DEUS E A VIDA
UNIVERSAL – I
P – Mereceram nossa melhor
atenção estas palavras: “... a criação do primeiro homem é uma figura,
oriunda da necessidade de se apropriarem os ensinamentos à Humanidade
primitiva. Poucos são, ainda hoje, os que estão aptos a entender uma existência
que não teve princípio nem terá fim!” E estas outras: “Figuradamente, a
genealogia de Jesus vai remontar a Adão, como remonta ao próprio Deus a criação
do corpo formado de limo”. E estas mais: “Percorrei a genealogia
espiritual de Jesus e chegareis a Deus”. De acordo com a ciência divina,
qual é – liberto da letra, que mata, o espírito que vivifica – a realidade,
quanto à criação do Espírito e do corpo do homem, e quanto à genealogia
espiritual de Jesus?
R – Diz o Espírito da
Verdade: – A questão que propondes, complexa pelo duplo aspecto em que a
formulais, referindo-se de um lado ao homem e de outro a Jesus, exige a
solução de um problema de ordem mais geral – o da origem do Espírito, de suas
fases e trajetórias, de seus destinos, desde o instante inicial da sua
existência até chegar à Perfeição. Na criação, tudo tem uma origem comum: vem
do infinitamente pequeno para o infinitamente grande, até Deus, ponto de
partida e de reunião. Tudo provém de Deus e para Deus volta: Deus uno, Criador
incriado, pai de tudo e de todos; motor de tudo quanto existe, pilar inabalável
sobre o qual repousam as multidões de mundos disseminados no espaço, como os
átomos no ar. O fluido universal, que toca de perto a Deus e dele parte,
contitui, pela sua quintessência, e mediante as combinações, modificações e
transformações de que é passível, o instrumento de que se serve a Inteligência
Suprema para – pela onipotência da sua vontade 0 operar, no infinito e na
eternidade, todas as criações espirituais, materiais e fluídicas, destinadas à
vida e à harmonia universais, todos os mundos, todos os seres em todos os
reinos da Natureza, de tudo o que se move, de tudo quanto vive, de tudo
quanto é. O Apóstolo Paulo sentia a POTÊNCIA CRIADORA DO SENHOR, quando
escrevia: “Tudo é dele, tudo é por ele, tudo é nele” (Aos Romanos, cap.
XI, v. 36). “Em Deus temos a vida, o movimento e o ser” (Atos dos
Apóstolos, cap. XVII, v. 28), O Espírito, na origem da sua formação, como
essência espiritual, princípio de inteligência, sai do TODO UNIVERSAL. O que
chamamos O TODO UNIVERSAL é o conjunto dos fluidos existentes no espaço. Estes
fluidos são a fonte de tudo o que existe, quer no estado espiritual, quer no
estado fluídico, quer no estado material. O Espírito, na sua origem, como
essência espiritual, princípio de inteligência, se forma da quintessência
desses fluidos, elemento tão sutil que nenhuma expressão pode dar idéia
perfeita dele, sobretudo às mentes restritas. A Boa Vontade do TODO-PODEROSO –
ÚNICA ESSÊNCIA DE VIDA NO INFINITO E NA ETERNIDADE – anima esses fluidos para
lhes dar o ser, isto é, para, mediante uma combinação sutilíssima, cuja
essência só se encontra nas irradiações divinas – fazer deles essências
espirituais, princípios primitivos do Espírito em germe e destinados à sua
formação. A vida universal está, assim, por toda a Natureza, em germes eternos,
graças a essa quintessência dos fluidos, que somente a vontade de Deus
anima, de acordo com as necessidades da harmonia universal – de todos os
mundos, de todos os reinos, de todas as criaturas no estado material ou no
estado fluídico. Ao serem formados os mundos primitivos, entram na sua
composição todos os princípios, de ordem espiritual, material e fluídica, os
quais constituem os diversos reinos que os séculos terão de elaborar. O
principio inteligente se desenvolve ao mesmo tempo que a matéria, e com ela
progride, passando da inércia à vida de movimento. Deus comanda o começo de
todas as coisas, acompanha paternalmente as fases de cada progresso, atrai a si
tudo o que haja atingido a Perfeição. Essa multidão de princípios latentes
aguarda, no estado cataléptico, no meio e sob a influência dos ambientes
destinados a faze-los desabrochar, que o Senhor lhes dê uma destinação e os
aproprie ao fim a que devam servir, segundo as Leis Naturais, imutáveis e
eternas, por Ele mesmo estabelecidas. Tais princípios sofrem passivamente,
através dos tempos, e sob a vigilância dos Espíritos prepostos, as
transformações que os hão de desenvolver, passando sucessivamente pelos reinos
mineral, vegetal, animal e hominal, e pelas formas e espécies intermediárias,
que se sucedem entre cada grupo de dois desses reinos. Chegam dessa maneira,
numa progressão contínua, ao período preparatório do estado de ESPÍRITO
FORMADO, isto é, ao estado intermédio da encarnação animal e do estado
espiritual consciente. Depois, vencido esse período preparatório, chegam ao
estado de criaturas possuidoras de livre arbítrio, com inteligência capaz de
raciocínio, independente, RESPONSÁVEIS PELOS SEUS ATOS. Galgam, assim, o
fastígio da inteligência, da ciência e da grandeza mental, nascendo,
“morrendo”, renascendo, até chegarem à Perfeição.
DEUS E A VIDA
UNIVERSAL – II
P – Todos os brasileiros
deviam estudar as lições do Espírito da Verdade. É no campo da religião – na
Bíblia Sagrada, que é a Palavra de Deus – que podemos encontrar o caminho da
segurança e da felicidade. Como se processa a evolução através dos reinos, a
começar pelo mineral?
R – Em sua origem, a
essência espiritual, princípio de inteligência, Espírito em formação, passa
primeiro pelo reino mineral. Anima o mineral, se assim podemos falar, servindo-nos
dos únicos recursos que oferece a linguagem humana apropriada às vossas
inteligências. Na Natureza, com efeito, tudo tem existência, porque tudo
“morre”. Ora, aquilo que “morre” traz em si o princípio da vida, sendo
conseqüentemente animado por uma inteligência relativa. A palavra inteligência
pode causar surpresa, tratando-se da vida de uma coisa inerte. Certamente, em
tal caso, não há nem pensamento nem ação. A essência espiritual, nesse estado,
se mantém inconsciente do seu ser. Ela é, eis tudo. No estado de simples
essência de vida, absolutamente inconsciente do seu ser, ela constrói o
mineral, a pedra, o minério, atraindo e reunindo os elementos dos fluídos
apropriados por meio de uma ação magnética dirigida e fiscalizada pelos
Espíritos prepostos. Quanto mais inconsciente é o Espírito, no estado de
formação, tanto mais direta e incessante é a ação desses Espíritos. Guardai bem
na memória, pois o que dizemos aqui não será repetido: EM QUALQUER DOS REINOS
MINERAL, VEGETAL, ANIMAL E HUMANO (OU HOMINAL), NADA É SEM O CONCURSO
DOS ESPÍRITOS DO SENHOR, que todos têm uma função a desempenhar, uma vigilância
a exercer. Não há Espíritos prepostos à formação de um determinado mineral,
de um determinado vegetal, de um determinado ser do reino animal ou reino
humano. Os Espíritos têm uma AÇÃO GERAL e conforme às leis imutáveis e
eternas, ação que não podeis, por ora, compreender. O mineral “morre” quando é
arrancado do meio em que o colocara o Autor da Natureza. A pedra tirada da
pedreira, o minério extraído da mina, deixando de existir, do mesmo modo que a
planta separada do solo, perdem a VIDA NATURAL. A essência espiritual, que
residia nas paredes do mineral, daí se retira por uma ação magnética, dirigida
e fiscalizada pelos Espíritos prepostos, e é transportada para outro ponto. Os
“despojos” do mineral são utilizados pela Humanidade, de acordo com as suas
necessidades. Não vos admireis de que a coesão subsista no mineral, muitas
vezes por séculos, depois que dele se retirou a essência espiritual, que foi
necessária à sua formação. Cada espécie de matéria tem suas propriedades
relativas, segundo às Leis Naturais, que poucos estão aptos a entender. O
corpo humana, em certas condições, não conserva coesa todas as suas partes
materiais, embora o Espírito já se tenha afastado dele? E não se observam,
entre os vegetais, casos de longa duração material? Certas plantas não
conservam as aparências da vida, o frescor dos tons e a rijeza da haste, muito
tempo depois de separadas do solo que as alimentou e, portanto, do princípio
latente da inteligência que nelas residia? TUDO NA NATUREZA SE MANTÉM E
ENCADEIA, E TUDO SE FAZ EM PROVEITO E UTILIDADE DO ESPÍRITO QUE SE TORNOU CONSCIENTE
DO SEU SER. Os corpos “mortos”, sejam pedra, planta, animal ou homem, têm
de concorrer para a harmonia universal, desempenhando as funções que lhes são
conferidas. A essência espiritual, que no mineral reside, não é uma
individualidade: não se assemelha ao pólipo que, por cissiparidade, se
multiplica ao infinito. Ela forma um conjunto que se personifica, que se divide
(divisão na massa em conseqüência da extração), e atinge desse modo a
individualidade, como sucede com o princípio que anima o pólipo, com o
princípio que anima certas plantas. A essência espiritual sofre, no reino
mineral, sucessivas materializações, necessárias a prepara-la a passar pelas
formas intermédias, que participam do mineral e do vegetal. Dizemos materializações
por não podermos dizer encarnações para estrear como ser. Depois
de haver passado por essas formas e espécies intermediárias, que se ligam entre
si numa contínua progressão, e de se haver (sob a influência da dupla ação
magnética que operou a vida e a morte nas fases de existência já percorridas)
preparado para sofrer no vegetal a prova, que a espera, da sensação,
a ausência espiritual – Espírito em estado de formação – passa ao reino
vegetal. É um desenvolvimento, mas ainda sem que o ser tenha consciência de si.
A existência material, então, é mais curta, porém mais progressiva. Não há nem
consciência nem sofrimento: há sensação ou sensitividade. Assim, a árvore, da
qual se retira um galho, experimenta uma espécie de eco da secção feita, mas
não sofrimento. É como que uma repercussão que vai de um ponto a outro,
sucedendo o mesmo quando a planta é violentamente arrancada do solo, antes de
completado o tempo da maturidade. Finalizando: há sensação, não há consciência
nem sofrimento. É um abalo magnético experimentado pela árvore, abalo
que prepara o espírito ( em estado de formação) para o desenvolvimento do seu ser.
Tão grande é o PODER DE DEUS!
DEUS E A VIDA
UNIVERSAL – III
P – A Cruzada do Novo
Mandamento, em nossa casa, foi enriquecida com as novas instruções do CEU. Por
isso, queremos saber agora: – Que acontece depois da “morte” do vegetal?
R – Esclarece o Espírito da
Verdade: – Morto o vegetal, a essência espiritual é transportada para outro
ponto. Depois de haver passado, sempre em marcha progressiva, pelas necessárias
e sucessivas materializações, percorre as formas e espécies intermediárias, que
participam do vegetal e do animal. Só então, nestas últimas fases de
existência, em que aquela essência começa a ter a impressão de um ato
exterior, ainda que sem consciência de sua causa e de seus efeitos. HÁ
SENSAÇÃO DE SOFRIMENTO. Sob a vigilância dos Espíritos prepostos, o Espírito em
formação efetua assim, sempre em contínuo progresso, o seu desenvolvimento com
relação à matéria que o envolve, e chega a adquirir A CONSCIÊNCIA DE SER.
Preparado para a vida ativa, exterior, para a vida de relação, passa ao reino
animal. Torna-se, então, princípio inteligente, de uma inteligência relativa,
a que chamais – instinto, de uma inteligência relativa às necessidades
físicas, à conservação, a tudo o que a vida material exige, dispondo de vontade
e de faculdades, mas limitadas àquelas necessidades, àquela conservação, à vida
material, à função que lhe é atribuída, à utilidade que deve ter, ao fim a que
é destinado na Natureza, sob os pontos de vista da conservação, da reprodução e
da destruição, na medida em que haja de concorrer para a vida e a harmonia
universais. Sempre em estado de formação, pois não possui ainda livre arbítrio
(inteligência independente capaz de raciocínio, consciência de suas faculdades
e de seus atos), o Espírito, sem sair do reino animal, seguindo sempre a marcha
progressiva contínua (e de acordo com os progressos realizados e com a
necessidade dos progressos a realizar), passa por todas as fases de existência,
sucessivas e necessárias ao seu desenvolvimento e por meio das quais chega às
formas e espécies intermediárias que, pouco a pouco, insensivelmente, o
aproximam cada vez mais do reino humano, porque – se é certo que o Espírito
sustenta a matéria – não é menos certo que a matéria lhe auxilia o
desenvolvimento. Depois de haver passado por todas as transfigurações da
matéria, por todas as fases do desenvolvimento para atingir um certo grau de
inteligência, o Espírito chega ao ponto de preparação para O ESTADO ESPIRITUAL
CONSCIENTE; chega a esse momento que os vossos sábios, tão ignorantes dos
“MISTÉRIOS DA NATUREZA”, não conseguem definir, MOMENTO EM QUE CESSA O INSTINTO E
COMEÇA O PENSAMENTO. (Quando vos falamos do Espírito no estado de infância,
portanto no estado de ignorância e de inocência; quando vos dissemos que o
Espírito era criado SIMPLES E IGNORANTE, tratávamos, é claro, da FASE DE
PREPARAÇÃO DO ESPÍRITO PARA ENTRAR NA HUMANIDADE. Seria precipitado, então, dar
esclarecimentos sobre a origem do Espírito. Observai que isso foi deixado na
obscuridade. AINDA HOJE, seria cedo para desenvolver esse ponto. Estudai bem o
que vos ensinamos agora, porque – QUANDO ESTE TRABALHO APARECER AOS OLHOS DE
TODOS – os Espíritos encarnados já estarão mais dispostos a receber o que
então, tomariam por uma verdadeira monstruosidade ou tolice ridícula).
Atingindo o ponto de preparação para ingressarem no reino humano (ou hominal),
os Espíritos se aprontam de fato, em mundos ad hoc, para a VIDA
ESPIRITUAL CONSCIENTE, INDEPENDENTE E LIVRE. É nesse momento que entram naquele
estado de inocência e de ignorância. A vontade soberana do Senhor lhes dá
consciência de suas faculdades e, por conseguinte, de seus atos, consciência
que produz o livre arbítrio, a vida moral, a inteligência independente e capaz
de raciocínio – A RESPONSABILIDADE. Chegado, deste modo, à condição de
ESPÍRITO FORMADO, de Espírito pronto para ser humanizado se vier a falir,
o Espírito se encontra num estado de inocência completa, tendo abandonado, com
os seus últimos invólucros animais, os instintos oriundos das EXIGÊNCIAS DA
ANIMALIDADE. A estátua acabou de receber as formas. Sob a direção e a
vigilância dos Espíritos prepostos, o Espírito formado se cobre de fluidos que
lhe comporão o invólucro a que chamais PERISPÍRITO, corpo fluídico que se torna,
para ele, o instrumento e o meio – ou de realizar um progresso constante e
firme, desde o ponto de partida daquele estado até que haja atingido a
perfeição moral, que o põe ao abrigo de todas as quedas; ou de cair, caso em
que o perispírito lhe será também instrumento de progresso, de reerguimento,
mediante encarnações e reencarnações sucessivas, expiatórias a princípio e por
fim gloriosas, ATÉ QUE ATINJA AQUELA PERFEIÇÃO MORAL.
DEUS E A VIDA
UNIVERSAL – IV
P – Só mesmo com Boa Vontade
os homens poderão chegar à Revelação do Novo Mandamento de Jesus! E é tão
simples a Doutrina da LBV! Como o CEU explica o papel do magnetismo na Vida
Universal?
R – O Espírito da Verdade
responde: – O MAGNETISMO É O AGENTE UNIVERSAL POR EXCELÊNCIA. Tudo está submetido
à influência magnética; TUDO É MAGNETISMO NA NATUREZA; tudo, na ordem
espiritual, na ordem fluídica e na ordem material, é atração resultante desse
AGENTE UNIVERSAL. Essa é a grande lei que rege todas as coisas. Os fluidos
magnéticos ligam todos os mundos, uns aos outros, como também ligam todos os
Espíritos, encarnados ou desencarnados. É O LAÇO UNIVERSAL QUE DEUS CRIOU PARA
NOS UNIR A TODOS, DE MODO A FORMARMOS UM ÚNICO SER, tendo em vista ajudar-nos a
subir até Ele, conjugadas todas as nossas forças. Ao sair do estado
intermediário, que precede a vida do livre pensador, para entrar na
posse do livre arbítrio, o Espírito organiza a sua constituição fluídica, isso
a que chamais perispírito e que é (para nos servirmos de uma palavra que
vos seja compreensível), o seu TEMPERAMENTO, havendo entre esse e o
temperamento humano a diferença de que este, aos vossos olhos, independe
do gênero de espírito que o corpo encerre, ao passo que o temperamento fluídico
é resultado das tendências do Espírito. Há entre os fluidos atração recíproca, e
daí as relações que se estabelecem entre os Espíritos, conforme às suas
tendências, boas ou más, seus pendores e sentimentos, bons e maus. Daí
deriva a influência atrativa dos fluidos similares, simpáticos, a constituir o
laço que aproxima um do outro dois Espíritos, senão da mesma categoria,
animados dos mesmos pendores, dos mesmos sentimentos. Assim, pela natureza
das suas inclinações, os Espíritos atraem a si outros Espíritos que lhes são
semelhantes, simpáticos pela identidade dos sentimentos, e entram com eles
em relação, graças a influência atrativa dos fluidos. De posse do livre
arbítrio, podendo escolher o caminho que prefiram seguir, os Espíritos são
subordinados a outros, prepostos ao seu desenvolvimento. É então que a vontade
os leva a enveredar por este caminho, de preferência àquele. Galgado esse
ponto, eles se mostram mais ou menos dóceis aos encarregados de os conduzir e
desenvolver. A vontade, atuando então no exercício do livre arbítrio, traça uma
direção, boa ou má, ao Espírito que, deste modo, pode falir ou seguir
simplesmente, e gradualmente, o caminho que lhe é indicado para progredir.
Muitos se transviam. Alguns resistem ao arrastamento do orgulho, do egoísmo e
da inveja. O orgulhoso sente inveja por não poder suportar o que quer que
seja acima de si mesmo. É egoísta, pretendendo ser, para tudo, o ponto de
referência. É presunçoso, pois deposita em suas energias, ou faculdades
intelectuais uma confiança TÃO ERRÔNEA QUANTO CONDENÁVEL, que o leva, muitas
vezes, a se revoltar contra a prudência de quem lhe interdita atos
superiores às suas forças. Não tendes visto crianças que tentam executar os
vossos trabalhos, gabando-se de faze-lo tão bem quanto vós, tal a “confiança”
que depositam em si mesmas? E, não raro, se revoltam quanto a prudência dos
pais, que vedam a esses temerários a prática de atos que estão acima de suas
forças, e que lhes poderiam causar graves acidentes. São Espíritos que, há
séculos, sofrem expiações e reencarnações sucessivas, e que ainda não se
purificaram. O orgulho, o egoísmo e a inveja, que neles assim se
manifestam, são sinais e formam causa de suas quedas primitivas. Indóceis,
rebeldes à direção dos Espíritos incumbidos de os desenvolver, os que se
transviam atraem, por seus maus sentimentos, tendências ou pendores, Espíritos
maus a quem esses sentimentos, tendências ou pendores, são simpáticos. Mas –
guardai isto muito bem, porque nossas palavras precisam ser exatamente
compreendidas: O ESPÍRITO CAI POR SI MESMO, NÃO PORQUE OUTRO O ARRASTE À QUEDA.
Acabamos de dizer que os Espíritos seguem, livremente, este ou aquele caminho.
Portanto, é por ato da própria vontade, por impulso próprio, que entram numa ou
noutra vereda. A simpatia que experimentam pelos Espíritos inferiores, e que
sempre os domina, RESULTA DA DISPOSIÇÃO PRÓPRIA DE CADA UM. Só após a queda se
estabelecem as suas relações com os inferiores. Inversamente, aqueles que,
obedientes, seguem o caminho de seus Guias lhes apontam, para poderem
progredir, atraem os bons Espíritos, simpáticos às suas tendências boas, aos
seus bons sentimentos e pendores. É como dizeis, com muita razão: sem Boa
Vontade nenhum espírito pode alcançar a moral sublime do Novo Mandamento de
JESUS.
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