A OBRA DE
REGENERAÇÃO
P – O Cristianismo do
Cristo, à luz do Novo Mandamento, é tão diferente do cristianismo dos homens!
Graças a Deus, a treva terá de dar vez à Verdade que salva e engrandece. Não é
a próxima separação do trigo e joio?
R – Sim, Moisés e os
profetas da Lei Antiga prepararam o advento da era da regeneração humana.
Jesus, nosso Salvador e Mestre, que – como Protetor e Governador do vosso
planeta, presidiu a sua formação e a da Humanidade que o habita, para conduzi-la
a Perfeição – desceu ao meio dos homens para lhes abrir esta era e lançar as
bases e fundamentos da Obra de salvação. Ele tem na mão a joeira, pois a obra
de regeneração começou desde os primeiros dias da pregação do evangelho. Jesus
fez, ainda faz e, breve fará a definitiva separação do trigo e do joio, do
trigo e da palha. O trigo que juntou, junta e juntará no seu celeiro, são
os Espíritos purificados que terminaram suas provas na Terra, tal qual é ela
atualmente: mundo inferior, de expiação. Esses Espíritos se tornam seus
missionários devotados e inteligentes: trabalham, quer na erraticidade, quer
encarnados em missão, pelo vosso adiantamento moral e intelectual. A palha
que Jesus queimou, queima e queimará, são os Espíritos culpados, rebeldes,
que faliram nas suas provas e que Ele submete à expiação, depois à
reencarnação, em condições tais que, se forem levadas a bom termo, as novas
provações serão para esses espíritos um meio de expiação, de reparação e de
progresso. O fogo em que a palha foi, é e será queimada, isto é, em
que o Espírito culpado sofre a expiação na erraticidade, é a consciência
culposa a gerar os remorsos, que são despertados ou intensificados, conforme à
natureza da culpa e ao grau da culpabilidade, pelos quadros terrificantes ou
dolorosos das faltas ou crimes cometidos, postos (como explicaremos mais tarde)
aos olhos do Espírito, que em vão tentará fugir. Esses quadros, produzindo
sofrimentos e torturas morais, sempre adequados e proporcionados àqueles crimes
ou faltas, são o fogo que queima a palha. Esse fogo não se extingue nem se
extinguirá nunca. É fogo eterno, porque DEUS CRIOU, CRIA E CRIARÁ, DESDE E POR
TODA ETERNIDADE. Assim, haverá sempre Espíritos que, devendo vir do estado
originário de simplicidade e ignorância até aos limites da Perfeição, caiam em
erro, se tornem culpados e rebeldes, e sejam forçados a expiar e reparar suas
faltas, para poderem progredir. É eterno esse fogo porque sempre haverá palha a
ser queimada, Ito é, Espíritos culpados e rebeldes, necessitando sofrer a prova
da expiação. Mas, para cada Espírito culpado, o fogo da geena eterna se
extingue logo que a palha acabou de queimar-se, logo que o Espírito se
humilha e pede perdão, animado de um arrependimento profundo e sincero, bem
como o desejo ardente de reparar suas faltas. Então, cercado e ajudado pelos
bons Espíritos, ele progride e se prepara, imediatamente, para enfrentar novas
provações. Não vos enganeis: OS REMORSOS PERSEGUEM SEMPRE O CULPADO, ATÉ QUE
ELE ENTRE NO BOM CAMINHO. Sim, sempre haverá Espíritos rebeldes e o fogo da
eterna geena jamais se extinguirá, no sentido de que constitui como que uma
herança, que passa de uns para outros. JESUS LIMPARÁ PERFEITAMENTE O SEU
EIRADO. A obra de regeneração iniciada quando o Cristo apareceu entre vós, vai
concluir-se agora, neste final de ciclo. A luz do Novo Mandamento se espalhará
sobre toda a Terra. Os cegos pertinazes, como advertiu o Mestre, serão lançados
nas trevas exteriores, e ali haverá pranto e ranger de dentes. Chamamos vossa
atenção para estas palavras, a fim de vos fazermos entender o sentido figurado
da época. Jesus, ESPÍRITO PURÍSSIMO, divino modelo da caridade e do amor,
poderia condenar os Espíritos culpados ao pranto e ranger de dentes? Somente os
insensíveis ao sofrimento físico. Por estas palavras, portanto, compreendei bem
o sentido oculto de todos os ensinos do Cristo de Deus: O PRANTO E O RANGER DOS
DENTES SÃO OS REMORSOS QUE BROTAM DAS CONSCIÊNCIAS DOS CULPADOS. Jesus limpará
perfeitamente o seu eirado. Ao tempo determinado por Deus, em que a regeneração
se tem de realizar tendo o Evangelho esparzido sua luz por todo o mundo nesse
tempo, em que o vosso planeta se tornará mundo exclusivo dos bons Espíritos, se
aqueles que, admitidos até então a reencarnarem na Terra, continuarem culpados,
insensíveis e rebeldes, SERÃO LANÇADOS NAS TREVAS EXTERIORES, isto é, serão
sucessivamente rechaçados, conforme ao grau de sua culpabilidade, para os
mundos inferiores de provações e expiação, onde, por longos séculos, terão de
se redimir da sua obstinação no mal e da sua voluntária cegueira. É chegada a
hora da definição, entre o Bem e o mal, entre a Verdade e a mentira, entre o
Cristo e o Anti-Cristo!
BATISMO EM ESPÍRITO SANTO
P – De acordo com os
princípios básicos da LBV, o Centro Espiritual Universalista é, também,
anti-sectário. Somente num CAMPO NEUTRO poderemos aprender toda a Verdade. Como
o CEU explica o batismo com o Espírito Santo?
R – Diz o Espírito da
Verdade: – O batismo em
Espírito Santo é a assistência e a inspiração dos Espíritos
purificados, ambas concedidas pelo Cristo, em nome do Senhor, aos homens que
tenham esse merecimento. Estes, então, a recebem mediunicamente, e mesmo se
comunicam com aqueles Espíritos, nas condições e na proporção das mediunidades
que lhes são outorgadas. Essa assistência, essa inspiração e essa comunicação Deus
só as concede aos Homens e Mulheres de Boa Vontade, para os sustentar e
dirigir nas suas provas ou missões, para os ajudar na purificação de seus
Espíritos, pelo progresso moral e intelectual. Jesus, pois, chamando o Espírito
Santo para os discípulos, fez que descessem até eles os Espíritos elevados,
que os haviam de amparar nos seus ásperos e perigosos trabalhos, e que, SOB A
APARÊNCIA DE LÍNGUAS DE FOGO, se manifestaram por meio dos seus perispíritos
luminosos. Ainda hoje, sob essa influência vos colocais quando, vencendo as
paixões humanas, vivendo a vida que pertence a Deus e tudo lhe dando pela
prática do trabalho, da humildade, da caridade e do amor, atrais os ESPÍRITOS
PROTETORES DA HUMANIDADE. Disso, porém, não vos orgulheis, porque a queda é
fácil, mesmo para o mais elevado, e os maus pensamentos assediam, sempre, o
Espírito reencarnado. Recebei, portanto, a luz do Novo Mandamento do Cristo de
Deus para reparti-la com aqueles que se queiram esclarecer. Mas recebei-a,
sempre, com profundo sentimento de humildade e reconhecimento, rendendo graças
a essa fonte de TODO O PODER, de que promana tudo o que é belo, tudo o que é
grande, tudo o que é verdadeiro e eterno. A Terceira Revelação trouxe o conhecimento
da Lei do Amor, que os homens, há tantos séculos, calcam aos pés. Se vossos
corações dão frutos maus, sois, portanto, árvores más. O Senhor, porém, na sua
infinita misericórdia, arranca a árvore que nada produz, ou que dá frutos maus,
para deixar que cresça, livremente, aquela cujas ramagens hão de cobrir de
sobra benfazeja a Humanidade inteira. Plantou-a o Cristo com as suas mãos e os
homens não a cultivaram. Cercaram-na as plantas daninhas e a atrofiaram. O
JARDINEIRO DIVINO, POR ISSO, AINDA SE VÊ OBRIGADO A VIR CULTIVAR A SUA VINHA, A
FIM DE LIVRÁ-LA DOS PARASITOS QUE A SUFOCAM. A fé, árvore divina que dá sombra
e alimento, que dessedenta o sequioso e convida ao repouso o viajante fatigado,
vai crescer e estender seus ramos benditos sobre todo o vosso mundo. E a cada
um daqueles, dentre vós (sejam quais forem os cultos exteriores em que a
reencarnação os tenha feito nascer, vindos não importa de onde), que tiverem
trabalhado na obra de regeneração – pela palavra e pelo exemplo – será concedida
a graça de dizer, quando voltarem: “Ganhei bem o meu dia”. Deveis compreender o
sentido oculto destas outras palavras, inspiradas ao Precursor e por ele
proferidas quando falava do Cristo: “Traz na mão a joeira e limpará
perfeitamente o seu eirado; juntará o trigo no seu celeiro, mas queimará a
palha no fogo inextinguível”. O Senhor empregou desse modo, para atuar
sobre homens animalizados, uma figura capaz de impressiona-los, gerando neles o
temor. Bem sabeis que Deus nunca abandonou o ser humano, desde o seu
aparecimento no vosso planeta. Suas Leis são, como ele mesmo, imutáveis e
eternas: a Lei do Progresso (progresso físico da Terra e progresso físico,
intelectual, moral e espiritual da Humanidade) ensina que tudo o que foi criado
é perfectível. Ela está, portanto, no número dessas Leis. E ao mesmo número
pertence a Lei da Reencarnação, como instrumento e meio de reparação e
progresso. Desde todos os tempos, teve o homem junto de si proposto à sua
proteção, o Espírito Protetor ou Anjo da Guarda, incumbido de guiar os seus
passos na senda de redenção. Desde de todos os tempos, houve Espíritos em
missão entre os homens, para faze-los avançar por esse caminho, a todos eles
revelando ou relembrando a Lei Natural que é A LEI DE DEUS, na conformidade do
meio, do estado das inteligências e das necessidades de cada época. Desde todos
os tempos, investido no livre arbítrio, cercado de influências ocultas – boas
umas, outras más – com inteligência para discernir o Bem do mal, na
relatividade do seu desenvolvimento moral e intelectual, o homem, POR HAVER
FALIDO, FOI TRAZIDO AO VOSSO PLANETA, que é um dos mundos inferiores de
provação e expiação, a fim de reparar suas faltas e progredir. Desde todos os
tempos, esteve submetido, após a morte, em seguida a cada uma de suas
existências na Terra, a expiação por meio de sofrimento ou torturas morais,
apropriados e proporcionados aos crimes ou faltas que praticou. Depois, está
submetido à Lei da Reencarnação que, com a expiação precedente no estado de
erraticidade e, simultaneamente, INFERNO, PURGATÓRIO, REPARAÇÃO E PROGRESSO, a
escada que todos têm de subir, e cujos degraus correspondem às fases das
diferentes existências que lhe cumpre percorrer, para atingir o cimo da
montanha. Pois, como ensinou Jesus, para chegar a Deus, cada um dos seus filhos
terá de nascer, morrer e renascer, até alcançar os limites da Perfeição.
BATISMO DE JESUS
P – Nos tempos modernos,
ninguém mais aceita a Bíblia sob o véu da letra, que mata. No Brasil, muita
coisa mudou desde que a LBV começou a pregar a Palavra de Deus sem “mistério”.
Como o CEU explica o batismo de Jesus?
R – O Espírito da Verdade
harmoniza os Evangelhos Sinóticos, para responder: Mateus, cap. III, vs. 13-17;
Marcos, cap. I, vs. 9-11; Lucas, cap. III, vs. 21-22. São estas passagens:
MATEUS: 13 – Então Jesus veio
da Galiléia ao Jordão, para ser batizado. 14 – Mas João protestava, dizendo:
“Eu é que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?” 15 – Jesus lhe respondeu:
“Isto é necessário por ora, pois convém cumprirmos toda a justiça”. João
concordou. 16 – Uma vês batizado, Jesus logo saiu da água, e eis que os céus se
abriram, e ele viu descer sobre si o Espírito de Deus em forma de uma pomba. 17
– Imediatamente uma voz ecoou no céu, dizendo: “Este é meu filho bem-amado, em
que ponho a minha complacência”.
MARCOS: 9 – Eis o que sucedeu
naqueles dias: Jesus veio de Nazaré, que fica na Galiléia, e foi batizado por
João. 10 – Logo que saiu das águas do Jordão, Jesus viu os céus se abrirem e o
Espírito de Deus descer em forma de uma pomba e pairar sobre ele. 11 – E uma
voz do céu se fez ouvir, dizendo: “És meu filho bem-amado; pus em ti as minhas
complacências”.
LUCAS: 21 – sucedeu que, ao
tempo em que João
batizava todo o povo, também Jesus foi por ele batizado. E, enquanto orava, o
céu se abriu, 22 – e desceu sobre ele o Espírito Santo na forma corpórea de uma
pomba. E ouviu-se do céu uma voz que dizia: “Tu és meu filho dileto; ponho em
ti as minhas complacências.
Jesus, cuja origem
espiritual agora conheceis, Espírito puro por excelência, Espírito Perfeito,
não precisava de ser batizado com água por João, de receber um batismo de
penitência para remissão de pecados, ele que nenhum pecado tinha, que
nenhum pecado confessou, que não trazia, para ser lavado, um corpo de lama como
os vossos. Não precisava, também, de receber o batismo em espírito Santo e em
fogo, ele cujo o Espírito era de pureza perfeita e imaculada, ele que, ao
contrário, vinha ministrar esse batismo – primeiro, aos Apóstolos incumbidos de
pregar e ensinar, pelo exemplo, a sua moral sublime; depois, a todos os que se
tornassem dignos de ser assim batizados, praticando a sua Lei de Amor,
propagando-a pela palavra e pelo exemplo. POR QUE, ENTÃO, FOI JESUS RECEBER DE
JOÃO, DIANTE DE TODOS, O BATISMO DA ÁGUA NO JORDÃO, como faziam o povo e
quantos acorriam às margens daquele rio? Para – desde o momento em que entrava
a desempenhar publicamente a sua missão, pregar pelo exemplo de humildade; para
receber do próprio Deus – à vista de todos e em confirmação das palavras que, antes
da sua chagada, proferiu a seu respeito o Precursor – a consagração da sua
origem, do seu poder e da sua missão, como regenerador e SALVADOR DA
HUMANIDADE; para receber esta confirmação por manifestação derivada do próprio
Deus, produzida de modo a que os homens compreendessem que, FINALMENTE, DESCERA
À TERRA O ESPÍRITO CUJA VINDA OS PROFETAS, DESDE MOISÉS, HAVIAM ANUNCIADO. E
assim foi: Jesus desceu para pregar, dando de tudo exemplo marcante, para
oferecer e deixar aos homens um tipo, um modelo que eles imitassem e em cujas
pegadas caminhassem, para atingir a Perfeição. Durante a sua missão terrena,
convinha que passasse, a vista dos homens, por ser um homem como os outros,
sujeito a todas as provações da humanidade e delas triunfando,
exemplificando-lhes a prática do trabalho, da justiça, da caridade e do amor,
cujas leis ensinava, ministrando-lhes a luz e a verdade sob o véu da letra e o
manto da parábola, a fim de que o brilho de uma e de outra não ofuscasse, não
cegasse os olhos humanos de seu tempo. Cumprida essa missão, os homens – em
virtude das interpretações que davam aos fatos, de acordo com o estado das
inteligências, com as necessidades da época e com o que exigia a preparação
dos tempos futuros – teriam de ver um Deus, o próprio Deus naquele que lhes
viera trazer o tipo exato ou modelo da Perfeição Humana. Procurai seguir os
passos de Jesus, em todo o curso da sua aparente vida de homem comum, desde o
instante em que chega às margens do Jordão até aquele em que se consuma o
sacrifício no Gólgota, e o vereis a dar em tudo o exemplo, sempre o exemplo da
vida superior! Ao encetar essa missão sublime, Jesus se submete, como todos os
que iam ter com João, ao batismo pela água. Mas observai que, antes de Jesus
haver chegado ao Jordão, já o Precursor, falando ao povo, aos fariseus, aos
publicanos e aos soldados, a quantos tinham acorrido para ouvi-lo (os quais,
entre si, pensavam que bem podia ser ele o Cristo), dizia: “Eu, por mim, vos
batizo com água; mas outro virá, mais poderoso que eu e de cujas sandálias não
sou digno de desatar as correias, prosternado a seus pés, o qual vos batizará
com o Espírito Santo e com o fogo. Ele traz na mão sua joeira e limpará
perfeitamente o seu eirado; juntará o trigo no celeiro, mas queimará a palha
num fogo que jamais se extinguirá”. Estas palavras explicam por que, em
resposta ao pedido que Jesus lhe faz, João se escusa de o batizar, dizendo: “Eu
é que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?” E também explicam por que,
respondendo-lhe Jesus: “Convém cumprirmos toda a justiça”, isto é, DEVEMOS
PREGAR PELO EXEMPLO, João não opôs mais nenhuma resistência, tornando-se o
primeiro a dar o exemplo de submissão e de obediência do Mestre. Para
confirmação das palavras que João proferiu, diante de todos, antes da chegada
de Jesus, é que, quando o Cristo saiu das águas do Jordão, após o batismo, se
produziu – de conformidade com a época, as tradições hebraicas e o estado das
inteligências – a manifestação destinada a esclarecer os homens sobre a origem
e a missão do Salvador.
BATISMO E
REENCARNAÇÃO
P – Na Cruzada do Novo
Mandamento de Jesus no Lar, todos estão satisfeitos com a Doutrina do CEU
(Centro Espiritual Universalista). Como devemos entender a aparição do Espírito
Santo na forma corpórea de uma pomba?
R – Diz o Evangelho que,
depois de ser batizado, Jesus saiu da água e, ao fazer a sua prece, o céu se
abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele na forma corporal de uma pomba, e se
ouviu uma voz que dizia: “Tu és o meu filho bem-amado; ponho em ti a minha complacência”.
O Senhor manifestou por esse modo o seu poder, dele dando um sinal aparentemente
material. Aparentemente, frisamos, porque só o foi para os olhos humanos:
sinal que bem como a voz ouvida, objetivando chamar a atenção dos homens e lhes
confirmar que, finalmente, descera à Terra o Profeta que todos os profetas
haviam anunciado. O Espírito, como sabeis, pode - com o auxílio do seu
perispírito – tomar todas as formas, todas as aparências. Para os antigos, a
pomba era o emblema da pureza: os hebreus a sacrificavam, nos altares, em
resgate dos filhos de Israel. O Espírito Superior, encarregado da manifestação,
teve de tomar a forma capaz de mais fortemente impressionar as
inteligências, no momento mesmo em que aquela manifestação se produzisse, e
de as impressionar ainda depois de cumprida a sua missão. A voz que se fez
ouvir no céu, dizendo: “”Tu és meu filho bem-amado; ponho em ti a minha
complacência”, não foi a voz de Deus Onipotente. Deus não se manifestou
porque Ele não se comunica diretamente com os homens. Já vos dissemos: por
mais puro que seja o Espírito encarnado, o invólucro que o reveste ergue uma
barreira intransponível entre o homem e a Divindade. Mas o Pai transmite aos
filhos suas vontades por intermédio dos Espíritos Puros (que dele recebem
diretamente as inspirações), dos Espíritos Superiores e dos Espíritos Bons, os
quais, na ordem hierárquica, se constituem seus instrumentos. Foi um Espírito
superior que fez ressoar a voz que se ouviu, pronunciando aquelas palavras.
Para o povo e para todos que tinham vindo ter com o Batista, em suma – para os
hebreus, o próprio Deus falou naquela circunstância, como outrora falou aos
profetas da Lei Antiga. O Espírito Santo, segundo eles, era a inteligência
mesma de Deus, inspirando diretamente os homens, comunicando-se diretamente com
os terrícolas. Assim, para eles, o próprio Deus foi quem tomou a forma de uma
pomba e quem, por outro lado e ao mesmo tempo, fazendo ouvir sua voz,
pronunciou aquelas palavras. Já sabeis que, sob a designação simbólica de
espírito Santo, se compreende o conjunto de Espíritos do Senhor – órgãos de
suas inspirações e ministros de suas vontades. O que houve, portanto, foram
duas manifestações espirituais. E elas se produziram AO FAZER JESUS SUA PRECE:
aí estão o primeiro exemplo e o primeiro ensino dados por Ele aos homens,
mostrando-lhes que a prece (não a dos lábios, mas a do coração), atrai as
bênçãos do Senhor, os testemunhos do seu amor, fazendo sobre eles descer a
divina influência, por intermédio dos Espíritos Protetores da Humanidade. O
batismo por meio da água, que João ministrou e Jesus recebeu para ensinar pelo
exemplo, comprovando assim que esse batismo não passava de uma figura, era ao
mesmo tempo material e simbólica: material pela ablução do corpo; simbólico pelo
arrependimento e pala humildade que a ablução consagrava. E ainda tinham a
proclamá-los a confissão pública (que cada um fazia diante de todos, em voz
alta) dos seus pecados, das suas torpezas, de TODAS AS INFÂMIAS QUE PODEM
GERMINAR NO CORAÇÃO HUMANO. O batismo pela água era, portanto, uma
preparação para o batismo em
Espírito Santo e pelo fogo – batismo este que vem de Deus
e que o Cristo confere aos que dele se tornam dignos, concedendo-lhes a
assistência e o concurso dos Espíritos purificados. Não é mau lembrar aos
homens o batismo pela água, porque sempre lhes recorda os grandes
acontecimentos ocorridos e as obrigações que lhes são impostas. A parte
material era uma necessidade à vista dos tempos, para impressionar a homens
materializados; MAS A PARTE SIMBÓLICA SE CONSERVA PARA VÓS, cristãos do Novo
Mandamento. O verdadeiro batismo é o que vem do Senhor, é o batismo no
Espírito santo e no fogo que purifica as almas, acima dos corpos perecíveis!
A religião humana fez do batismo pela água o estandarte do seu próprio
cristianismo, que está muito longe do CRISTIANISMO DO CRISTO. Ela esqueceu a
essência divina, para atender só a matéria. A esta referiu tudo. E seus “fiéis”
rebaixados, encerrados em tão estreitos limites acabaram por olvidar quase
inteiramente que, saídos de uma essência espiritual, devem consagrar-se ao
espírito, não mais à letra, que mata. A Igreja de Roma desvirtuou a natureza, o
objeto, as condições e o fim do batismo pela água – derramando-a na cabeça da
criança, que acaba de nascer, sob o pretexto de apagar, na pessoa dessa
criança, dando-lhe o nome de pecado original, uma falta que ela não cometeu,
porque foi cometida por outrem! E isso quando, segundo a mesma Igreja, a
alma da criança foi criada por deus expressamente para o corpo que veio animar,
alma que, pessoalmente devia ser pura e sem mancha, pois das mãos de Deus nada
pode sair maculado! A Igreja de Roma não teria instituído deste modo o batismo
pela água, se tivesse compreendido bem as palavras de Jesus a Nicodemos,
proclamando a reencarnação como realidade, não como alegoria. Realidade por ser
LEI EMANADA DE DEUS, DESDE DE TODA ETERNIDADE, como meio de purificação e
progresso do Espírito culpado, meio único posto ao alcance do homem para entrar
no Reino de Deus, isto é, para chegar à Perfeição que, só ela, lhe permitirá
chegar ao centro da Onipotência. Cristãos de todos os rebanhos, lembrai-vos de
que haverá, brevemente, UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR! Deixai de ter em conta
somente a matéria, abandonai a letra que mata, para receberdes
unicamente O ESPÍRITO QUE VIVIFICA. Do batismo pela água, no Jordão, conservai
apenas o espírito. Praticai a parte simbólica – o arrependimento e a humildade.
Preparai-vos, assim, para o batismo do Espírito Santo e do fogo, que purifica
as vossas almas. Se dele vos tornardes realmente dignos, pelo trabalho, pela
justiça, pelo amor e pela caridade, o Cristo vos ministrará esse batismo,
enviando Espíritos Puros para vos assistirem, inspirarem e ajudarem, até à
vitória final.
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