sexta-feira, 17 de agosto de 2012

João Batista I e II



JOÃO, O BATISTA – I


P – Qual a interpretação que o CEU da LBV dá ao Evangelho de Jesus segundo Lucas, I: 5 a 25?

R – A mesma dos Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos. Vejamos esta passagem evangélica:

5 – Havia, sob o reinado de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da turma de Abias (a oitava das vinte e quatro que David sorteara para servirem no templo cada uma por sua vez); e sua mulher pertencia também à raça de Aarão e se chamava Isabel. 6 – Eram justos aos olhos de Deus e obedeciam a todos mandamentos e ordens do Senhor, de modo irrepreensível. 7 – Não tinham filhos, por ser Isabel estéril e estarem ambos avançados em anos. 8 – Ora, desempenhando Zacarias suas funções sacerdotais perante Deus, na vez da sua turma, 9 – sucedeu que, tirada a sorte, conforme ao que era observado entre os sacerdotes, lhe tocou entrar no santuário do Senhor, para oferecer os perfumes, 10 – enquanto a multidão, do lado de fora, orava no momento de serem os perfumes oferecidos. 11 – Um Anjo do Senhor apareceu a Zacarias, conservando-se de pé, à direita do altar dos perfumes. 12 – Vendo-o, Zacarias ficou todo perturbado e o pavor se apoderou dele. 13 – Mas o Anjo lhe disse: “não tenhas medo, Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida e Isabel, tua esposa, terá um filho ao qual darás o nome de João. 14 – Exultarás com isso de alegria, e muitos se rejubilarão com o seu nascimento; 15 – pois ele será grande aos olhos do Senhor, não beberá vinho nem bebida alguma espirituosa, será cheio do Espírito Santo desde o seio materno; 16 – converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; 17 – e irá à sua frente, com o Espírito e a virtude de Elias, para atrair os corações dos pais aos filhos e os incrédulos à sabedoria dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo perfeito”. 18 – Zacarias disse ao Anjo: “Como me certificarei disso, sendo já velho e estando minha mulher em idade avançada? 19 – O Anjo respondendo lhe disse: “Sou Gabriel, sempre presente diante de Deus, e fui enviado para te falar e te dar esta boa nova. 20 – Vais ficar mudo, e não podereis falar, até o dia em que estas coisas acontecerem, por não haveres acreditado nas minhas palavras, que a seu tempo se cumprirão”. 21 – O povo esperava Zacarias, e se admirava de que estivesse demorando tanto no templo. 22 – Mas, quando ele saiu sem poder falar, todos compreenderam que tivera uma visão no santuário, pois isso lhes dava a entender por sinais, e ficou mudo. 23 – Decorridos os dias do seu ministério sacerdotal, voltou para sua casa. 24 – Tempos depois, Isabel, sua mulher, concebeu. E se ocultou durante cinco meses, dizendo: 25 – “Esta é a graça que o Senhor me fez, quando se dignou de me tirar do opróbrio diante dos homens”.

O nascimento de João, como filho de Isabel, tinha por fim impressionar, desde logo, o espírito público. Isabel era estéril, isto é, não havia concebido até então, e tal se dera por ser da sua missão servir aos desígnios do Senhor. A esterilidade, aqui, se deve entender no sentido de que Isabel, que ainda não chegara, em idade, aos limites extremos além dos quais cessa a fecundidade, segundo as leis naturais da reprodução em vosso planeta, estivera sem filho até aquele momento. È o que verificais, pelas palavras do Anjo à Virgem Maria (versículo 36), falando de Isabel: “ela é chamada estéril”. De qualquer efeito, na humanidade, se deve procurar a causa nos antecedentes da vossa existência, visto que nenhum ato, praticado em precedente encarnação, deixa de ser conseqüência. O homem, como sabeis, nasce e morre muitas vezes, antes de chegar ao estado de perfeição, no qual gozará, em toda plenitude, das faculdades espirituais, isto é, em que possuirá a Caridade e o Amor perfeitos, o conhecimento de Deus e de suas obras, o conhecimento da Verdade sem véu na ordem física (material e fluídica) e na ordem espiritual (moral e intelectual), pela ciência adquirida de tudo o que vive, existe e se move na imensidade da criação. Tal sucede quando o Espírito atingiu a culminância da perfeição sideral, e ainda lhe deixa aberto e por percorrer, do ponto de vista da ciência universal, o caminho do infinito. Cada uma das existências, que se sucedem, é solidária com aquela que a precedeu. E, se os atos não foram culposos, muitas vezes o Espírito – aceitando missão no vosso planeta – também aceita uma série de fatos que hão de acontecer, apesar da repugnância que, à sua condição de reencarnado, devam causar e causem. Assim, Isabel – fazendo parte do grupo de Espíritos que pediram e obtiveram a missão de auxiliar Jesus na sua obra regeneradora – aceitara a condição de mulher, e mulher estéril, o que era tido por opróbrio entre os judeus, a fim de tornar MAIS RUIDOSO o nascimento de João. Assim, igualmente, Zacarias aceitara viver sem filhos: porque a libré da carne lhes tenha feito esquecer os compromissos tomados na vida espiritual, estes não se tornaram menos reais. E haviam de produzir as conseqüências inevitáveis.




JOÃO, O BATISTA – II


P – O Centro Espiritual Universalista da Legião da Boa Vontade, está prestando um grande serviço ao povo, sedento das verdades eternas. Como o CEU explica a missão de Isabel?

R – Diz o Espírito da Verdade: – Acontece com a fecundidade da mulher o que se dá com a fecundidade da planta. Os fluidos, que transportam o pólen para a flor, depositam o germe no seio materno. Mas assim como o pólen se perde no espaço, se não é chegada a hora da reprodução, também o germe humano se aniquila, sem produzir frutos. Não acrediteis que haja, para cada planta, para cada ser organizado, um Espírito especialmente incumbido de lhe comandar a reprodução. A ação espiritual existe, mas é geral, exercendo-se sobre a massa. Os fluidos que vos cercam são divididos conforme às necessidades – tanto da planta, presa ao solo, quanto do homem que procura elevar-se para o céu. O nascimento de cada novo ser se verifica a seu tempo, e só ao seu tempo. Quer com relação à planta, quer com relação aos animais, a formação dos corpos materiais e o nascimento se dão na hora certa, e obedecem às leis gerais. Ocorre o mesmo relativamente ao homem, com esta diferença: aí a formação do corpo e o nascimento são conseqüência de resoluções tomadas (antes da encarnação) pelo Espírito, cujo invólucro material terá de reproduzir ou não, ou reproduzir somente em certas épocas, de acordo com aquelas resoluções. Como sabeis, o Espírito escolhe suas provas. Não lhe cabe compor a matéria do corpo que há de revestir; mas, conforme as provações escolhidas, ele pede, antes de reencarnar, que esse corpo seja adequado às provas que lhe cumpre enfrentar. É, pois, o Espírito que, pela ação da sua vontade, congrega os elementos necessários e repele os impróprios ao fim visado. Quem prepara esses elementos são os Espíritos prepostos à formação dos corpos em geral. Eles atraem as matérias animais, para as condensar e formar os corpos, desempenhando assim, segundo as leis gerais, o encargo que lhes toca na parte humana dos reencarnados, a fim de que esses corpos sejam apropriados ao gênero de provas que os Espíritos terão de suportar: daí as diferentes posições no seio da Humanidade. Ora, o Espírito que vai continuar as suas provas pede, antes de reencarnar, seja a fecundidade material, seja a esterilidade durante todo o tempo da existência, seja ainda a esterilidade ou a fecundidade temporárias, que cessem em épocas determinadas, de acordo com o gênero das provações escolhidas. Resulta que o Espírito, desde os primeiros momentos da encarnação, atrai ou repele os fluídos favoráveis à procriação. Daí os nascimentos inoportunos ou a ausência da concepção: em tais casos, a influência e a ação espirituais apenas se verificam como resultado do pedido do próprio Espírito, isto é, da sua vontade, no momento em que escolheu as provas. Os Espíritos prepostos à formação dos corpos, em geral, agem desde o primeiro momento, para determinar a fecundidade ou a esterilidade, congregando ou dispersando os fluídos necessários à fecundação, até aquele instante em que as condições do reencarnado devam mudar. Uma vez disposto e preparado o corpo para o gênero de provas escolhido, quer se trate de esterilidade, quer da fecundidade, antes que o ocupe o Espírito para quem ele foi formado, submetidos os fluídos respectivos à direção dos Espíritos prepostos, este se limitam a exercer a vigilância precisa para que a prova siga o seu curso, para que os acontecimentos se realizem convenientemente. Assim, o Espírito que escolheu a prova da esterilidade temporária, tomando o corpo com que a suportará, repele, durante certo tempo, os fluídos que servem à fecundidade e, terminado esse tempo, passa a atrair os mesmos fluídos, sempre sob a vigilância dos Espíritos prepostos. Agora, procurai refletir: Zacarias, marido de Isabel, no uso de seus direitos, rogara muitas vezes ao Senhor que o libertasse do opróbrio que pesava sobre o seu lar, concedendo-lhe um filho. Isabel, por sua vez, tinha pedido – dentro das linhas da missão que escolhera e para servir aos desígnios do Senhor – a esterilidade temporária. Daí vem que as condições humanas não se mostraram de molde a favorecer a maternidade, até ao momento em que aqueles desígnios se haviam de cumprir. Aos olhos dos homens, a súplica de Zacarias foi ouvida, pois se verificou o nascimento desejado; mas, do ponto de vista espiritual, o que se deu foi a cessação da prova da esterilidade. Tendo soado a hora da concepção e do nascimento, veio ao mundo aquele que seria o precursor de Jesus.

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