. Abandonai-lhes esses
mortos, e ide vós anunciar a Vida Eterna. Consolai, amparai, exortai os homens,
e fazei-os entrar nas veredas da Vida, onde tudo é perfume e luz! Ontem, hoje e
para sempre, JESUS É O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA. Como ele disse: -
NINGUÉM VAI AO PAI SENÃO POR MIM!
DESERTO, PRECE,
PREGAÇÃO
P - Há coisas, nos Evangelhos, que nos
fazem refletir. Por isso, perguntamos ao Espírito da Verdade: - Os Evangelistas
estavam integrados em todos os pontos da missão de Jesus?
R - Vejamos Marcos, I: 35-39, e
Lucas, IV: 42-44.
MARCOS: 35 – No dia seguinte, tendo-se levantado muito cedo, Jesus
saiu e foi para um lugar deserto, onde se pôs a orar, 36 – Simão e os que estavam
com ele foram no seu encalço, 37 – E, quando o encontraram , lhe disseram:
"Todos te procuram"? 38 – Ele, então, disse: "Vamos às aldeias e
cidades próximas, para que eu também pregue aí, pois foi para isso que vim! 39
– E assim pregava nas sinagogas, e por toda a Galiléia, expulsando os
demônios"!
LUCAS: 42 – Ao nascer do dia,
saiu e foi para um lugar deserto;
a multidão que o procurava
veio ter com ele, e não o
largava com receio de que se fosse embora, 43 – Ele, porém, lhes disse:
"É preciso que também nas outras cidades eu anuncie o reino de
Deus, pois vim para isso". 44 – E pregava nas sinagogas da Galiléia.
Não esqueçais nunca que a linguagem humana
e a narração dos Evangelistas são conformes (debaixo da influência e da
inspiração mediúnicas) AS CRENÇAS DOS
APÓSTOLOS, DOS DISCÍPULOS E DA MULTIDÃO QUE ACOMPANHAVA OS PASSOS DE JESUS,
CRENÇAS QUE, COMO HOMENS, ELES ADOTARAM DE ACORDO COM OS TEMPOS E AS FASES DA
MISSÃO QUE DESEMPENHAVAM. Jesus não
estava submetido, materialmente, às
necessidades humanas; mas, aos olhos dos homens, ele as experimentava. Quer isso
dizer que elas ERAM APARENTES, NÃO REAIS.
Assim, o repouso noturno não lhe era necessário. Entretanto, ao que supunham todos,
ele se levantava, muito cedo, mal despontava o dia, ensinando-lhes com o
exemplo de tão grande atividade – que não deviam dar-se a um repouso inútil, nem
consagrar demasiado tempo aos cuidados pessoais. Todas as vezes que desaparecia
das vistas humanas, é que voltara, como
o sabeis, às regiões superiores. Segundo
os homens, porém, ele se retirava para lugar
deserto, onde se conservava em
vigília, orando sempre. Também nesse desaparecimento havia uma lição: ensinava que todos devem estar
constantemente vigilantes, a fim de
estarem sempre prontos a comparecer diante do Senhor. De volta das regiões superiores, onde estivera
durante a noite, foi visto saindo de
casa ao despontar do dia, muito cedo, para indicar a direção que deviam tomar, os discípulos e a
multidão, para encontrá-lo. E, no
momento em que o encontraram Pedro e todos aqueles que o procuravam, já ele retomava seu corpo
Perispirítico em sua aparência de
corporeidade humana. Meditai nas palavras que lhes dirigiu, quando a multidão
pretendia retê-lo: encerram, ainda, um ensino
dado a todos os Apóstolos, que não devem limitar-se aos locais onde já executaram a pregação da Palavra de
Deus. Evidente -mente, os meios de
comunicação eram diretos, pessoais, intransferíveis, naqueles tempos. Mas a ordem, ainda hoje, é levar a todos
os lugares a Verdade Libertadora, não
só do Evangelho, mas agora, principalmente,
do Apocalipse.
NÃO OLHAR PARA TRÁS
P – Jesus fez esta advertência: “Aquele que, tendo
posto a mão no arado, olha para trás, não serve para o reino de Deus”. Como
interpreta estas palavras o Espírito da Verdade?
R – O Mestre dirigiu essa advertência ao que lhe pedia
permissão para ir, antes que partisse com ele, despedir-se dos que deixara em casa. Também aí é
preciso que o homem busque o espírito, que vivifica, sem se ater à letra, que
mata. Houve quem acusasse o Cristo de, por essas palavras, pregar a secura de
coração, despedaçando os laços amoráveis da família. Entretanto, bem longe
estava isso do pensamento de Jesus! COMO PODERIA O REDENTOR, QUE DEU A SUA
VIDA POR TODOS, AMIGOS E INIMIGOS, ENSINAR O EGOÍSMO? Absolutamente, não! O
que, por aquela forma, quis dizer aos homens, era: NÃO OLHEIS PARA TRÁS,
QUANDO VOS ACHARDES NA ESTRADA DO BEM, POIS SEMPRE HAVERÁ UM LAÇO QUE VOS
RETENHA, EM
DETRIMENTO DA VOSSA MISSÃO. MEDITAI BEM, ANTES DE INICIAR A
OBRA, ISTO É, ANTES DE COLOCARDES NO SULCO O ARADO, MAS, UMA VEZ FEITO ISSO, JÁ
CONVENCIDOS DE QUE ELE RASGA O SOLO NO PONTO EM QUE A SEMENTE DEVE
SER LANÇADA PARA PRODUZIR, NÃO PAREIS MAIS – CAMINHAI SEMPRE PARA A FRENTE! Podeis,
portanto, harmonizar os ensinamentos do Mestre, desta forma: “Deixa que os
mortos enterrem os seus mortos, e vai anunciar o Reino de Deus. Deixa entregues
a si mesmos os que se mostram incapazes de VER A LUZ. Trata, primeiro,
de LEVAR A LUZ AOS QUE A DESEJAM, PARA VIVER EM DEUS.
Aquele que, tendo
posto a mão no arado, olha para trás de si, não serve para o Reino de Deus. É
PRECISO QUE AS CONDIÇÕES PESSOAIS, EGOÍSTICAS, NÃO TE FAÇAM VOLTAR ATRÁS E
ABANDONAR A OBRA QUE TENS DE EXECUTAR. Começaste a caminhar para a frente.
Segue, pois, o teu caminho, convicto de que parar é recuar”. São palavras
ditadas pelo próprio Cristo. Ante tal manifestação dirigimos aos Espíritos
Puros, que comandam a execução desta obra, mas principalmente ao Cristo de
Deus, esta súplica: “Dignai-vos de permitir vos agradeçamos a Boa Vontade que
tendes de nos esclarecer e de nos dar a Luz e a Verdade. Que Deus nos conceda a
graça de progredirmos sempre na senda do Amor Infinito, que conduz a Ele, e na prática
da Caridade que se universaliza na imensidade de suas obras!” Espontaneamente,
o médium escreveu, com a mesma caligrafia magistral: “JESUS VOS ABENÇOA”.
Depois dessa abençoada interrupção, continuamos o trabalho. E, na caligrafia
anterior, recebemos esta mensagem: “Foi um Espírito intermediário de Jesus
junto de vós quem se manifestou e vos transmitiu a palavra do Mestre,
encarregado, como seu mandatário, de falar por ele. Para sentirdes a vossa
posição em tal caso, apenas vos dizemos: “É A PALAVRA DO REI DE TODOS OS
REIS, TRANSCRITA PELO SECRETÁRIO, MAS SELADA COM AS ARMAS REAIS”. Conheceis
as relações que existem entre os homens e seus Guias Espirituais. SENDO
MATERIAL DEMAIS, A NATUREZA DO TERRÍCOLA NÃO LHE CONSENTE ENTRAR EM RELAÇÃO FLUIDICA COM
OS ESPÍRITOS DE ORDEM MUITO SUPERIOR. A transmissão das palavras do CHEFE
PLANETÁRIO se faz, então, por intermédio de Espíritos mais ou menos
elevados, de conformidade com os extremos que devam ser postos em contato. O Mestre ,
com vigilante ternura, olha para todos vós e seu AMOR leva em conta os
vossos menores esforços. Mas se (por estar Jesus muito acima dos Espíritos que
vos servem de Guias ou Protetores) estes não são por ele pessoalmente
dirigidos, COM MAIS FORTE RAZÃO, ENTRE ELE E VÓS SÃO INDISPENSÁVEIS OS
INTERMEDIÁRIOS. O Espírito que vos transmitiu as palavras do Mestre é um
dos que recebem suas ordens e espalham, sob a sua direção, a Luz e a Ciência
Universal. Grande seja o vosso reconhecimento! A bondade do Senhor desce sobre
os que se esforçam por cumprir as suas Leis. Paciência, coragem, perseverança
fé e amor!
MATEUS, MARCOS, LUCAS E JOÃO,
Assistidos pelos Apóstolos
TEMPESTADE APLACADA
P – A existência do CEU da LBV é segurança total para
todos. A simples leitura destas lições afasta o medo que persegue as criaturas
de Deus neste mundo! Como explica o Espírito da Verdade a passagem evangélica
da tempestade aplacada?
R – Harmonizemos, primeiro, Mateus, VIII: 23-27,
Marcos, IV: 35-41 e Lucas, VIII: 22-25.
MATEUS: 23 – Jesus tomou em
seguida a barca, seguido pelos discípulos. 24 – E eis que se levantou no mar
uma tempestade tão grande que as ondas cobriam a barca. Ele, entretanto,
dormia. 25 – Os discípulos, então, se aproximaram dele e o despertaram,
dizendo: “Senhor, salva-nos, pois vamos morrer!” 26 – Jesus lhes respondeu:
“Por que temeis, homens sem fé?” E, levantando-se, mandou que os ventos e o mar
se aquietassem, e logo se fez grande bonança. 27 – Os homens, cheios de
admiração, diziam: “Quem é este a cujas ordens o mar e os ventos obedecem?”.
MARCOS: 35 – Nesse dia, ao
cair da tarde, Jesus lhe disse: “Passemos para a outra margem”. 36 – E,
despedida a multidão, levaram consigo Jesus na barca onde ele se achava, outras
barcas o seguiam. 37 – Levantou-se grande ventania que, atirando as vagas sobre
a barca, a enchiam dágua. 38 – Jesus, que se achava à popa, dormia reclinado
num travesseiro. Eles o acordaram, dizendo-lhe: “Mestre, não se te dá que
pereçamos?” 39 – Jesus, levantando-se, falou ao vento e ao mar, dizendo “Cala-te,
emudece!” O vento cessou e logo reinou grande calma. 40 – Então, lhes disse:
“por que temeis? Ainda não tendes fé?” 41 – E todos, cheios de temor, diziam uns aos outros: “Quem julgas ser este
a quem o mar e os ventos obedecem?”
LUCAS: 22 – Certo dia, tendo
entrado numa barca com os discípulos, Jesus lhes disse: “Passemos para a outra
margem do lago”. E partiram. 23 – Enquanto faziam a travessia, ele adormeceu e
grande ventania se desencadeou sobre o lago, enchendo dágua a barca e pondo a
todos em perigo. 24 – Os discípulos se acercaram dele e, despertando-o,
disseram: “Mestre, soçobramos!” Jesus, levantando-se, falou ameaçadoramente ao
vento e às ondas agitadas. Tudo logo cessou e reinou grande calma. 25 – Então,
Jesus lhes perguntou: “Onde está a vossa fé?” Eles, porém, cheios de temor e
admiração, perguntavam uns aos outros: “Quem será este que dá ordens aos ventos
e às ondas e é obedecido?”
Jesus,
vós o sabeis, não estava sujeito ao sono NEM
A NENHUMA OUTRA NECESSIDADE DA EXISTÊNCIA HUMANA. Para os homens, ele
adormecera e tiveram de o despertar. Na realidade, porém, apenas quis, pela
demonstração do seu poder sobre os elementos, ferir a imaginação dos discípulos
e DESENVOLVER-LHES A FÉ. Os
Espíritos encarregados das águas e dos ventos, obedecendo-lhe, como todos os
outros, TUDO PREPARARAM PARA PRODUZIR O
TERROR NOS DISCÍPULOS DAQUELE QUE TAMBÉM ERA SEU MESTRE, E CUMPRIRAM DOCILMENTE
SUAS ORDENS, QUANDO ELE MANDOU QUE TODA A AGITAÇÃO CESSASSE. A explicação
dos meios pelos quais os Espíritos prepostos produziram a tempestade, e a
fizeram cessar, ainda estão muito acima do alcance das inteligências humanas: CADA REINO DA NATUREZA ESTÁ SUBMETIDO A
DIREÇÃO DE ESPÍRITOS ESPECIAIS, E CADA UM OPERA EMPREGANDO OS MEIOS QUE O
SENHOR LHE FACULTOU. A produção de tais efeitos, de tais sucessos, tem
sempre por base a ação do Espírito sobre os fluidos. O choque destes contribui
para que sintais a influência dos ventos. A ação magnética exercida sobre as
massas de água as levanta; e, diminuída essa atração, a calma se restabelece.
Nenhuma vaga do oceano está submetida à ação de um Espírito encarregado de a
mover, como se fosse um brinquedo de criança. OS ESPÍRITOS PREPOSTOS A TAIS EFEITOS CONCENTRAM OS FLUIDOS ATRATIVOS
NOS PONTOS EM QUE DEVERÁ
DESENCADEAR-SE A TEMPESTADE. Tudo para nós tem uma causa
explicativa; muitas coisas, entretanto, ainda têm de conservar-se obscuras para
vós. Contentai-vos com o pouco que vos podemos dar, de acordo com o estado das
vossas inteligências. Tratai de obter mais pelo estudo, pela observação, pelo
trabalho, executados com desinteresse, humildade de espírito e de coração, com
muito amor, muita fé e desejo de progredir. OS ENCARREGADOS DAS ÁGUAS E DOS VENTOS, COMO OS OUTROS ESPÍRITOS
ESPECIAIS A CUJA DIREÇÃO ESTÁ SUBORDINADO CADA UM DOS REINOS DA NATUREZA, SÃO
ESPÍRITOS PURIFICADOS, DESEMPENHANDO MISSÃO. E, para desempenhá-la,
empregam, como lhes apraz, os que lhes são inferiores, quando o concurso destes
se faz necessário. Já vos dissemos que TUDO
É MAGNETISMO EM TODA A NATUREZA ,
ação e atração magnéticas sobpostas à ação espiritual, e Deus não concede seus
poderes senão AQUELES QUE OS MERECERAM.
O Senhor não confia a aplicação e a execução das Leis que estabeleceu desde
toda a Eternidade, para a regência da vida e da harmonia universais, para a
realização de seus desígnios e da sua providência, senão AOS ESPÍRITOS QUE ELE SABE SEREM CAPAZES E DIGNOS DESSE ENCARGO.
FENÔMENOS DA NATUREZA – I
P – Muitos estudiosos querem saber como conciliar a
ação dos Espíritos na produção do fenômeno das tempestades e, por conseguinte,
os naufrágios que ocasionam, num instante fatal, a morte de certas como TÊRMO DE SUAS PROVAÇÕES TERRENAS, com
as descobertas pelas quais a Ciência, de antemão, determina o lugar e a época
dos fenômenos meteorológicos. É que isso leva muita gente a não ver nas
tempestades e nos naufrágios mais do que ação de uma força cega e necessária,
enquanto na morte dos naufrágios não vê senão a obra daquilo que chama de ACASO, negando assim a intervenção de
Deus e a ação dos Espíritos por ele prepostos ao uso, ao emprego à execução e à
aplicação das Leis Naturais e Imutáveis a que estão sujeitos os variados
fenômenos da Natureza. Que nos diz sobre tudo isso, o Espírito da Verdade?
R – Por
ventura a ciência humana também já predeterminou quais o que – ao menos na
aparência – seriam vitimas desses efeitos ? Digamos “ao menos na aparência
porque os que morrem em tais casos (como explicaremos daqui a pouco ) são
apenas VÍTIMAS VOLUNTÁRIAS, NO SENTIDO
DE QUE SÃO LEVADOS A SEMELHANTE FIM EM VIRTUDE DA ESCOLHA ,
QUE FIZERAM, DE SUAS PROVAS; DE QUE SÃO LEVADOS A ISSO PELOS SEUS PROPRIOS ESPÍRITOS; NO SENTIDO DE QUE O FATO OCORRIDO
É CONSEQUÊNCIA FORÇADA DAS PROVAÇÕES E EXPIACÕES QUE ESCOLHERAM. Tudo é
sábio, tudo é grande, tudo é perfeito nas leis Divinas; somente vós
materialistas orgulhosos, sois pequeninos nas vossas criticas e negação do Todo
– Poderoso. Mas Ciência, um dia, vos
anunciará , com exatidão, o momento dos fenômenos da Natureza. Então, dada a
vossa evolução moral, física e intelectual, não mais tereis de sofrer expiações
e provações , quais as do naufrágio. É
preciso que seja assim, porque é preciso que tudo marche regularmente na obra
divina. Dia virá em que tendo vós a necessária ELEVAÇÃO ESPIRITUAL, todos os casos que hoje vos causam espanto se
vos tornarão familiares, MAS NEM POR
ISSO MENOS REAL, SERÁ A AÇÃO DOS ESPÍRITOS. A ciência humana, se he fosse possível, anularia a
existência de Deus, afirmando: “Previmos as tempestades; logo, elas se
desencadearam porque assim devia acontecer”., De tal sorte, os fenômenos da
Natureza seriam apenas o resultado da ação de uma força cega e necessária, e
não obra de uma inteligência suprema e providencial, que age por intermédio de
Espíritos ativos e devotados, aos quais incumbem o uso, o emprego,
funcionamento, a aplicação e a execução das leis Naturais e Imutáveis que ela
estabeleceu, desde toda Eternidade. Deste modo é que aquela inteligência opera,
por sua vontade onipotente e livre, no sentido de que AGE SEGUNDO ESSAS MESMAS LEIS, QUE ELA DIRIGE, APLICA, FAZ FUNCIONAR,
EXECUTAR COM PERFEIÇÃO, VISANDO SEMPRE
AO PROGRESSO FÍSICO, MORAL E INTELECTUAL DENTRO DA VIDA E DA HARMONIA
UNIVERSAIS. Prevendo-lhes o uso, a aplicação, a execução e os efeitos, essas Leis são reconhecidas por
aqueles mesmos que negam, porque não as vêem, o Legislador que as promulgou e
os agentes a quem incumbiu de as aplicar, de as executar , de as fazer produzir
seus efeitos. Nas condições e segundo as regras e os meios que lhes pôs nas
mãos e se acham estabelecidos nas próprias Leis. O LEGISLADOR É DEUS; OS AGENTES SÃO OS ESPÍRITOS PUROS, aqueles que
se podem aproximar do centro da Onipotência e que, por sua vez, têm – como
agentes submissos e devotados conforme a hierarquia espiritual – os Espíritos
Superiores e os Bons Espíritos. O esmo seria reconhecer a existência de
qualquer maquina prever-lhe e observar-lhes o uso, a aplicação, os efeitos, a
execução da obra desde que o operário preposto do mecânico a faz funcionar e, AO MESMO TEMPO, NEGAR – POR NÃO SEREM VISÍVEIS,
O MECÂNICO QUE A INVENTOU E OS OPERÁRIOS QUE A PÔEM EM MOVIMENTO. Ora , o
mecânico é Deus; os operários prepostos são os Espíritos. Não, a Natureza
obedece a determinada marcha regular, É assim como o homem recebe sempre –
pelas circunstancias ou pelos acontecimentos que preparam, procedem, produzem e
executam essa marcha – O AVISO DE QUE TEM DE MORRER E, PORTANTO, DEVE
ESTAR PRONTO PARA ESSE MOMENTO SUPREMO, do mesmo modo nas Leis da Natureza,
todos os acontecimentos deixam prever a marcha que seguirão por meio dos sinais
captados pela ciência especializada.. As
tempestades, como as inundações, os fatos atmosféricos e todos os fenômenos da
Natureza são produzidos por Espíritos prepostos a produção desses efeitos.Espírito
que , todavia, seguem a marcha que lhes traça o Criador, para os preparar,
guiar e realizar pelos meios de que os armou, mas SEMPRE SEGUNDO AS LEIS NATURAIS E IMUTÁVEIS POR ELE ESTABELECIDAS,
DESDE TODA A ETERNIDADE.
FENÔMENOS
DA NATUREZA – II
P – O que
agrada na Doutrina do CEU, da LBV, é que todos os seus ensinamentos são dos
Espíritos de Luz. As lições dos preceptores humanos, por mais ilustres que
sejam, nos deixam duvida permanente. Gostaríamos, por isso, de obter novos
ensinos do Espírito da Verdade sobre os fenômenos da Natureza, É possível?
R – Já o
dissemos e repetimos: dia virá em que a Ciência poderá predizer O MOMENTO EXATO EM QUE SE PRODUZIRÃO
OS FENÔMENOS DA NATUREZA. Quando, porem, à previsão dos fenômenos
atmosféricos não acrediteis que possais anunciar com precisão dos ponteiros
marcando as horas no mostrador. Vossos cálculos serão muitas vezes perturbados,
mas chegareis a prever sempre com muita aproximação. Isso vos permitirá, desde
que o orgulho humano se resolva a consenti-lo, tomar as precauções necessárias
para salvar as vossas colheitas, as vossas habitações, e fazer redundar em
proveito da Humanidade o que, até então, ela considerava calamidade. Nada existe na Natureza sem um fim. Somente
a ignorância impede a compreensão desta verdade. O homem tem – até certo
ponto – o direito de se dizer o rei da criação, no sentido de que nada é
secreto que não deva ser dele conhecido, e nada oculto que não deva ser
descoberto, a medida que for aumentando
sua elevação moral e intelectual e, concorrentemente, física, segundo a Lei do
Progresso. A divina bondade tudo submeteu ao império do homem; preciso é, porém,
que ela aprenda a reinar com o Senhor, como pai de família e não como tirano. É
preciso que despedace as cadeias que prendam seus irmãos, para aprender a acorrentar
o oceano. É preciso que esteja sempre pronto a partilhar com seus irmãos o que
possui, para aprender a preservar suas colheitas das geadas, dos ventos e dos
raios de um sol demasiado ardente. É
PRECISO, ENFIM, QUE SE APERFEIÇÕE MORALMENTE, PARA OBTER O APERFEIÇOAMENTO
FÍSICO DO SEU PLANETA. Cada um dos
séculos que se escoam, com tanta lentidão, vos traz uma parcela de progresso
moral e intelectual. Moral, sim, porque – APESAR
DE TODAS AS VOSSAS IMPERFEIÇÕES – tendeis para o Bem. Trazeis disposições
para aceitar, mesmo dentro da vossa cegueira, as modificações de vos melhorarem
a espécie. Conservais ainda, é certo, uma parte da catarata que vos tira a
vista: è exatamente do que procuramos curar-vos agora. Quando enxergardes
nitidamente, caminhareis com passo firme e decidido pela via do progresso, e
vossa carreira tomará, então, proporções grandiosas. Tudo, no seio da Natureza,
tem de seguir a sua marcha regular, Longe está, ainda, a ciência humana do que
virá a ser.Grande poder o Senhor deu ao homem, mas é preciso que este se faça
digno de exercitá-lo. Por isso mesmo, repetimos: tudo é sábio na obra divina,
Tudo tem um destino e concorre – pela ação
dos Espíritos do Senhor, segundo a sua vontade e sob o império de suas
Leis Imutáveis – para a execução da obra geral, pelos fenômenos da Natureza
para o progresso do vosso planeta.
Concorre, também, para o cumprimento da vossas provações e das vossas expiações
que no conjunto da obra, representam elementos e meios de progresso. Assim, OS HOMENS QUE SUCUMBEM NUM NAUFRÁGIO SÃO
LEVADOS A MORRER DESSA MANEIRA POR EFEITO DAS PROVAS QUE ESCOLHERAM, ANTES DE
REENCARNAREM. PORTANTO, SEJA OU NÃO CONHECIDA DO HOMEM A CAUSA, O RESULTADO
EXISTIRÁ.
FENÔMENOS DA NATUREZA
– III
P – A
explicação dos fenômenos da Natureza não podia ser objetiva nem mais clara. Mas
os flagelos ligados a esse faro devem interessar a toda a Humanidade. Que diz,
por exemplo, o Espírito da Verdade sobre as vitimas de naufrágios , incêndios e
outras tantas tragédias ?
R – Aquele
que, ao reencarnar, escolheu por provação a morte violenta, precedida das
angustias e alternativas que cercam ao últimos momentos do naufrágio – sujeito
a se debater entre a submissão ao Criador,a resignação o remorso das faltas
passadas, a confiança na lei divina bondade e o pavor, a blasfêmia , a raiva
insensata que se apodera de muitos nessa hora terrível – será levado, pelo
próprio Espírito, a preferir um navio a outro, a se ver urgido por um negocio a
embarcar em determinada ocasião, a contar mesmo com um acaso feliz, com sorte,
com a sua “boa estrela”. E partirá porque, durante o desprendimento, a que o
sono deu lugar, O SEU ESPÍRITO SE TORNA
CONSCIENTE DAS SÉRIAS OBRIGAÇÕES QUE CONTRAIU, E TOMA DE NOVO A RESOLUÇAO DE
CONDUZIR O CORPO À SITUAÇÃO EM QUE, UNIDOS, DEVEM AMBOS TERMINAR AS SUAS PROVAS
VOLTANDO ESTE A MASSA COMUM E LIBERTANDO-SE ELE (O ESPÍRITO ) DA ESCRAVIDÃO
CORPORAL E READQUIRINDO A LIBERDADE. A resolução assim retomada, e da qual
não resta lembrança no estado de vigília, deixa no homem uma impressão vaga,
que vem a construir o que ele chama a sua inspiração, a determinante dos seus
atos. Assim como não pode prever o seu naufrágio, também o homem não prevê a
hora em que as chamas de um incêndio devorará a sua casa; em que será sepultado pelo desabamento da
escavação, , mina ou pedreira em que trabalhe; e os que tem de parecer, desse
modo, efetivamente perecem. Por quê? Porque, semelhantemente ao naufrágio
escolheram – para termino da vida terrena – a morte violenta, cercada das
angustias e alternativas daquele, e precedida da mesma luta entre a submissão
ao Criador, a resignação, o remorso, a confiança na divina bondade e o pavor, a
blasfêmia, o desespero. COMO O
NAUFRÁGIO, FORAM LEVADOS, PELOS SEUS PRÓPRIOS ESPÍRITOS, A PREFERIR UMA
HABITAÇÂO A OUTRA, EM
CERTA OPORTUNIDADE ; A PREFERIR, PARA TRABALHAR, ESTA MINA OU
PEDREIRA AQUELA OUTRA. Os que tenham de morrer de qualquer desses modos,
por haver soado a hora final das suas provações terrenas e por serem de
qualquer desses gêneros a provação e a expiação que escolheram,morrem
inevitavelmente. OS QUE DEVAM ESCAPAR A
MORTE, POR NÃO HAVER AINDA SOADO AQUELA HORA, ESCAPAM: OS MEIOS DE SALVAMENTO
LHES SÃO FACULTADOS PELA INFLUÊNCIA OU AÇÃO DOS ESPÍRITOS PREPOSTOS. Não
tendes visto duas pessoas caírem da mesma forma, e nas mesmas condições, e
dar-se que uma pereça da queda e que a outra não morra? Quando, num naufrágio,
num incêndio, ou num desabamento todos perecem, é que TODOS TINHAM CHEGADO AO TÊRMO DE SUAS PROVAÇÕES E HAVIAM ESCOLHIDO –
POR EXPIAÇAO E PROVAÇÃO – AQUELE GÊNERO DE MORTE. No mesmo dia, à mesma
hora, não morre na Terra uma porção de homens? Dêem-se, ou não, no mesmo lugar
as mortes, a razão é sempre a mesma: o termino das provas térreas. Todos esses
fatos o correm as vistas dos homens, sem que eles procurem conhecer – quer
as causas da morte, quer as causas e
influencias que preparam e põem em pratica os meios (quaisquer que sejam ) de
salvamento, fazendo-o por forma tal que suceda tudo quanto de suceder. Desse
“vivos” é que podeis dizer: – DEXAI AOS
MORTOS O CUIDADO DE ENTERRAREM OS SEUS MORTOS.
FENÔMENOS
DA NATUREZA – IV
P – Realmente,
o pior cego é aquele que não quer ver. A Doutrina da LBV pode ajudar o Brasil a
se libertar de toas as causas do subdesenvolvimento: basta completar a educação
dos homens com a EDUCAÇÃO DE JESUS. Mas a maioria prefere acreditar no acaso.
Que diz a esse respeito o Espírito da Verdade?
R – Deus nada
espera do que chamais “acaso”, porque não existe, nem nunca existiu , o acaso.
Tudo o que tenha de acontecer, do ponto de vista do termino das provas humanas,
acontece pela ação dos próprios
Espíritos, dentro da Lei de Causa e Efeito. Tudo portanto, tem razão de ser: a
pena de talião é, muitas vezes, escolhidas pelo Espírito culpado. Um que, em
existência anterior, cometeu o crime de assassínio friamente premeditado, pode
obter.da bondade e da justiça do Senhor, expiar essa falta por UMA LENTA AGONIA, cujos transes o
depurem e o reconduzam aquele a quem ofendera. O que acabamos de dizer não
convém seja separado – quanto ao que se deva entender pelo que chamais O INSTANTE FATAL DA MORTE – da
explicação que vos demos do Quinto Mandamento da Leis de Deus . No estado de
inferioridade em que ainda se encontra o vosso planeta, os flagelos, a peste, a
fome e a guerra CONTRIBUEM PARA O
PROGRESSO DOS POVOS, PORQUE SÃO MEIOS DE PROVAÇÕES E EXPIAÇÕES, E SERVEM PARA O
DESENVOLVIMENTO DA CIVILIZAÇAO, DA CIENCIA, DO ADIANTAMENTO MORAL E
INTELECTUAL, ABRINDO CAMINHOS A ATIVIDADE FRATERNA, A PRÁTICA DO DEVOTAMENTO E
DA CARIDADE. As vítimas dessas calamidades o são voluntariamente, pois que
– a título de provação, de expiação ou de missão – procuram por si mesmos
nascer num país, numa família, viver ou estar no local onde viessem a
experimentar qualquer daqueles flagelos. E são efetivamente flagelos, no
sentido de que atingem, indistintamente grandes e pequenos, lembrando assim ao
homem que DIANTE DO PODER DIVINO, TODAS
AS CABEÇAS SE ENCONTRAM A MESMA ALTURA E QUE, UMA VEZ CAÍDAS, TODAS FICAM
RENTES COM O SOLO. Não vos lamenteis, portanto, quando virdes uma
calamidade pública abater-se sobre qualquer país. Tudo está nos perfeito
desígnios da Justiça de Deus. Dizei, portanto: “Bendito seja o Senhor, que
estende seus flagelos por todas as nações e pesa na balança o valor de seus
povos; QUE MANDA A TERRA O PROGRESSO E A
PAZ AOS HOMENS DE BOA VONTADE”. Tudo segue marcha regular, objetivando o
progresso de ordem física, intelectual, moral e espiritual: Tudo é
preparado e dirigido pela ação dos
Espíritos Prepostos. Segundo a vontade do Senhor e sob o Império das Leis
Naturais e Imutáveis, por Ele estabelecidas, desde toda a Eternidade. Para
finalizar: foi assim, pela vontade de Jesus, a quem Deus tudo outorgou, que de
Deus recebe DIRETAMENTE a inspiração
e poderes ilimitados, e peã ação dos Espíritos Prepostos, que se desencadeou e
aplacou a tempestade, sucedendo-lhe grande bonança. Mas fique nos vossos
ouvidos a pergunta do Mestre: - PORVENTURA,
QUANDO VOLTAR A TERRA, O FILHO DE DEUS ENCONTRARÁ FÉ ENTRE AQUELES QUE FALAM EM SEU NOME ? Ou terá de
lhes dizer, novamente: – POR QUE TEMEIS,
HOMENS SEM FÉ?
NA TERRA DOS GERASENOS – I
P – Em matéria de
obsessão e obsidiados, o que mais nos impressiona e a passagem evangélica na
terra dos gerasenos. Gostaríamos, por isso, de receber, pelo CEU da LBV, uma
explicação ampla, que nos dê elementos para uma pregação eficiente aos que
freqüentam a nossa CRUZADA DO NOVO MANDAMENTO
NO LAR. Podemos ser atendidos pelo Espírito da Verdade?
R - Vamos harmonizar Mateus, VIII: 28-34, Marcos, V: 1-20 e Lucas, VIII: 26-40.
MATEUS: 28 – Ao chegar
Jesus à terra dos gerasenos, na outra margem do lago, vieram-lhe ao encontro,
saindo dos túmulos, dois possessos tão furiosos que ninguém ousava passar por
aquele caminho. 29 – E se puseram
a gritar, dizendo: "Jesus, Filho de Deus, que tens tu conosco? Vieste para nos atormentar antes do
tempo?" 30 – Não longe dali, estava pastando uma grande vara
de porcos. 31 – E os demônios suplicaram a
Jesus: " Se nos expulsas daqui, manda-nos para aqueles porcos!" 32 – Jesus lhes disse:
"Ide". E eles, saindo dos possessos, passaram para os porcos. Logo toda a manada partiu a correr, impetuosa
mente, e se foi precipitar no lago, onde os porcos morreram afogados. 33 –
Então, aqueles que os guardavam fugiram e, indo à cidade, narraram tudo o que
acontecera aos possessos. 34 – Todos os habitantes da cidade saíram ao encontro
de Jesus e, ao vê-lo, lhe pediram que se retirasse do país.
MARCOS: 1 – Tendo atravessado
o mar, desembarcaram no país dos gerasenos.
2 – E, mal Jesus descera da barca, um homem possuído do
espírito imundo veio ter com ele, saindo dos sepulcros, 3 – onde tinha sua morada habitual, homem esse que ninguém mais
conseguia prender, nem mesmo com
as correntes, 4 – pois muitas vezes já tinha estado com
ferros aos pés, preso por cadeias, e os quebrara, não havendo quem pudesse
dominá-lo. 5 – Vivia nas montanhas e nos túmulos, dia e noite, a gritar e a se
flagelar nas pedras. 6 – Ao ver Jesus de longe correu para ele e o adorou, 7 – exclamando em altas
vozes: "Que há entre mim e ti, Jesus, Filho
do Altíssimo? Eu te conjuro, por Deus, que. não me
atormentes!" 8 – Isso porque Jesus lhe ordenava: "Espírito imundo, sai desse homem!" 9 – Perguntou-lhe Jesus:
"Como te chamas?" Respondeu: "Multidão
é o meu nome, porque somos muitos". 10 – E lhe pedia, com instância, que não o expulsasse. 11 – Ora, havia ali uma
grande vara de porcos, pastando na encosta do monte. 12 – E os demônios faziam
a Jesus esta súplica: "Manda-nos
para aqueles porcos, para que entremos neles". 13 – E, como Jesus lhes desse permissão, os
espíritos imundos, saindo do possesso,
entraram nos porcos, e toda a manada, que era de ' perto de duas mil cabeças, correu com grande ímpeto e
foi precipitar-se no mar, onde se
afogou. 14 – Os que a apascentavam fugiram e, na cidade e nos campos, foram espalhar a notícia do que se
passara, e todos saíram a ver o que
havia acontecido. 15 – Vieram ter com Jesus e, vendo o homem, que estivera atormentado pelo demônio, já
sentado, vestido e em seu juízo, se encheram de temor. 16 – E eles, ouvindo dos
que presenciaram os fatos a
narrativa do que sucedera ao possesso e aos porcos, 17 – pediram a Jesus que
deixasse aquela terra. 18 – Ao voltar Jesus
para a barca, o homem que estivera possesso suplicou que lhe fosse permitido
acompanhá-lo. 19 – Jesus, porém, recusou, dizendo: "Volta para tua casa, para o meio dos teus, e conta-lhes
tudo o que o Senhor fez
por ti; e que Ele de ti se compadeça!" 20 – O homem partiu, e começou a espalhar em Decápole tudo o que Jesus lhe
fizera, causando admiração a todos.
LUCAS: 26 – Vieram navegando
ate ao país dos gerasenos, que fica defronte da Galiléia. 27 – Ao Jesus em terra, veio ter com ele um homem que,
desde muito tempo, estava possuído do demônio, e não
trazia roupa alguma e não morava em casa, mas nos sepulcros. 28 – Logo que viu Jesus, se prostou diante dele e, em altos
brados, dizia: Jesus, Filho de Deus
Altíssimo, que há entre mim e ti? Eu te suplico: “não me atormentes!" 29 – Isso porque Jesus
ordenava ao espírito imundo que
saísse daquele homem que, havia muito tempo, era por ele violentamente subjugado. De nada servia prenderem-no em
correntes e lhe porem ferros aos pés:
quebrava as correntes e ferro3, e era impelido pelo demônio para os lugares ermos. 30 – Jesus lhe
perguntou: "Qual é o teu nome?" Ele respondeu: "Meu nome
é multidão", pois muitos demônios tinham entrado nele, 31 – e esses demônios pediam a Jesus que não os mandasse para o abismo. 32 – Como, num monte
próximo, estivesse pastando uma grande vara de porcos, os demônios pediram a
Jesus que lhes permitisse entrar nos
porcos, o que lhes foi concedido. 33 – Então, saíram do homem, entraram nos porcos e logo toda a manada
se precipitou no lago, e aí se
afogou. 34 – Vendo isso, os que a guardavam fugiram e foram contar na
cidade e nas aldeias o que se passara. 35 – De uma e de outras acorreram muitas pessoas para ver o que
aconteceu. Vindo aonde estava Jesus, encontraram o homem, que ficara
livre dos demônios, sentado a seus pés, vestido e de perfeito juízo, o que os encheu de pavor. 36 – Os que tinham visto o que se passara lhes
referiram como o possesso fôra
libertado da multidão de demônios. 37 – Então todos os habitantes
de Gerasa pediram a Jesus que se retirasse dali, pois estavam horrorizados.
Jesus entrou de novo na barca, e partiu. 38 – O homem, de quem os demônios tinham saído, suplicava que lhe fosse permitido acompanhá-lo. Jesus, porém, o despediu, dizendo:
39 – “Volta para tua casa. Narra aos
teus o que o Senhor fez por ti". E o homem foi, por to da a cidade,
espalhando a notícia do que Jesus lhe fizera. 40 – Regressando este, o
povo o recebeu com alegria, pois todos o esperavam.
A homens
materiais são necessários ensinamentos de feição material, SABEIS QUE HORROR TINHAM OS JUDEUS AO
PORCO, "ANIMAL IMUNDO" NO DIZER DAS ORDENAÇÕES DE MOISÉS. E aqui são quase 2.000 porcos, verdadeira
multidão (legião seriam 6.000). Querendo dar
a entender aos homens até que ponto eram perigosos e repelentes os
obsessores, Jesus permitiu que os que
atuavam desde tanto tempo, de modo tão violento e cruel, quanto extraordinário
aos olhos humanos, sobre aquele "demoníaco", isto é, sobre o geraseno
que traziam subjugado, assombrassem os porcos que ali perto pastavam. Os
homens, crentes de que os Espíritos,abandonando o possesso, entraram nos
porcos, compreenderam melhor O DESPREZO
QUE LHES DEVIAM INSPIRAR TÃO PERIGOSAS INSTIGAÇÕES, A QUE PODIAM ESTAR SUJEITOS
TODOS AQUELES QUE NÃO TRILHAM O CAMINHO QUE LEVA A SALVAÇÃO. Observai
que os obsessores se satisfizeram com o espantar os porcos. Evidentemente, não
foram habitar neles. Assim como o subjugador não habita no subjugado -
limitando-se a influenciá-lo por meio de uma ação fluídica, permanecendo a seu lado e atuando moralmente sobre ele -
também os Espíritos impuros (que, obedecendo à vontade de Jesus, se colocaram
na sua passagem, PARA SERVIREM DE
INSTRUMENTO A LIÇÃO QUE ELE DESEJAVA
DAR), se acercaram dos porcos e os espantaram, impelindo-os a se
precipitarem no lago. Não admitais nunca a união, embora momentânea, entre o Espírito e o animal, isto é, a subjugação
corporal deste por aquele, nem - ainda menos - a substituição ou a possessão.
Já vos explicamos os meios por que se opera, as condições a que obedece e os
efeitos que produz a subjugação,
quer corporal, quer corporal e espiritual, bem como a possessão ou a substituição. Não temos, portanto de voltar
a esse assunto.
NA TERRA DOS GERASENOS – II
P – É impressionante como tantos obsessores (quase
2.000) podem atuar sobre um homem só! A propósito da odisséia do geraseno,
poderia o Espírito da Verdade explicar a influência dos “imundos” sobre as
criaturas?
R
– Sobre o homem subjugado a influência do obsessor é, como sabeis, fluídica.
Sobre os animais, não pode ser e não é senão moral, no sentido de que a ação
consiste em produzir neles o espanto ou o terror. O perispírito do Espírito não
pode atuar fluidicamente sobre os animais, POR
SER IMPOSSÍVEL A COMBINAÇÃO DOS RESPECTÍVOS FLUIDOS, UMA VEZ QUE OS PRINCÍPIOS
NÃO SÃO INDÊNTICOS. Para poder compreender as causas daquele fenômeno, o
homem tem de se entregar a estudos preparatórios sobre a natureza dos fluidos,
seus efeitos, suas propriedades de ação, segundo as Leis Naturais que lhes
regem o emprego, a aplicação e a disposição em cada reino da Natureza. Ora, bem
sabeis, SE DEUS QUER QUE VOS AJUDEMOS,
QUER TAMBÉM QUE TRABALHEIS, ESTUDANDO SEMPRE. Não podeis estranhar que,
dirigindo-se ao obsessor chamado “multidão”, por serem muitos, Jesus tenha
ordenado: “Sai desse homem!”, nem que tenha permitido aos Espíritos impuros entrarem nos porcos. É que não chegara
o momento, ainda distante, de serem explicados as causas e os efeitos da
subjugação, quer corporal e espiritual, assim como da ação dominadora que os
Espíritos podem exercer sobre os animais, e se fazia mister na ocasião usar,
para com os homens, de uma linguagem adequada ao seu entendimento e às idéias em voga. Estava
reservado ao Espiritismo dar aquelas explicações, em Espírito e Verdade. Não
vos detenhais em apreciar a acusação, tão pueril quanto fútil, que dirigem a
Jesus, por ter – segundo dizem – causado um prejuízo ao dono da vara de porcos.
TAL ACUSAÇÃO SÓ PODE PROVIR DE HOMENS
MATERIAIS, QUE NÃO COMPREENDEM O SENTIDO, O ALCANCE E O FIM DO ENSINAMENTO,
QUE, POR AQUELA FORMA, JESUS QUIS DAR E DEU, QUE VALE UM INTERESSE MATERIAL,
QUANDO SE TRATA DE SALVAR OS HOMENS? Mas ficais tranqüilos vós que, apesar
das vossas boas intenções, não vos podeis libertar do jugo da matéria. Os
porcos pertenciam a ricos proprietários, para os quais o prejuízo foi ligeiro,
insignificante, tanto que os guardadores nem sequer foram repreendidos, tão
grande repercussão teve aquele fato como resultante da vontade do Cristo. Nunca
o Senhor comete uma injustiça: tudo passa pelo crivo da sua onisciência; tudo
tem um fim, que há de ser alcançado, para a felicidade dos homens. Não deis
atenção, também, à diferença, destituída de importância, sem nenhum valor, sem
influência alguma nos fatos e no ensinamento, na lição que deles devia
decorrer, entre a narração de Mateus e as de Marcos e Lucas, consistindo em dizer o primeiro que dois
eram os possessos e os outros que o possesso era um só. Havia apenas um
subjugado. FOI PARA QUE SE REALIZASSE A
OBRA, QUE O MESTRE DEVIA REALIZAR, QUE O “POSSESSO DO DEMÔNIO” VEIO AO SEU
ENCONTRO SOB A INFLUÊNCIA E PELA AÇÃO DOS OBSESSORES, QUE A SEU TURNO OBEDECIAM
A VONTADE DE JESUS. Tudo o que, segundo se vos diz, esse homem fazia,
subjugado corporal e espiritualmente pela multidão dos maus Espíritos, era
efeito da mesma subjugação. Ele se achava à mercê dos caprichos de seus
obsessores, e a subjugação lhe servia, ao mesmo tempo, de provação e expiação: aquele que necessita de provações, na
Terra, tem sempre o que expiar. AS PROVAÇÕES E AS EXPIAÇÕES SE COMPLETAM, À LUZ
DA JUSTIÇA DIVINA. O obsidiado era, inconscientemente, médium de efeitos
físicos, e os obsessores procediam de acordo, pela subjugação corporal e
espiritual e pelos meios que já explicamos, servindo-se dos fluidos
animalizados da vítima, INDEPENDENTEMENTE
DA VONTADE DESTA.Quando se apresentou a Jesus não trazia roupa alguma:
despira-se completamente. Não é que os obsessores lhe houvessem, com violência,
tirado as vestes: apenas lhe haviam inspirado horror a todo e qualquer
constrangimento. Assim ele não podia nem queria suportar vestuário algum,
sujeito como estava aos caprichos dos “demônios”. Referem os Evangelhos
Sinóticos: “Não habitava em casas; passava os dias e as noites nas montanhas e
nos sepulcros, gritando e ferindo-se nas pedras; estivera muitas vezes com
ferro aos pés e preso pelas correntes; rebentava as correntes e os ferros”.
Tudo isso era efeito da maldade dos obsessores, quase dois mil. Como médium de
efeitos físicos, mas inconsciente, O
SUBJUGADO PRATICAVA POR SI MESMO, NA OPINIÃO DOS HOMENS, AQUELES ATOS. A
VERDADE, PORÉM, É QUE OS MAUS ESPÍRITOS, COM FORÇA BASTANTE PARA ISSO, ATUAVAM
DE COMUM ACORDO SOBRE ELE PARA OBRIGÁ-LO A PRATICAR TAIS ATOS, GRAÇAS A SUA
MEDIUNIDADE, EXERCENDO COM SEUS PERISPÍRITOS UMA AÇÃO FLUÍDICA, SOBRE A VÍTIMA,
DOMINANDO-LHE A VONTADE, QUE ARBITRARIAMENTE GOVERNAVAM. “Quebrava as
cadeias e os ferros, por mais que o vigiassem; ninguém mais podia prendê-lo;
nenhum homem conseguia dominá-lo”. Como bem podeis compreender, os obsessores
se divertiam em impedir que os guardas lhe pusessem peias, ou – se deixavam que
o fizessem – era com o intuito de quebrarem os ferros e as correntes. Para
conseguir tal resultado, o homem fazia os movimentos, MAS OS “DEMÔNIOS” É QUE LHE EMPRESTAVAM A FORÇA NECESSÁRIA, EXERCENDO
SOBRE ELE VIOLENTA AÇÃO FLUÍDICA, COMBINANDO OS FLUIDOS DE DEUS PERISPÍRITOS
COM OS DO POBRE GERASENO. “Era impelido pelo demônio para o deserto”. Em
algumas traduções, oriundas de uma falsa interpretação da letra e do espírito
do texto original, se diz que o homem era “arrebatado
pelo demônio”. Colocando-vos no ponto de vista dessas traduções, tomai a
palavra “arrebatado” em sentido
figurado e a tereis significando “impelido violentamente, contra a vontade”.
Também usais, muitas vezes, referindo a carreira desabalada de uma pessoa, que
ela é “arrebatada pelo vento”. Tendo
em vista esse fato, podeis recordar o episódio conhecido como “O Duende de
Baiona” um Espírito a transportar a irmã pelos ares. No caso do geraseno,
entretanto, nada se deu de semelhante. Havia apenas uma corrida desordenada,
que apavorava os que a presenciavam. Por tudo isso é que, subjugado corporal e
espiritualmente pelos obsessores, os
quais por sua vez eram, no momento, dominados e dirigidos pelos Espíritos
Superiores, aquele homem (tão furioso que ninguém ousava passar perto dele,
saindo dos sepulcros) correu ao encontro de Jesus, o adorou e, como médium falante, proclamou em altas
vozes, diante do povo ser Jesus “O filho de Deus”. EXPRIMINDO-SE DESSE MODO, PELO ÓRGÃO DO SUBJUGADO, OS MAUS ESPÍRITOS PROVAVAM
A IDENTIDADE DO CRISTO.
NA TERRA DOS GERASENOS – III
P - É da mais alta importância, PARA TODAS AS
PESSOAS, SEJAM QUAIS FOREM SUAS RELIGIÕES, a explicação da tragédia do
infeliz geraseno. Como podiam seus obsessores (quase dois mil) saber que Jesus
era o Filho do Altíssimo, o Cristo do nosso Planeta? E como explica o Espírito
da Verdade a alusão deles ao estabelecimento do Reino de Deus na Terra?
R – Obedecendo às ordens do Alto, os Espíritos do
Senhor lhes fizeram ver o futuro e os esplendores de Jesus, em quem
reconheceram – não um homem – mas UM ESPÍRITO MAIS PURO DO QUE OS MAIS PUROS
QUE O CERCAVAM. E, com efeito, perguntando ao Cristo se viera para os
atormentar antes do tempo, aludiam à época em que o conhecimento, que o
homem teria de adquirir, das causas e efeitos da subjugação, o poria em
condições de se escudar contra ela. Por instantes, a presciência lhes foi
concedida, e eles entreviram, de relance, o estabelecimento do Reino de Deus na
Terra e sua mão potente a espalhar a Luz por sobre os homens, como o Sol
espalha seus raios sobre o vosso mundo, nos belos dias estivais. A consciência
que assim tiveram do porvir aqueles obsessores do geraseno não durou mais que
um momento: logo se apagou. Foi como um raio de luz que brilha em meio às
trevas e, no mesmo instante, some, deixando de novo que as trevas se tornem
espessas. O pedido que dirigiram ao Mestre, para que não os expulsasse daquele
país, era motivado pela preferência que certos Espíritos conservam por certos
lugares onde viveram, quer na última encarnação, quer em outra anterior, que
lhes deixou vago sentimento de apego a tais sítios. Usando da faculdade de
médium falante do subjugado, e servindo-se do seu órgão vocal, os mesmos
Espíritos pediam a Jesus que não os mandasse para o ABISMO: esta locução
era alegórica e de natureza a impressionar a multidão. Ora, ABISMO é a
imensidade para os Espíritos impuros, com uma significação precisa – a
imensidade onde o Espírito criminoso erra, isolado, condenado às trevas e às
angústias causticantes do remorso. Equivale ao abismo que a vossa imaginação
representa como sendo uma fornalha ardente, a devorar carnes fictícias, sem
jamais as consumir. Os maus Espíritos, os chamados “demônios”, suplicavam
sinceramente que Jesus não os condenasse a esse estado de insulamento, que, por
assim dizer, mata moralmente o Espírito culpado, MAS COM O FIM DE O
MELHORAR, LEVANDO-O AO MAIS COMPLETO ARREPENDIMENTO. O Espírito condenado
às trevas e às angústias do remorso não sai do Espaço, e é no próprio Espaço que
se faz o insulamento, pela vontade do Senhor. O culpado pode ser (e é, muitas
vezes) condenado a uma prisão celular, de que o homem não consegue formar
idéia. Pode ser condenado, por bem dizer, a HABITAR NO TEATRO DE SEUS CRIMES,
como igualmente pode ser constrangido a permanecer num total insulamento, sem a
possibilidade de praticar um ato de sua vontade, nem movimento algum, sem
contato com qualquer outro Espírito, e cercado de espessas trevas que, sobre a
sua organização, isto é, sobre o seu Espírito e o seu perispírito, produzem o
efeito que uma atmosfera pesada e empestada produziria num homem todo amarrado.
Em suma, a expiação é, como sabeis, sempre apropriada e proporcional aos crimes
e faltas cometidos: obedece sempre às condições necessárias a incutir no
culpado o remorso, a lhe despertar a consciência, a desenvolver nele, cada vez
mais, as angústias que o preparam e levam ao arrependimento. Mas atendei: NENHUM
ESPÍRITO É CONDENADO A SERVIR DE CARRASCO A SEU IRMÃO, POR MAIS CULPADO QUE
ESTE SEJA. TODAS AS VISÕES DO CRIMINOSO SE PRODUZEM PELA AÇÃO DE UMA VONTADE
PODEROSA, QUE O CONDENA A VER O QUE DEVIA TER DIANTE DOS OLHOS, ATÉ AO INSTANTE
DO ARREPENDIMENTO. É um efeito de combinação de fluidos, resultante do
magnetismo espiritual, da qual ficareis inteirados quando houverdes avançado
bastante, para dar começo ao trabalho que queremos que seja feito pelo médium
sobre os fluidos e suas propriedades. Ainda que pouco desenvolvido e precisando
muito desenvolver-se, o progresso já realizado pelo magnetismo humano vos
permite fazer idéia do que é capaz de conseguir A VONTADE PODEROSA DO
ESPÍRITO SUPERIOR, NO TOCANTE AOS EFEITOS FLUÍDICOS. Como todos sabeis, o
magnetizador pode – por ato de sua vontade e pela ação dos fluidos magnéticos –
atuar sobre o seu paciente, achando-se este no estado sonambúlico, de maneira a
lhe dar, do que não passa de mera ficção, A IMPRESÃO DE UM FATO REAL, e
faze-lo acreditar e ver o que queira que ele veja e acredite, MESMO DEPOIS
DO DESPERTAR. Assim, deveis compreender qual seja o poder do Espírito
Superior relativamente às visões do criminoso e como aquele, com o auxílio do MAGNETISMO
ESPIRITUAL, por ato da sua poderosa vontade, tirando das combinações
fluídicas os desejados efeitos, consiga produzir tais visões, A FIM DE QUE O
CULPADO VEJA O QUE ESTÁ CONDENADO A VER E TENHA, DO QUE NÃO PASSA DE FICÇÃO, A
IMPRESSÃO DA REALIDADE.
NA TERRA DOS GERASENOS – IV
P – Temos pena dos materialistas, porque estão sempre
à mercê dos Espíritos maus que os cercam. Realmente, não há mais segurança fora
do Evangelho e do Apocalipse de Jesus! Como o Espírito da Verdade, explica o
pedido daqueles obsessores para “entrarem” nos porcos?
R – Quando, pelo órgão do subjugado geraseno, pediram
a Jesus: “MANDA-NOS PARA AQUELES PORCOS, A FIM DE QUE ENTREMOS NELES”,
os Espíritos impuros se achavam dominados e governados pelos Espíritos
Superiores. Estes é que os impeliam a exprimir-se desse modo. Logo que Jesus
lhes concedeu a permissão solicitada, ELES SE ACERCARAM DOS PORCOS, os
espantaram por meio de uma aparição só visível para os mesmos porcos, e os
impeliram na direção do lago, a fim de que ali se precipitassem, perseguindo-os
com aquela aparição, que revestia uma forma e fazia gestos e ameaças de
natureza a aterroriza-los. Para lhes infundir esse terror, os Espíritos impuros
não se serviram da forma humana. O ESPÍRITO, COMO SABEIS, PODE TOMAR A
FORMA, A APARÊNCIA QUE JULGUE NECESSÁRIA À OBTENÇÃO DO RESULTADO QUE DESEJE.
Para causar terror, muitas vezes, o Espírito inferior reveste a forma, a aparência
de um animal perigoso e INIMIGO DO QUE ELE QUER APAVORAR. Foi o que se
deu com os que assombraram os porcos e os fizeram precipitar-se no lago.
Dissemos que a aparição só era visível aos porcos: SE ASSIM NÃO FOSSE, O
POVO NÃO TERIA ACREDITADO QUE OS ESPÍRITOS “IMUNDOS” ENTRARAM NESSES ANIMAIS.
Um médium vidente que estivesse entre a multidão não teria – embora fosse esta
à vontade dos obsessores – podido vê-los sob a forma, a aparência que tomaram,
porquanto à vontade desses Espíritos nenhum poder tinha para o conseguir.
ELES SE MOSTRARAM AOS PORCOS PORQUE A ISSO HAVIAM SIDO AUTORIZADOS, MAS NÃO
LHES ERA LÍCITO IR ALÉM. Tudo se realizava segundo à vontade do Mestre,
objetivando o resultado que ele queria alcançar. O fato de serem os Espíritos
impuros visíveis aos porcos, quando não o eram para o povo, não vos deve causar
mais admiração do que este: lado a lado dois médiuns videntes, somente um ver o
Espírito que se manifesta! NESSE CASO, A VONTADE DO ESPÍRITO INTERVÉM.
Quanto aos animais, a visão para eles se produz exclusivamente pela vontade do
Espírito, porque a combinação dos fluidos entre o Espírito e o animal (como o
dissemos) é impossível, ao passo que – para se tornar visível ao médium vidente
– o Espírito opera por ato de sua vontade e exerce sobre o médium uma ação
fluídica. Repetimos: não admitais NUNCA a possibilidade de uma união
(embora momentânea) entre o Espírito e o animal. NÃO HÁ SUBJUGAÇÃO CORPORAL
DESTE POR AQUELE E AINDA MENOS POSSESSÃO, SUBSTITUIÇÃO. Há, apenas,
subjugação moral, no sentido de que o espírito consegue espantar o animal,
enchê-lo de pavor, obrigá-lo a atos extravagantes, que podeis considerar
materiais, mas que nem por isso deixam de tocar a inteligência relativa daquele
que a sofre. A VONTADE DO OBSESSOR BASTA POR SI SÓ PARA TORNAR VIDENTE O
ANIMAL, pela razão de que o Espírito deste é mais apto que o vosso a ter a
faculdade da vidência e ainda porque à vontade do Espírito, por mais inferior
que ele seja, domina sempre o Espírito animal, a menos que a isso se oponha um
Espírito Superior. Não se conclua daí que o animal vidente seja médium. Não o é
na acepção exata da palavra, pois não pode, em caso algum, servir de
intermediário ao Espírito para se manifestar ao homem. O animal goza de uma
faculdade que lhe é peculiar: é apenas vidente, não médium. ENTRETANTO, EM CERTOS CASOS AO ALCANCE DA VOSSA
PERCEPÇÃO, A FACULDADE DE VER, QUE O ANIMAL POSSUI, PODE SERVIR – ESPECIALMENTE
PELO TERROR QUE DELE SE APODERA – PARA, DA PRESENÇA DO OBSESSOR, PREVENIR O
HOMEM, QUANDO NÃO EXISTE NENHUMA COISA MATERIAL, VISÍVEL OU TANGÍVEL, PARA ESSE
MESMO HOMEM, CAPAZ DE JUSTIFICAR SEMELHANTE TERROR.
NA TERRA DOS GERASENOS – V
P – Um dos pontos que ferem as convicções dos
protetores dos animais é este: “– Por que Jesus permitiu a morte dos inocentes
porcos, aterrorizados pelos obsessores do geraseno?” E nós perguntamos ao
Espírito da Verdade: - Por que o Mestre impediu que o geraseno, já em perfeito
juízo, o acompanhasse com os Apóstolos e discípulos?
R – QUEM, MAIS QUE JESUS, AMA E PROTEGE OS ANIMAIS?
O Pai Eterno lhe conferiu todos os poderes, inclusive dar a vida e retirá-la,
sempre em benefício das suas criaturas. Porventura vamos acreditar que a vida
acaba na morte? Pois esse sacrifício resultou na evolução dos porcos, dentro da
escala animal: eles contribuíram para a salvação de um homem. Não esqueçais,
ainda, que os animais também têm de reparar suas faltas, conforme a Lei que
rege a vida planetária. Não deu o Mestre A SUA PRÓPRIA VIDA PELA SALVAÇÃO DE
TODOS? Só ao Cristo compete saber a verdade sobre a “inocência” de todos os
seres da Criação Divina. Permitindo aos Espíritos impuros que entrassem nos
porcos, Jesus lhes permitia permanecer nas regiões habitadas pelos homens,
circunvolvendo a humanidade, isto é, lhes consentia aproximar-se desta e ficar
em contato com ela. Tal permissão lhes foi concedida para que, junto, assim dos
que a título de provação ou de expiação viriam a ser vítimas das suas obsessões
e subjugações. COMO DOS QUE SE INTERESSASSEM POR ESSAS VÍTIMAS, pudessem
eles receber o benefício das preces e encontrar os meios de reflexão e
encaminhamento moral. ELA LHES FOI CONCEDIDA SOBRETUDO, PARA ENSINAMENTO DOS
HOMENS, porquanto aqueles Espíritos não permaneceram inativos, e foram
repelidos e doutrinados pelos discípulos do Cristo. O subjugado por aquela
multidão de maus Espíritos - quando, sob o peso da subjugação corporal e
espiritual, tinha acessos violentos de fúria – ficava num estado aparente (mas
que para os homens era real) de loucura furiosa ou alienação das faculdades
mentais. Tornava-se incapaz de ter conhecimento de seus atos. Perdia a
consciência do seu ser. Nos momentos, porém, de menor violência, quando a calma
se restabelecia, no sentido de estar diminuída a sua sobreexcitação, TORNAVA-SE
CONSCIENTE DO SEU ESTADO, DO CONSTRANGIMENTO A QUE ESTAVA SUBMETIDO, E COM ISSO
ELE SOFRIA HORRIVELMENTE, QUER DIZER: NÃO ERA NENHUM INOCENTE, E AÍ ESTAVA A
PUNIÇÃO DOS CRIMES QUE COMETERA EM EXISTÊNCIA ANTERIOR. Logo que os demônios saíram dele, isto é, logo que ficou livre da
subjugação, recobrou, como observais em vosso meio, o uso pleno da razão a
liberdade do corpo e do Espírito. A multidão que acorreu da cidade e dos
campos, mal teve conhecimento do que se passara pelos fugitivos guardadores dos
porcos, encontrou o homem sentado aos pés de Jesus, vestido e de juízo
perfeito. Estava vestido porque os discípulos o cobriram, tirando algumas peças
de suas próprias vestes. Uma vez liberto, ele se submeteu alegremente aos
costumes humanos. “E de juízo perfeito, fato que os encheu de pavor”. Aquele
que, até então, ninguém podia conter, ali estava aos pés do Mestre, calmo e
submisso. Tal submissão bastava para impressionar o povo. A cessação dos sinais
e manifestações de uma demência furiosa (no entender dos homens), traduzindo-se
em atos violentos, desconexos, bizarros, em desordens e aberrações da palavra,
os quais desapareceram todos com a subjugação, cedendo lugar à razão integral,
à liberdade do corpo e do espírito, FOI QUALIFICADA DE MILAGROSA POR NÃO
SER COMPREENSÍVEL NEM EXPLICÁVEL. Não negue a incredulidade atual, filha
orgulhosa da ignorância, estes fatos autênticos, que os Evangelistas vos
transmitiram. Não os negue nem zombe deles, para o seu próprio Bem! Estude a
ciência espírita, aprenda, observe, SEM IDÉIAS PRECONCEBIDAS, COM HUMILDADE
E A NECESSÁRIA PERSEVERANÇA, E CERTAMENTE ACREDITARÁ, PORQUE TERÁ COMPREENDIDO.
O homem tem sob as vistas a revelação e a manifestação dos poderes do Espírito;
ainda efeitos físicos, que se produziram em todos os tempos e se produzem hoje,
sob todas as formas, no ser humano e em tudo o que o cerca. Tem sob as vistas a
revelação e a manifestação das faculdades dos Espíritos Superiores, ministros
da Vontade de Deus, da sua Providência e da sua Justiça; do poder que eles
exercem sobre os fluidos, visando à aplicação e à execução das Leis Naturais e
Imutáveis, que regem a vida e a harmonia universais. Tem sob as vistas a
revelação e a manifestação do poder dos Espíritos Superiores sobre os fluidos,
pelos efeitos formidáveis e terríveis a que dais o nome de flagelos; pelo
estalar do raio que derriba edifícios, fende um carvalho secular, e tantas
vezes causa a morte; pelo furacão que arranca árvores e destroça habitações;
pelas inundações que assolam, destroem e arrastam consigo tudo quanto encontram
na sua passagem; pela tempestade que arroja os navios de encontro aos
arrecifes, onde se despedaçam e são tragados pelo mar. Depois de meditar em
tudo isso, cada um dos zombeteiros poderá entender o caso emocionante do
geraseno. O homem, vendo-se livre dos seus obsessores, rogou a Jesus lhe
permitisse acompanhá-lo. Jesus, porém, recusou, dizendo: “Volta para tua casa e
conta aos teus o que senhor fez por ti”. E ele se foi embora, dando público
testemunho do que Jesus fizera em seu benefício. Era seu destino preparar os
caminhos para o advento do Senhor. Jesus realizara um “milagre”, que numerosas
pessoas podiam testemunhar. Por isso mesmo, não ordenou ao geraseno que se
calasse: ao contrário, o concitou a espalhar a notícia do fato, AO PASSO QUE
EM
OUTRAS CIRCUNSTÂNCIAS IMPUNHA SILÊNCIO A TANTOS QUE CURARA. É que nestes casos, não tendo tido o fato
grande publicidade, poderia ser contestado. Deixava, então, que se espalhasse
por si mesmo, sob a aparência de mistério. Entendei: o geraseno podia e devia
testemunhar a sua própria cura: mas não estava preparado para PREGAR E
TESTEMUNHAR A PALAVRA DE DEUS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário