
DEUS E A VIDA
UNIVERSAL – V
P – A evolução do Espírito
através dos reinos da Natureza é uma verdadeira maravilha! O conhecimento da
Lei dos Fluidos é, realmente, de um valor inestimável! Como o CEU da LBV
explica a “matéria” do perispírito?
R – Ensina o Espírito da
Verdade: – Sob a influência atrativa dos fluidos em geral, os do perispírito
variam, incessantemente, acompanhando a marcha progressiva do Espírito cujo
envoltório formam, até que o mesmo Espírito haja atingido a Perfeição. Isso se
dá, quer se trate de um que permaneceu sempre puro, quer de outro que tenha falido
em suas provas. De acordo com as suas tendências e com o grau do seu progresso,
o Espírito assimila, constantemente, os fluidos que estejam mais em relação com
a sua inteligência e suas necessidades espirituais. QUANTO MAIS INFERIOR ELE É,
MAIS OPACOS E PESADOS SÃO OS FLUIDOS PERISPIRÍTICOS. Da maior ou menor elevação
do espírito depende a maior ou menor quantidade de fluidos puros na
composição do seu perispírito. Assim, os corpos fluídicos formados pelos
perispíritos apresentam maior ou menor fluidez, são mais ou menos densos,
conforme à elevação do Espírito encarnado nessa matéria. Dizemos
“matéria” porque, efetivamente, PARA O ESPÍRITO, O PERISPÍRITO É MATÉRIA. O
perispírito, tanto do Espírito que faliu quanto daquele que se manteve
puro, forçosamente se modifica de conformidade com as fases da existência e com
as provações. Só quando o Espírito atingiu a Perfeição, e só então, lhe
é dado modifica voluntariamente o seu perispírito, de acordo com as
necessidades do momento, com as regiões que tenha de percorrer, com as missões
que o Senhor lhe confia, conservando-se inalterável a essência purificada do
mesmo perispírito. Entre os que se transviam, Espíritos há que, no curso do
seu desenvolvimento, e por vezes mesmo ao ensaiarem os primeiros passos, teimam
em fazer mal uso do livre arbítrio, e se tornam obstinadamente orgulhosos,
egoístas, invejosos, indóceis aos seus Guias, contra os quais se revoltam.
Esses Espíritos presunçosos e revoltados, cuja queda os leva às condições mais
animais da humanidade, são então humanizados, isto é, para serem
domados e progredirem sob a opressão da carne, reencarnam em mundos primitivos,
ainda virgens da presença do homem, mas preparados e prontos para essas
encarnações. Reencarnam em substâncias humanas, às quais não se pode dar,
propriamente, o nome de corpos. Os elementos dessas substâncias
encontram-se esparsos na imensidade e, pela ação dos Espíritos prepostos a essa
missão, se congregam no meio cósmico do planeta onde a encarnação tem de
se operar. São substâncias também destinadas a progredir, a desenvolver-se por
meio da procriação, nas condições estabelecidas para a execução da lei natural
e imutável de reprodução em tal caso. Revestido de seu perispírito e sob
a direção e a vigilância dos Espíritos prepostos, o Espírito atrai aqueles
elementos destinados a lhe formarem o invólucro material, do mesmo modo que
o imã atrai o ferro. Ainda aí se verifica o resultado de uma atração
magnética, prevista e regulada pelas leis naturais e imutáveis, constituindo
esse resultado uma das aplicações de tais leis. Após a queda e antes de
encarnar, o Espírito – pelas suas tendências naturais – têm já composto o seu
perispírito, conservando os fluidos (que ele assimilou para tal fim) a
influência que lhe é própria. No curso da encarnação, esses fluidos mudam de
natureza, sempre de acordo com os progressos ou as faltas do Espírito. Se a
encarnação produz melhoria no estado moral, os fluidos que constituem o
perispírito experimentam a melhora correspondente. É, para nos servirmos de uma
comparação humana, a rapariga do povo despindo suas roupas grosseiras para
envergar o vestido de noiva. A matéria que o Espírito anima lhe auxilia o
desenvolvimento, quer se trate do Espírito humano, quer se trate da essência
espiritual, isto é, do Espírito em formação nos reinos mineral, vegetal e
animal. Entre os que se transviam, muitos há também cujo o transviamento só
se dá depois de terem sido por largo tempo, durante séculos, dóceis aos
Espíritos incumbidos de os guiar e desenvolver; depois de haverem trilhado, até
certo ponto mais ou menos avançado de desenvolvimento moral e intelectual o
caminho do progresso que lhes era indicado! Esses encarnam em planetas mais ou
menos inferiores, mais ou menos elevados, conforme ao grau de culpabilidade, a
fim de sofrerem uma encarnação mais ou menos fluídica, apropriada e
proporcionada à falta cometida e às necessidades do progresso na elevação
espiritual. Assim como Deus criou, cria e criará, em progressão contínua, na
imensidade, no infinito e na eternidade, essências espirituais e portanto,
Espíritos – também criou, cria e criará, sempre, mundos adequados a todos os
gêneros de encarnação, para os que se transviaram, ainda se transviam e depois
se transviarão. Assim, sempre houve, há e haverá, por um lado, terras
primitivas, mundos materiais, mais ou menos inferiores, mais ou menos elevados,
mais ou menos superiores, uns em relação aos outros, e, por outro lado mundos
cada vez menos materiais, cada vez mais fluídicos, até os planetas da
mais pura fluidez, a que podeis chamar MUNDOS CELESTES, DIVINOS, os quais só
tem acesso os ESPÍRITOS PUROS. Os Espíritos que, obedientes aos seus Guias,
seguem a diretriz que lhes é apontada para poderem progredir – esses trilham o
caminho da elevação através de esferas fluídicas sucessivamente mais
adiantadas, onde tudo está em relação com as inteligências que as habitam.
Permanecendo dóceis, elevam-se dessa forma pela eternidade afora, depois de
haverem passado por TODAS AS FASES DE EXISTÊNCIAS, por todas as provas necessárias
a uma ascensão tão alta até chegarem à Perfeição. A essa altura, NULA SE TORNA
SOBRE ELES A INFLUÊNCIA DA MATÉRIA. Dizemos “da matéria” porque, para o
Espírito, os fluidos do perispírito (e o que ele assimila) nada mais são que matéria.
Para atingirem essa Perfeição, os Espíritos que se mantiveram puros na
infância, na fase de instrução e ao longo da estrada do progresso, cumpre
também que, guiados pelos seus Protetores, percorram (na medida e na
conformidade da elevação alcançada), todas as esferas, as terras primitivas, os
mundos inferiores e superiores de todos os graus, as moradas inumeráveis dos
que, por terem falido, sofrem as encarnações e reencarnações sucessivas, tanto
materiais quanto fluídicas em suas diversas gradações, até que, TORNADA NULA SOBRE
ELES A INFLUÊNCIA DA MATÉRIA, consigam entrada na categoria dos Espíritos
puros. Esse percurso, porém, aqueles Espíritos o executam sempre na
qualidade de espíritos, pois seus estudos se fazem no espaço, no grande
livro do Universo. Os que faliram, para chegarem à Perfeição, também são
obrigados a percorrer, na medida e na conformidade da elevação de cada um,
todos os mundos que os Espíritos Puros habitam, assim como os que servem de
habitação aos encarnados, em todos os graus da escala espiritual. Com relação
aos mundos que os encarnados habitam, bastam àqueles Espíritos os estudos
humanos: os dos outros mundos eles o fazem no estado de erraticidade,
que se segue a cada encarnação. Cumpre-lhes, nesse estado, percorrer todas as
camadas de ar e de orbes que flutuam no espaço, aprendendo aqui, ensinando ali,
sempre se elevando às regiões superiores. É a marcha infinita para Deus!
DEUS E A VIDA UNIVERSAL – VI
P – Como devemos compreender
para saber, desejamos que o Espírito da Verdade nos esclareça o seguinte:
Jesus seguiu os mesmos caminhos de todas as criaturas humanas, até ser UM COM O
PAI?
R – Jesus é um Espírito que,
puro na fase da inocência e da ignorância, da infância e da instrução, sempre
dócil aos que tinham o encargo de o guiar e desenvolver, seguiu simples e
gradualmente a diretriz que lhe era indicada para progredir. Não tendo falido
nunca, Ele se conservou puro, atingiu a PERFEIÇÃO SIDERAL e se tornou ESPÍRITO
DE PUREZA IMACULADA. Jesus, já o dissemos a todos vós, é a maior essência
espiritual depois de Deus, MAS NÃO Á A ÚNICA. É um espírito do número
desses aos quais, usando das expressões humanas, se poderia dizer que compõe a
GUARDA DE HONRA DO REI DE TODOS OS CÉUS: presidiu a formação da Terra,
investido por Deus na missão de a proteger e governar, e a governa do alto dos
esplendores celestes, como Espírito de pureza primitiva, perfeita e imaculada,
que nunca faliu e permanece INFALÍVEL POR SE ACHAR EM RELAÇÃO DIRETA COM
A DIVINDADE. É nosso e vosso Mestre, Guia Supremo da Falange Sagrada dos
Espíritos encarregados do progresso da Terra e da Humanidade terrestre. Só Ele
vos pode levar à Perfeição, como declarou nestas palavras: – “NINGUÉM VAI A
DEUS SENÃO POR MIM. SEM MINHA PROTEÇÃO, NADA PODEIS FAZER”. Agora, procurai
compreender o sentido e o alcance destas linhas: “A criação do primeiro
homem é uma figura, oriunda da necessidade de apropriar os ensinamentos à
inteligência humana. A genealogia de Jesus vai remontar a Adão só
figuradamente, do mesmo modo que a criação do corpo do homem, formado de limo,
vai remontar ao próprio Deus. Acompanhai-lhe a GENEALOGIA ESPIRITUAL e
remontareis a Deus, o Criador ÚNICO de tudo o que é perfeito e puro”. TUDO,
repetimos, tem uma origem comum: tudo vem do infinitamente pequeno para o
infinitamente grande, para Deus, ponto de partida e de reunião. Tudo provém de
Deus e volta para Deus. Observai como tudo se encadeia na imensa Natureza que o
Senhor vos faz descortinar. Verificai como em todos os reinos há espécies
intermediárias, que ligam entre si todas as espécies, umas participando do
mineral e do vegetal, da pedra e da planta; outras do vegetal e do animal, da
planta e do bicho; outras, enfim, do animal e do hominal, do bicho e do homem.
São elos preciosos que tudo ligam, que tudo mantêm e pelos quais atravessa o
Espírito no Estado de formação. Passando sucessivamente por todos os reinos e
pelas espécies intermediárias, o Espírito – mediante um desenvolvimento gradual
e contínuo, ascende da condição de essência espiritual originária à de espírito
formado, à VIDA CONSCIENTE, LIVRE, RESPONSÁVEL – À CONDIÇÃO DE HOMEM. São elos
perfeitos, que prendem as coisas umas às outras, a fim de que os homens possa
mais facilmente compreender a unidade dessa Criação tão grande, TÃO GRANDE
QUE A INTELIGÊNCIA É INCAPAZ DE APREENDÊ-LA COM OS SEUS OLHOS DE TOUPEIRA!
O orgulho dos sábios aristocratas protestará: – “O quê? O Homem, o Rei da
Criação, provindo de tal fonte, tendo tão ínfima origem?” A Verdade do
Evangelho, trazida pessoalmente por Jesus, provocou muito deboche, desencadeou
ataques furiosos de escribas e fariseus. Que dilúvio de impropérios não
causará a explicação do Apocalipse? Tem de ser assim, exatamente assim. E
que importa? Sempre é tempo de queimar a palha no fogo inextinguível. Que a
chocarrice da ignorância, procurando assustar e perturbar aqueles a quem temos
a missão de esclarecer, por ordem do Mestre e segundo a vontade de Deus, não
diga que desse modo o homem leva ao matadouro o Espírito destinado a animar o
corpo de seu pai ou de seu filho!