JESUS, O CRISTO – VII
P – Na transmissão anterior
da Doutrina do CEU da LBV, despertou nossa atenção este trecho: “Deixai
que os materialistas envolvam o Mestre numa veste de carne igual à vossa; por
mais que façam, não conseguirão nunca igualá-lo nesta desgraçada era apocalíptica”.
Quais o sentido e o alcance destas últimas palavras?
R – Não há, nem haverá, por
longo tempo ainda, um homem que possa viver a vida de Jesus. Tendes muitíssimo
que fazer, para chegar lá, principalmente neste fim de ciclo. Podeis,
entretanto, aproximar-vos dele. O homem de vosso planeta e todos os Espíritos,
sejam quais forem – quer habitem os mundos inferiores para um fim de provação
ou de expiação, ou ainda para o desempenho de suas missões, quer tenham
alcançado os mundos superiores – participarão, já o dissemos e repetimos, da
pureza de Jesus e da sua felicidade. Mas em que condições e por quais caminhos?
Só mesmo adquirindo a perfeição, pela constante prática do AMOR que, através de
todos os séculos, em todos os tempos da eternidade, é a fonte e o meio de todos
os progressos: dá acesso à todas as ciências e conduz a Deus.
P – Nestas frases: “Deus
é a única potencia criadora, que reina sobre todos os universos, é o único
princípio universal, mas não divisível; cria, mas não pela divisão da sua
essência”, que sentido se deve dar às seguintes palavras: “não
divisível”, “não pela divisão da sua essência”?
R – Elas encerram a resposta
ao dogma das três pessoas, mantido até hoje pela Igreja.
P – Estas palavras do Anjo
(v. 28): “O Senhor está contigo, és bendita entre todas as mulheres”,
tomadas ao pé da letra e confrontadas com os vs. 31, 32, 33, 34, 35 e 38,
justificam a divindade atribuída a Jesus por efeito da encarnação do próprio
Deus no seio de Maria?
R – O homem, como sempre,
materializa tudo o que suas mãos tocam. Tirar semelhantes conclusões não é
aviltar a divindade? O Senhor estava com Maria, mulher entre todas bendita, por
ser ela, entre todas, Espírito muito puro no desempenho da sua missão na Terra.
Eis tudo.
P – Qual, despojado da letra
que mata, o espírito que vivifica, a significação destas palavras do Anjo à
Virgem Maria (v. 30): “caíste em graça perante Deus”?
R – Estás em graça (ou
caíste em graça) quer significar apenas o seguinte: – Obtiveste de Deus a
missão que pediste.
P – Qual o motivo destas
palavras do Anjo à Virgem (v. 31): “É assim que conceberás em teu seio e
que de ti nascerá um filho, ao qual darás o nome de Jesus”, nunciativas
de uma concepção material humana no ventre de uma virgem, contrariamente às
leis imutáveis de reprodução do nosso planeta, com derrogação dessas leis,
quando é certo que a vontade imutável de Deus jamais derroga as leis da
Natureza, por Ele estabelecidas de toda a eternidade, dando isso causa a que
aquela concepção fosse pelos homens considerada sobrenatural, miraculosa,
divina, como obra do Espírito Santo?
R – Não era ainda
conveniente que os homens erguessem o véu que lhes ocultava os segredos de
além-túmulo. Convinha que acreditassem na matéria sensível e impressionável, NA
DOR FÍSICA, para darem valor ao sacrifício. E também convinha, já o dissemos e
repetimos, que acreditassem na origem divina de Jesus, exatamente para que se
curvassem ao seu jugo, para que a missão do Mestre fosse aceita e suas leis
obedecidas.
P – Qual a razão destas
outras palavras do Anjo à Virgem Maria (v. 32): “O Senhor Deus lhe dará o
trono de David, seu pai” e “ele reinará eternamente sobre a casa
de Jacob”?
R – Era necessário um fio
que ligasse as promessas do Antigo Testamento – as interpretações que lhe
tinham sido dadas às necessidades do momento – às promessas feitas para o
futuro. Constituiu esse fio o aparente parentesco, por descendência de tribo.
Eis por que José encarnou na tribo de David e não em outra. Tudo é
concatenado nos desígnios do Senhor e nos acontecimentos sucessivos, que
preparam e efetuam, em cada transição, o vosso progresso e a obra da
regeneração humana.
P – Qual, tirado da letra o
espírito, o significado destas palavras (v. 33): “E o seu reino não terá
fim”?
R – Não terá fim porque o
vosso Salvador vos há de levar à perfeição. Não é Jesus o emblema da perfeição?
E o seu reino não estará eternamente firmado quando a houverdes atingido? Sem
dúvida, seu reino não terá fim.
JESUS, O CRISTO – VIII
P – Em face destas palavras
de Maria (v. 34): “Como sucederá isso, se não conheço varão?”,
qual a significação da resposta do Anjo: “O Espírito Santo descerá sobre
ti”?
R – O Espírito Superior
anunciava assim à Virgem que seus olhos se abririam, que ela iria compreender um
“mistério” que lhe parecia, então, impenetrável. Efetivamente, mais tarde, a
tempo e hora, Maria – a exemplo dos homens e sob a inspiração dos Espíritos do Senhor –
atribuiu à ação divina, como convinha que o fizesse, aquela que lhe fora
anunciada, tendo em vista as palavras do Anjo a José: “Aquele que nela se gerou
foi formado pelo Espírito Santo”. Ela, então, percebeu a missão especial que
Jesus viera desempenhar: lembrou-se.
P – “E a virtude do
Altíssimo te cobrirá com a sua sombra”. Qual é a significação das
palavras do Anjo e como podia tal sombra fazer que Maria concebesse e desse à
luz um filho?
R – A interpretação foi
feita falsamente, de um ponto de vista material. Com aquelas palavras, o
Espírito (ou Anjo) tinha por fim tranqüilizar Maria que, na sua condição
humana, se atemorizava ante a idéia de ficar sua vida maculada por uma
concepção ilegal aos dos homens.
P – E como devemos entender
as palavras: “Eis por que aquele, que de ti há de nascer, será chamado o
FILHO DE DEUS”?
R – Elas confirmam o que
acabamos de dizer. Aquele que de ti há de nascer (por obra do Espírito Santo)
será chamado O FILHO DE DEUS. Esse título, segundo o espírito que vivifica, só
se aplica a Jesus em consideração à sua pureza. Mas todos vós podeis
conquista-lo. É o que foi dito a João na Ilha de Patmos: “Disse-me ainda: –
Tudo está feito. Eu sou o A e o Z, o princípio e o fim. A quem tem sede EU
darei de graça da fonte da água da vida. O vencedor herdará estas coisas, EU
serei seu Deus e ele será meu filho” (Apocalipse, XXI: 6-7). Do ponto de vista
humano, o exemplo de Jesus serviria para que os homens se elevassem a seus
próprios olhos e COMPREENDESSEM O AMOR DE DEUS. Não havendo divindade a que não
se oferecessem sacrifícios sangrentos, qual não deveria ser, aos olhos dos
homens, a grandeza de Deus, qual não se contentava senão com o holocausto do
seu filho bem-amado e único (relativamente a vós outros), a qual não deveria
ser, aos olhos de Deus, o valor dos homens, uma vez que, para os resgatar, era
indispensável tamanho sacrifício?!... Homens, não esqueçais (dissemos e
repetimos) que éreis criancinhas e quase ainda o sois; que a cada época se deve
falar a linguagem conveniente, para ser compreendido e, sobretudo, escutado.
Não vos deixeis levar pelos filósofos sem filosofia, que – não compreendendo os
meios transitórios e necessários da Revelação, empregados para a efetivação do
vosso progresso – negam a realidade e o objetivo das manifestações dos
Espíritos do Senhor. Estas manifestações, sempre em obediência à vontade do
Altíssimo se produzem para a vossa regeneração. Os Espíritos são instrumentos:
preparam o caminho sem o saberem e, muitas vezes, sem o quererem. A entrada
estava impedida: eles removeram os materiais que a obstruíam. Nós ergueremos o
Edifício que o homem não tentará destruir, porque nele encontrará a paz, a
esperança, a felicidade.
P – Qual o significado das
seguintes palavras que o Anjo dirigiu à Virgem Maria (v. 37): “E nada
será impossível a Deus”?
R – Refere-se, do ponto de
vista do mundo espiritual, à manifestação, ao aparecimento de Jesus na Terra
com um corpo fluídico; do ponto de vista de Maria, explica o que ela
considerava um “milagre”, isto é, um fato impossível.
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